MirellaMe surpreendo ao abrir a porta...— Oi Mirella, posso entrar? —Meu coração acelera e meus olhos já enchem de lágrimas, sinto meu peito arder com a esperança que renasce em mim...— Mirella? —— Ah! Oi... Desculpa... Entra Arthur. —Se acalma Mirella, se acalma Mirella, repito em minha mente como um mantra, preciso me concentrar.— Tomei a liberdade de pegar o endereço na ficha do Mateus na clínica. Mirella, desde que você me procurou questionando o programa, passei a ficar mais atento, há uns dias recebi a informação que Mateus não se trataria mais no hospital da Cruz Vermelha, e sim num hospital de uma cidade que fica à cinco horas daqui e oito horas de onde ele está morando, achei estranho, por que ir para mais longe ainda? Então tentei ligar para os cuidadores. Eles não me atenderam nenhuma das vezes, mas ontem recebi esse áudio no WhatsApp:"Arthur é o Mateus, estou bem, vou me tratar em outro hospital pois lá Verônica tem parentes e eles tornam tudo mais cômodo para nós.
MirellaDesço do carro, bato palmas, chamo, mas nada, ninguém aparece. Olho para a casa e está tudo aberto, então vou me aproximando da porta.— Parece que não tem ninguém amiga. —— Pois é, também não vejo nenhum carro por aqui, será que saíram? —Não digo nada e vou entrando, já estou aqui mesmo, não vou voltar embora sem ver Mateus, nem que para isso eu tenha que fazer plantão aqui, eu preciso convencê-lo a voltar comigo. Assim que entro, vejo a cadeira de rodas de Mateus na sala, então falo.— Mateus tem que estar por aqui, essa cadeira de rodas é dele. —Passo a mão pela cadeira e é como se pudesse senti-lo, só estranho o fato dela estar cheia de pó.— Olá? Tem alguém aí? Mateus? —Pergunto enquanto caminho até chegar a um corredor, onde vejo umas sete portas, acredito que sejam os quartos então chamo novamente.— Oi? Mateus? —MateusHoje estou pior que os outros dias, estou sentindo muito frio e dor, acredito que estou com febre e começando a delirar pois posso jurar que ouvi Mi
MirellaChegando no hospital, levam os dois para limpeza e exames, nos deixando na sala de espera, logo Arthur se junta a nós e ficamos ali por algumas horas, aguardando. Estou ansiosa e acho que nunca senti tanta raiva de alguém como estou sentindo dessas pessoas que eram para estarem cuidando deles.— Amiga, toma, trouxe esse café para você, tenho certeza de que você não comeu nada hoje. —— Obrigada. —Somente quando Carina me entrega o café é que me lembro que só tomei um café preto hoje pela manhã. Mas ignoro meus pensamentos quando uma médica se aproxima de nós.— Familiares de Mateus Soares e Leonardo Rezende? —— Somos nós? —— Eles já foram transferidos para a enfermaria, os paramédicos colocaram na ficha que são primos, então colocamos em leitos um ao lado do outro e tem mais alguns pacientes na mesma ala. Eles estão dormindo no momento. Leonardo está bastante desnutrido e confuso, diz se chamar Bruno, mas também contou que não sabe seu verdadeiro nome, como ele sofre de amn
MateusConsegui dormir depois de conversar com minha Mi, mas acredito que se ela dormiu, foi bem pouco, já que eu dormi com ela acariciando meu rosto, quando acordo o enfermeiro está entrando.— Bom dia, Mateus está na hora da sua higiene. —Antes que eu responda qualquer coisa, Mirella entra na conversa.— Bom dia, me fala o que precisa ser feito e pode deixar que eu faço. —Ela sorri para o enfermeiro e estende a mão para que ele lhe entregue o material necessário.— Imagina senhorita, esse é o meu serviço. —— Isso não é nenhum problema, eu faço questão de cuidar do Mateus e assim já te dou uma ajuda. —O enfermeiro sorri e entrega as coisas para ela.— Obrigado. Vou higienizar Leonardo enquanto isso. —— Perfeito, pega aqui, eu comprei fraldas e lenços umedecidos ontem. —— Nessa troca não é necessário senhorita, para agora o hospital fornece. —— Me desculpe, eu não quero parecer esnobe, mas percebi que o material do hospital não é de primeira linha, as fraldas são até meio ásper
