Ragnar
Eu corria como se minha vida dependesse disso, mas a verdade era que minha vida inteira estava lá, em perigo. Minha família estava no centro da destruição, e o pânico me consumia a cada segundo. Cada passo que eu dava parecia tarde demais. O ar estava denso, como se o mundo soubesse da batalha iminente e estivesse esperando por seu desfecho.
De repente, o uivo de Cameron ecoou em minha mente, nossa conexão me envolvendo de maneira poderosa. "Venha logo. Estou atrasando ele, mas o tempo está acabando."
Aquelas palavras congelaram meu sangue. Ela estava enfrentando Tayrus. Sozinha. Minha Luna estava lidando com aquele maldito, e a ideia de que ela poderia estar ferida ou... não, eu não podia pensar nisso. Meu lobo explodiu dentro de mim, uivando com uma fúria tão primal que o chão sob meus pés parecia
RagnarOs sons ao meu redor pareciam distantes, abafados, como se o mundo inteiro estivesse submerso. Meus lobos ainda lutavam, seus rosnados e uivos ecoando pela propriedade enquanto enfrentavam os últimos seguidores de Tayrus. Aqueles lobos estavam dominados por uma loucura que eu reconhecia, uma fúria descontrolada e sem propósito, mas eu... eu não conseguia focar neles. Meu coração e minha mente estavam em um só lugar.Cam.Ela estava em minha frente, com a pele lupina ferida, seus machucados espalhados pelo corpo, e uma enorme ferida no rosto. Sua respiração era irregular, cada movimento do seu peito parecia um esforço sobre-humano. Pânico. Era a única coisa que eu conseguia sentir. Ela ainda estava na forma de loba, sua beleza e força ocultas pela fragilidade daquele momento.Eu a peguei com o máximo de cuidado, como se ela fosse feita de vidro. O toque
CameronMeus olhos abriram-se lentamente, e a primeira coisa que percebi foi o silêncio absoluto. O mundo ao meu redor estava enevoado, uma neblina branca e densa, como se o próprio ar estivesse coberto por um véu de mistério. Senti meu corpo tenso, cada músculo em alerta. Eu estava de pé, vestida com uma túnica branca que se movia suavemente com o vento, mas o frio não me tocava. Instintivamente, gritei:"Ragnar? Eron? Riuk?"Mas a resposta foi o vazio. Tudo ao meu redor parecia suspenso no tempo, como se o mundo tivesse parado de girar. Um calafrio percorreu minha espinha enquanto olhava ao redor, tentando entender onde estava. Nada além de nevoa branca e interminável.Meu coração acelerou. O pânico começou a se infiltrar em meu peito, cada batida ficando mais forte e descompassada. Eu não entendia. Onde estava minha família? On
CameronEu o encarei, meu coração acelerado, mas minha mente se encheu de clareza. Havia algo errado ali, algo que não fazia sentido. Meus olhos vasculharam Tayrus, lembranças recentes voltando à tona com uma intensidade brutal. Eu o havia ferido, arrancado os dedos da sua mão, e ainda assim ele estava diante de mim, ileso. Uma sensação de desconforto me invadiu, uma certeza crescente de que aquilo era uma ilusão, uma armadilha."Isso é mentira," sussurrei, quase para mim mesma, tentando entender. O vazio ao meu redor, a névoa, a presença doentia de Tayrus... tudo parecia construído, fabricado.Tayrus apenas sorriu, um sorriso perverso que fez o ar ao redor parecer mais denso. "Mentira?" ele zombou, sua voz cortando o silêncio. "Se isso fosse uma mentira, Cameron... se fosse apenas um sonho, você não sentiria isso." Com um movimento de s
