Ana foi atingida tão forte que quase desmaiou de dor. Instintivamente, ela segurou o nariz, atordoada.Não esperava que Camila, sempre tão gentil, fosse capaz de agir com tanta violência. Vendo o sangue em seus dedos, ela ficou furiosa e, gritando, avançou sobre Camila.A empregada correu para contê-la, mas Ana ainda tentava alcançar Camila, xingando-a com toda força.Nesse momento, os seguranças abriram a porta e separaram Ana de Camila.Lucas Costa entrou no quarto com seu assistente, o rosto fechado e sombrio. Ele olhou rapidamente para Ana e depois para Camila, certificando-se de que ela estava bem. Só então seu rosto relaxou um pouco.Ana estava segurando o nariz ensanguentado, reclamou para Lucas:— Olha só a sua querida esposa! Parece tão meiga, mas me atacou com um copo! Quase me matou!Lucas, sem mostrar emoção, respondeu:— Camila sempre foi calma e pacífica. Se ela reagiu assim, é porque você a provocou.Ele então se voltou para Camila e perguntou com suavidade:— O que ela
Ao ver Camila defendendo Pedro, Lucas se sentiu desconfortável. Apesar de não demonstrar, ele estava claramente perturbado.— Vou sair para fumar. — Disse ele friamente, saindo do quarto e fechando a porta com mais força que o habitual.Camila, perdida em pensamentos, nem percebeu.Ela só conseguia lembrar daquela noite de treze anos atrás, cheia de dor e desespero.Pedro sempre foi a chave que abriu aquele pesadelo, e só de pensar nele, Camila sentia uma dor insuportável, como uma tempestade revolta, que não se acalmava por muito tempo..Uma lágrima escorreu silenciosamente de seu olho, caindo sobre a foto borrada.Depois de um longo tempo, ela se acalmou.Camila começou a pensar:“Quem será que está me ajudando secretamente?”Ela não havia contado a ninguém sobre seu ferimento, nem mesmo à sua mãe para não a preocupar. Apenas Lucas e algumas poucas pessoas sabiam.Excluindo Lucas, que jamais machucaria Chloe, Camila se perguntou se poderia ser Daniel.Ela pegou o telefone e ligou pa
Lucas ficou em silêncio por um momento e disse:— Eu volto já.— Volta agora mesmo. — Insistiu Elisa, antes de Lucas desligar o celular.Elisa voltou para perto de Camila, ainda visivelmente irritada, e sentou-se ao lado dela. Hesitou antes de falar:— Camila, Lucas tem passado muito tempo com a Chloe ultimamente, né?Camila apenas assentiu.Elisa suspirou:— Camila, você é tão honesta, não pode vencer. Chloe sempre foi astuta e manipuladora, desde criança.Camila disse casualmente: — Sério?Elisa continuou falar:— Ela sempre ficava ao redor do meu irmão, fazendo vozinha doce, pedindo para ele fazer tudo para ela. E ele, como um bobo, fazia tudo.Camila sentiu uma pontada de dor, mas manteve a expressão neutra.Elisa disse:— Eu fiquei tão irritada que decidi conquistar o irmão dela, Carlos, só para provocá-la.Camila tinha uma boa impressão de Carlos e comentou:— Eles não parecem ser da mesma família. São tão diferentes.Elisa explicou, revirando os olhos:— São meio-irmãos. A mãe
O resto de Lucas ficou ainda mais sombrio.Pegou o celular e ligou para os seguranças que deveriam proteger Camila:— Eu mandei vocês cuidarem da Camila. Onde ela está?O segurança respondeu com respeito:— Sra. Camila disse que estávamos cansados de ficar de guarda e que o senhor nos deu dois dias de folga. Ela disse que foi você quem deu a ordem.Lucas riu sem jeito.A Camila, sempre tão obediente, agora estava inventando ordens.E Lucas perguntou friamente:— Para onde ela foi?O segurança, percebendo a irritação, respondeu com cautela:— Ela não disse.Lucas desligou e ligou para empregada, mas o celular dela estava desligado também.Ele franziu a testa e ordenou ao assistente:— Verifique as câmeras de segurança.— Sim, senhor. — Respondeu o assistente, que imediatamente foi para a sala de monitoramento do hospital.Dez minutos depois, o assistente ligou de volta:— Senhor, todos os vídeos que mostram a senhora Camila foram deletados.Lucas apertou o celular com tanta força que qu
