MateusHoje faz exatamente vinte e oito dias do meu acidente, os médicos dizem que minha melhora é espantosa, já me alimento por via oral, converso, permaneço sentado por um bom período na cadeira de rodas, não movimento do pescoço para baixo, mas já sinto quando me tocam, já até tomei banho de chuveiro, o enfermeiro me colocou embaixo da água em uma cadeira de banho e me esfregou.O banho e as trocas de fraldas que são agora mais frequentes, já que sinto que preciso trocá-las, ainda são momentos que me deixam muito constrangido e são os únicos momentos em que Mirella não participa, ela não se sente confortável, já que sou seu cunhado. Mas o restante é ela quem tem feito. Até me vestir e passar da maca para a cadeira ela aprendeu.Os médicos estão trabalhando para eu conseguir identificar a necessidade de urinar e evacuar antes de fazê-los, e todos já me convenceram que isso faz parte do processo, então mesmo constrangido eu aceito tudo sem
MateusSeguimos em silêncio até a mansão, claro que reconheci o caminho, mas assim que o carro para questiono.— Onde estamos? —— Sua casa. É Mateus teremos muitas coisas para conversar, mas vamos entrar e liberar o motorista primeiro. —MirellaDesço do carro estranhando o portão não ter aberto assim que nos aproximamos, deve ser porque é um Uber, penso comigo mesma. Mas ao chegar mais perto verifico que o portão está fechado com cadeados, volto ao carro e peço para que o motorista aguarde, acho que ele enxerga o desespero em meus olhos, pois apenas concorda e volta a olhar para a frente, eu volto para o portão, sigo até a entrada lateral e tudo está trancado com cadeados. Meu Deus e agora? Penso enquanto observo o portão fechado a minha frente, é quando vejo que a caixa de correios está cheia, vou até lá e retiro tudo, começo a olhar, na verdade quero ganhar tempo, pois não sei o que fazer, vou passando por vários envelopes com contas e propagandas, até que encontro dois envelopes
MateusNão sei como, mas ainda me surpreendo com Patrícia, como pode ser tão baixa, olho para Mirella e vejo que está pálida, lágrimas escorrem por seu rosto sem parar.— Meu Deus! Minha irmã é um monstro. —Ela fala já soluçando de tanto chorar.— Ei pequena, não fica assim, olha para mim! —— Não tenho coragem, tudo isso é culpa da minha irmã, me perdoa Mateus por favor? —Ela fala enquanto me abraça. Fico em silêncio por um tempo, deixo que ela coloque toda sua dor para fora, ela fica um bom tempo pedindo perdão, dizendo que Patrícia é um monstro e chorando. Até que eu resolvo falar.— Mi, por favor, não fica assim, você não tem culpa de nada, olha para mim pequena! —— Meu Deus! Você lembrou do meu apelido Mateus. —— Eu nunca esqueci pequena. —Ela me olha confusa e espantada.— O que? Como assim? —— Senta que vou te contar. —Começo então a relatar tudo para ela, conto que desde o início eu ouvia tudo que era falado, relato tudo que aconteceu no caminho para o hotel até o acide
MateusNem sei quanto tempo levou todo aquele trabalho que a Mirella teve para me limpar e deixar tudo arrumado, um turbilhão de pensamentos me inunda, me impedindo de dormir. Como pude ser tão ingênuo? Como nunca percebi ou desconfiei de nada? O que vou fazer para me reerguer financeiramente?Esse dinheiro que temos não irá durar muito, principalmente se ela ficar comprando todas as coisas que eu vou precisar para o tratamento, e esse trabalho de consultoria, não sei como será, eu não quero que as pessoas me vejam nesse estado. Onde estarão meu pai e Léo? Será que Marcos realmente ficou louco? E como assim Patrícia estará de olho em nós? Como minha vida pode se transformar nisso?Numa coisa Patrícia tem razão, eu virei um encosto. Vou atrapalhar a vida da Mirella, não é justo ela estar presa a mim. Por que ela está fazendo tudo isso? Que ser humano em sã consciência ia se dedicar tanto a alguém que não tem nada a lhe oferecer? Nem mesmo prazer posso dar a ela. Espera! Como assim? Po