RagnarEu estava no hospital, meus olhos fixos em Cameron através do vidro. O mundo ao meu redor parecia ter perdido todo o som, como se estivesse envolto em uma neblina fria e densa, e a única coisa que ainda existia, a única coisa que importava, era ela. Desde o momento em que o médico chegou à nossa casa e viu o estado de Cam, eles a transferiram imediatamente para a UTI. Não deixaram que ninguém ficasse ao lado dela, e agora, eu só podia observá-la, impotente, distante.Ela parecia tão frágil ali, rodeada de máquinas, fios e monitores, cada bip do monitor cardíaco parecia um martelar no meu peito. Eu me sentia tão inútil, preso atrás daquele vidro, incapaz de tocá-la, de protegê-la, como sempre prometi fazer."Por quanto tempo mais?" perguntei, minha voz baixa, mas carregada de uma tensão que eu não conse
RagnarEu estava parado na frente daquele maldito vidro, meus olhos fixos em Cameron, deitada, ainda inconsciente, ligada a todos aqueles aparelhos. Cada linha, cada tubo, cada bip do monitor cardíaco era uma faca cravada no meu peito. O som suave e rítmico era a única coisa que me mantinha de pé, me forçando a acreditar que ela ainda estava aqui, que ainda havia esperança. Mas isso não aliviava o pavor que dominava meu coração.O médico tinha sido claro: "Ela está estável por enquanto, mas tanto ela quanto o bebê ainda correm perigo." As palavras dele ecoavam na minha mente, repetindo-se em um ciclo sem fim. "Agora, tudo depende dela, Ragnar. Depende da força que ela tem para lutar contra as consequências da magia de Tayrus."Eu odiava essa incerteza. Odiava o fato de não poder fazer nada além de esperar. Esperar que ela lutasse,
RagnarEu me virei para Gabriel, meus olhos fixos nos dele, cheios de fúria e determinação. "Traga Elowen e Sweet até mim," ordenei, minha voz grave. "Quero as duas aqui junto com Max. Agora."Gabriel hesitou, seus olhos mostrando uma mistura de preocupação e desconforto. "Ragnar... Elowen não quer se afastar de Sarah. Ela não sabe quanto tempo mais conseguirá controlá-la à distância."Minha paciência, já esgotada, se quebrou de vez. Avancei rapidamente, segurando Gabriel pelo colarinho, puxando-o para perto de mim. "Eu não quero saber!" grunhi, minha voz quase um rosnado. "Eu quero o rastreio de toda essa merda. Ninguém toca na minha Luna e sai impune. Se eles acham que matar Tayrus foi o suficiente, é porque ainda não me conhecem."Soltei Gabriel com um empurrão leve, mas ele sabia que eu estava à beira de perder o co
RagnarA sala de reuniões estava carregada com uma tensão cruel, o tipo de energia que faz os lobos ao redor manterem a cabeça baixa e os olhos fixos no chão. Meu poder estava transbordando, e eu não estava nem um pouco preocupado em controlá-lo. A fúria que sentia queimava dentro de mim, e isso era evidente no ar pesado que envolvia todos.Max e Gabriel estavam diante de mim, focados no planejamento. Tudo estava sendo orquestrado meticulosamente para a batalha final. Não haveria mais erros. Nenhum deslize. Eu não pouparia mais ninguém que ousasse se colocar no meu caminho ou no de minha família."Gabriel, onde estão os meninos?" perguntei, minha voz grave e direta."Mandamos para o Oeste, sob a supervisão de Jordan e Celine, como ordenou. Eles estão seguros," respondeu Gabriel, sem levantar os olhos, a tensão em sua voz clara.Concorde
RagnarO ambiente ao nosso redor estava destruído, espelhando o caos dentro de mim. Tínhamos que trocar de sala. O poder que eu deixei escapar no calor do momento havia sido demais até para mim. O vidro estilhaçado, a madeira da mesa rachada... cada detalhe refletia a fúria que eu não conseguia mais conter. Tudo ao meu redor parecia estar desabando, mas eu sabia que a verdadeira batalha ainda estava por vir. A única coisa que importava era acabar com qualquer ameaça que ainda pairasse sobre Cam, sobre nossos filhos.Assim que todos se sentam na nova sala, Sweet desliza um papel até mim, como se fosse uma informação vital, mas eu já estava cansado de enigmas. “Existe uma orla de bruxos no leste,” ela disse, sua voz calma, mas eu sabia que ela estava apreensiva.Rosnei antes mesmo de pegar o papel. “Isso já é notícia velha,&rd