Eu olhei para ela com aquele jeito, quase rindo alto, e perguntei indiferente: - Entendi! Mais alguma coisa?Ela talvez não esperasse essa atitude minha, ficou um pouco surpresa e me olhou com desconfiança, perguntando: - Você não quer perguntar com quem eu vou?- Com quem você vai não faz muita diferença para mim! Não serve de nada eu perguntar? Não estou interessada! Além do mais, nossos campos são diferentes, eu não entendo o seu trabalho. Que tal você procurar a Eunice? Acho que você deveria falar com ela!Eu estava completamente indiferente, e minha atitude deixou claro que achei a conversa dela um pouco chata.- Vou com Daniel, o que você acha?Ela me olhou desafiadoramente, com a postura de quem venceu.- Sério? Seu namorado, como você disse? - Eu continuei agindo com tranquilidade. - Eu não vejo problema, mas acho que você deveria conversar com a prima dele, talvez ela esteja interessada! Não caia em armadilhas! Ângela, considerando que somos vizinhas, deixo esse conselho par
Eu observava a expressão da minha mãe e tinha a vaga sensação de que havia algo ali.- Mãe, você já teve momentos assim? Em que não consegue se lembrar das coisas do passado? - Eu franzia a testa, pensando profundamente. - Eu não consigo me lembrar das coisas da minha infância, todo mundo fala sobre como era quando era criança, mas eu não sei de nada.- Como assim? Na infância, não havia nada de diferente. Na época, morávamos no Condomínio Pituba, éramos todos colegas, um grupo de crianças, nada diferente. Ela repetia para mim, dizendo para esquecer e que não era nada.Eu percebi que ela não queria mais tocar no assunto.Justo naquele momento, meu telefone tocou e vi que era Daniel ligando. Me levantei para atender. - Por que você está ligando tão tarde?- Sabe o que é? Você pode sair? Estou no Starlight International!Sua voz era sedutora, e meu coração instantaneamente acelerou. Era difícil recusar. Olhei para minha mãe de propósito e disse em voz alta: - Estou indo agora, espere
- Está dizendo que vai arrasar com ela? - Fiquei surpresa, olhando para Daniel.Ele baixou os olhos para mim por um momento, estendendo a mão para tocar no meu nariz. - Minha pequena é mesmo inteligente!- Não tem medo de ela realmente se juntar ao Raul e não voltar a conseguir apoio para a presidência da empresa? - Perguntei, sondando.Ele abanou a cabeça. - Acha que o Raul é tão fácil de se aliar com os outros?Daniel estava certo com essa afirmação. Raul era definitivamente um velho raposo, astuto tanto por fora quanto por dentro.Ele bateu no meu rosto e avisou: - Se eu não atender a chamada, me mande um e-mail! Posso ver a qualquer momento. Desta vez, estou agindo por conta própria. Portanto, não vou ser controlado por ela.Eu realmente estava a começar a sentir falta dele. Eu não ousava imaginar o que faria se não pudesse o ver.- Se o Raul começar a agir, se lembre de uma coisa: lutar pelo maior benefício possível. Não se ligue ao Raul, ele também não vai se ligar a você, o ú
Depois de sair do escritório do Advogado Abílio e garantir que o contrato não apresentava problemas, me senti muito mais tranquila. Tudo precisava ser minuciosamente considerado, não podia haver descuidos. Esses dois astutos personagens se enfrentando certamente afetariam as pessoas ao redor deles, então eu precisava me precaver, afinal, já havia sido arrastada para dentro desse círculo.Ao retornar para a empresa, mal entrei no saguão quando avistei algumas pessoas se aglomerando em torno da grande tela na parede, assistindo às notícias em tempo real. Eles não paravam de expressar surpresa, mais uma vez, a tela mostrava um acidente de carro, com ambulâncias e caminhões de bombeiros chegando ao local. Eu apenas lancei um olhar distraído e continuei em direção à catraca, não querendo me envolver nesse tumulto, pois isso só traria sombras à minha mente.- Ouvi dizer que é o presidente da Belov.- Parece muito grave...Minha cabeça de repente começou a girar, o presidente da Belov? Ins
