O olhar de Liz se fixou em um ponto por um longo tempo antes dela começar a falar suavemente:- Antes da esposa dele falecer, ela me chamou, segurou minha mão e a entregou a Luís, dizendo para ele que depois que ela partisse, ele deveria se casar comigo, me dar o status que eu merecia. Ela disse que durante todos esses anos, vivendo assim, ocupou meu lugar, e pediu a Luís para não me desapontar.A voz de Liz estava rouca e seca, transmitindo desesperança.Eu estava um pouco preocupada.- Ela também disse que a casa atual, as economias, Luís não pode mexer, afinal, eles têm um filho, tudo isso é para ser deixado para a criança, e pediu para eu não ficar brava. Disse que foi egoísta, mas depois que ela se fosse e Luís e eu casássemos, ela não poderia mais interferir.Olhei para Liz, pensando que essa mulher parecia não ser tola. Ela continuou:- Ela também mencionou o presente de casamento dos pais de Luís quando ele se casou com ela, um bracelete, e me deu, dizendo que apenas a nora da
Retornando à família Lima, dessa vez era realmente um jantar de família.Desta vez, eu já não estava tão nervosa, pois Marcelo era realmente muito amável e gentil, e a Sra. Karina já estava organizando os preparativos com seus cozinheiros.Ao me ver entrar com Daniel, ela me puxou alegremente.- Por que demoraram tanto?- Vovó, desculpe por te deixar preocupada! Uma amiga minha teve um problema de última hora e eu fui a ajudar, por isso chegamos tarde!Ela me puxou para me sentar na sala, me observando e como se não lembrasse de mim da outra vez. - Você é realmente simpática!Ela mandou alguém subir para chamar o restante.Daniel e Marcelo estavam conversando sobre algo ao lado.Pouco depois, ouvi passos na escada. Olhei para cima e vi dois homens impressionantes e muito atraentes descendo. No entanto, cada um tinha uma presença bem diferente.Um era mais reservado e maduro, enquanto o outro era mais radiante e moderno.Marcelo e Daniel ouviram o barulho e olharam, em seguida caminhan
Walter soltou um grito de surpresa, parecendo bastante chocado. Seu olhar para mim agora tinha uma pitada de dúvida. - Você tem sua própria empresa? Faz o quê? Me conte.- Construção! - Fiquei vermelha, um pouco envergonhada.- Você? Faz construção? - Como esperado, Walter estava totalmente incrédulo. - Uma garota como você fazendo construção?Eu sorri gentilmente. - Foi uma coincidência! Entrei nesse ramo e não consegui sair mais!Bryan também estava muito interessado. - Nunca teria imaginado, uma garota tão delicada, ser capaz de trabalhar com desenvolvimento imobiliário?Walter rapidamente sugeriu: - Deixe ele fazer isso, um homem rude como ele é quem deveria trabalhar com construção. Se você quer fazer negócios, no futuro você cuida dos negócios da nossa família internamente, e eu cuido dos externos, nos unimos e ficamos mais fortes juntos.Daniel imediatamente repreendeu: - Walter, você está tentando roubar minha esposa de novo! Que negócio é esse de você cuidar dos negócios
No dia seguinte.Recebi uma mensagem de Liz, pedindo para eu não a procurar. Disse que voltaria quando estivesse cansada de se divertir.Luís me encontrou somente depois de duas semanas. Ele estava completamente abatido e exausto. Ele era mais velho que nós, mas agora parecia ainda mais envelhecido.Ao me ver, ele não conseguiu conter a urgência e perguntou: - Onde está a Liz?Olhei para ele por um longo tempo antes de perguntar: - Quando você percebeu que ela não estava mais lá?Ele respondeu: - Estou procurando por ela há uma semana.- Então, você passou a semana anterior sem perceber que ela não estava lá? - Eu o encarei fixamente.No passado, eu o respeitava muito. Afinal, ele detinha o destino de muitas empresas, incluindo a minha. Quem na Cidade J não o reverenciava como um grande benfeitor? No entanto, ele era tão mesquinho com uma mulher frágil que o acompanhou por tantos anos.Pela primeira vez, eu o observei de perto. Seus olhos, geralmente perspicazes, agora estavam chei
