O toque da campainha foi tão intenso que me assustou. Num sobressalto, me apressei a me vestir e descer as escadas. Daniel também acordou, olhando para mim, e eu o sinalizei: - Dorme mais um pouco!Descia as escadas apressadamente, pensando: "Quem será? Logo de manhã cedo, estava tocando a campainha de forma tão desenfreada?" Essa ação inevitavelmente me deixava nervosa, esperando que nada de ruim acontecesse.Através do olho mágico, avistei o visitante inesperado, Nanda. Instantaneamente, compreendi a situação.Depois de ponderar por um momento, destranquei a porta e abrir. Nanda chegou à minha frente num piscar de olhos, olhando para mim com raiva, e me empurrou para o lado, entrando na casa.A observando entrar furiosa, não pude deixar de balançar a cabeça, impotente. Assim que ela entrou, começou a falar alto: - Luiza, você é realmente dissimulada. Me prometeu que eu poderia ver a Ivana, mas em um piscar de olhos, isso não é mais possível. O que você quer dizer com isso? De qua
Naquele dia, Ivana, sempre atrevida, perguntou diretamente: "Você ainda está incomodando minha mãe?" Acho difícil que ela esquecesse isso tão cedo.E de fato, o rosto de Nanda empalideceu um pouco, engolindo em seco.- Além disso, por favor, pare de mencionar que esta casa pertence à sua família Barreto toda vez que me vê. Qual é a situação da sua família Barreto? Não precisa me lembrar toda vez que nos encontramos. Se não fosse por mim, vocês nem saberiam onde estariam morando agora. Não tomar posse da sua casa já é um favor que fiz! Se queremos nos dar bem, você ainda é a avó de Ivana. Se você continuar intimidando aqui, não me culpe por não te dar mais nenhuma consideração!Eu a encarava intensamente, de repente percebendo uma verdade: lamentar sua desgraça, mas evitar conflitos, era característico de pessoas como Nanda.Quando ela era minha sogra, ela precisava admitir que meu respeito por ela a tornava tão nobre, mas agora ela estava se rebaixando.Nanda me olhou com olhos opacos,
A expressão dela apertou meu coração. Olhei para ela com preocupação e perguntei: - O que você está sentindo de mal?- Meu corpo não está bem, sempre dói, não consigo dormir. - Disse ela, olhando para mim com um ar perdido, a voz fraca, contendo a dor. - Dói tanto...- Onde dói? - Meus olhos se estreitaram, apressados em perguntar.- Aqui dentro! - Ela apontou para o próprio abdômen, passando a mão sobre ele.- Você não falou com o Vitor? - Continuei perguntando, me sentindo um pouco inquieta. De fato, Nanda estava muito mais magra do que antes.- Ele está ocupado! - Nanda falou com um tom sem forças, um tanto insincero.- Há quanto tempo? - Eu continuei perguntando.- Não faz diferença, só não consigo dormir, só penso na Ivana. Eu não posso ver ela, eu... Eu não aceito, tenho medo de não ter muito tempo no futuro! - Seus lábios tremiam intensamente.Meu coração de repente se apertou, olhei seriamente para o rosto pálido dela, sem saber o que dizer. Após um momento, disse a ela: - S
Fiquei chocada. Câncer de fígado? E em estágio avançado!?Essas palavras fizeram minha mão gelar instantaneamente. Como poderia isso acontecer? Eu estava preocupada que ela estivesse doente, mas não esperava que fosse algo tão sério. Como eu iria lhe dizer isso?Fiquei sentada lá, atordoada, ouvindo o médico falar sobre o plano de tratamento para mim, mas ele acabou balançando a cabeça e suspirando, dizendo que não havia muita esperança.Embora eu já não fosse mais parente da Nanda, ela continuava sendo a avó da Ivana. Na família Barreto, a última pessoa que cuidaria da Ivana com carinho não tinha muito tempo. Meu coração ainda se apertava um pouco.Tudo o que eu via era Ivana aninhada em seus braços, abraçando seu pescoço.Afinal, vivemos juntas por muitos anos, não importava como ela tinha sido comigo, essas memórias de convivência ainda eram boas e inesquecíveis.Não sabia como tinha saído do consultório médico. Se não fosse Nanda me ver saindo e me chamar, teria esquecido que ela a
