Capítulo 5

BIANCA

Acordo com tesão, ótimo! Depois do sonho quente que tive acordei pronta para atacar. Resolvo tomar um banho antes de encontrar com Simas e acalmar a perseguida.

Me visto e desço, preparo um café com o que encontro na cozinha e como enquanto espero Simas chegar, ele aparece e já entra e me dou conta de que ele tem todas as chaves dessa casa. Isso precisa mudar.

-Quero suas chaves da casa Simas, não é por nada, mas é inconveniente que você tenha acesso livre agora que vou morar aqui

-Eu sempre tive as chaves enquanto Rick vivia aqui...

-Eu não sou ele e em breve mais gente estará vivendo nessa casa, e apenas moradores ou funcionários regulares terão acesso as chaves. Fui clara?

-Sim senhora

-Bom obrigada por entender, agora vamos discutir tudo o que tenho que fazer para que você me diga onde minhas irmãs estão

-O senhor Rick queria que você conseguisse pelo menos começar uma reforma e só depois disso eu vou poder dizer o paradeiro de suas irmãs

Eu aceno e ali na mesa da cozinha discutimos tudo da parte financeira e ele me trouxe planos de como reformar os locais que Rick indicou, de acordo com o plano inicial dele. Mas como não sou ele, vou fazer do meu jeito, depois de quase duas horas conversando estou atualizada sobre tudo e com a cabeça borbulhando. O homem tem muita coisa e muito dinheiro também, eu nuca me imaginei cuidando de uma quantia assim.

-Vamos para a cidade, podemos almoçar por lá e também conhecer alguns dos imóveis do Rick

-Claro senhorita, mas agora eles são seus imóveis - ele fica um pouco vermelho antes de continuar - seu e das suas irmãs...

-Verdade, mas eu não me sinto assim então não tem muito o que fazer a respeito

Ele acena e concorda, nós vamos no carro dele, já que cheguei na cidade de táxi e não tenho um carro. Mas como a cidade é longe da casa eu vou ter que providenciar um carro para mim, assim não terei que depender de ninguém para me levar para cima e para baixo.

Chegamos na cidade e ele estaciona no meio fio e antes que eu desça ele toca meu braço, eu olho para ele confusa.

-Muitos dos imóveis que seu pai tem na cidade não estão no nome dele, porque caso contrário algumas pessoas na cidade nem entrariam ou alugariam dele – Simas responde casualmente, como se não fosse nada demais esse tipo de situação.

-E estão no nome de quem?

Ele aponta para a placa do restaurante Ferrari e Família um nome nada original, mas quem sou eu para julgar.

-O senhor Ferrari é o único que detêm esse acordo e se você quiser pode terminar o contrato ou seguir com ele – Simas fala enquanto arruma os óculos sob o nariz - Agora você é a dona e pode fazer o que bem entender.

-Primeiro de tudo vamos almoçar, depois conhecer os imóveis que estão no nome dele legalmente e os outros você apenas aponta para mim para que eu tenha uma ideia de quais e quantos são.

-Ótima ideia! Venha vamos comer, o restaurante do senhor Ferrari tem uma das melhores comidas italiana da região...

Eu aceno e seguimos para lá, ele pede uma mesa para dois enquanto eu fico alerta no burburinho de fofoca que começou a minha volta. Eu ouvia coisas como 'essa mulher é filha dele?' 'Como tão gorda?'' “Será que é mentira?'' “Ela não seria amante dele?'

Simas demorar para entrar e seguir o metre porque recebeu uma ligação, então ficamos na calçada enquanto ele fala ao telefone eu ouvia de tudo, mas me mantive quieta até que o volume aumenta e eu me viro para saber como a comoção aumentou sem eu fazer nada e então eu vejo Adrian Rossi andando na minha direção, olhando com tanta intensidade que me deixa sem graça.

-Simas podemos entrar logo? - Digo fingindo que não vi ninguém.

-Claro vamos - ele diz e entra e eu vou a reboque.

Sentamos na mesa sem confusão e fazemos o pedido, me sinto aliviada em evitar o conflito. Geralmente não fujo da briga, mesmo que eu não saiba o motivo da cara de fúria dele para mim, não acho que agora seja um bom momento para isso, ainda mais quando vou precisar da ajuda de um deles para começar as reformas. 

Decido ir ao banheiro enquanto a comida não vem, faço meu xixi e saiu para lavar as mãos antes de voltar. Quando abro a porta bato em um muro de músculos, olho para cima e um Adrian muito puto me olha com intensidade.

-Precisamos conversar - ele diz e me empurra para dentro do banheiro de novo

-Sobre? - Pergunto enquanto ele fecha a porta atrás de si.

-Você precisa se afastar da minha família! - Ele diz cruzando os braços e com sério.

-Eu não quero me aproximar da sua família, e sinceramente eu nem falei com nenhum de vocês direito - respondo colocando as mãos no quadril 

-Você falou com meu irmão ontem 

-Sim ele foi pegar o casaco ou paletó sei lá, nada demais - minto descaradamente e luto para não ficar lembrando a merda que deu ontem.

-Ele voltou transtornado e falando besteira! Você parece ser uma mulher sensata - ele passa a mão no cabelo - seja clara com ele e se aproxime dele!

