No entanto, logo à minha frente, estavam dois policiais uniformizados. Isso me deixou um pouco chocada. Que tipo de problema poderia atrair a visita da polícia? Era um pouco confuso para mim.Os convidei a se sentarem e olhei para eles. Um deles, com uma expressão séria, perguntou: - Você conhece Davi?- Quem? - Eu fiquei um pouco confusa e neguei imediatamente. - Não conheço!O policial olhou para mim com um olhar afiado, claramente insatisfeito com minha resposta, então olhou para o colega e disse:- A foto!O outro policial rapidamente tirou uma foto de sua pasta e me entregou. - Dê uma boa olhada na pessoa na foto!Eu peguei a foto com as duas mãos e dei uma olhada. Era um homem, com um semblante atraente, com cerca de vinte e poucos anos, parecia um estudante.Balancei a cabeça, afirmando com firmeza: - Não conheço essa pessoa!No entanto, inexplicavelmente, me lembrei da loja que eu tinha acabado de visitar.- Você tem certeza de que não o conhece?O policial que me entregou
Naquele momento, não sabia por que um arrepio frio percorreu minha espinha, enquanto pensamentos terríveis me assaltavam. Como poderia uma vida tão vibrante ser ceifada no caminho para me encontrar, atropelada por um carro? Seria apenas uma coincidência? Ele só queria me dar notícias sobre Daniel, apenas uma mensagem, e isso custou sua vida? Como alguém tão jovem e educado podia morrer tão de repente... Entendi profundamente que as coisas não eram tão simples. Observando Hugo sair às pressas, mais e mais algo parecia errado. Por que o policial não me perguntou sobre as notícias de Daniel? Essa era a pergunta crucial, eles poderiam ter ignorado uma questão tão importante? Além disso, se já estivessem convencidos de que o motorista da van estava bêbado e Davi morreu por acidente, por que eles ainda estavam investigando?Não era contraditório? Mas se fosse realmente como eu imaginava, se não fosse simples, quem teria tirado a vida dele? Seria Alícia, Daniel ou outra pessoa? Não cons
Eu me acalmei por um momento e, só então, liguei o carro saindo devagar daquela rua estreita, voltando à estrada principal a partir de uma interseção à frente. Nesse momento, o tráfego já estava muito melhor, então eu fui direto para casa. Minha mãe suspirou aliviada quando me viu voltar e rapidamente começou a preparar o jantar. Não era comum eu estar em casa com eles para jantar. Quando os meus pais souberam que eu estava voltando para jantar, ficaram esperando por mim. Minha mãe disse que a comida recém-feita era sempre a melhor. Depois do jantar, liguei para Eunice para ver se ela estava em casa. Ela disse que tinha acabado de entrar e eu fui até lá com a Ivana para dar um passeio. Já fazia alguns dias desde a última vez que tinha a visto. Assim que ela me viu, perguntou sobre Daniel e eu apenas balancei a cabeça em desânimo. Ela disse que Ângela estava mais tranquila nos últimos dias, provavelmente por não ter notícias de Daniel. - Não se preocupe, já falei com a assistente
Eunice me olhou com uma expressão perplexa, seus olhos transbordando de dúvida e um leve nervosismo. - Por quê? Alguém está te obrigando?- Não, não é isso!Balancei rapidamente a cabeça, explicando: - Não sei por que, Eunice, é como se eu estivesse sendo puxada por uma força inexplicável, ou como se houvesse uma mão gigante me empurrando, simplesmente não consigo parar, não importa o quanto eu tente! Não é apenas o amor pelo Daniel!Eunice me olhou, ainda sem compreender completamente minhas palavras, então continuei explicando:- Na verdade, muitas vezes, eu quis desistir. Considerando minha realidade, eu sei que não estou à altura do Daniel, qualquer um sentiria que estou delirando, mas... No fundo, sempre sinto que entre nós, há algo inexplicável nos conectando, como se já houvesse uma ligação, até mesmo suspeitei que nos conhecíamos antes! E esse sentimento está ficando cada vez mais forte!Disse a Eunice com muita seriedade: - Sempre tive esse sentimento, mas sempre me contrad
