Cameron
Gabriel estava correndo mais rápido do que o habitual, seus olhos fixos no retrovisor, verificando a cada segundo se estávamos sendo seguidos. A tensão no ar era palpável, quase sufocante. Eu sentia meu coração batendo mais rápido a cada curva que ele fazia.
“Gabriel, você acha que é Tayrus?” perguntei, tentando manter minha voz firme, mas falhando miseravelmente.
Ele assentiu, mas seus olhos não me encontraram. “Tem algo errado, Cam. Algo diferente… mas eu não consigo identificar o que é.”
Quando finalmente chegamos à mansão, ele parou o carro com um tranco. Desceu rapidamente e abriu a porta para mim, seus olhos ainda varrendo o horizonte, a tensão cravada em seus ombros. Subi os degraus da entrada quase sem pensar, meu corpo em automático. A casa, geralmente meu refúgio, agora pare
CameronTayrus gargalhou alto, sua risada ecoando pelo campo como um trovão. Ele me observava de cima, os olhos cheios de desdém. "O que você pretende com isso, Cameron?" Ele zombou, a voz pingando veneno. "Defender os filhotes supremos?" Seu olhar desprezível varreu Eron e Riuk por um momento, como se fossem nada.Meu corpo inteiro tensionou-se, cada músculo preparado para o confronto. "Pretendo defender o que é importante para mim. Coisa que você nunca entendeu." Minha voz saiu baixa, mas firme, carregada da força da minha loba. O poder que emanava de mim não era mais uma surpresa para ele, mas a intensidade com que eu o sentia dentro de mim me dava uma confiança inabalável.Tayrus arqueou uma sobrancelha, seu sorriso se alargando em algo ainda mais sinistro. "Você acha queisso," ele apontou para os meninos com um movimento de cabeça, "repres
RagnarEu corria como se minha vida dependesse disso, mas a verdade era que minha vida inteira estava lá, em perigo. Minha família estava no centro da destruição, e o pânico me consumia a cada segundo. Cada passo que eu dava parecia tarde demais. O ar estava denso, como se o mundo soubesse da batalha iminente e estivesse esperando por seu desfecho.De repente, o uivo de Cameron ecoou em minha mente, nossa conexão me envolvendo de maneira poderosa."Venha logo. Estou atrasando ele, mas o tempo está acabando."Aquelas palavras congelaram meu sangue. Ela estava enfrentando Tayrus.Sozinha.Minha Luna estava lidando com aquele maldito, e a ideia de que ela poderia estar ferida ou...não,eu não podia pensar nisso. Meu lobo explodiu dentro de mim, uivando com uma fúria tão primal que o chão sob meus pés parecia
RagnarOs sons ao meu redor pareciam distantes, abafados, como se o mundo inteiro estivesse submerso. Meus lobos ainda lutavam, seus rosnados e uivos ecoando pela propriedade enquanto enfrentavam os últimos seguidores de Tayrus. Aqueles lobos estavam dominados por uma loucura que eu reconhecia, uma fúria descontrolada e sem propósito, mas eu... eu não conseguia focar neles. Meu coração e minha mente estavam em um só lugar.Cam.Ela estava em minha frente, com a pele lupina ferida, seus machucados espalhados pelo corpo, e uma enorme ferida no rosto. Sua respiração era irregular, cada movimento do seu peito parecia um esforço sobre-humano. Pânico. Era a única coisa que eu conseguia sentir. Ela ainda estava na forma de loba, sua beleza e força ocultas pela fragilidade daquele momento.Eu a peguei com o máximo de cuidado, como se ela fosse feita de vidro. O toque
