No quarto, só tinha Bryan. Ele estava parado ao lado da janela, falando ao telefone.— Sim, a reunião foi cancelada. Sem motivos, apenas adiamos por dois dias....Vanessa entrou e ouviu a voz fria ecoando na sala. Ao levantar os olhos, viu o perfil de Bryan, com a cabeça envolta em uma faixa, e a parte de trás da cabeça, onde estava ferido, mostrava um leve tom avermelhado de sangue. Seu olhar se escureceu de repente.Caio não teve pena, realmente o tratou como um maldito, atacando ele com toda a força.Bryan ouviu passos e se virou ao ver Vanessa.— Vou desligar, falamos sobre o resto amanhã. — Depois de dizer isso, ele desligou o celular.Assim que ele desligou, os olhares se encontraram, criando uma atmosfera desconfortável.Foi Vanessa quem quebrou o silêncio, dizendo:— O Dr. Valentino está dizendo que você precisa ficar internado para observação. Se estiver tudo bem, você poderá sair o mais cedo amanhã ao meio-dia. Se houver algum problema, terá que continuar a observação. Isso
“Bebê, tudo por causa do bebê!”, Vanessa gritou no seu coração.O noivado foi cancelado publicamente, não importava se era a intenção de Bryan ou não, algumas coisas, uma vez ditas, se tornaram fatos. Independentemente das dificuldades, isso era a realidade estabelecida.Ela aceitou a situação. Mas agora, por causa do bebê, ele voltou a insistir, mesmo já tendo uma nova amente. O que ele pensava que ela era?Vanessa estava furiosa e, ao não conseguir se desvencilhar, mordeu com força o braço de Bryan.— Uhm... — Um gemido abafado veio de cima e, rapidamente, ele se controlou, permitindo que Vanessa o mordesse com força, deixando duas marcas profundas e até sangrando.O gosto de sangue se espalhou na boca de Vanessa, e seu estômago virou de ponta cabeça.Não sabia de onde veio a força, mas, de repente, empurrou Bryan para longe, lutando contra a náusea enquanto se virava e corria.Na porta, quase colidiu com Valentino, que, felizmente, teve reflexos rápidos e se afastou para o lado. Val
No escuro do condomínio, as luzes estavam fracas. Um carro branco entrou na garagem subterrânea. Embora Caio tivesse tirado a carteira de motorista há dois anos, ele não dirigia muito, então não era muito habilidoso ao volante. Felizmente, ele dirigiu devagar e chegou em casa com segurança, enquanto fazia a manobra de ré.Vanessa, se sentindo mal, estava reclinada no banco do passageiro, descansando os olhos.De repente, um estrondo ecoou e, sem saber o que havia atingido, o sensor de ré apitou incessantemente. Caio pisou no freio e, com a voz trêmula, disse:— Mana, acho que atingi alguém.Ele realmente viu uma sombra no retrovisor, deitada no chão.O rosto de Vanessa mudou e, se esquecendo do mal-estar, ela imediatamente saiu do carro.Ele realmente havia batido em alguém. Nesse momento, no chão atrás do carro, estava sentada uma mulher de meia-idade, com óculos escuros cobrindo metade do rosto, tornando impossível adivinhar a idade dela. Ela vestia um casaco de lã cinza-claro, com u
Helen falava com um tom de voz suave, com um sotaque sulista, o que fez Vanessa se sentir inexplicavelmente próxima dela.— Aliás, eu ainda não sei seu nome.— Eu me chamo Vanessa....Vanessa conversou com Helen e, surpreendentemente, elas se deram bem, passando mais de meia hora sem perceber.Na cozinha, Caio serviu a comida na mesa e olhou para o relógio, confuso.— Mana, vem aqui um minuto.Vanessa foi puxada para o lado, sem entender e perguntou:— O que foi?"Que horas são? Essa tia ainda não foi embora? Caio apontou para o relógio. — Olha, já são nove horas. Será que ela não é uma golpista?— Não fala besteira. O marido dela estava ocupado no trabalho e ficou até tarde. Adicione um conjunto de pratos e talheres.— Você ainda vai deixar ela jantar aqui conosco? — Então você quer fazer ela nos ver comer? — Vanessa deu um tapa em Caio. — Vai logo.Caio, relutante, entrou na cozinha, murmurando para si mesmo. Ele tinha certeza de que, quando estava dando ré, olhou a imagem da c
