Renata
Os meus planos saíram completamente do eixo. Nada aconteceu como eu imaginei, mas talvez isso tenha sido um mal necessário. O tempo que tive me ajudou a refletir e planejar melhor o que realmente quero.
Quando minha mãe propôs uma viagem, achei que seria algo normal, como tantas outras que fizemos em família. Na minha cabeça, seria uma oportunidade para relaxar e organizar meus pensamentos. Até sugeri levar Marcelo comigo, apesar dele estar me evitando desde aquela discussão na cobertura do Eduardo. Acreditava que, se estivéssemos juntos, as coisas poderiam melhorar. Mas o que minha família fez foi uma emboscada. Nunca pensei que fossem capazes de algo tão sujo.
A raiva fervia em mim, ainda mais quando percebi que o Henry sequer sentiu minha falta. Logo ele, por quem enfrentei tudo e sempre dei o máximo de mim. Ele não fez nada por m
MelissaDeus tem sido imensamente generoso comigo. Nunca imaginei que viveria um momento tão pleno como o que estou vivendo agora. Sinto-me realizada, não apenas em termos financeiros e amorosos, mas em todos os aspectos da vida. Às vezes, a felicidade que carrego parece tão grande que acho que vou explodir. É como se meu coração transbordasse de gratidão.Sabe aquela sensação de que nada pode te abalar? É exatamente isso que sinto desde que eu e Henry reatamos nosso casamento. Claro, eu sou realista. Sei que a vida não é perfeita e que ninguém é isento de erros, mas acredito que os erros servem para nos ensinar. Sempre quis alguém que estivesse disposto a aprender com as falhas e mudar verdadeiramente, e o Henry tem sido essa pessoa. Ele se tornou um homem ainda mais cari
MelissaEu não sabia o que pensar. O enjoo me consumia e, nesse momento, minha mente parecia uma tempestade. Achei que estávamos finalmente livres daquela mulher, que ela havia seguido sua vida e encontrado a felicidade longe de nós. Que tola eu fui. Pelo que vejo agora, ela está mais descontrolada do que nunca. Não, descontrolada não... Fanática. Obsessiva. Capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer. É triste — não, é aterrorizante — ver alguém afundar tão fundo.Olhei para ela, lutando contra a náusea que o odor no ar me provocava. Era fumaça. Forte e sufocante.— O que você quer? Não se cansa? Vai ser feliz, Renata, me deixe em paz! — Minha voz saiu trêmula, mas tentei manter a calma. Meus
Ao chegar ao pé da escada, ouvi gritos abafados do lado de fora. Alguém tentava abrir a porta da frente, mas os vidros temperados impediam qualquer avanço. A fumaça estava ficando insuportável. Começamos a tossir, mas Renata parecia ignorar o próprio corpo, continuando a me empurrar na direção das chamas.— Pare, Renata! Ainda há tempo! Tem uma saída de emergência! — Minha voz era um fio de esperança, mas sua resposta foi uma gargalhada cortante, cheia de crueldade.— HAHAHA! Está trancada, acha que não pensei nisso? Vai lá e morra tentando sair! — Meu peito ardia, tanto pelo fumo quanto pela raiva. Uma raiva que nunca havia sentido antes. Aquele ódio fervia em mim, me impulsionando, mas eu ainda estava presa no medo.
— Renata! NÃOOOO, NÃO FAZ ISSO, POR FAVOR! — Minhas palavras saíram como um grito sufocado, minha voz embargada pelo pavor. Coloquei as mãos na boca, tentando controlar o tremor que tomava conta de mim.— ENTÃO SAIA, SUA CACHORRA, OU TE QUEIMO AÍ DENTRO! — A raiva de Renata era tão intensa que parecia uma chama viva. Meu coração batia descompassado enquanto tentava pensar em algo, mas o pânico me congelava. Não havia como pular de uma altura de nove metros sem nada para amortecer a queda. — Vou contar até cinco. Se não sair, te incendeio aí dentro! — Ela ameaçou, e começou a contagem.No "um", destranquei a porta com mãos trêmulas e saí correndo, encostando-me à parede mais próxima,
Versão HenryHenryRicardo ainda estava comigo na sala quando meu celular tocou. Era Bárbara. Sua voz estava carregada de pânico.— A loja está pegando fogo! — ela gritou, e minhas pernas pareceram ceder por um instante. Fogo? Como assim? Meu coração disparou, e um misto de desespero e incredulidade tomou conta de mim.Sem pensar, saí correndo, Ricardo me seguindo. A ideia de Melissa estar lá dentro era insuportável.Entrei no carro, mas minha mente já não funcionava direito. Tudo o que eu queria era estar lá agora. O trajeto parecia uma eternidade em minha cabeça. Por que diabos ainda não in
Entrei no banheiro devagar, tentando não fazer barulho.Mas Renata me viu antes que eu pudesse agir. Seus olhos me fitaram com um brilho de insanidade, e ela correu em direção a Melissa, jogando combustível sobre ela.Ela quer morrer pelas minhas mãos, só pode.Tentei me manter calmo, mesmo com o coração disparado, enquanto minha mente gritava em alerta. Quando vi que Melissa estava bem, apesar de exausta, minha prioridade foi tirar a Renata do nosso caminho de uma vez por todas. Usei a raiva dela contra ela mesma, provocando-a. Aquele sangue no rosto dela era um lembrete do caos que havia causado.Renata partiu para cima de mim, cega de ódio, exatamente como eu esperava. Segurei seus braços com firmeza, imobilizando-a. Ela
Depois de prestar depoimento, o delegado finalmente confirmou que aquela desgraçada da Renata não havia morrido. Só então fui liberado da delegacia. Minha mãe foi um anjo durante todo o processo, cuidando de tudo para que eu saísse o mais rápido possível. Eu estava sem paciência até mesmo para o interrogatório, meu humor completamente destroçado.Enquanto esperava naquela sala fria e impessoal, o irmão da Renata apareceu. Quando o vi entrar, já imaginei que ele começaria a despejar uma enxurrada de merdas. Mas, para minha surpresa, ele fez exatamente o oposto. Ele nos ajudou, prestando um depoimento que só reforçou o caso contra Renata. Ele afirmou que a irmã estava completamente obsessiva e havia planejado se vingar de mim e da minha família. Já em casa...Os exames confirmaram que estava tudo bem com Melissa e nosso bebê. Graças a Deus, o médico nos tranquilizou. Havia apenas um pequeno sangramento, o que exigia repouso total. Com a alta do hospital, finalmente fomos para casa. Bárbara e Ricardo seguiram para o apartamento deles, e minha mãe ficou com Mia até chegarmos. Eduardo a buscou pouco depois.Assim que chegamos, demos toda a atenção para nossa pequena. Mia estava eufórica, claramente sentindo nossa falta. A cena aqueceu meu coração e me fez pensar no futuro: criar nossos filhos com idades tão próximas seria um sonho.Melissa só desgrudou de Mia na hora de dormir. Nossa pequena estava tão apegada que foi difícil f150. Capitulo