MateusEstamos no estacionamento da clínica, Mirella se prepara para me tirar do carro, quando se debruça para me pegar eu a chamo.— Mi! Me dá um beijo? —Ela me olha e com um sorriso beija minha bochecha.— Assim não, eu quero na boca. —Falo sem pensar, mas eu quero sentir seus lábios, seu gosto, nem que se seja uma única vez.— Eu q...Ela me corta, colando seus lábios aos meus, minha língua pede passagem e ela permite, começo a explorar sua boca, procurando fazer com que sua língua se envolva a minha, ela permanece sem mover a língua por um tempo, parece até que nunca fez isso antes, mas então ela movimenta a língua, demoramos um pouco, mas logo entramos num ritmo gostoso, o beijo vai se aprofundando e eu fico ali, a saboreando até precisarmos de fôlego, então encerro o beijo com um selinho.— Mat... —Eu a corto.— Shiiiuuu, não fala nada, vamos entrar, senão vou me atrasar. — Ela concorda com a cabeça, me retira do carro e entramos. Quando vejo que Arthur abre a porta para me
Miguel Vocês devem estar se perguntando o que aconteceu comigo? Pois bem! Após sofrer o AVC, tive alta e fui para casa com Suelen, estranhei o fato de não ver Patrícia e Mateus, me falavam que eles estavam bem, mas eu não conseguia acreditar.Metade do meu corpo estava dormente e Suelen cuidava de mim, até que Marcos entrou transtornado, querendo saber se o que acharam em meu cofre, era verdade. Diante daquilo não pude negar, mas eu sempre o amei como filho, e respeitei a vontade da Andréa, ela decidiu que ele não deveria saber de toda a verdade, ele exigiu que eu contasse onde está sua família biológica, mas eu realmente não sei. Patrícia conseguiu tirá-lo do meu quarto, não os vi mais, até mesmo Leonardo desapareceu, apenas Suelen permanecia ao meu lado, além dos funcionários da casa. Mateus nunca mais vi, desde o dia do seu casamento, até Mirella parou de vir me ver, e Suelen nega me falar qualquer coisa, se é que ele sabe de algo. Passado uns dias que eu estava em casa, Marcos
Mateus Observo que o local apesar de isolado é bastante bonito... João me tira do carro e ao invés de me colocar na cadeira me carrega para dentro com a ajuda de Verônica, acho estranho, mas não falo nada, talvez seja mais fácil assim por causa da grama. Eles me levam direto para um quarto me colocando em uma cama e meio constrangido eu falo. — Eu preciso ir ao banheiro. — Eles me ignoram e saem, e eu fico ali olhando para o teto sem entender o que está acontecendo. Passam algumas horas, eu não me aguentei e acabei urinando nas calças, pois a última vez que havia ido ao banheiro foi de manhã quando Mirella me levou antes do banho, também estou com fome, só tomei café da manhã, chamei várias vezes por João e Verônica, mas ninguém apareceu, nem mesmo o tal rapaz que eles cuidam eu cheguei a ver. Já é noite e ninguém apareceu, não consigo dormir, estou mijado, com fome e frio. Mas que merda é essa. Fico ali, pensando no que está acontecendo até que amanhece, eu não consegui dormir, e
MirellaMe surpreendo ao abrir a porta...— Oi Mirella, posso entrar? —Meu coração acelera e meus olhos já enchem de lágrimas, sinto meu peito arder com a esperança que renasce em mim...— Mirella? —— Ah! Oi... Desculpa... Entra Arthur. —Se acalma Mirella, se acalma Mirella, repito em minha mente como um mantra, preciso me concentrar.— Tomei a liberdade de pegar o endereço na ficha do Mateus na clínica. Mirella, desde que você me procurou questionando o programa, passei a ficar mais atento, há uns dias recebi a informação que Mateus não se trataria mais no hospital da Cruz Vermelha, e sim num hospital de uma cidade que fica à cinco horas daqui e oito horas de onde ele está morando, achei estranho, por que ir para mais longe ainda? Então tentei ligar para os cuidadores. Eles não me atenderam nenhuma das vezes, mas ontem recebi esse áudio no WhatsApp:"Arthur é o Mateus, estou bem, vou me tratar em outro hospital pois lá Verônica tem parentes e eles tornam tudo mais cômodo para nós.