Na manhã seguinte, quando Vanessa acordou, Caio já estava tomando café da manhã na sala de jantar. Ela se surpreendeu:— Você acordou tão cedo no primeiro dia de férias? E ainda fez café da manhã.Caio, sem levantar a cabeça, bocejou e disse:— Não fui eu que fiz, foi a Tia Helen quem comprou.Vanessa lembrou então do que aconteceu na noite anterior e perguntou:— Onde está a Tia Helen?— Ela saiu cedo, talvez alguém tenha ido abrir a porta da casa. — Caio mencionou Helen com o olhar ligeiramente nervoso. — Ah, e a Tia Helen me pediu para te dizer que, se você não estiver com apetite, é para comer isso.Caio descobriu uma pequena tigela branca na mesa, onde havia ninho de andorinha cozido. O coração de Vanessa se aqueceu. Às vezes, o cuidado de estranhos faz o mundo parecer mais bonito.— Eu não quero, você come. — Ela respondeu. Como precisava ir ao hospital em jejum para o exame de gravidez, não poderia comer.No hospital no sábado, havia mais gente do que o normal. O ginecologista s
Vanessa sentiu que a última fagulha de esperança finalmente havia seapagado, levando consigo a última confiança que ela mantinha em Bryan, desmoronando nas profundezas do seu ser.O que ela viu foi a realidade nua e crua.Ela uma vez acreditou que Bryan era a sua salvação, tirando ela do fundo mais escuro de sua vida e permitindo que ela abraçasse novamente a luz, redescobrindo um mundo belo.Mesmo após tantos dias de ressentimento e palavras ditas por impulso, ela sabia que as divergências entre eles nunca foram sobre os sentimentos, mas sim sobre os princípios diferentes na forma de lidar com o incêndio.Ela achou que ele também pensava assim, por isso não concordou com a separação.Quando o resultado do exame de gravidez saiu, seu primeiro impulso foi discutir com ele.Mas agora, tudo parecia tão absurdo.O olhar de Vanessa estava frio e, após um longo tempo, ela fechou lentamente os olhos. O som de suas lágrimas caindo no volante logo foi encoberto pelo barulho do lado de fora do c
A eficiência do escritório do Grupo Barbosa sempre foi muito alta. Eduardo rapidamente preparou todos os documentos necessários para a transferência da dívida, bastava Bryan assinar e depois dar um toque na Secretaria de Urbanismo. A maior parte da compensação, que originalmente seria paga pela Imobiliária Segura, seria transferida para o nome do Grupo Barbosa. A Secretaria de Urbanismo só se responsabilizava pela cobrança das multas, sem se importar com quem pagava.Bryan virou o contrato para a última página e assinou seu nome com a caneta preta da Parker, em seguida, passou os papéis para Eduardo.— Não deixe a Imobiliária Segura saber disso.— Sr. Bryan, você está ajudando a Sra. Vanessa, por que não quer que ela saiba? Assim, ela pode agradecer.— Preciso repetir?Eduardo imediatamente ficou sem graça e evitou dizer mais alguma coisa.Depois que a porta do escritório se fechou, Bryan esfregou as têmporas e se recostou na cadeira, fechando os olhos para relaxar. Sentia uma dor leve
— Você tem algum problema? — Vanessa perguntou.Bryan hesitou por um momento, então começou:— Você foi ao hospital essa manhã?Vanessa ficou ligeiramente surpresa e apertou o punho em segredo.— Sim.— O Valentino me disse que os resultados dos exames não foram muito bons.— Já que você já sabe, por que ainda está me perguntando?Bryan assumiu que ela estava de mau humor por causa dos resultados dos exames e pacientemente tentou convencer ela:— Ainda não há nada certo. Ouça o que o médico disse, faça os exames regularmente, cuide da alimentação e do descanso e, de preferência, largue o trabalho por enquanto.— Eu conheço bem meu próprio corpo, não preciso que você se preocupe.— O bebê também é meu, eu tenho o direito de me preocupar.— Sim, você é o pai do bebê. — Vanessa de repente levantou os olhos, mas seu olhar estava frio. — Mas esse bebê pode nem vir ao mundo. Quando chegar a hora, não teremos mais nenhuma ligação.Os olhos de Bryan escureceram.A voz de Vanessa era tão indife