Por que uma simples notícia poderia custar uma vida? Essa pergunta ecoava incessantemente em minha mente, enquanto meus passos solitários ecoavam pelas sombras. No silêncio da noite, sob o amarelado brilho dos postes, eu vagava pelo condomínio, acompanhada pela silhueta de Ivana, mergulhada em pensamentos. Pensando em Davi, cuja vida foi abruptamente interrompida, apenas intensificava o estranho clima que pairava no ar. Sem perceber, apressei o passo, sentindo o peso de Ivana em meus braços aumentar a cada movimento.Ao chegar à porta de casa, uma sombra surgiu repentinamente, arrancando um grito surpreso de mim: - Ah!- Luiza, sou eu... Eu queria te perguntar, você tem alguma notícia sobre o Daniel? A sombra se aproximou, revelando ser Ângela.- O que você está fazendo aqui a essa hora da noite? - Resmunguei, impaciente, enquanto tentava acalmar Ivana, que se remexia em meus braços emitindo gemidos. - Quase me matou de susto!- Eu bati na sua porta, disseram que você não estava
No fundo, senti um alívio quando Alícia partiu da Cidade J. Talvez isso facilitasse um pouco as investigações. De certa forma, deveria ser uma boa notícia para mim. Eu pedi a Hugo que ficasse de olho na situação do lado de Belov. Afinal, com a saída de Alícia, as coisas não podiam simplesmente permanecer inativas aqui, não era mesmo? Daniel estava ferido, Alícia estava na fora, a empresa ainda precisava funcionar, certo? De repente, me lembrei de um lugar, a casa de Daniel, Quinta do Lago. Era um pouco longe, mas a Quinta do Lago era sua propriedade privada. Será que ele estaria lá?Organizei as coisas no escritório e segui diretamente para a Quinta do Lago.Tinha acabado de passar o Carnaval, uma época perfeita para uma visita. O caminho até a Quinta do Lago estava deslumbrante, com todas as cores da primavera, embora a área ainda estivesse em desenvolvimento e atualmente paralisada. Daniel havia morado temporariamente aqui antes, o que indicava que esta era uma propriedade de Bel
Enquanto o carro se preparava para sair da estrada particular, por acaso, através das frestas das plantas, avistei um lampejo vermelho no horizonte. Seria possível que fosse o carro esportivo vermelho? Giovana? Giovana foi para Quinta do Lago? Pisei no freio, hesitei por um momento, então, percebendo o ambiente ao redor, dei marcha a ré rapidamente. Finalmente, avistei uma pequena trilha que adentrava a floresta. Avaliei a largura e manobrei o carro para dentro da bifurcação. Felizmente, a cor do meu carro era discreta, um azul noturno parecido com o céu noturno. Não seria tão fácil de ser notado. Pouco depois, o carro esportivo vermelho passou rápido.Meu coração disparou. Seria realmente Giovana? Enquanto analisava mentalmente, se Daniel não estivesse na Quinta do Lago, Giovana ficaria aqui? Eu não tinha certeza, afinal, eles eram parentes muito próximos. Enquanto eu hesitava, um carro preto também entrou. Decidi não sair com pressa e fiquei parada ali por um bom tempo, sem ver
Eu permaneci ali, em silêncio, me sentindo totalmente impotente. Talvez porque eu soubesse que Troy era alguém em quem Daniel confiava muito, eu não conseguia controlar minhas emoções.Sem esconder minha aflição, olhei para Troy e disse: - Sr. Troy, além da lesão na cabeça, como estão as outras partes do seu corpo? O médico disse algo sobre quando ele vai acordar? E... Haverá consequências?Eu estava quase desmoronando. Por que o destino tinha que ser tão cruel? Por que tinha que ser ele?Troy olhou para o meu rosto, expressando uma sensação de impotência. - Ele também sofreu ferimentos no braço e no peito, mas o mais grave é na cabeça. O médico não pode dizer ao certo quando ele vai acordar! Pode ser... Dias, ou talvez meses... Isso depende de como o sangue na cabeça é absorvido.Ouvindo Troy dizer isso, fiquei ainda mais ansiosa. Já não conseguia mais esconder minha angústia, as lágrimas começaram a cair involuntariamente. Rapidamente, as enxuguei, consciente de que estava perdend