Lucas ficou em silêncio por um momento e disse:— Eu volto já.— Volta agora mesmo. — Insistiu Elisa, antes de Lucas desligar o celular.Elisa voltou para perto de Camila, ainda visivelmente irritada, e sentou-se ao lado dela. Hesitou antes de falar:— Camila, Lucas tem passado muito tempo com a Chloe ultimamente, né?Camila apenas assentiu.Elisa suspirou:— Camila, você é tão honesta, não pode vencer. Chloe sempre foi astuta e manipuladora, desde criança.Camila disse casualmente: — Sério?Elisa continuou falar:— Ela sempre ficava ao redor do meu irmão, fazendo vozinha doce, pedindo para ele fazer tudo para ela. E ele, como um bobo, fazia tudo.Camila sentiu uma pontada de dor, mas manteve a expressão neutra.Elisa disse:— Eu fiquei tão irritada que decidi conquistar o irmão dela, Carlos, só para provocá-la.Camila tinha uma boa impressão de Carlos e comentou:— Eles não parecem ser da mesma família. São tão diferentes.Elisa explicou, revirando os olhos:— São meio-irmãos. A mãe
O resto de Lucas ficou ainda mais sombrio.Pegou o celular e ligou para os seguranças que deveriam proteger Camila:— Eu mandei vocês cuidarem da Camila. Onde ela está?O segurança respondeu com respeito:— Sra. Camila disse que estávamos cansados de ficar de guarda e que o senhor nos deu dois dias de folga. Ela disse que foi você quem deu a ordem.Lucas riu sem jeito.A Camila, sempre tão obediente, agora estava inventando ordens.E Lucas perguntou friamente:— Para onde ela foi?O segurança, percebendo a irritação, respondeu com cautela:— Ela não disse.Lucas desligou e ligou para empregada, mas o celular dela estava desligado também.Ele franziu a testa e ordenou ao assistente:— Verifique as câmeras de segurança.— Sim, senhor. — Respondeu o assistente, que imediatamente foi para a sala de monitoramento do hospital.Dez minutos depois, o assistente ligou de volta:— Senhor, todos os vídeos que mostram a senhora Camila foram deletados.Lucas apertou o celular com tanta força que qu
Monte Verde foi a terra natal de Camila, onde ela nasceu e cresceu.Depois de uma longa viagem, chegaram ao Monte Verde por volta das três ou quatro da manhã.Lucas saiu do carro e tentou abrir o portão da casa, mas estava trancado.Sem querer acordá-la, ele se deitou no carro para descansar um pouco e acabou adormecendo.Quando abriu os olhos, já era dia.Lucas saiu do carro e um segurança se aproximou:— Senhor, tem alguém falando no pátio. Parece a voz da Sra. Camila.Lucas assentiu e foi até o portão. Desta vez, conseguiu abrir.O pátio era grande, mas parecia abandonado, com ervas daninhas nos cantos.No canto leste, havia uma árvore em flor, sob a qual estava sentada uma mulher serena e elegante.Ela vestia um suéter branco longo, que destacava sua silhueta esbelta. Com longos cabelos negros e pele clara, ela era linda.Um sorriso suave adornava seus lábios enquanto ela conversava com um homem alto em uma camisa azul clara que estava cuidando de sua mão.Os dois estavam rindo e b
— O Pedro já faleceu. Um morto não pode machucar ninguém. Quem esmagou os dedos de Chloe foi outra pessoa. Sobre quem fez isso e por que, eu realmente não sei. — A voz de Camila estava calma, mas seus cílios estavam úmidos de lágrimas.Lucas olhou para o túmulo.Era simples e antigo, apenas um monte de terra com flores murchas. Não havia lápide, nada que indicasse de quem era.Lucas deu um sorriso amargo. Quando perguntou a Camila sobre Pedro, ela não respondeu.Agora, Só tinha visto uma foto das costas do Pedro, ela o trouxe a um túmulo aleatório, tentando enganá-lo.Camila não sabia que, ao ouvi-la murmurar ‘Pedro’ no sono, Lucas já havia enviado pessoas para investigar.A vila inteira, todos diziam que não havia nenhum Pedro ali. Então, este túmulo definitivamente não era de Pedro.Camila, sempre honesta, agora mentia para proteger Pedro. Lucas sentiu um incômodo crescente e raiva.Antes que pudesse desmascará-la, viu lágrimas escorrendo pelo rosto dela, enquanto olhava para o túmu
