Na sala de cirurgia do Hospital Municipal.A placa luminosa exibia as duas grandes palavras vermelhas: “Em operação”.Vanessa esperava ansiosamente no corredor, sem saber há quanto tempo aguardava. Finalmente, a porta da sala de cirurgia se abriu.— Dr. Valentino.Valentino, vestido com seu jaleco branco, retirou a máscara.— Já passou da parte mais crítica. É um caso de cardiopatia congênita. Felizmente, o socorro foi rápido. Agora, só precisa de alguns dias de observação no hospital. Vá fazer os procedimentos.— Eduardo. — Bryan deu a ordem. — Não precisa. — Vanessa interrompeu friamente. — Eu me encarrego. Não é necessário que se incomodem.Dito isso, ela seguiu a enfermeira para fazer os procedimentos, deixando os outros parados, trocando olhares em silêncio.Valentino colocou as mãos nos bolsos do jaleco, sem entender.— O que aconteceu entre vocês dois? — Ele perguntou.Bryan olhou com um olhar sombrio.— Tem certeza de que é cardiopatia congênita?— Sou médico, ou você é que é
— Com a sua idade, você deveria estar na escola.— Eu... — Ronaldo abaixou a cabeça.— Não se preocupe, todos têm suas dificuldades. Se você não quiser contar, eu não vou perguntar. Quando você estiver pronto para falar, me avise a qualquer momento. E se quiser continuar seus estudos, me avise também. Eu vou tentar ajudar.Ronaldo levantou lentamente a cabeça, perguntando:— Srta. Vanessa, por que você é tão boa comigo?— Isso é bondade? Eu trato todos os meus funcionários assim. — Vanessa sorriu. — Se eu for dizer o motivo, talvez seja porque você tenha a mesma idade do meu irmão. Mas, tudo bem, não pense demais nisso, descanse.Vanessa se levantou e foi pegar água.Observando a silhueta dela, Ronaldo ficou em silêncio, sem saber se o que estava fazendo era certo ou errado.Naquele momento, Bryan estava saindo do hospital.— Sr. Bryan, por que você não explica a situação para a Srta. Vanessa? Aquele rapaz estava com um alicate, mexendo nos freios, e há provas claras.Os passos de Brya
Ao meio-dia.No jardim da mansão da família Ribeiro, a churrasqueira externa estava acesa, proporcionando calor.— Eu fiz tudo o que você me pediu. Inclusive mandei o Ronaldo mexer no carro da Vanessa. Aqueles negativos, você pode me entregar agora? — Esther estava pálida, olhando fixamente para a pessoa à sua frente.— Por que tanta pressa? — A voz feminina do outro lado era calma. Violeta tomou um gole de chá e continuou. — O que você pediu ainda não foi concluído, certo? Não sei se o seu plano B vai dar certo, ele age com muito receio.— Plano B? Ele não chega nem perto disso, no máximo é um puxa-saco.— Bom, tendo uma pessoa como ele para fazer o trabalho, já podemos dizer que estamos aproveitando bem. Desde que ele consiga matar a Vanessa, eu consigo calar qualquer coisa sobre o que aconteceu, ninguém jamais vai saber....Depois de Violeta ir embora, Esther pegou o celular e ligou para Ronaldo.— Alô? Sou eu. Onde você está? Como está a situação?— Esther, preciso te perguntar um
Vanessa já havia assentido, mas hesitou, olhando para Bryan.Bryan falou com indiferença:— Não vamos mais responsabilizar ele.— Certo, se a pessoa envolvida não quer levar isso adiante e não houve danos materiais significativos, pagando a fiança, podem levar ele.— Obrigada. Ronaldo foi conduzido para fora por Eduardo e imediatamente viu Bryan e Vanessa no pátio.Os dois estavam parados no vento gelado, os casacos bege combinavam esvoaçando atrás deles, parecendo um casal perfeito.O homem tinha uma expressão impassível, enquanto a mulher, ao ouvir o som, se virou e sorriu para ele.— Vamos.Ronaldo ficou parado por alguns instantes, atônito.Eduardo deu um leve empurrão em seu ombro.— Ei, garoto, anda logo! Está um frio de rachar, e o Sr. Bryan e a Srta. Vanessa vieram até aqui só por sua causa. Você tem ideia de como os dois são ocupados? Se te vendessem, não daria nem para cobrir o tempo que perderam.Dentro do carro, o aquecedor estava ligado, deixando o ambiente aconchegante.
