Não esperava encontrar Joyce quando cheguei à casa antiga. Ao me ver segurando o pote térmico e trazendo alguém junto, ela disse de imediato, com um tom sarcástico: - O que isso significa? Você realmente acha que ainda é a nora da família Barreto? Você não levou a Nanda embora? Como ela voltou aqui de novo? Você quer só deixar ela no hospital até morrer? Está com medo dela morrer na sua mansão?Ela não tinha uma palavra amigável em sua boca.Eu a ignorei completamente e fui direto para dentro. Ao chegar ao quarto principal, vi Nanda deitada na cama, e Vitor simplesmente não estava lá.- Mãe! Por que você é tão teimosa? Poderia ficar no hospital por alguns dias, completar o tratamento, isso seria benéfico para sua saúde! Você não sentiria mais dor! - Eu me aproximei da cama e a repreendi. - Onde está o Vitor?- Não o culpe, foi minha decisão voltar, me sinto mais confortável em casa! Quero ficar mais alguns dias em casa! Mas a empresa do meu filho tem algumas coisas para serem resolvi
As palavras dele me deixaram verdadeiramente perplexa, eu o encarava com alguma resignação. - Vitor, você realmente se superou. Ela atacou sua mãe na frente de todos e você ainda a defende, não é?Talvez tenham sido minhas palavras que deixaram Vitor sem dignidade, talvez ele tenha visto os vizinhos incapazes de lidar com a situação, talvez minha atitude tenha sido demasiadamente dominadora, ou talvez ele estivesse simplesmente cansado de eu me intrometer.Ele simplesmente não queria saber o que tinha acontecido!Ele gritou para mim:- Se ela atacou ou não, eu não vi, mas vi você batendo nela. Você ultrapassou todos os limites!Vitor abraçou Joyce, assumindo um ar de verdadeiro macho, protegendo sua esposa. - Luiza, isso é um assunto da nossa família Barreto. Saia daqui, não faça nada assim fingindo ser uma santa!Os vizinhos ficaram todos chocados, olhando incrédulos para Vitor, e começaram a o repreender:- Vitor, você está completamente cego? Não vai perguntar o que aconteceu?- E
Eu dei um grito:- Mãe!Nesse momento, Joyce ainda cuspiu:- Ela está apenas fingindo! Velha teimosa! Bem-feito!Então, eu me arrastei desesperadamente até ela, a levantei nos braços e a abracei, a balançando.- Mãe... Mãe, acorde, não me assuste! Mãe...Mas não importava quantas vezes eu a chamasse, ela não abria os olhos. Eu gritei para as pessoas na sala:- Chamem uma ambulância! Rápido... Mãe, acorde! Não me assuste assim! Eu vou te levar para o hospital...Eu estava em pânico, não conseguia imaginar, será que ela estava indo embora assim? Eu estendi a mão para verificar e senti uma respiração fraca.A cena diante dos seus olhos deixou Vitor atordoado, ele ficou parado, olhando fixamente para sua mãe no chão, sem reação.Enquanto isso, eu segurava Nanda nos meus braços, ainda sangrando do ferimento na testa, em um estado lamentável, mas eu não conseguia me importar com mais nada.Eu procurei minha bolsa por todo lado, e a enfermeira, também em pânico, me ajudou a segurar a Nanda.F
As minhas palavras talvez tenham sido demasiado sombrias, atraindo a atenção de todos, que me olhavam incrédulos.- Chamar a polícia?Quando todos estavam a digerir as palavras que eu tinha dito, o vizinho a quem tinha incumbido a tarefa parecia ter entendido o que eu disse. Ele pegou imediatamente no celular e fez uma ligação, dando algumas instruções.Eu continuei olhando para Joyce, que estava ao lado de Vitor com uma expressão indiferente e impaciente. Depois de um tempo, peguei o celular e liguei para a polícia.Antes da chegada da polícia, Daniel comunicou com a administração do hospital para que os familiares pudessem ver o corpo.Vitor não se moveu, permanecendo de joelhos, soluçando e sem levantar a cabeça.- Vitor, vá, vá ver sua mãe! - Eu disse friamente e com firmeza, mas ele ainda não se moveu. - Esta é a última oportunidade!As mãos dele, enquanto estava ajoelhado, apertaram lentamente, mas ele ainda não levantou a cabeça.- Vovó... Eu quero minha vovó!O choro de Ivana e