Monte Verde foi a terra natal de Camila, onde ela nasceu e cresceu.Depois de uma longa viagem, chegaram ao Monte Verde por volta das três ou quatro da manhã.Lucas saiu do carro e tentou abrir o portão da casa, mas estava trancado.Sem querer acordá-la, ele se deitou no carro para descansar um pouco e acabou adormecendo.Quando abriu os olhos, já era dia.Lucas saiu do carro e um segurança se aproximou:— Senhor, tem alguém falando no pátio. Parece a voz da Sra. Camila.Lucas assentiu e foi até o portão. Desta vez, conseguiu abrir.O pátio era grande, mas parecia abandonado, com ervas daninhas nos cantos.No canto leste, havia uma árvore em flor, sob a qual estava sentada uma mulher serena e elegante.Ela vestia um suéter branco longo, que destacava sua silhueta esbelta. Com longos cabelos negros e pele clara, ela era linda.Um sorriso suave adornava seus lábios enquanto ela conversava com um homem alto em uma camisa azul clara que estava cuidando de sua mão.Os dois estavam rindo e b
— O Pedro já faleceu. Um morto não pode machucar ninguém. Quem esmagou os dedos de Chloe foi outra pessoa. Sobre quem fez isso e por que, eu realmente não sei. — A voz de Camila estava calma, mas seus cílios estavam úmidos de lágrimas.Lucas olhou para o túmulo.Era simples e antigo, apenas um monte de terra com flores murchas. Não havia lápide, nada que indicasse de quem era.Lucas deu um sorriso amargo. Quando perguntou a Camila sobre Pedro, ela não respondeu.Agora, Só tinha visto uma foto das costas do Pedro, ela o trouxe a um túmulo aleatório, tentando enganá-lo.Camila não sabia que, ao ouvi-la murmurar ‘Pedro’ no sono, Lucas já havia enviado pessoas para investigar.A vila inteira, todos diziam que não havia nenhum Pedro ali. Então, este túmulo definitivamente não era de Pedro.Camila, sempre honesta, agora mentia para proteger Pedro. Lucas sentiu um incômodo crescente e raiva.Antes que pudesse desmascará-la, viu lágrimas escorrendo pelo rosto dela, enquanto olhava para o túmu
O ato era tão provocante que o coração de Camila acelerou.Suas orelhas ficaram vermelhas, e ela lançou um olhar de aviso para Lucas, indicando que ele tirasse a mão.Mas ele, com a expressão séria, continuava tomando sua sopa calmamente, sem demonstrar nada.Camila tentou afastar a mão inquieta de sua perna, mas não conseguiu.Em vez disso, Lucas segurou a mão dela, entrelaçando seus dedos, e começou a acariciar sua palma com o polegar, fazendo-a suar.Com uma mão machucada e a outra presa por Lucas, ela não podia comer. Sentou-se imóvel.Lucas estava com um sorriso, perguntou para ela:— Mila, por que não está comendo?Ele raramente a chamava de Mila. Normalmente, era Camila, mas agora usava o diminutivo de propósito.Camila lançou um olhar fingindo estar zangada, mas Lucas apenas riu e continuou:— Não está comendo porque quer que seu primo te alimente?Ele pegou uma colher de sopa, soprou para esfriar e levou até a boca dela, disse:— Abra a boca, tá? Vou te alimentar.Sua voz tinh
Camila se afastou um pouco. O beijo de Lucas caiu apenas em seu queixo, e não em seus lábios. Camila sentiu claramente que a temperatura parecia ter caído vários graus. Com a mão que segurava seu queixo, Lucas deslizou pelas costas dela, descendo até a cintura. Ele a questionou: — Por que você disse ao Daniel que sou seu primo? Camila baixou os olhos e respondeu em voz baixa: — De qualquer forma, estamos quase nos divorciando, não há necessidade de ficar dizendo por aí que somos casados. Além disso, sua família é influente; se nos divorciarmos e os colegas souberem, vão me olhar de forma estranha. Não quero ser chamada de "a mulher abandonada pela família rica". É mais conveniente dizer que sou uma prima distante. Lucas a olhou de maneira significativa e disse: — Você pensou em tudo. Camila sorriu ironicamente: — Não tem escolha, é o instinto de sobrevivência de uma pessoa comum. — Você não é uma pessoa comum. Poucas pessoas em toda a Cidade A conseguem me comandar assi