Daniel estava de pé no quintal fumando. Camila disse a ele: — Eu preciso voltar, a avó do Lucas está internada. Daniel apagou o cigarro e respondeu: — Ok, vou sair com você. Mais de três horas depois, eles chegou ao centro da cidade. Após se despedir de Daniel, Camila foi com a empregada e os seguranças para o hospital. A avó estava no quarto VIP no último andar. Ao sair do elevador e fazer a curva, Camila viu Lucas, com sua silhueta alta, parado na janela fumando. Ele era alto, bonito, com uma presença marcante e aristocrática, se destacando na multidão. Camila estava prestes a chamá-lo quando ouviu uma voz clara dizendo: “Querido Lucas”. Logo, uma mulher saiu correndo do corredor de incêndio, abraçou a cintura de Lucas e, com a cabeça encostada em suas costas, disse calorosamente: — Ouvi que a avó está doente, vim vê-la. A mulher era muito bonita, com um rosto claro e um ar de quem foi bem-criada. Era Chloe. Camila sentiu o coração bateu contra as costelas, ca
Vendo que as duas estavam desconfiadas, Chloe rapidamente estendeu a mão machucada e disse: — Avó, não demorou dois dias e minha mão também foi esmagada com um martelo, fraturei os ossos. Fiquei tão triste que não queria mais viver. A avó levantou as sobrancelhas: — Que coincidência! Chloe, com os olhos vermelhos, respondeu: — Eu e a Camila estamos machucadas da mesma forma, ambas na mão esquerda, com quatro dedos. A polícia suspeita que foi uma retaliação. Ela falava de Camila. A avó soltou um sorriso frio: — É mesmo? Por que não retaliaram outras pessoas, apenas você? Chloe, com lágrimas nos olhos, disse de forma triste: — Talvez eu tenha me aproximado demais do Lucas e isso deixou a Camila chateada. O significado era claro, insinuando que Camila havia mandado alguém se vingar. Camila manteve a expressão inalterada, mas uma leve ironia brilhou em seus olhos. Chloe estava se aperfeiçoando na arte de fazer a vítima. A avó resmungou e ignorou Chloe, virando-se para Lucas
Foi o passado. Ela era a esposa dele. Lucas deu uma olhada em Chloe, com os olhos marejados de lágrimas, e respondeu de forma muito tranquila,-Sim. O coração de Camila aliviou de repente, e ela estendeu a mão para segurar a dele. Ela realmente teve medo que ele a rejeitasse. Depois de um momento de apreensão, Lucas tentou recuar a mão, mas Camila segurou firme, impedindo-o. Chloe observou as mãos dos dois firmemente entrelaçadas e lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Ela cobriu a boca e virou-se, correndo para fora. Lucas disse a Camila: — Vou levá-la de volta ao quarto. Ela está com depressão severa, sair assim é muito arriscado.— Eu vou com você. Lucas franziu a testa: — Camila, o que aconteceu com você hoje? — Você é meu marido… — Não disse que não sou. Vendo que os dois estavam prestes a brigar, a senhora idosa apressadamente disse: — Vocês dois, vão juntos. Os dois saíram, um atrás do outro, e viram Chloe esperando pelo elevador, com a mão cobr
Dez minutos depois, Lucas voltou. Ele se sentou ao lado de Camila, levantou a mão e acariciou a cabeça dela, dizendo suavemente: — Chloe está doente, não suporta estímulos, não se importe com ela. Isso significava que ela deveria tolerar. Camila apertou os lábios levemente e não disse nada. Na verdade, ela era uma pessoa que conseguiria tolerar muito, já tinha tolerado Chloe várias vezes, e agora, ao reagir um pouco, aos olhos de Lucas, isso se tornava uma contenda. A palavra "tolerar" era como uma faca enfiada no coração; só quem suporta sabe como isso é. Durante aqueles dois anos, Lucas estava com a saúde ruim, frequentemente ficava nervoso e quebrava coisas, e ela consegiu aguentar. No início foi por gratidão, depois foi porque se apaixonou por ele. Mas o que Chloe representava? Por que ela deveria tolerá-la? Quanto mais pensava, mais irritada ficava; seus lábios estavam apertados e sua expressão facial era péssima. A avó percebeu que algo estava errado, deu um tap