Todos olharam para Vitor, que estava com os olhos arregalados de raiva, surpresos com sua atitude. Um idoso mais corajoso olhou para Vitor e disse: - O que você está fazendo? Isso é uma rebeldia imperdoável... Pior que um animal.- Cala a boca... - Rugiu Vitor para o idoso, se virando para mim, apontando o dedo. - Luiza, o que mais você quer? Minha mãe morreu... Morreu...Ele gritava histérico, avançando para mim com raiva, mas quando viu Daniel ao meu lado, parou de repente, olhando para mim, continuando: - Você ainda quer levar ela embora, quer destruir a família Barreto... Ainda tenho que cuidar do funeral, ela tem que ficar aqui para o funeral!Olhei fixamente para ele, gelada, e disse firmemente: - Sua mãe não quer ver ela!Depois disso, deixei o meu número com a polícia e, com minha família, saí resolutamente do hospital.De volta para casa, minha mãe perguntou: - E quanto ao funeral da Nanda?Eu olhei para minha mãe e me apoiei em seu colo, exausta, dizendo: - Mãe, nós já f
Ao ver o resultado, não sabia se devia admirar a astúcia de Nanda ou a culpava por sua ingenuidade. Ela foi oprimida e maltratada por Pedro a vida toda, mas aparentemente aprendeu a ser astuta, tomando uma decisão tão sábia.Mas de que adianta isso? Seu destino já estava selado. Olhei para a data no relatório e não pude deixar de rir ironicamente. Parecia que ela já sabia desse resultado antes de vir aqui ver a Ivana. Acredito que só depois de ver esse resultado é que ela percebeu tudo, e é por isso que ela se arrependeu tanto, sentindo tanta dor e saudade de Ivana, fazendo a escolha mais sábia de sua vida.Não queria nem pensar no que teria acontecido se o resultado fosse diferente. Era como diziam, às vezes era preciso uma boa dose de confusão para encontrar a clareza. Ela me deu uma verdadeira preocupação, uma verdadeira dor, uma verdadeira colisão... Talvez isso fosse uma forma de compensação! Ela viveu uma vida de miséria e partiu sem nada. Talvez o único legado que deixou f
Esta foi a primeira vez que vi Vitor depois da morte de Nanda. Ele parecia pálido e realmente abatido, claramente não havia descansado bem.Ele estava visivelmente cansado e, sem cerimônia, disse: - Liberte ela! Minha mãe já foi enterrada. Como você queria, ela não participou do funeral. Já se passou uma semana, você já deveria ter esfriado a cabeça!Suas palavras estavam carregadas de emoção. Eu silenciosamente zombava em meu coração. O que ele queria dizer com “como eu queria”? Apenas olhei para ele friamente, sem me dar ao trabalho de responder.Desde o dia da morte de Nanda, eu não queria mais falar com aquela pessoa.Ele, talvez percebendo meu silêncio, esfriou a atitude e continuou: - Além disso, temos a criança. Você também é mulher, consegue suportar ver uma criança chorando e procurando pela mãe todos os dias? Como pode acusar outra pessoa de ser cruel?Sua expressão era de uma justiça indignada, seu rosto sombrio, claramente tentando controlar a raiva. Ele tentava ao máximo
Ao ouvir as palavras de Vitor, de repente me senti aliviada e, com um sorriso irônico, me recostei na cadeira.Olhei para ele com desdém e disse: - Era exatamente isso que eu queria te dizer. Se você é homem, faça o que disse e assume a responsabilidade por suas palavras e ações! Já disse, se deve soltar ela ou não, vá procurar a polícia, não venha gritar comigo!- Bom, Luiza, continue fingindo então! - Ele disse isso com raiva e saiu.Olhando para suas costas rígidas, soltei uma risada fria: - Vamos ver se você tem coragem de não vir mais me incomodar!Mas não passaram dois minutos e ouvi um grande barulho do lado de fora.Fiquei surpresa, saí rapidamente e vi Eunice e Vitor brigando ferozmente!Acontece que, ao sair, Vitor encontrou Eunice, que estava vindo me trazer algo. Os dois se encontraram no elevador, e os inimigos se enfrentaram com mais raiva.Parecia que iam se atacar. Fui até eles e puxei Eunice para o lado.Pensei que Eunice havia encontrado Vitor em um momento ruim, e