-Você está ficando louco? Como ele pode ficar transtornado se só conversamos? - Nossa como eu minto bem, tomara que ele não repare na minha mão beliscando meu quadril de nervosismo

-Isso não importa! O que importa é que você é mais velha do que ele e deve ter mais juízo que ele!

-Chega essa conversa é sem pé nem cabeça! Se me der licença preciso voltar para minha mesa

Eu tento passar por ele, mas ele cobre toda a porta com seu tamanho.

-Eu vou gritar se você não sair da minha frente!

-Espera - ele coloca a mão no bolso tira a carteira e pega um cartão de dentro - Meu número, se ele aparecer ou você achar que ele vai causar algum problema você me liga

-Ele é menor de idade?

-Não! - Ele responde confuso - Por que?

-Se ele não é mais criança então ele também não precisa de uma babá e se tem uma coisa que eu aprendi é que não adianta prender ou ser supre protetor com os irmãos, eles fazem o que dão na telha - respiro fundo antes de continuar - agora me dá licença por favor.

-Pega meu cartão por favor – Ele fala parecendo esgotado.

-Tudo bem, mas não diga que eu não avisei – Respondo simplesmente.

Ele acena e sai do meu caminho, quando abro a porta e olho em volta no restaurante todos estão olhando para nós dois saindo do banheiro, já até imagino o que eles vão pensar sobre a situação e não tem nada que eu diga que vá mudar isso então só volto para minha mesa e começo a comer minha comida que já tinha chegado.

-O que aconteceu? - Simas pergunta

-Sinceramente nem eu sei, - Respondo honestamente - mas enfim vamos comer e visitar os imóveis...

Ele acena e comemos em silêncio, depois ele avisa que precisamos passar no banco e oficializar que eu serei a detentora de todos os rendimentos do Rick, para minha surpresa passamos em 2 bancos diferentes. Parece que ele nunca confiou de deixar tudo em um só lugar, mesmo os investimentos dele são variados. Falta um banco então eu lembro do carro.

-Simas acabei de lembrar, preciso de um carro para andar da casa para a cidade e enfim para fazer minhas coisas, será que eu já posso comprar um?

-Claro! Vamos no próximo banco e podemos ver com eles a melhor maneira de você comprar um agora.

-Ótimo!

Nós entramos e fazemos os procedimentos e no final saiu de todos esses bancos com cartões de crédito novos e talões de cheque. Pelo jeito as coisas são mais rápidas hoje em dia, mesmo em cidade pequena.

Simas me leva para ver mais imóveis e no caminho para em uma concessionária com carros 4x4, já que a região é cheia de trilhas e também vou morar em uma casa mais rural é melhor ter um carro que seja completamente útil.

 Escolho uma caminhonete linda com cabine dupla e tudo o que tenho direito, eu sempre sonhei com um carro desses e hoje eu estou comprando, mesmo que seja com o dinheiro dele e ele está me obrigando a ficar em uma cidade que não gosto, com pessoas que não gostam de mim, fazendo um trabalho com pessoas que não me querem por perto, me fazendo lidar com essa maldição que eu nem sei como funciona!

Depois que compro o carro Simas encerra as visitas e eu vou fazer as compras para abastecer a geladeira e dispensa, não tinha muita coisa na casa além de coisas saudáveis que provavelmente era tudo o que Rick poderia comer.

Na saída do mercado vejo uma mulher parece ser um pouco mais nova do que eu passando com uma criança de colo, ela está com roupas velhas e com um currículo na mão a ponto de chorar.

-Aquela é a Soraia - a moça do caixa

-Você a conhece? 

-Todos na cidade conhecem, ela cresceu aqui e quando ficou maior de idade foi embora dizendo que iria a trás de coisa melhor, um ano depois voltou com uma criança de baixo do braço com uma mão na frente e outra atrás ela tentou trabalhar na cidade, mas ela não foi recebida bem nem mesmo a família a recebeu - ela fez uma pausa e disse o valor da minha compra.

-Débito, - Digo apressada entregando o cartão novo - Continua!

-Bem ela acabou se envolvendo com um babaca que b**e nela e é um estupido completo quando bebe, mas que paga as contas ela ficou gravida dele depois que ela teve o bebê ele botou ela para fora. Agora ela está na rua com os filhos... – Ela responde como se não fosse nada demais.

-Por que ninguém a ajuda? – Pergunto chocada.

-Porque ninguém quer ter o nome sujo, por se envolver com uma garota que dá para qualquer um assim... – Ela mais uma vez responde como se fosse uma resposta óbvia.

-Tudo bem, obrigada – Digo segundando o ódio.

Coloco minhas coisas no carrinho e corro atrás da mulher.

-Soraia! - Grito e ela se vira para olhar sem entender direito.

-Você está procurando emprego certo? – Pergunto quando a alcanço.

-Sim senhora – Ela responde me olhando com preocupação.

- Sabe cozinhar?

-Sim senhora...

-Preciso de alguém que more na casa e que não se importe em trabalhar para uma Russo, o que acha?

-Eu tenho filhos senhora e não teria com quem deixá-los... – Ela responde e vejo o quanto ela se preocupa com as crianças.

-Eu vou precisar de uma pessoa na casa, você teria ajuda e eu também adoro crianças, não me importo que eles estejam com você! – Digo tentando soar esperançosa.

-Então eu aceito – Ela responde com um sorriso fraco.

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