Na entrada da Construção e Decoração XR, ajustei meu humor, organizei os resultados dos exames da Nanda e, em seguida, os segurei e entrei direto.Esta era a minha segunda vez aqui, a primeira foi para obter a certidão de nascimento para transferir a escola da minha filha, e causou um tumulto no prédio inteiro.Quem sabia como seria desta vez? Realmente não sabia o que fazer com essa família. Mesmo não sendo briguenta, eu sabia como agir como uma guerreira.Toda vez que eu aparecia, eles ficavam agitados.Ou melhor, toda vez que eu via a Joyce, definitivamente era uma batalha difícil.Eu nem conseguia imaginar como estava a família Barreto ultimamente. Tinham conseguido levar a Nanda a ter câncer de fígado. Deveria ser um desastre.Joyce e Bruna, essas duas, não havia uma que fosse boa.Realmente me perguntava se Vitor estava cego. Como poderia ele ignorar o abuso que essa mãe e filha estavam infligindo à mãe dele? Teria sido inconcebível se fosse minha mãe. Eu teria sentido a necessid
Joyce, ao ouvir a pergunta de Vitor, imediatamente se aproximou da mesa de trabalho. - Luiza, o que você quer dizer? Foi para qual hospital? O que você fez com ela?As pessoas também me olhavam. As palavras de Joyce eram muito sugestivas. Parecia que elas realmente pensavam que eu tinha feito algo com a Nanda. Todos pararam e olharam para mim.Olhei para Vitor. - É melhor você levar essas coisas para o hospital e procurar ajuda adequada. - Encontrei o cartão do médico nos papéis e o entreguei para Vitor. - Este é o médico responsável, um especialista. Se tiver dúvidas, pode perguntar a ele! Sua mãe foi diagnosticada com câncer de fígado! Está em estágio avançado!Minhas palavras foram como uma bomba, explodindo na sala de Vitor. Todos ficaram chocados e olharam para Vitor, que estava tão animado e cheio de vida momentos atrás.- O que você está dizendo? - Vitor se levantou incrédulo. - O que você está dizendo? Quem? Câncer de fígado?- Luiza, você está procurando confusão à toa. Ela
- Chega! - Se ouviu o grito de Vitor, enquanto eu olhava de relance para seu rosto bonito, que agora estava feio de raiva, dor e um pouco de desamparo. - Todos calem a boca!Seu grito estava um tanto histérico, o que me fez sentir um certo desprezo. Mentalmente, murmurei: "Por que não fez isso antes?"- Vitor, você está cego? Não viu ela me batendo? Ela está me intimidando na frente de todo mundo, e você fica aí parado? - Joyce apontou para mim, protegida por Amadeu atrás dele, gritando. - Amadeu, você ficou maluco? Você não sabe quem paga seu salário aqui?Puxei Amadeu para o lado e encarei Joyce, não recuando. - Eu fui quem te bateu, e se você continuar agindo assim, vou bater de novo!- Você se atreve! - Joyce gritou para mim.- Pode tentar! Eu dei um passo ameaçador em sua direção. Eu pensava: "Eu não tinha coragem de te bater quando estava grávida, agora é totalmente diferente!"Eu estava esperando por esse momento. Daqui para frente, sempre que tivesse a chance, eu a acertaria.
- Luiza, você está indo longe demais! - Joyce insistiu com falsa indignação. - O que você tem a ver com a família Barreto?- Sim, já não tenho mais nada a ver com vocês da família Barreto. Admiti sem hesitar, então lancei um olhar para Vitor, continuando a influenciar ele:- Vitor, pergunte a todos aqui quem não sabe como nosso casamento acabou. Eu poderia muito bem ter ignorado os problemas da família Barreto, até mesmo sua mãe fez o mesmo. Ela ficou ali, observando enquanto você me batia, não fez nada para impedir. Todos vocês da família Barreto são sem coração.Todos me encararam, inclusive Emanuel, com desdém nos olhos, se voltando para Vitor.Vitor parecia resignado. Continue:- Mas agora, ao ver o estado de sua mãe, sinto pena dela. É por isso que a levei ao hospital. Não é como sua esposa está insinuando! Não tenho tempo para joguinhos! Não sou tão mesquinha para sujar meus sapatos novos com cocô de cachorro!Eu estava provocando Vitor intencionalmente.- E ainda dizem que quer