Camila estava um pouco triste. O que ele fazia tornava muito difícil para desistir completamente dele Ele sempre aparecia quando ela decidia ir embora, criando uma ilusão de amor. E sempre que ela se mostrava vulnerável, ele a feriria novamente. Um amor que ainda tinha laços era o que mais a torturava. Camila retirou a mão e disse friamente: — Você pode ir, não venha mais à noite. Eu cresci aqui, e quando você não estava, eu também vivi bem. — É verdade. — Lucas apertou a outra mão dela, — Essa sua carinha de coitadinha esconde uma força interior, você é mais dura do que eu. Camila mordeu levemente os lábios. Pensou: É você quem tem o coração duro, por que tem que me culpar? Que maldade. Lucas se levantou: — Estou realmente indo, você não vai me despedir? Camila virou o rosto, sem olhar para ele, sentindo um turbilhão de emoções, queria que ele fosse, mas também não queria. Lucas ficou olhando para ela por um momento, então virou-se e saiu. Ao sair, viu Daniel,
Até que não conseguiu mais ver o carro de Lucas, Camila ainda estava parada no mesmo lugar, com o olhar fixo na direção em que o carro desapareceu. Sentia uma sensação indefinida, um pouco de vazio, como se tivesse perdido algo importante. O vento levantou as folhas, fazendo-as girar e dançar ao seu redor. Depois de ficar ali mais um tempo, Camila finalmente se virou e voltou para a casa do avô. Pegou a chave e entrou na sala dos fundos, que era o ateliê de restauração de antiguidades do avô, o lugar onde ela passou a maior parte da infância. O quarto ainda estava como antes, com duas mesas grandes de madeira vermelha, quase na altura de metade duma pessoa, no centro. Em cima das mesas estavam pincéis, espátulas, toalhas de lã e outras ferramentas de restauração. Estava um pouco empoeirado, pois não era limpo há alguns dias. Ao lembrar-se do avô que faleceu de câncer no estômago, Camila sentiu o nariz arder e os olhos se encherem de lágrimas. — Este é o lugar onde você
Daniel estava de pé no quintal fumando. Camila disse a ele: — Eu preciso voltar, a avó do Lucas está internada. Daniel apagou o cigarro e respondeu: — Ok, vou sair com você. Mais de três horas depois, eles chegou ao centro da cidade. Após se despedir de Daniel, Camila foi com a empregada e os seguranças para o hospital. A avó estava no quarto VIP no último andar. Ao sair do elevador e fazer a curva, Camila viu Lucas, com sua silhueta alta, parado na janela fumando. Ele era alto, bonito, com uma presença marcante e aristocrática, se destacando na multidão. Camila estava prestes a chamá-lo quando ouviu uma voz clara dizendo: “Querido Lucas”. Logo, uma mulher saiu correndo do corredor de incêndio, abraçou a cintura de Lucas e, com a cabeça encostada em suas costas, disse calorosamente: — Ouvi que a avó está doente, vim vê-la. A mulher era muito bonita, com um rosto claro e um ar de quem foi bem-criada. Era Chloe. Camila sentiu o coração bateu contra as costelas, ca
Vendo que as duas estavam desconfiadas, Chloe rapidamente estendeu a mão machucada e disse: — Avó, não demorou dois dias e minha mão também foi esmagada com um martelo, fraturei os ossos. Fiquei tão triste que não queria mais viver. A avó levantou as sobrancelhas: — Que coincidência! Chloe, com os olhos vermelhos, respondeu: — Eu e a Camila estamos machucadas da mesma forma, ambas na mão esquerda, com quatro dedos. A polícia suspeita que foi uma retaliação. Ela falava de Camila. A avó soltou um sorriso frio: — É mesmo? Por que não retaliaram outras pessoas, apenas você? Chloe, com lágrimas nos olhos, disse de forma triste: — Talvez eu tenha me aproximado demais do Lucas e isso deixou a Camila chateada. O significado era claro, insinuando que Camila havia mandado alguém se vingar. Camila manteve a expressão inalterada, mas uma leve ironia brilhou em seus olhos. Chloe estava se aperfeiçoando na arte de fazer a vítima. A avó resmungou e ignorou Chloe, virando-se para Lucas