MirellaAcordo e percebo que estou abraçando Mateus, e ainda por cima com minha perna em cima dele, tomara que ele não tenha percebido, acredito que não, pela sua respiração parece estar dormindo, me levanto devagar para não o acordar.— Bom dia! Dormiu bem? —— Ah... Merda! —— Nossa! Que bom dia mais estranho, pelo jeito o colchão não estava confortável. —Digo dando risada e ela então também sorri.— Desculpa. Bom dia! Mateus, o colchão estava ótimo, foi o melhor que eu já dormi. —— Sempre que precisar, pode ficar à vontade. —— Vejo que alguém acordou de bom humor hoje, isso é muito bom. Mas chega de papo, hora de começar o dia. —Falo indo à sala, droga, eu preciso arrumar essa bagunça, pego uma roupa e faço minha higiene o mais rápido que consigo. E volto para o quarto já com algumas coisas para arrumar Mateus.— Agora é sua vez mocinho. —Falo arrumando as coisas na cama para higienizá-lo.— Eu sei que está acostumado com o banho pela manhã, mas hoje terá que ficar para a noit
MateusMirella ficou pouco mais de uma hora fora, voltou com as cadeiras e um macarrão para almoçarmos, a tarde foi tranquila, contratamos uma internet para a casa, fizemos compras pelo aplicativo, colocamos as instalações da empresa em uma imobiliária para locação, Mirella faz questão de me questionar e falar tudo o que está fazendo, e segue aquilo que eu falo, ela diz que estamos fazendo juntos, mas claro que toda a parte física é ela quem faz. Estamos olhando uma série na televisão, quando ela pausa e fala.— Hora do banho mocinho, pois ainda preciso preparar nosso jantar. —— Ok chefa! —Ela vai para a sala e volta com algumas roupas dela e minhas, além de toalhas e o que parecem ser os produtos de higiene que eu costumava usar, ela entra no banheiro e volta usando uma camiseta rosa-claro e um short, ela tira minha roupa ainda na cama e me transfere para a cadeira de banho, estou constrangido por estar totalmente nu, além de saber que ela vai me tocar muito mais para dar o banho,
MateusTrês meses e meio desde que saí do hospital, e como sabem pouca coisa mudou. Estamos novamente no banho, Mirella agora me dá banho usando biquíni e já aproveita e toma seu banho também para facilitar um pouco. Quando ela começa a esfregar minhas pernas, meu amigo resolve dar sinal de vida, quando ela toca meu pau, ele endurece completamente, caralho que sensação é essa, nunca ficou tão duro rápido desse jeito. Continuamos o banho como sempre, mas hoje parece que o bicho está mais agitado do que de costume, ela me veste e enquanto se veste, como sempre me observa e questiona.— Você está bem? —— Sim estou. —Minto, não estou nada bem, meu pau está tão duro que está me incomodando dentro da cueca.— Tem certeza? —Ela insiste, mas que merda.— Sim, tenho. —Mas que droga, se acalma bicho, antes que ela perceba. Respiro fundo várias vezes, mas não adianta nada, e Mirella continua me observando.MirellaNão digo nada, só o observo, ele está na cadeira e quando chego próximo para p
MateusEstamos no estacionamento da clínica, Mirella se prepara para me tirar do carro, quando se debruça para me pegar eu a chamo.— Mi! Me dá um beijo? —Ela me olha e com um sorriso beija minha bochecha.— Assim não, eu quero na boca. —Falo sem pensar, mas eu quero sentir seus lábios, seu gosto, nem que se seja uma única vez.— Eu q...Ela me corta, colando seus lábios aos meus, minha língua pede passagem e ela permite, começo a explorar sua boca, procurando fazer com que sua língua se envolva a minha, ela permanece sem mover a língua por um tempo, parece até que nunca fez isso antes, mas então ela movimenta a língua, demoramos um pouco, mas logo entramos num ritmo gostoso, o beijo vai se aprofundando e eu fico ali, a saboreando até precisarmos de fôlego, então encerro o beijo com um selinho.— Mat... —Eu a corto.— Shiiiuuu, não fala nada, vamos entrar, senão vou me atrasar. — Ela concorda com a cabeça, me retira do carro e entramos. Quando vejo que Arthur abre a porta para me