O vento batia forte, contra os nossos rostos. Resolvi tirar a fenda de Lilian, quando abriu os olhos teve uma grande surpresa, estávamos no telhado.
— Natasha o que é isso?
— Um piquenique no início da manhã, gostou? perguntou Natasha
— Adorei. disse Lilian
Haviam duas cadeiras de frente para o céu, pegamos os sanduiches, sucos e frutas. Esperamos sentadas o sol nascer.
— É tão bonito. disse Lilian comendo o sanduiche
— Magnifico. respondo
— De onde tirou essa ideia? perguntou Lilian
— Vim aqui com Andrew, e ficou pensando em trazer você aqui. disse Natasha
Conversamos e depois de algumas horas virei e percebi que alguém já tinha acordado. Era a vizinha do lado, colocando o lixo para fora, ela acenou para nós,
— Bem simpática. disse Lilian acenando de volta
— Uma boa senhora. disse Natasha
— Acho que os meninos acordaram. disse Lilian
— A alegria durou pouco. disse Natasha sorrindo
Descemos e passamos pelo tenebroso sótão e chegamos na sala, para a nossa surpresa Liam assistia desenho comendo cereal com seu pijama, uma camisa branca com um dinossauro e calça verde.
— Belo pijama. disse Natasha
— Muito engraçado. disse Liam – Onde as senhoritas estavam?
— Em lugar secreto, mas não vai saber. disse Lilian
— Pois bem vou ter que fazer você falar na base de uma avalanche de cócegas. disse Liam
— Não Liam, por favor. disse Lilian sendo suspendida por Liam e a fazendo sorrindo alto.
— Vejo que todos já acordaram. disse Andrew
— Hoje iremos ao shopping. disse Liam
No shopping haviam poucas pessoas, o que facilitou o acesso as lojas de fast-food, cinema. Os quatros aproveitaram, o tempo parecia não ter fim.
— Alguma coisa me diz que, devemos ir para casa. disse Andrew
— Andrew, aconteceu algo de errado? perguntou Natasha
— Apenas um pressentimento. respondeu Andrew
— Não liguem. disse Liam
— É bobagem. disse Andrew
— Alguém está com fome? perguntou Lilian
— Eu. respondeu Natasha
— Eu aqui. disse Liam
— Também estou. disse Andrew tentando fingir animação
Ficamos esperando por uns quinze minutos, até que a atendente do caixa disse :
— Bem—vindos! O que vão pedir?
— Oi, quatro cheese burgers, refrigerantes e batatas. respondeu Natasha
— Ok, aguardem um instante. disse a atendente
Liam avisou que ia comprar algo, mas não prestei atenção no que era. Apenas vi ele dobrar o canto e desaparecer no meio da multidão.
— Prontinho, seu pedido está completo. disse a atendente
Natasha agradeceu e levou a bandeja para a mesa, não demorou muito Liam apareceu.
— Batatas! disse Liam animado
— É impressão minha ou quando o assunto é comida, você aparece no passe de mágica. disse Lilian
— A culpa não é minha. disse Liam dando de ombros
— Chega de conversa, vamos comer. disse Andrew abraçando Lilian
— Concordo. disse Natasha
Lilian, Natasha, Andrew e Lilian terminaram de comer o lanche animados.
— Agora que acabamos podemos ir? perguntou Andrew
— Sim, podemos. respondeu Lilian
Na saída do shopping, Lilian observou que o asfalto estava molhado.
— Nossa não percebi que choveu. disse Natasha
— Perdemos a noção quando entramos aqui. disse Lilian
Chegamos e encontramos a casa toda revirada. Tomamos o maior susto. O que pensar?. Levaram alguma coisa, deixaram?
São tantas perguntas não respondas. Andrew estava tenso e ficou nas escadas, enquanto isso Liam foi verificar os quartos, Lilian a cozinha.
— Esperem! gritei
— O quê? perguntou Andrew surpreso
— Escutem, se fomos roubados temos que revistar a casa inteira, e ligar para a polícia.
— Não podemos. disse Liam
— Como não? perguntou Natasha
— Os policiais vão perguntar sobre nossos pais. Vamos responder o quê? Ah, nossa mãe está viajando e o nosso pai está morto. disse Liam
— Tem razão. respondeu Natasha
— Não encontrei nada. disse Lilian
— Também não. disse Liam
Natasha subiu as escadas, no pequeno corredor que separa os quartos, havia um envelope no chão. Muito curiosa desceu e foi avisar os outros.
— Encontrei essa carta. disse Natasha
— Leia. disse Lilian
— “Crianças sei o que os dias estão passando rápido e vocês muito ocupados. Mas gostaria de saber se podem vim nos buscar no aeroporto depois de amanhã?
Com amor mamãe e papai ”. disse Natasha lendo a carta
— Eles estão voltando. vibrou Lilian
— A carta me parece estranha. disse Natasha
— Você acha? Para mim é um alívio. brincou Liam
— Isso é coisa que se diga. disse Andrew
— Foi apenas uma brincadeira. disse Liam
— Tudo tem tempo, e agora não é hora para brincar. disse Lilian
— Já pedi desculpas. disse Liam
— O importante é a comunicação dos nosso pais conosco. disse Natasha aflita
— Agora temos que arrumar essa bagunça. disse Andrew
— Vocês. disse Liam
— Nós todos. disse Natasha
— Certo, “nós” vamos organizar. disse Liam
Passamos boa parte do tempo reorganizando a casa inteira, estávamos exaustos.
