A morte de Bruno, muito provavelmente, tinha a ver com Bryan.Ao pensar nisso, Vanessa ficou com o corpo todo gelado. Ela não conseguia acreditar que conhecia e amava um homem tão frio e cruel, alguém que achava que a vida de uma pessoa comum realmente não tinha valor algum.Ela não ousava nem pensar: Se não tivesse tido a “sorte” de salvar ele por acaso na infância, será que ela mesma, aos olhos dele, seria apenas mais uma vida desprezível que ele poderia descartar a qualquer momento?Mansão da família Barbosa.O som de um motor parou na entrada da garagem, e Vanessa entrou direto.— Srta. Vanessa, como você voltou? — A empregada, ao ver Vanessa entrar, não demonstrou nenhuma alegria, ao contrário, parecia apavorada.— Cadê o Bryan?— O jovem... O jovem senhor não está em casa.Diante da hesitação da empregada, Vanessa teve ainda mais certeza de que Bryan estava escondendo algo, provavelmente se esquivando dela de propósito.— Não está, é? Tudo bem, vim buscar algumas coisas minhas. —
Ao ouvir isso, Vanessa parou abruptamente e logo se virou.No corredor escuro, Violeta, que deveria estar na porta do quarto principal, apareceu diante dela sem que ela percebesse, sorrindo de uma forma que lembrava um fantasma. A expressão sinistra de seu rosto surgiu de repente, fazendo com que Vanessa soltasse um grito.— Ah!!No segundo seguinte, um peso a puxou para baixo, e ela começou a rolar escada abaixo. O corpo de Vanessa descontroladamente desceu, caindo em direção às escadas.Ela nem sentiu dor, sua mente estava completamente vazia.Antes de perder a consciência, ela pareceu ouvir alguém chamando seu nome.— Vanessa!Mas aquele tom de pânico não parecia algo que poderia vir da boca daquele homem. Isso deveria ser uma ilusão, afinal, ele ainda estava deitado na cama, desfrutando da calma trazida pela alegria da noite anterior.Com um estrondo, suas costas colidiram com o chão, e sua caixa torácica parecia prestes a se despedaçar com a dor que a envolveu instantaneamente.Va
Depois de alguns segundos de impasse, Caio disse friamente:— Explique você mesmo para minha irmã!Dito isso, ele saiu imediatamente, deixando Bryan e Vanessa a sós.Quando a porta se fechou, o quarto ficou instantaneamente muito mais silencioso.Bryan se sentou ao lado da cama dela com um copo na mão e tentou alimentar ela com uma colher.Vanessa, encostada na cabeceira da cama, virou o rosto, se recusando a olhar ele, mesmo sabendo que ele estava lá.O ar ficou mais silencioso, e a atmosfera se tornou tão fria que fazia o coração gelar.Bryan fez uma pausa e disse:— Acredite você ou não, não aconteceu nada entre mim e Violeta.— Ha. — Vanessa soltou uma risada fria, sentindo como se tivesse acabado de ouvir a piada mais ridícula do ano.Um homem e uma mulher nus, juntos na mesma cama, passando a noite toda assim, e ele diz que nada aconteceu? Ficaram apenas conversando sob as cobertas?Bryan sabia que ela não acreditava e, sem mais explicações, mudou de assunto:— Foi minha culpa, t
Bryan franziu levemente o cenho e sentiu um aperto na garganta, sem dizer uma palavra. Já não adiantava falar nada, mesmo que conseguisse explicar, o filho deles não voltaria.Valentino sabia o que ele estava pensando e suspirou silenciosamente em seu coração.Na verdade, já havia uma grande chance de que aquele bebê não sobrevivesse, mas perder assim, de uma forma tão abrupta, era doloroso para todos.Foi só depois que Bryan e Valentino partiram que Vanessa acordou.— Eles já foram, mana.Caio, que tinha uma ligação especial com a irmã, já havia percebido que Vanessa estava acordada, mas sabia que ela não queria ver Bryan. Por isso, fez questão de afastar eles.Vanessa se recostou na cabeceira da cama, com os olhos ainda cheios de lágrimas.— Não fique triste, mana. Já dei uma bronca nele. Foi demais. Como ele pôde fazer isso com você?— Caio, estou com saudades da mãe.Ao ouvir isso, o olhar de Caio parou por um momento, enquanto segurava a mão de Vanessa.Naquele momento que se torn
