Ragnar
Ainda estava impressionado com a postura de Cameron ao assumir a responsabilidade de ajudar a controlar o fogo. Apesar de tudo, ela demonstrou uma determinação e coragem que eu não esperava. "Obrigado," murmurei de forma seca, não querendo que ela percebesse que eu realmente havia gostado de sua atitude.
Saímos da cozinha, e os funcionários começaram a bater palmas para nós. Olhei para eles, confuso. "O que aconteceu?" perguntei, esperando uma explicação. Todos se entreolharam, hesitantes. "Estou esperando uma resposta," disse, mais firme. "Como que o fogo começou?"
Quando ninguém se manifestou, Cameron tomou a dianteira. "Aquilo foi muito perigoso. Ninguém será punido por isso agora, mas erros assim podem consumir a casa toda e até ferir as pessoas ao redor. Vocês conseguem entender a gravidade de tudo isso?"
"Sim, Luna,"
CameronEstava deitada na cama, tentando descansar após o caos do incêndio na cozinha. Meus pensamentos voltavam à preocupação que vi nos olhos de Ragnar, uma preocupação que não costumava aparecer com frequência. Era diferente do alfa rude e estúpido que estava adorando me humilhar. Aquela preocupação era genuína.Virei-me na cama de um lado para o outro, mas nada parecia me deixar confortável. Era como se espinhos estivessem ferroando minha pele, e senti uma coceira intensa espalhar-se pelo meu corpo. Olhei para minha pele e vi várias bolinhas vermelhas surgindo rapidamente. O desespero tomou conta de mim, e levantei-me às pressas."O que está acontecendo?" murmurei, passando as mãos pelos braços e correndo até o banheiro para me olhar no espelho. "Isso é uma alergia?" comecei a me coçar desesp
RagnarO toque das mãos de Cameron ainda estava marcado na minha pele, e por um momento, esqueci tudo o que aconteceu e me concentrei apenas nela. Sua pele estava vermelha e irritada, mas seu rosto determinado, de alguma forma, parecia mais presente naquele momento do que já esteve desde que chegou aqui."Vou pensar sobre o treinamento," disse, tentando recuperar minha postura autoritária."Não," ela respondeu firme. "Você prometeu no dia do casamento que eu poderia lidar com ele da forma que achasse melhor."Relembrei minhas palavras e, relutantemente, tive que admitir que ela estava certa. "O que você acha necessário?" perguntei, cruzando os braços. "Se sua resposta for algo banal, não deixarei que continue.""Em qual escola ele estuda?" Cameron perguntou, avaliativa."O estudo é feito em casa," respondi. "Gabriel e eu nos revezamos. Ele tem tudo o que pre
CameronEu não consegui dormir bem a noite, perturbada pelos eventos do dia anterior. Meus dedos já estavam bem melhores, graças à rápida cicatrização dos lobisomens, mas as queimaduras ainda estavam vermelhas e sensíveis. Fui até o banheiro retirar as faixas para deixar os dedos respirarem. Olhei para as queimaduras e suspirei, sentindo a leve dor que persistia.Voltando ao quarto, abri o armário em busca de algo para vestir. Queria evitar qualquer comentário crítico de Ragnar sobre minhas roupas. Mesmo que eu não considerasse nenhuma delas vulgar, sabia que ele poderia achar o contrário. Escolhi uma calça de ginástica preta e coloquei um top, vestindo uma blusa fina de tule preto por cima. Olhei-me no espelho e sorri. Eu me sentia linda. Calcei meus tênis e amarrei o cabelo curto em um rabo de cavalo, alguns fios soltos emoldurando me
CameronSubi as escadas com passos decididos, ainda sentindo a intensidade do treino com Ragnar. Cheguei à porta do quarto de Eron e bati levemente antes de entrar. Ele estava dormindo, encolhido sob as cobertas, parecendo um anjinho. Entrei devagar, tentando não o assustar."Eron, acorda," chamei suavemente. Ele resmungou e se mexeu, tentando se esconder ainda mais debaixo das cobertas."Vamos, Eron, é hora de levantar," insisti, abrindo as cortinas para deixar a luz da manhã entrar. O quarto se iluminou e Eron se escondeu ainda mais, resmungando."Saia daqui!" ele resmungou, a voz abafada pelas cobertas."Não vou sair," respondi, sentando-me na beirada da cama. "Vamos, acorda." Fiz cócegas nele, e ele começou a gargalhar, tentando se livrar do meu ataque."Para, para!" ele ria, finalmente tirando a cabeça debaixo das cobertas e me olhando."Levante-se. Hoje começaremos seu treinamento
