Assim que ouvi o tom estranho da voz da minha mãe, perguntei rapidamente: - O que aconteceu? Algum problema?- Estou achando que hoje a Nanda não está muito bem! - Minha mãe sussurrou para mim. - Eu estava pensando em esperar você voltar para discutirmos sobre isso, que tal... Levar ela para o hospital?Fiquei surpresa e perguntei rapidamente: - O que você quer dizer com "não está muito bem"?- Parece que a condição dela piorou. Ela está insistindo para saber quando você vai voltar, e quando eu disse que ia ligar para você, ela não deixou! Ela mal comeu o jantar! - Minha mãe me contou honestamente. - Daniel também ainda não voltou!- Está bem, estou indo para casa imediatamente! - Fiquei um pouco apreensiva. - Daniel está comigo!Ao ver minha expressão preocupada, Daniel me olhou fixamente. - O que está acontecendo?Depois de encerrar a ligação, olhei para ele com uma expressão de desculpa e encolhi os ombros. - Parece que não vamos poder ir para a Quinta do Lago. Minha mãe disse q
Eu estava um pouco nervosa. - Mãe, Daniel está em contato com o melhor médico. Vamos levar ela ao hospital para mais exames em breve. Se estiver tudo bem, amanhã te levo de volta para a casa antiga, então você pode ficar tranquila aqui, onde as pessoas cuidam umas das outras. Assim, eu também fico mais tranquila!Ela apenas balançou a cabeça, sem dizer nada, como se estivesse tentando se controlar ao máximo.“Como posso ficar tranquila com você voltando para casa? Você sabe que não pode confiar no seu filho. Como posso te deixar voltar sozinha?”De repente, eu entendi o que ela estava pensando. Será que ela estava pressentindo que o tempo dela estava acabando?- Vamos ao hospital para mais exames antes de decidir, tudo bem? - Eu a acalmei, não querendo que ela se preocupasse.- Eu não vou, estou bem! Só quero ir para casa, sinto muita falta de casa. Se não, por favor, arranje uma cuidadora para mim! Eu pago, tenho dinheiro!Nanda segurou minha mão, com uma expressão sofrida, se engasg
Não esperava encontrar Joyce quando cheguei à casa antiga. Ao me ver segurando o pote térmico e trazendo alguém junto, ela disse de imediato, com um tom sarcástico: - O que isso significa? Você realmente acha que ainda é a nora da família Barreto? Você não levou a Nanda embora? Como ela voltou aqui de novo? Você quer só deixar ela no hospital até morrer? Está com medo dela morrer na sua mansão?Ela não tinha uma palavra amigável em sua boca.Eu a ignorei completamente e fui direto para dentro. Ao chegar ao quarto principal, vi Nanda deitada na cama, e Vitor simplesmente não estava lá.- Mãe! Por que você é tão teimosa? Poderia ficar no hospital por alguns dias, completar o tratamento, isso seria benéfico para sua saúde! Você não sentiria mais dor! - Eu me aproximei da cama e a repreendi. - Onde está o Vitor?- Não o culpe, foi minha decisão voltar, me sinto mais confortável em casa! Quero ficar mais alguns dias em casa! Mas a empresa do meu filho tem algumas coisas para serem resolvi
As palavras dele me deixaram verdadeiramente perplexa, eu o encarava com alguma resignação. - Vitor, você realmente se superou. Ela atacou sua mãe na frente de todos e você ainda a defende, não é?Talvez tenham sido minhas palavras que deixaram Vitor sem dignidade, talvez ele tenha visto os vizinhos incapazes de lidar com a situação, talvez minha atitude tenha sido demasiadamente dominadora, ou talvez ele estivesse simplesmente cansado de eu me intrometer.Ele simplesmente não queria saber o que tinha acontecido!Ele gritou para mim:- Se ela atacou ou não, eu não vi, mas vi você batendo nela. Você ultrapassou todos os limites!Vitor abraçou Joyce, assumindo um ar de verdadeiro macho, protegendo sua esposa. - Luiza, isso é um assunto da nossa família Barreto. Saia daqui, não faça nada assim fingindo ser uma santa!Os vizinhos ficaram todos chocados, olhando incrédulos para Vitor, e começaram a o repreender:- Vitor, você está completamente cego? Não vai perguntar o que aconteceu?- E
