Desmascarando a Traição
Desmascarando a Traição
Por: Lívia Souza
Capítulo 0001
No Dia da Família do jardim de infância, Bruno, meu marido, disse que tinha um compromisso de trabalho e pediu para mim e Liliane, nossa filha, não participarmos.

Contudo, ao ver Liliane triste, senti meu coração apertando. Decidi que levaria minha filha sozinha.

Ao chegarmos lá, fui surpreendida por uma cena desconcertante. Bruno estava abraçado com um menino e de mãos dadas com Milena, sua amiga de infância. Eles pareciam uma família feliz, rindo e conversando de maneira tão natural que parecia um cenário perfeito.

Porém, ao nos ver, Bruno reagiu de forma estranha, soltando a mão de Milena. Com um tom preocupado, tentou se justificar:

— Cibele, não é o que você pensa. Milena está sozinha com o filho dela, e hoje é o aniversário dele. Eu só quis dar um pouco de paternidade para ele.

Eu não disse nada imediatamente. Em vez disso, olhei para ele com um olhar frio, me abaixei e segurei a mão de Liliane. Com uma calma deliberada, falei:

— Filha, diz oi para esse senhor.

...

Milena percebeu a situação na hora e, rapidamente, pegou o filho nos braços de Bruno. Com um olhar de quem estava se desculpando, disse:

— Cibele, não fica brava, por favor. O Bruno só está tentando fazer o bem. Meu filho não teve a figura de um pai por perto, e hoje é o aniversário dele, cinco anos. O Bruno só quis dar um pouco de carinho paterno.

Soltei uma risada fria, olhando para ela com um olhar que cortava.

— Ah, então, já que eu e minha filha chegamos, que tal devolver o Bruno para nós? Afinal, a verdadeira família somos nós três.

Milena se embaralhou por um segundo, desvia o olhar, e foi aí que o filho dela, quase como se soubesse o que estava acontecendo, gritou:

— Papai, você disse que hoje ia ser um dia só para mim e para a mamãe!

A criança, com seus cinco anos, olhava para mim com uma confiança até desafiadora, sem nem pestanejar.

Levantei uma sobrancelha, surpresa. Será que ele já estava chamando o Bruno de papai com tanta naturalidade?

Antes que eu pudesse responder, Bruno apareceu, se colocando na frente deles como um escudo. Com um tom cheio de pressa e impaciência, ele repreendeu:

— Cibele, você também é uma mãe, deveria ser mais compreensiva. Eu e a Milena crescemos juntos. Eu só estou passando um dia com eles, só hoje! Você realmente vai fazer um escândalo por isso?

A onda de desprezo me invadiu. Como assim? A desgraça da Milena era minha culpa? Eu devia algo a eles?

Naquele momento, outros pais começaram a chegar, trazendo seus filhos. Cumprimentavam-se com entusiasmo:

— Milena, Bruno, bom dia! Toda vez que tem o Dia da Família, vocês aparecem tão unidos, fico até com inveja. O meu marido vive dizendo que está ocupado demais para se preocupar com os filhos.

Milena, desconfortável, forçou um sorriso e olhou para Bruno com uma preocupação disfarçada. Bruno, por sua vez, desviava os olhos, visivelmente tenso.

Meu estômago apertou e, sem conseguir me conter, indaguei:

— Bruno, é assim que você define "só hoje"?

Ele parou por um segundo, mas logo a expressão dele se transformou em raiva. Segurou meu braço com força e, baixando a voz ao máximo, disparou:

— Cibele, aqui não é lugar para fazer cena. Vamos acabar com isso agora.

Olhou para Liliane, e, em um tom ainda mais ameaçador, completou:

— Se isso vazar, quem vai se ferrar é a Liliane, não é?

Ao ouvir o próprio nome, Liliane olhou em volta, sem entender direito, mas se agarrou com força à minha perna, apertando minha mão com a dela suada.

Senti o medo dela e me agachei para acariciar sua cabeça, murmurando suavemente:

— Com a mamãe aqui, você não vai ter medo de nada.

Fiquei ali, assistindo enquanto Bruno, Milena e Paulo se afastavam. Uma risada sarcástica escapou de mim.

Logo, outros pais se aproximaram, começando a elogiar Bruno:

— Bruno, ouvi dizer que você é o presidente de uma empresa bilionária! Incrível, com sua idade já está no topo!

Ele estava visivelmente empolgado, com o ego inflado, como se estivesse flutuando.

Milena observava tudo com um brilho nos olhos, como se o sucesso dele fosse, de algum modo, dela também.

Foi aí que Paulo se virou para mim e me lançou um olhar desafiador, fazendo uma careta.

Ri por dentro, percebendo que Bruno realmente estava se deixando levar pela vaidade.

Apesar de ter diminuído meu ritmo na empresa por causa da gravidez e da maternidade, eu ainda detinha 75% das ações do Grupo Montemor. Eu era, na verdade, quem comandava a empresa. E o Bruno? Um aproveitador que usou meu nome e minha influência para chegar aonde estava. Ele nunca passou de um parasita.

Peguei o celular e enviei uma mensagem para Miguel, do RH: [Miguel, tire o Bruno do cargo de gerente. Alerta para a equipe na segunda-feira.]

Depois, mandei uma mensagem para Heitor, do jurídico: [Heitor, redija o acordo de divórcio entre mim e o Bruno.]

Bruno, achava que poderia continuar se alimentando da minha vida? Veríamos como ia se virar, sem minha autorização.
Sigue leyendo en Buenovela
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente

Capítulos relacionados

Último capítulo

Escanea el código para leer en la APP