RagnarFui para o escritório e comecei a andar de um lado para o outro, a mente fervilhando de pensamentos sobre como resolver a questão com Eron. Sabia que o menino estava em adaptação a Cameron, mas seus comportamentos estavam cada vez piores. Estava imerso em minhas reflexões quando ouvi batidas na porta."Entre," autorizei, sem olhar para a porta. Senti o cheiro de meu filho e me virei.Eron entrou, a cabeça baixa, parecendo menor do que realmente era. "O que está fazendo aqui, filho?" perguntei, tentando manter a voz firme, mas sem ser intimidante."Eu vim pedir desculpas pelo que fiz," ele disse, a voz baixa. "Não vai se repetir. Eu prometo.""Assim espero, filho." Fiquei espantado com suas palavras e me ajoelhei, ficando na altura dele. "Por que você fez isso, Eron? O que está acontecendo com você?"Ele me olhou, os olhos cheios de confusão e tristeza. "Estou irrita
CameronEu estava no gramado com Eron, observando-o enquanto se divertia. Meu objetivo era entender melhor sua postura e percepção, aplicando testes sem que ele soubesse. Ele corria, ria e fazia o que eu pedia sem questionar, uma mudança bem-vinda comparada ao nosso começo turbulento."Você está indo muito bem, Eron," elogiei, enquanto ele completava mais uma volta ao redor do gramado. "Mas o sol está ficando forte. Precisamos nos hidratar e ir para um lugar mais fresco."Andamos até perto da casa, onde a movimentação com a chegada das coisas novas para a cozinha era intensa. Peguei uma garrafinha de água e entreguei para o menino, pegando uma para mim em seguida e virando-a na boca."Já está cansado?" perguntei, vendo-o se sentar no chão."Um pouco. Não gosto muito de correr aqui fora. Nunca tenho ninguém para brincar," ele respondeu, parec
RagnarEstava no escritório, concentrado em revisar alguns relatórios, quando ouvi batidas na porta. "Entre," falei. Gabriel entrou, a expressão séria."Trouxe a tutora que escolheu," ele anunciou. "Ela está esperando para ser apresentada a Eron."Olhei para o relógio e me dei conta de como o tempo havia passado rapidamente. "Nossa, não percebi como a hora voou."Gabriel assentiu, compreensivo. "O trabalho não te larga, não importa onde você esteja."Levantei-me da cadeira. "Ela está no hall de entrada?" Questionei."Sim, pedi para ela aguardar lá. Assim não terá que ficar passeando por sua casa, terá acesso somente aos locais específicos."Caminhamos juntos pelo corredor, a tensão no ar quase palpável. Ao chegar ao hall, vi a mulher de postura firme e olhar acolhedor esperando. "Boa tarde, senh
CameronChegamos à casa central, onde as matriarcas se reuniam para trabalhar toda a dinâmica da alcateia. A casa era imponente, com uma fachada de pedra e grandes janelas que deixavam entrar a luz do sol. O jardim ao redor estava bem cuidado, com flores coloridas e caminhos de pedra que levavam à entrada principal. Assim que entramos, fui tomada por uma mistura de admiração e inquietação. O lugar exalava tradição e poder, e eu sabia que Ragnar me trouxera aqui com intenções claras."Vamos, Cameron. Está na hora de conhecer seu novo ambiente de trabalho," Ragnar disse, com firmeza, mas sem olhar para mim. Ele saiu na minha frente, e admirei o lugar por mais alguns segundos antes de segui-lo.Caminhamos pelo hall de entrada, decorado com tapeçarias antigas e retratos de antigos alfas e matriarcas. A atmosfera era de respeito e reverência, algo que n&at