— Está quente ou não? Mais um gole.Vanessa tomou mais dois goles, e o caldo espesso escorreu pela garganta. Ao ouvir as palavras preocupadas de Helen, seu coração, que estava frio há vários dias, aqueceu de repente. Seu nariz ficou arrepiado, e as lágrimas começaram a cair.— Por que você está chorando? — Helen rapidamente colocou as coisas de lado e pegou um lenço para enxugar as lágrimas. — Nesse momento, você não pode chorar, isso faz mal para a saúde.Vanessa engasgou, com a voz fraca:— Eu sinto falta da minha mãe.Helen, ao ouvir isso, ficou imediatamente com o coração partido. Ela rapidamente a puxou para um abraço.— Eu sempre desejei ter uma filha nessa vida. Se você sentir falta da sua mãe, pode me tratar como sua mãe. Vai, não chore mais.Com alguém a confortando e se preocupando com ela, Vanessa não conseguiu se conter mais. Todas as mágoas dos últimos dias jorraram, e ela desabou em lágrimas no abraço de Helen, como uma criança.Caio estava ao lado, com os olhos levemente
Vanessa achou tudo isso extremamente irônico.Ela acabou de perder o bebê, ainda não fazia um mês, e o homem que causou a morte do seu bebê falava de forma tão leviana que ainda teria outros bebês no futuro.— Não fique emburrada, está bem? — Bryan disse, tentando ser paciente.— Para você, tudo que eu digo que não te agrada é só uma birra. Você nunca pensou que o coração das pessoas é feito de carne, e que nem toda dor pode ser curada.— Eu vou compensar.— Compensar? — Vanessa deu uma risada sarcástica e balançou a cabeça. — Bom, então eu te faço uma pergunta.Na frente de Bryan, ela ativou a gravação no celular.— Por favor, toque sua consciência e me diga, quem é o verdadeiro culpado pelo incêndio no velho bairro? Bruno, que estava na prisão, se suicidou ou foi forçado a isso? Eu quero uma verdade sua.Enquanto observava a linha de gravação oscilar na tela, a testa de Bryan se contraiu.— Vanessa.— Eu entendi. — Vanessa desligou a gravação, fazendo uma expressão de desprezo. — Até
Vanessa baixou levemente o olhar. Igor pensou que ela estivesse irritada e rapidamente se desculpou: — Desculpe, eu não deveria ter perguntado isso. Finja que eu não disse nada.— O que você disse é verdade. — Vanessa, ao contrário, ficou calma. — Já faz um tempo que terminamos. Não foram os jornais que disseram? O que andam comentando?— Nada demais, só fofocas de gente que não sabe de nada. Só tolos acreditariam nisso, eu não acredito em uma palavra se não for você quem diz.— Obrigada. — Vanessa sorriu levemente.Ela não imaginava que, ela e Igor poderiam fazer as pazes.Igor a levou de carro até o shopping.— A que horas você termina à noite? Posso te buscar.— Não precisa, eu posso chamar um táxi.— Vanessa, você não precisa ser tão formal comigo, nem se preocupar que eu tenha segundas intenções. Só quero te agradecer.— Não, de verdade, não precisa. — Vanessa, do lado de fora do carro, acenou para ele. — Vai embora logo, minha amiga já está me esperando.Igor não teve escolha s
— Oi, Vanessa, que coincidência você também estar aqui para comprar bolsa, hein? — Rafaela começou a falar com um tom mordaz, sem esconder o sarcasmo.Agora ela estava em outra fase da vida, coberta de artigos de luxo, como se quisesse cravar a palavra “rica” na testa. Mas, apesar disso, ela tinha um ar natural de simplicidade, e em nada aparentava a elegância de quem realmente era de classe.Vanessa franziu a testa. Ela não tinha vontade alguma de conversar com Rafaela, mas a bolsa claramente era algo que Helen gostava muito, então não havia como abrir mão dela.— Rafaela, nós vimos essa bolsa primeiro.— E daí que vocês viram primeiro? Vão comprar? Vanessa, eu lembro que você nunca teve muito interesse por essas marcas e sempre foi mais simples. Sabe quanto custa uma dessas? — Rafaela a olhou com desdém, zombando. — Esqueceu dos tempos em que você saía para fazer negócios usando imitações?A mão de Vanessa, caída ao lado do corpo, se fechou em um punho imediatamente.Naquela época, o