O ato era tão provocante que o coração de Camila acelerou.Suas orelhas ficaram vermelhas, e ela lançou um olhar de aviso para Lucas, indicando que ele tirasse a mão.Mas ele, com a expressão séria, continuava tomando sua sopa calmamente, sem demonstrar nada.Camila tentou afastar a mão inquieta de sua perna, mas não conseguiu.Em vez disso, Lucas segurou a mão dela, entrelaçando seus dedos, e começou a acariciar sua palma com o polegar, fazendo-a suar.Com uma mão machucada e a outra presa por Lucas, ela não podia comer. Sentou-se imóvel.Lucas estava com um sorriso, perguntou para ela:— Mila, por que não está comendo?Ele raramente a chamava de Mila. Normalmente, era Camila, mas agora usava o diminutivo de propósito.Camila lançou um olhar fingindo estar zangada, mas Lucas apenas riu e continuou:— Não está comendo porque quer que seu primo te alimente?Ele pegou uma colher de sopa, soprou para esfriar e levou até a boca dela, disse:— Abra a boca, tá? Vou te alimentar.Sua voz tinh
Camila se afastou um pouco. O beijo de Lucas caiu apenas em seu queixo, e não em seus lábios. Camila sentiu claramente que a temperatura parecia ter caído vários graus. Com a mão que segurava seu queixo, Lucas deslizou pelas costas dela, descendo até a cintura. Ele a questionou: — Por que você disse ao Daniel que sou seu primo? Camila baixou os olhos e respondeu em voz baixa: — De qualquer forma, estamos quase nos divorciando, não há necessidade de ficar dizendo por aí que somos casados. Além disso, sua família é influente; se nos divorciarmos e os colegas souberem, vão me olhar de forma estranha. Não quero ser chamada de "a mulher abandonada pela família rica". É mais conveniente dizer que sou uma prima distante. Lucas a olhou de maneira significativa e disse: — Você pensou em tudo. Camila sorriu ironicamente: — Não tem escolha, é o instinto de sobrevivência de uma pessoa comum. — Você não é uma pessoa comum. Poucas pessoas em toda a Cidade A conseguem me comandar assi
Camila estava um pouco triste. O que ele fazia tornava muito difícil para desistir completamente dele Ele sempre aparecia quando ela decidia ir embora, criando uma ilusão de amor. E sempre que ela se mostrava vulnerável, ele a feriria novamente. Um amor que ainda tinha laços era o que mais a torturava. Camila retirou a mão e disse friamente: — Você pode ir, não venha mais à noite. Eu cresci aqui, e quando você não estava, eu também vivi bem. — É verdade. — Lucas apertou a outra mão dela, — Essa sua carinha de coitadinha esconde uma força interior, você é mais dura do que eu. Camila mordeu levemente os lábios. Pensou: É você quem tem o coração duro, por que tem que me culpar? Que maldade. Lucas se levantou: — Estou realmente indo, você não vai me despedir? Camila virou o rosto, sem olhar para ele, sentindo um turbilhão de emoções, queria que ele fosse, mas também não queria. Lucas ficou olhando para ela por um momento, então virou-se e saiu. Ao sair, viu Daniel,
Até que não conseguiu mais ver o carro de Lucas, Camila ainda estava parada no mesmo lugar, com o olhar fixo na direção em que o carro desapareceu. Sentia uma sensação indefinida, um pouco de vazio, como se tivesse perdido algo importante. O vento levantou as folhas, fazendo-as girar e dançar ao seu redor. Depois de ficar ali mais um tempo, Camila finalmente se virou e voltou para a casa do avô. Pegou a chave e entrou na sala dos fundos, que era o ateliê de restauração de antiguidades do avô, o lugar onde ela passou a maior parte da infância. O quarto ainda estava como antes, com duas mesas grandes de madeira vermelha, quase na altura de metade duma pessoa, no centro. Em cima das mesas estavam pincéis, espátulas, toalhas de lã e outras ferramentas de restauração. Estava um pouco empoeirado, pois não era limpo há alguns dias. Ao lembrar-se do avô que faleceu de câncer no estômago, Camila sentiu o nariz arder e os olhos se encherem de lágrimas. — Este é o lugar onde você