Ele pegou os chinelos, ajudou-a a tirar os sapatos dos pés e cuidadosamente colocou os pés dela dentro dos chinelos, ainda ajustando as meias de algodão que ela usava. Antes, era ela quem o servia fazendo essas coisas; de repente, sendo servida por ele, Camila se sentiu um pouco desconfortável. Lucas pareceu perceber sua inquietação e sorriu: — Entre um casal, é preciso cuidar um do outro. Antes você cuidou de mim, agora sou eu quem cuido de você. Camila murmurou: — Obrigada. — Obrigada por quê? É o que se deve fazer. — Lucas trocou os chinelos e ajudou Camila a tirar o casaco com cuidado, dizendo: — Você não toma banho há muitos dias, no hospital só se limpou simplesmente, mas não ficou realmente limpa. Mais tarde, eu ajudo você a tomar banho. O rosto de Camila ficou instantaneamente vermelho. Antes, no hospital, ele já havia ajudado a limpar seu corpo, e isso já era embaraçoso; agora, pedir que ele a ajudasse a tomar banho era muito constrangedor. Lucas observou seu ros
Camila rapidamente virou a cabeça para evitar, arregalando os olhos e olhando para ele com uma expressão de desconfiança: — O que você vai fazer? — O que você acha? — Lucas apertou o queixo delicado dela e disse despreocupadamente: — De qualquer forma, não estou aqui para discutir problemas de matemática avançada com você. Camila pressionou os dedos contra o queixo dele, impedindo-o de se aproximar de seus lábios, e disse seriamente: — Você disse que queria se divorciar. — Hoje no hospital, você também disse que não queria mais. — Eu disse isso para irritar a Chloe. Ele a olhou com seus olhos escuros, profundamente: — Eu levei isso a sério. Camila abaixou os cílios: — Eu não quero fazer isso com você agora. Lucas levantou uma sobrancelha: — Quem foi que me seduziu há pouco? — Eu não fiz isso, eu... — Camila de repente ficou sem saber como se expressar. Em um momento de desespero, seu rosto ficou vermelho novamente. Não apenas o rosto, mas também o pescoço e os pulso
Mesmo o rosto mais bonito, se mantido carrancudo o dia todo, é difícil de se amar. Naquela época, o que ela sentia por ele era mais gratidão do que amor.Foi apenas no último ano que ela realmente se apaixonou, e para ela, ainda estava na fase da paixão. Infelizmente, com uma simples palavra dele, terminar, tudo foi brutalmente interrompido. Ela sentiu uma leve tristeza no peito, e sem perceber, seus olhos começaram a se encher de lágrimas.Lucas, alheio aos pensamentos dela, olhou para seus olhos úmidos e lembrou-se de como ela tinha tentado seduzi-lo há pouco, com aquela seriedade exagerada. O interesse dele reacendeu:— Negativo com negativo dá positivo. Se suas pernas estão doendo, é só fazermos de novo, que passa.Camila sempre achou que ele falava sem lógica. Mas ele não deu tempo para ela pensar muito e logo se aproximou novamente... De repente, o celular começou a tocar. Mas um homem, nessas horas, não tinha vontade de atender o telefone.Com uma mão segurando a cintura macia d
Na noite passada, Camila não dormira bem na casa de seu avô, e naquela noite, após toda a agitação com Lucas, Camila dormiu profundamente. Ela dormiu até o amanhecer, tão exausta que nem sequer teve pesadelos.Quando não tinha o pesadelo de treze anos atrás, ela não falava durante o sono e muito menos chamava Pedro nos sonhos.Na manhã seguinte, ela abriu os olhos e viu que Lucas já havia se levantado. Com cuidado para não machucar a mão ferida, ela se vestiu e saiu da cama. Entrou no banheiro e viu que Lucas até havia colocado pasta de dente em sua escova. Ela sorriu levemente e começou a escovar os dentes devagar.Depois de se arrumar, Camila desceu as escadas apoiando-se no corrimão. Lucas estava colocando o café da manhã na mesa. Ao vê-la, seu rosto se iluminou com um sorriso encantador, e ele disse animado:— Venha comer, fiz tudo o que você gosta.Lucas parecia estar de ótimo humor. Com sua aparência atraente, feições esculpidas, olhos brilhantes e lábios ligeiramente curvados e