Eu dei um grito:- Mãe!Nesse momento, Joyce ainda cuspiu:- Ela está apenas fingindo! Velha teimosa! Bem-feito!Então, eu me arrastei desesperadamente até ela, a levantei nos braços e a abracei, a balançando.- Mãe... Mãe, acorde, não me assuste! Mãe...Mas não importava quantas vezes eu a chamasse, ela não abria os olhos. Eu gritei para as pessoas na sala:- Chamem uma ambulância! Rápido... Mãe, acorde! Não me assuste assim! Eu vou te levar para o hospital...Eu estava em pânico, não conseguia imaginar, será que ela estava indo embora assim? Eu estendi a mão para verificar e senti uma respiração fraca.A cena diante dos seus olhos deixou Vitor atordoado, ele ficou parado, olhando fixamente para sua mãe no chão, sem reação.Enquanto isso, eu segurava Nanda nos meus braços, ainda sangrando do ferimento na testa, em um estado lamentável, mas eu não conseguia me importar com mais nada.Eu procurei minha bolsa por todo lado, e a enfermeira, também em pânico, me ajudou a segurar a Nanda.F
As minhas palavras talvez tenham sido demasiado sombrias, atraindo a atenção de todos, que me olhavam incrédulos.- Chamar a polícia?Quando todos estavam a digerir as palavras que eu tinha dito, o vizinho a quem tinha incumbido a tarefa parecia ter entendido o que eu disse. Ele pegou imediatamente no celular e fez uma ligação, dando algumas instruções.Eu continuei olhando para Joyce, que estava ao lado de Vitor com uma expressão indiferente e impaciente. Depois de um tempo, peguei o celular e liguei para a polícia.Antes da chegada da polícia, Daniel comunicou com a administração do hospital para que os familiares pudessem ver o corpo.Vitor não se moveu, permanecendo de joelhos, soluçando e sem levantar a cabeça.- Vitor, vá, vá ver sua mãe! - Eu disse friamente e com firmeza, mas ele ainda não se moveu. - Esta é a última oportunidade!As mãos dele, enquanto estava ajoelhado, apertaram lentamente, mas ele ainda não levantou a cabeça.- Vovó... Eu quero minha vovó!O choro de Ivana e
Todos olharam para Vitor, que estava com os olhos arregalados de raiva, surpresos com sua atitude. Um idoso mais corajoso olhou para Vitor e disse: - O que você está fazendo? Isso é uma rebeldia imperdoável... Pior que um animal.- Cala a boca... - Rugiu Vitor para o idoso, se virando para mim, apontando o dedo. - Luiza, o que mais você quer? Minha mãe morreu... Morreu...Ele gritava histérico, avançando para mim com raiva, mas quando viu Daniel ao meu lado, parou de repente, olhando para mim, continuando: - Você ainda quer levar ela embora, quer destruir a família Barreto... Ainda tenho que cuidar do funeral, ela tem que ficar aqui para o funeral!Olhei fixamente para ele, gelada, e disse firmemente: - Sua mãe não quer ver ela!Depois disso, deixei o meu número com a polícia e, com minha família, saí resolutamente do hospital.De volta para casa, minha mãe perguntou: - E quanto ao funeral da Nanda?Eu olhei para minha mãe e me apoiei em seu colo, exausta, dizendo: - Mãe, nós já f
Ao ver o resultado, não sabia se devia admirar a astúcia de Nanda ou a culpava por sua ingenuidade. Ela foi oprimida e maltratada por Pedro a vida toda, mas aparentemente aprendeu a ser astuta, tomando uma decisão tão sábia.Mas de que adianta isso? Seu destino já estava selado. Olhei para a data no relatório e não pude deixar de rir ironicamente. Parecia que ela já sabia desse resultado antes de vir aqui ver a Ivana. Acredito que só depois de ver esse resultado é que ela percebeu tudo, e é por isso que ela se arrependeu tanto, sentindo tanta dor e saudade de Ivana, fazendo a escolha mais sábia de sua vida.Não queria nem pensar no que teria acontecido se o resultado fosse diferente. Era como diziam, às vezes era preciso uma boa dose de confusão para encontrar a clareza. Ela me deu uma verdadeira preocupação, uma verdadeira dor, uma verdadeira colisão... Talvez isso fosse uma forma de compensação! Ela viveu uma vida de miséria e partiu sem nada. Talvez o único legado que deixou f