O rosto de Alícia estava sombrio e assustador, sentada lá longe, com a postura ereta, os olhos emitindo um brilho frio e desprovido de calor, aqueles olhos me faziam involuntariamente pensar numa serpente prestes a atacar. Malévola, venenosa e arrepiante. Eu estabilizei minhas emoções por um momento. Na verdade, no momento em que vi Alícia, eu já tinha certeza de que era Daniel lá dentro. Uma ansiedade sem precedentes invadiu meu peito, eu olhei para a porta da sala de emergência, fechada firmemente, rezando silenciosamente para que nada de ruim acontecesse.- O que foi? Não estava se fazendo de valente para vir até aqui?A voz de Alícia soava glacial, seus olhos de falcão nunca deixavam meu rosto.Eu respirei fundo, cerrei os dentes e dei um passo em sua direção, instantaneamente senti que as pessoas lá dentro sequer ousavam respirar. Segurando firmemente a alça da minha bolsa, cheguei perto de Alícia.- Desde quando a segurança dele se tornou sua preocupação? Que tipo de aparência
O telefone tocou por um bom tempo antes de Hugo atender. Eu estava tremendo enquanto falava com ele:- Hugo... Onde você está? Por favor, me diga... Daniel sofreu um acidente... Ele sofreu um acidente na rodovia do aeroporto...- Luiza, se acalme, assim que recebi a notícia, comecei a verificar! - Talvez Hugo tenha percebido minha voz tremida e desconexa, tentando me acalmar. - Onde você está?- Estou no hospital! - Eu respirei fundo. - Por favor, me diga o que descobriu.- Com certeza! Fique calma. Você quer que eu peça para a Amanda ir até aí ficar com você? - Ele perguntou, talvez percebendo minha agitação.- Estou bem!Eu rapidamente respondi, então perguntei a ele:- Você sabe o quão grave são os ferimentos dele?Houve um momento de silêncio do outro lado antes de Hugo responder:- De acordo com testemunhas... É muito grave!Senti tudo escurecer diante de mim. Se eles disseram que era muito grave, não era algo trivial.- Como... Como assim ''muito grave''? - Eu perguntei em pânico
Meus olhos se estreitaram, meu coração se apertou instantaneamente. Estendi a mão e afastei Giovana que estava na minha frente. Ela tropeçou e cambaleou para o lado, mas não me importei. Eu avancei rapidamente pelo corredor, mas fui barrada pelos seguranças de preto. Vi um médico explicando algo para Alícia do outro lado da porta, mas eu não consegui ouvir nada claramente. Menos de dois minutos depois, o médico voltou para a sala de emergência, suas luvas estavam manchadas de sangue, uma visão perturbadora. Meus olhos permaneceram fixos em Alícia, que ainda estava parada lá, com uma expressão estranha. Não dava para dizer se era uma boa ou má notícia. Depois de ficar parada por um longo tempo, ela disse algo para Hera atrás de si. Giovana passou rapidamente por mim, sem ser impedida, e entrou novamente. Ela segurou o braço de Alícia, parecendo perguntar alguma coisa. Alícia levantou os olhos ferozes para ela e, imediatamente, ela abaixou a cabeça, ficando ao seu lado.- Como ele e
Eu entrei correndo como se finalmente tivesse aberto a porta do mistério, vasculhando rapidamente cada sala, mas não havia ninguém à vista.Até que uma enfermeira me repreendeu severamente: - O que vocês estão fazendo? Este é um local estéril! Como vocês entraram aqui? Saiam imediatamente!Eu a agarrei, perguntando:- Então me diga, e aquele homem que estava sendo ressuscitado? Como ele está?- Saiam, que homem sendo ressuscitado? Vários pacientes estão sendo ressuscitados! - Ela tentou se libertar, nos empurrando para fora. - Saiam daqui!- Sr. Daniel, o Sr. Daniel que estava sendo ressuscitado agora, como ele está - Eu ainda estava tentando.A enfermeira me olhou sombriamente e me empurrou para fora. - Não sei!Então a porta se fechou com um baque, se trancando. Eu me encostei na parede, desanimada, me sentindo perdida. Internamente, clamava: "Daniel, o que aconteceu com você? Por favor, me diga!"- Luiza, por favor, vamos embora! - Disse Amanda, olhando para mim com preocupação.D