MirellaDesço do carro, bato palmas, chamo, mas nada, ninguém aparece. Olho para a casa e está tudo aberto, então vou me aproximando da porta.— Parece que não tem ninguém amiga. —— Pois é, também não vejo nenhum carro por aqui, será que saíram? —Não digo nada e vou entrando, já estou aqui mesmo, não vou voltar embora sem ver Mateus, nem que para isso eu tenha que fazer plantão aqui, eu preciso convencê-lo a voltar comigo. Assim que entro, vejo a cadeira de rodas de Mateus na sala, então falo.— Mateus tem que estar por aqui, essa cadeira de rodas é dele. —Passo a mão pela cadeira e é como se pudesse senti-lo, só estranho o fato dela estar cheia de pó.— Olá? Tem alguém aí? Mateus? —Pergunto enquanto caminho até chegar a um corredor, onde vejo umas sete portas, acredito que sejam os quartos então chamo novamente.— Oi? Mateus? —MateusHoje estou pior que os outros dias, estou sentindo muito frio e dor, acredito que estou com febre e começando a delirar pois posso jurar que ouvi Mi
MirellaChegando no hospital, levam os dois para limpeza e exames, nos deixando na sala de espera, logo Arthur se junta a nós e ficamos ali por algumas horas, aguardando. Estou ansiosa e acho que nunca senti tanta raiva de alguém como estou sentindo dessas pessoas que eram para estarem cuidando deles.— Amiga, toma, trouxe esse café para você, tenho certeza de que você não comeu nada hoje. —— Obrigada. —Somente quando Carina me entrega o café é que me lembro que só tomei um café preto hoje pela manhã. Mas ignoro meus pensamentos quando uma médica se aproxima de nós.— Familiares de Mateus Soares e Leonardo Rezende? —— Somos nós? —— Eles já foram transferidos para a enfermaria, os paramédicos colocaram na ficha que são primos, então colocamos em leitos um ao lado do outro e tem mais alguns pacientes na mesma ala. Eles estão dormindo no momento. Leonardo está bastante desnutrido e confuso, diz se chamar Bruno, mas também contou que não sabe seu verdadeiro nome, como ele sofre de amn
MateusConsegui dormir depois de conversar com minha Mi, mas acredito que se ela dormiu, foi bem pouco, já que eu dormi com ela acariciando meu rosto, quando acordo o enfermeiro está entrando.— Bom dia, Mateus está na hora da sua higiene. —Antes que eu responda qualquer coisa, Mirella entra na conversa.— Bom dia, me fala o que precisa ser feito e pode deixar que eu faço. —Ela sorri para o enfermeiro e estende a mão para que ele lhe entregue o material necessário.— Imagina senhorita, esse é o meu serviço. —— Isso não é nenhum problema, eu faço questão de cuidar do Mateus e assim já te dou uma ajuda. —O enfermeiro sorri e entrega as coisas para ela.— Obrigado. Vou higienizar Leonardo enquanto isso. —— Perfeito, pega aqui, eu comprei fraldas e lenços umedecidos ontem. —— Nessa troca não é necessário senhorita, para agora o hospital fornece. —— Me desculpe, eu não quero parecer esnobe, mas percebi que o material do hospital não é de primeira linha, as fraldas são até meio ásper
MateusO policial se aproxima interrompendo nossa conversa.— Boa tarde, podemos sim. —Eu respondo e ele fala.— Bom, vou precisar que vocês vão à delegacia quando tiverem alta para prestar depoimento, já iniciamos o processo por maus tratos, João e Verônica estão presos, conseguimos pegá-los no sítio, e o juiz considerou hediondo o que eles fizeram com vocês e não autorizou eles a responder em liberdade, temos como provas o estado do local onde foram encontrados, os laudos médicos e as testemunhas que participaram do resgate. A senhorita Mirella também precisará depor. Senhor Mateus, o senhor não deveria estar no programa já que é casado, quem teria a responsabilidade de cuidar do senhor é sua esposa, o que aconteceu? Onde ela está? —— Ela me abandonou, não a vejo desde o acidente, que aliás foi no dia do nosso casamento. —— Nesse caso, ela será processada por abandono de incapaz, que pode ter até reclusão como pena. —— Mas eu não estou a denunciando... —Olho no mesmo instante p