Foi o passado. Ela era a esposa dele. Lucas deu uma olhada em Chloe, com os olhos marejados de lágrimas, e respondeu de forma muito tranquila,-Sim. O coração de Camila aliviou de repente, e ela estendeu a mão para segurar a dele. Ela realmente teve medo que ele a rejeitasse. Depois de um momento de apreensão, Lucas tentou recuar a mão, mas Camila segurou firme, impedindo-o. Chloe observou as mãos dos dois firmemente entrelaçadas e lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Ela cobriu a boca e virou-se, correndo para fora. Lucas disse a Camila: — Vou levá-la de volta ao quarto. Ela está com depressão severa, sair assim é muito arriscado.— Eu vou com você. Lucas franziu a testa: — Camila, o que aconteceu com você hoje? — Você é meu marido… — Não disse que não sou. Vendo que os dois estavam prestes a brigar, a senhora idosa apressadamente disse: — Vocês dois, vão juntos. Os dois saíram, um atrás do outro, e viram Chloe esperando pelo elevador, com a mão cobr
Dez minutos depois, Lucas voltou. Ele se sentou ao lado de Camila, levantou a mão e acariciou a cabeça dela, dizendo suavemente: — Chloe está doente, não suporta estímulos, não se importe com ela. Isso significava que ela deveria tolerar. Camila apertou os lábios levemente e não disse nada. Na verdade, ela era uma pessoa que conseguiria tolerar muito, já tinha tolerado Chloe várias vezes, e agora, ao reagir um pouco, aos olhos de Lucas, isso se tornava uma contenda. A palavra "tolerar" era como uma faca enfiada no coração; só quem suporta sabe como isso é. Durante aqueles dois anos, Lucas estava com a saúde ruim, frequentemente ficava nervoso e quebrava coisas, e ela consegiu aguentar. No início foi por gratidão, depois foi porque se apaixonou por ele. Mas o que Chloe representava? Por que ela deveria tolerá-la? Quanto mais pensava, mais irritada ficava; seus lábios estavam apertados e sua expressão facial era péssima. A avó percebeu que algo estava errado, deu um tap
Ele pegou os chinelos, ajudou-a a tirar os sapatos dos pés e cuidadosamente colocou os pés dela dentro dos chinelos, ainda ajustando as meias de algodão que ela usava. Antes, era ela quem o servia fazendo essas coisas; de repente, sendo servida por ele, Camila se sentiu um pouco desconfortável. Lucas pareceu perceber sua inquietação e sorriu: — Entre um casal, é preciso cuidar um do outro. Antes você cuidou de mim, agora sou eu quem cuido de você. Camila murmurou: — Obrigada. — Obrigada por quê? É o que se deve fazer. — Lucas trocou os chinelos e ajudou Camila a tirar o casaco com cuidado, dizendo: — Você não toma banho há muitos dias, no hospital só se limpou simplesmente, mas não ficou realmente limpa. Mais tarde, eu ajudo você a tomar banho. O rosto de Camila ficou instantaneamente vermelho. Antes, no hospital, ele já havia ajudado a limpar seu corpo, e isso já era embaraçoso; agora, pedir que ele a ajudasse a tomar banho era muito constrangedor. Lucas observou seu ros
Camila rapidamente virou a cabeça para evitar, arregalando os olhos e olhando para ele com uma expressão de desconfiança: — O que você vai fazer? — O que você acha? — Lucas apertou o queixo delicado dela e disse despreocupadamente: — De qualquer forma, não estou aqui para discutir problemas de matemática avançada com você. Camila pressionou os dedos contra o queixo dele, impedindo-o de se aproximar de seus lábios, e disse seriamente: — Você disse que queria se divorciar. — Hoje no hospital, você também disse que não queria mais. — Eu disse isso para irritar a Chloe. Ele a olhou com seus olhos escuros, profundamente: — Eu levei isso a sério. Camila abaixou os cílios: — Eu não quero fazer isso com você agora. Lucas levantou uma sobrancelha: — Quem foi que me seduziu há pouco? — Eu não fiz isso, eu... — Camila de repente ficou sem saber como se expressar. Em um momento de desespero, seu rosto ficou vermelho novamente. Não apenas o rosto, mas também o pescoço e os pulso