CameronMeus olhos abriram-se lentamente, e a primeira coisa que percebi foi o silêncio absoluto. O mundo ao meu redor estava enevoado, uma neblina branca e densa, como se o próprio ar estivesse coberto por um véu de mistério. Senti meu corpo tenso, cada músculo em alerta. Eu estava de pé, vestida com uma túnica branca que se movia suavemente com o vento, mas o frio não me tocava. Instintivamente, gritei:"Ragnar? Eron? Riuk?"Mas a resposta foi o vazio. Tudo ao meu redor parecia suspenso no tempo, como se o mundo tivesse parado de girar. Um calafrio percorreu minha espinha enquanto olhava ao redor, tentando entender onde estava. Nada além de nevoa branca e interminável.Meu coração acelerou. O pânico começou a se infiltrar em meu peito, cada batida ficando mais forte e descompassada. Eu não entendia. Onde estava minha família? On
CameronEu o encarei, meu coração acelerado, mas minha mente se encheu de clareza. Havia algo errado ali, algo que não fazia sentido. Meus olhos vasculharam Tayrus, lembranças recentes voltando à tona com uma intensidade brutal. Eu o havia ferido, arrancado os dedos da sua mão, e ainda assim ele estava diante de mim, ileso. Uma sensação de desconforto me invadiu, uma certeza crescente de que aquilo era uma ilusão, uma armadilha."Isso é mentira," sussurrei, quase para mim mesma, tentando entender. O vazio ao meu redor, a névoa, a presença doentia de Tayrus... tudo parecia construído, fabricado.Tayrus apenas sorriu, um sorriso perverso que fez o ar ao redor parecer mais denso. "Mentira?" ele zombou, sua voz cortando o silêncio. "Se isso fosse uma mentira, Cameron... se fosse apenas um sonho, você não sentiria isso." Com um movimento de s
RagnarEu estava no hospital, meus olhos fixos em Cameron através do vidro. O mundo ao meu redor parecia ter perdido todo o som, como se estivesse envolto em uma neblina fria e densa, e a única coisa que ainda existia, a única coisa que importava, era ela. Desde o momento em que o médico chegou à nossa casa e viu o estado de Cam, eles a transferiram imediatamente para a UTI. Não deixaram que ninguém ficasse ao lado dela, e agora, eu só podia observá-la, impotente, distante.Ela parecia tão frágil ali, rodeada de máquinas, fios e monitores, cada bip do monitor cardíaco parecia um martelar no meu peito. Eu me sentia tão inútil, preso atrás daquele vidro, incapaz de tocá-la, de protegê-la, como sempre prometi fazer."Por quanto tempo mais?" perguntei, minha voz baixa, mas carregada de uma tensão que eu não conse
RagnarEu estava parado na frente daquele maldito vidro, meus olhos fixos em Cameron, deitada, ainda inconsciente, ligada a todos aqueles aparelhos. Cada linha, cada tubo, cada bip do monitor cardíaco era uma faca cravada no meu peito. O som suave e rítmico era a única coisa que me mantinha de pé, me forçando a acreditar que ela ainda estava aqui, que ainda havia esperança. Mas isso não aliviava o pavor que dominava meu coração.O médico tinha sido claro: "Ela está estável por enquanto, mas tanto ela quanto o bebê ainda correm perigo." As palavras dele ecoavam na minha mente, repetindo-se em um ciclo sem fim. "Agora, tudo depende dela, Ragnar. Depende da força que ela tem para lutar contra as consequências da magia de Tayrus."Eu odiava essa incerteza. Odiava o fato de não poder fazer nada além de esperar. Esperar que ela lutasse,
RagnarEu me virei para Gabriel, meus olhos fixos nos dele, cheios de fúria e determinação. "Traga Elowen e Sweet até mim," ordenei, minha voz grave. "Quero as duas aqui junto com Max. Agora."Gabriel hesitou, seus olhos mostrando uma mistura de preocupação e desconforto. "Ragnar... Elowen não quer se afastar de Sarah. Ela não sabe quanto tempo mais conseguirá controlá-la à distância."Minha paciência, já esgotada, se quebrou de vez. Avancei rapidamente, segurando Gabriel pelo colarinho, puxando-o para perto de mim. "Eu não quero saber!" grunhi, minha voz quase um rosnado. "Eu quero o rastreio de toda essa merda. Ninguém toca na minha Luna e sai impune. Se eles acham que matar Tayrus foi o suficiente, é porque ainda não me conhecem."Soltei Gabriel com um empurrão leve, mas ele sabia que eu estava à beira de perder o co