O rosto de Alícia estava sombrio e assustador, sentada lá longe, com a postura ereta, os olhos emitindo um brilho frio e desprovido de calor, aqueles olhos me faziam involuntariamente pensar numa serpente prestes a atacar. Malévola, venenosa e arrepiante. Eu estabilizei minhas emoções por um momento. Na verdade, no momento em que vi Alícia, eu já tinha certeza de que era Daniel lá dentro. Uma ansiedade sem precedentes invadiu meu peito, eu olhei para a porta da sala de emergência, fechada firmemente, rezando silenciosamente para que nada de ruim acontecesse.- O que foi? Não estava se fazendo de valente para vir até aqui?A voz de Alícia soava glacial, seus olhos de falcão nunca deixavam meu rosto.Eu respirei fundo, cerrei os dentes e dei um passo em sua direção, instantaneamente senti que as pessoas lá dentro sequer ousavam respirar. Segurando firmemente a alça da minha bolsa, cheguei perto de Alícia.- Desde quando a segurança dele se tornou sua preocupação? Que tipo de aparência
O telefone tocou por um bom tempo antes de Hugo atender. Eu estava tremendo enquanto falava com ele:- Hugo... Onde você está? Por favor, me diga... Daniel sofreu um acidente... Ele sofreu um acidente na rodovia do aeroporto...- Luiza, se acalme, assim que recebi a notícia, comecei a verificar! - Talvez Hugo tenha percebido minha voz tremida e desconexa, tentando me acalmar. - Onde você está?- Estou no hospital! - Eu respirei fundo. - Por favor, me diga o que descobriu.- Com certeza! Fique calma. Você quer que eu peça para a Amanda ir até aí ficar com você? - Ele perguntou, talvez percebendo minha agitação.- Estou bem!Eu rapidamente respondi, então perguntei a ele:- Você sabe o quão grave são os ferimentos dele?Houve um momento de silêncio do outro lado antes de Hugo responder:- De acordo com testemunhas... É muito grave!Senti tudo escurecer diante de mim. Se eles disseram que era muito grave, não era algo trivial.- Como... Como assim ''muito grave''? - Eu perguntei em pânico
Meus olhos se estreitaram, meu coração se apertou instantaneamente. Estendi a mão e afastei Giovana que estava na minha frente. Ela tropeçou e cambaleou para o lado, mas não me importei. Eu avancei rapidamente pelo corredor, mas fui barrada pelos seguranças de preto. Vi um médico explicando algo para Alícia do outro lado da porta, mas eu não consegui ouvir nada claramente. Menos de dois minutos depois, o médico voltou para a sala de emergência, suas luvas estavam manchadas de sangue, uma visão perturbadora. Meus olhos permaneceram fixos em Alícia, que ainda estava parada lá, com uma expressão estranha. Não dava para dizer se era uma boa ou má notícia. Depois de ficar parada por um longo tempo, ela disse algo para Hera atrás de si. Giovana passou rapidamente por mim, sem ser impedida, e entrou novamente. Ela segurou o braço de Alícia, parecendo perguntar alguma coisa. Alícia levantou os olhos ferozes para ela e, imediatamente, ela abaixou a cabeça, ficando ao seu lado.- Como ele e
Eu entrei correndo como se finalmente tivesse aberto a porta do mistério, vasculhando rapidamente cada sala, mas não havia ninguém à vista.Até que uma enfermeira me repreendeu severamente: - O que vocês estão fazendo? Este é um local estéril! Como vocês entraram aqui? Saiam imediatamente!Eu a agarrei, perguntando:- Então me diga, e aquele homem que estava sendo ressuscitado? Como ele está?- Saiam, que homem sendo ressuscitado? Vários pacientes estão sendo ressuscitados! - Ela tentou se libertar, nos empurrando para fora. - Saiam daqui!- Sr. Daniel, o Sr. Daniel que estava sendo ressuscitado agora, como ele está - Eu ainda estava tentando.A enfermeira me olhou sombriamente e me empurrou para fora. - Não sei!Então a porta se fechou com um baque, se trancando. Eu me encostei na parede, desanimada, me sentindo perdida. Internamente, clamava: "Daniel, o que aconteceu com você? Por favor, me diga!"- Luiza, por favor, vamos embora! - Disse Amanda, olhando para mim com preocupação.D