MateusO policial se aproxima interrompendo nossa conversa.— Boa tarde, podemos sim. —Eu respondo e ele fala.— Bom, vou precisar que vocês vão à delegacia quando tiverem alta para prestar depoimento, já iniciamos o processo por maus tratos, João e Verônica estão presos, conseguimos pegá-los no sítio, e o juiz considerou hediondo o que eles fizeram com vocês e não autorizou eles a responder em liberdade, temos como provas o estado do local onde foram encontrados, os laudos médicos e as testemunhas que participaram do resgate. A senhorita Mirella também precisará depor. Senhor Mateus, o senhor não deveria estar no programa já que é casado, quem teria a responsabilidade de cuidar do senhor é sua esposa, o que aconteceu? Onde ela está? —— Ela me abandonou, não a vejo desde o acidente, que aliás foi no dia do nosso casamento. —— Nesse caso, ela será processada por abandono de incapaz, que pode ter até reclusão como pena. —— Mas eu não estou a denunciando... —Olho no mesmo instante p
MirellaEssa noite quase não dormimos, todos estávamos ansiosos pelo dia de hoje, Leonardo quando finalmente dormiu, acordou poucos minutos depois gritando por causa de um pesadelo, ele ficou muito agitado, tive que chamar a médica que mandou aplicarem um calmante nele, Mateus que já estava ansioso, ficou mais ainda e não pregou o olho, mesmo eu fazendo carinho em seus cabelos, não teve jeito, ele não se aquietou e nós não dormimos. Enquanto faço sua higiene eu tento acalmá-lo.— Será que vamos embora antes do almoço? —— Não sei meu bem, sua última medicação será agora, acredito que quando a médica passar para a visita ela vai dar a alta. —— Então você já vai colocar a minha roupa né? —— Acho melhor esperarmos você receber alta primeiro. —— Uff... Para que amor? Só para te dar mais trabalho? —— Para ter certeza de que iremos para casa hoje e você não me dá trabalho coisa nenhuma, pode parando com isso. —— Claro que sairemos. —Me aproximo sussurrando, aproveito que Leonardo está
MateusFicamos mais um tempo ali, apenas curtindo a companhia um do outro.— Amor vamos levantar? Precisamos tomar banho e eu tenho que providenciar o jantar. —— Podemos jantar pizza? —— Pizza não é saudável Mateus, e você acabou de sair do hospital, você não acha muito pesado não? Ei? Eu estou falando com você? Me responde por favor? —— Não está não, você está falando com o Mateus. —— Ué? Esse não é seu nome? —— Para você não. —— E te chamo do que então? —— Sei lá! Vida, bem, amor, Teteu, escolhe um. —Respondo fazendo um bico que Mirella segura com a mão.— Então, Teteu, meu amor, minha vida. Você não acha pizza muito pesado para jantar hoje meu bem? —Ela sorri e deposita um beijo no bico que estiquei e ela está segurando.— Por favor amor? Só hoje. A partir de amanhã você pode me encher de legumes e eu prometo que nem vou reclamar. —— Está bem meu amor, agora vamos. —Ela me coloca na cadeira e vamos para a sala. Carina já havia ido embora e Leonardo estava assistindo. Ent
MateusAcordo com ela ainda abraçada a mim, ontem foi incrível, o prazer que ela conseguiu me proporcionar foi algo inexplicável, e sentir o amor que ela tem por mim e ver o prazer que ela sentiu por estar comigo, foi ainda melhor.— Bom dia amor, dormiu bem? —Ela fala ainda abraçada a mim e sem se mexer.— Bom dia vida! Melhor impossível. E você meu bem? —— Também dormi bem, mas agora vou levantar amor, durma mais um pouco, é cedo ainda, eu vou preparar o café e colocar roupa para bater pois hoje vamos visitar as clínicas de reabilitação e ver se gostamos de alguma. —— Espera um pouquinho vida, tem uma coisa que quero falar com você, só não falei ontem porque não queria estragar o momento incrível que tivemos com decisões do dia a dia. —— Algum problema meu bem? —— Não. —Ela então se ajeita na cama deitando-se de lado e me olhando.— Antes de qualquer assunto quero dizer parabéns pelo seu primeiro orgasmo meu amor, eu realmente espero lhe proporcionar muitos outros e pelo resto