Quando vi o nome "Giovana" piscando no celular, meu coração deu um salto.- Giovana, se você quer dizer coisas inúteis, me poupe! Não estou com disposição para lidar com você agora. - Disse diretamente para Giovana ao atender a chamada. - Quanto às notícias sobre o Daniel, se vocês falam ou não, eu vou descobrir de qualquer maneira!- Haha, Luiza, parece que você está realmente preocupada. - Giovana respondeu de maneira sarcástica, como se estivesse se divertindo com a situação, seu tom de voz bastante satisfeito. - Você está muito irritada!- Parece que você está entediada! - Eu disse antes de desligar. Eu sabia que quanto mais eu me importava, mais ela gostava de provocar.Como esperado, meu telefone tocou novamente. Eu fingi ignorar, o deixando tocar três vezes antes de atender. - Não teste minha paciência!- Haha, Luiza! Eu só queria te dizer, ele está bem! De verdade! - Ela falou com um tom de desprezo perceptível. - Só que, talvez você não o veja tão cedo, é uma pena! Eu só que
Era um homem desconhecido, marcando um encontro comigo sozinha, dizendo que tinha informações sobre Daniel. Perguntei quem ele era, mas ele simplesmente desligou a ligação, enviando apenas uma mensagem com um endereço, provavelmente o local do encontro. Sem hesitar, peguei minha bolsa e desci as escadas. Depois de configurar o GPS, segui diretamente para o local do encontro. Meu coração batia rápido, pois era a primeira vez em vários dias que alguém me dizia ter notícias sobre Daniel. Nem sequer questionei a veracidade das informações, mesmo que fossem falsas, eu ainda queria ouvir o que ele tinha a dizer, melhor do que ficar sem saber de nada. Nos últimos dias, o acidente de carro de Daniel parecia ter sido apagado da existência, até mesmo os relatórios das notícias em tempo real foram retirados, assim como ele desapareceu. Isso me deixou louca, quanto mais eu procurava e não encontrava nada, mais eu queria saber o que estava acontecendo. Como poderiam simplesmente encobrir tud
No entanto, logo à minha frente, estavam dois policiais uniformizados. Isso me deixou um pouco chocada. Que tipo de problema poderia atrair a visita da polícia? Era um pouco confuso para mim.Os convidei a se sentarem e olhei para eles. Um deles, com uma expressão séria, perguntou: - Você conhece Davi?- Quem? - Eu fiquei um pouco confusa e neguei imediatamente. - Não conheço!O policial olhou para mim com um olhar afiado, claramente insatisfeito com minha resposta, então olhou para o colega e disse:- A foto!O outro policial rapidamente tirou uma foto de sua pasta e me entregou. - Dê uma boa olhada na pessoa na foto!Eu peguei a foto com as duas mãos e dei uma olhada. Era um homem, com um semblante atraente, com cerca de vinte e poucos anos, parecia um estudante.Balancei a cabeça, afirmando com firmeza: - Não conheço essa pessoa!No entanto, inexplicavelmente, me lembrei da loja que eu tinha acabado de visitar.- Você tem certeza de que não o conhece?O policial que me entregou
Naquele momento, não sabia por que um arrepio frio percorreu minha espinha, enquanto pensamentos terríveis me assaltavam. Como poderia uma vida tão vibrante ser ceifada no caminho para me encontrar, atropelada por um carro? Seria apenas uma coincidência? Ele só queria me dar notícias sobre Daniel, apenas uma mensagem, e isso custou sua vida? Como alguém tão jovem e educado podia morrer tão de repente... Entendi profundamente que as coisas não eram tão simples. Observando Hugo sair às pressas, mais e mais algo parecia errado. Por que o policial não me perguntou sobre as notícias de Daniel? Essa era a pergunta crucial, eles poderiam ter ignorado uma questão tão importante? Além disso, se já estivessem convencidos de que o motorista da van estava bêbado e Davi morreu por acidente, por que eles ainda estavam investigando?Não era contraditório? Mas se fosse realmente como eu imaginava, se não fosse simples, quem teria tirado a vida dele? Seria Alícia, Daniel ou outra pessoa? Não cons