— Estou cansada. disse Lilian se apoiando na parede
— Cansei. disse Liam deitado no chão
— Vamos lá, falta pouco. incentivei
— Diga isso para as minhas pernas e costas. disse Liam queixando—se
— Blá blá blá. Você só sabe reclamar. disse Andrew
— Pode até ser, mas pelo menos, sou realista. disse Liam
— Chega de discussões, temos que nos unir. disse Lilian
— Belas palavras. disse Liam
— Obrigada. disse Lilian
— Pois bem, Andrew e Lilian vasculhem o andar de cima, verifiquem se levaram alguma coisa ou deixaram. Enquanto isso Liam e eu terminamos o resto.
— Têm algum palpite? perguntou Liam
— Não e você? perguntou Natasha
— Ainda não, mas vou descobrir. disse Liam confiante
— Que bom que, está disposto a procurar. disse Natasha
— Estou com um ótimo humor. Não estrague. disse Liam
— Estava demorando. disse Natasha revirando os olhos
Os dois pegam alguns papeis e embrulhos espalhados pela casa e colocando tudo em caixa, enquanto isso Andrew e Lilian arrumavam o restante do andar.
— Posso te fazer uma pergunta? perguntou Liam
— Pode, contanto que não seja bobagens. disse Natasha
— Você não tem senso de humor? perguntou Liam
— Tenho, só as coisas que realmente tem graça. disse Natasha
— Garota sem humor, como você vive? perguntou Liam
— Iguais as outras pessoas. disse Natasha sorrindo
— É por isso que gosto de você, não tem medo de dizer o que pensa. disse Liam
— E por que teria medo? perguntou Natasha
— Por várias razões. disse Liam
— Diga—as. disse Natasha
— 1) Nem todos gostam de pessoas sinceras
2) Se tornam vulneráveis
3) Todo mundo acaba se afastando de você. disse Liam
— De qualquer maneira um dia você percebe que apenas pessoas especiais significam na sua vida. E são elas que devem ser prioridade e dignas de seu amor infinito. disse Natasha
— Muito bem. disse Liam
— Não entendi. disse Natasha
— Você é uma caixa de surpresas, às vezes fria e bruta, outrora intelectual e amorosa. disse Liam
— As pessoas não veem rotuladas, como computadores ou eletrônicos com um manual dizendo, o que tem e o que não tem. Todos temos direito de sentir e expressar, o que entendem. disse Natasha
— Está certíssima. disse Liam
— Não encontramos nada. disseram Lilian e Andrew
Passaram-se dois dias e chegou a hora de encontrar os nossos pais no aeroporto ou quase isso...A manhã estava fria, vestimos roupas apropriadas : jaquetas, luvas, camisas de manga comprida e cachecol. Mesmo assim, ainda sentíamos frio. — Hoje o dia acordou gelado. observou Liam — Boa obser
Pegamos o táxi e seguimos para casa, no caminho vimos o local onde ocorreu o acidente. Havia destroços por toda parte, cacos de vidros, rodeavam e formavam a silhueta perfeita do carro. — Terrível. disse Lilian — Já passou. disse Natasha — Estou curioso, pois regulei os freios uma semana antes de partimos. E tudo estava normal. disse Andrew no banco da frente
Naquela madrugada, Andrew e eu pegamos tantos bombons, salgadinhos e chicletes. Que era possível abrir nossa própria empresa.— Já podemos ir. digo — Ainda não, preciso fazer uma coisa. disse Andrew — Então faça. disse Natasha
A noite apareceu e trouxe com ela, uma forte tempestade. Natasha, Lilian e Andrew estavam assistindo televisão, os três enrolados em cobertores, tomado sorvetes e chocolate quente. — Nada melhor que isso. disse Lilian — Com certeza. respondo — Tirou as palavras da minha boca. disse Andrew
No dia seguinte, acordei muito bem, no quarto tinha uma cama grande, um armário, o piso era madeira. Parecia um sonho, até que ouvi, um grito vindo do jardim. Sai correndo para ver o que estava acontecendo. Quando cheguei, encontrei Andrew encharcado dos pés à cabeça. Tentei segurar o riso, mas não conseguir.— Isso não tem graça. disse Andrew Quando acordei, percebi que a casa estava limpa, geralmente ficava bagunçada por causa de Liam. — Oi bom dia. disse Judite — Bom dia. respondo — Como você está? perguntou Judite &Capítulo 14
Volto—me a atenção para o paradeiro de Liam, como as peças se encaixam imperfeitamente no quebra—cabeça. No momento em que buscava ansiosamente por respostas, algo surge e atrapalha o equilíbrio da ordem da forma de raciocínio, acabando por atrapalhar a sincronia do estado perfeito do bem e o mal. Às vezes penso no quanto o mundo pode ser cruel com aqueles que buscam emanar positividade, afeto e carinho. Sementes que possam se transformar em uma bela árvore que dão bons frutos. Estou afundando por entre as águas, sinto as pedras do chão sobre os meus pés. Nado com todas as minhas forças para não me afogar.As correntezas que surgiam me levavam contra minha vontade, a poucos quilômetros de onde estava havia uma cachoeira. Seguro nas pedras perto de uma leves ondas avançando contra mim, quando tentei me segura estavam lisas e escorregadias. Último capítuloapítulo 16