Eu ofeguei pesadamente, lançando um olhar de soslaio nele e disse: - Não pense que acabou por aqui. Esses momentos ficaram gravados na minha mente, feriram meu coração, e eu não consigo esquecer.Ele me abraçou e, num tom carinhoso, disse: - Então, que ele seja punido, que ele te abrace para sempre e nunca te solte!Fiquei entre irritada e divertida. Esse homem, eu realmente não sabia como lidar com ele. Se eu ficasse mole, ele endurecia, se eu endurecesse, ele amolecia. Era teimoso e insistente. - Se fizer isso de novo, não vou te perdoar, nem adianta pedir desculpas. - Falei teimosamente de propósito. - Ele pode ter alguém para abraçar, e eu não?Estávamos nos provocando.Seu rosto bonito ficou sério. - Ela se nem atreve! Que ousadia dela!Fiquei surpresa e olhei para ele, tentando entender se ele falava sério.Quando ele viu minha expressão, soube que eu estava levando a sério, então ele mordeu meu lábio. - Você é difícil de agradar, até mais do que a Ivana.Sorri internamente,
Ela me viu sair, como se tivesse levado um choque de adrenalina, e correu em minha direção. - Luiza, sua malandra, você é uma sem-vergonha! Mesmo depois do divórcio, ainda tem a audácia de se envolver com Vitor. Como se atreve a trazer esse idiota aqui? Sua desavergonhada, como pode dar conselhos a Vitor e tentar roubar minha casa...- Sua casa? Quem você pensa que é? Você nem merece! - A encarei friamente, puxando meu pai para trás. - Entrem! Mãe, todos vocês, entrem!Com isso, tirei o celular do bolso e liguei diretamente para a segurança do condomínio, para que viessem até aqui. Nem mesmo sabia como Bruna tinha entrada.Não era qualquer pessoa que podia entrar. Até dei um cartão de acesso especial para Nanda, para que pudesse entrar e sair livremente. Mas como essa maluca conseguiu entrar, não tinha ideia. Estava pensando em questionar a segurança do condomínio.Empurrei os mais velhos para dentro e recuei para a porta da minha casa, fazendo isso de propósito. Se ela ousasse dar um
Eu, imponente, permaneci de pé no pátio, encarando os seguranças. - Agora vocês aparecem? Essa pessoa nem sequer é proprietária aqui no nosso condomínio. Como ela entrou? Chamem a polícia!O segurança responsável, ao ver Bruna caída no chão, parecia genuinamente assustado, me lançou um olhar, sem saber o que fazer.- Chamem a polícia! Ela invadiu uma residência e tentou me agredir. Todos viram! Chamem a polícia! - Insisti com o responsável dos seguranças.Eu estava certo do que estava acontecendo. Alguns jovens vizinhos, intrometidos como sempre, já estavam filmando com seus celulares. Além disso, tinhámos câmeras de segurança em casa, e Bruna ainda segurava uma pá nas mãos.Eu sabia que os seguranças não chamariam a polícia, com medo de serem responsabilizados, afinal, foram eles que a deixaram entrar.- Isso... Senhorita, nós...Peguei o telefone e liguei diretamente para a polícia. Queria paz e, para isso, precisava erradicar pessoas como Joyce, a impedindo de pisar aqui novamente.
Ela estava pálida e tremendo, então eu a segurei firmemente. - Não se preocupe, estou bem. A polícia está apenas fazendo perguntas de rotina. Não tenha medo! Se ela veio aqui causar problemas e te agrediu, a polícia vai entender.- Eu também vou... Eu não vou... Eu vou com você!Nanda me agarrou, como se temesse que eu não voltasse, com uma expressão de extrema dependência.Ao olhar para seus olhos desamparados, eu entendi completamente o que ela estava sentindo. Talvez, durante toda a sua vida até aquele momento, considerando sua condição atual, eu, uma estranha aos olhos dela, uma mulher abandonada pela família Barreto, ser capaz de ficar ao seu lado, talvez fosse a primeira e a última vez.Para ela, talvez eu fosse sua única esperança pelo resto de sua vida.Meu coração doía ao perceber isso tão tarde na vida. Eu apoiei ela, que estava começando a desabar, firmemente e assenti. - Está bem, não tenha medo! Relaxe, estamos bem!Depois de dar algumas instruções aos meus pais, coloque