— Acho que foi no começo do mês. Lembro que naquele dia caiu um pouco de neve e estava ventando muito.O olhar de Vanessa se estreitou levemente enquanto encarava Bryan.Bryan permaneceu impassível, respondendo calmamente:— Michele foi até a família Ribeiro procurar quem, você viu?Ronaldo balançou a cabeça:— Quando eu vi, a diretora Michele já tinha entrado no carro.— Naquele dia, você viu a Esther?— Não. A Sra. Nanda disse que ela não estava em casa. Mas, para ser honesto, ela costuma dizer isso para evitar que eu encontre a Esther, então não tenho certeza.O coração de Vanessa ficou de repente um pouco inquieto.Uma mão grande cobriu a dela de lado, apertando seus dedos gelados na escuridão.A noite chegou.Vanessa se encostava na cabeceira da cama, olhando para a tela de bate-papo no celular. Depois de hesitar por alguns instantes, decidiu ligar para Michele.— Alô? Sou eu.— Eu já sei que é você. O que foi? Por que ainda está acordada a essa hora?— Michele, tem uma coisa que
Atrás do computador, Vanessa saiu da tela de notícias, com um tom de voz complexo.— A situação realmente tomou proporções grandes. Se as gravações, vídeos e capturas de tela de transações expostas pelo Entretenimento VT forem confirmadas como verdadeiras...Vanessa não continuou a frase.— Com certeza são verdadeiras, caso contrário, como explicamos o fato de que a diretora Rafaela e Esther teriam denunciado o Entretenimento VT por difamação? Esse tipo de coisa não pode ser tratado como brincadeira, e a polícia já está envolvida, não é? Elas estão colhendo o que plantaram.Vanessa, embora não tenha se juntado àqueles que chutam alguém caído, concordou com as palavras de Annie.“Quem faz o mal, recebe o mal.”, Vanessa pensou no seu coração.Rafaela, que escolheu o caminho errado, e Esther, que depois de ser enganada ainda se uniu àqueles que praticaram maldades. Elas já haviam causado sofrimento a inúmeras garotas, com o que foi exposto, se elas fossem detidas ou presas, seria justo.M
— Bryan!Vanessa olhou incrédula para o sangue que jorrava diante dela, sua mente ficou completamente vazia. O sangue escorria de sua mão, pingando no chão.Bryan tocou seu rosto e disse, com a voz rouca e baixa:— Não entre em pânico, está tudo bem.Ele se virou, com a mão pressionando sua barriga ainda sangrando.Nanda tremia e, com um estrondo, a faca caiu no chão.— Não fui eu, foi você quem se jogou contra a faca!Bryan olhou para ela com um olhar gelado, dizendo:— Você deveria se considerar sortuda por essa faca não ter ido parar no corpo da Vanessa. Caso contrário, eu faria você e toda a família Ribeiro pagarem um preço cem vezes maior.Bryan começou a caminhar em direção a ela, o sangue escorria pelos dedos, pingando no chão em um espetáculo horrível.— Não se aproxime. — Nanda recuou apressada, tremendo de medo.— Volte e diga à sua filha que ela destruiu sua própria honra. Se ela quiser acabar como Rafaela, presa, eu ficarei feliz em levar ela até lá. — Bryan fez uma pausa,
— E Esther?— Ela? Depende se você vai denunciar ela.Esther, afinal, também foi uma das vítimas, mas desde o momento em que ela planejou e armou contra Vanessa, ela deixou de ser vítima e passou a ser cúmplice. O grau de sua culpa estava completamente nas mãos de Vanessa.Vanessa não se importou.— Deixe para lá, me deixa ver seus ferimentos.Ela não tinha tempo para se preocupar com os problemas da família Ribeiro naquele momento. O destino da família Ribeiro não era de seu interesse. Sua mente ainda estava cheia da cena de Bryan saindo correndo do escritório.Bryan estava de lado, abotoando sua camisa.— O que tem de mais? Não é nada.Antes que pudesse terminar a frase, Vanessa o agarrou.— Me deixe ver.Sem dar explicações, ela puxou sua mão e começou a desabotoar a camisa que ele havia começado a abotoar.Nesse momento, a porta se abriu de repente.— Bryan!— Cunhado!As vozes de Caio e Helen vieram simultaneamente da porta.Caio e Helen estavam na porta, olhando para as duas pess