Estava deitada no sofá lendo um arquivo quando tocou a campainha. Levantei, mas Mark se antecipou saindo correndo do quarto.
- Eu atendo. Pedi pizza para nós. Deve ser a entrega.
- Aham! Que bom, não ia ter tempo de fazer comida mesmo. Obrigada.
- Eu sabia, e eu não iria cozinhar. Não daria certo.
- Ele vai embora se continuar demorando assim.
Mark abriu a porta, e tivemos uma surpresa. Muito grande! Henrique estava parado na porta. Eu não sabia onde me enfiar.
- O que você faz aqui?
- Eu vim te ver. Tentei falar com você, mas não me atende. Desde aquele dia eu tentei muito falar com você.
- Oi, acho que podemos resolver isso, aqui dentro. Entre.
- Mark, não!
- Jaque, não podemos conversar no corredor. Somos adultos e podemos sentar para conversar civilizadamente.
- Pizza! Alguém pediu pizza?
Olhei para o entregador, não poderia ter hora pior para ele chegar... Tem como piorar isso? Claro
- Queria tanto que ficasse! - Não posso Mark, tenho que trabalhar... - Pede transferência! Vem morar aqui comigo. - Não, me mudei há pouco tempo, e não quero morar aqui, aprender outra língua. Não... - Mas, vamos demorar para nos vermos agora! - Eu sei, só que eu não posso fazer nada. - Eu amo você Jaque! - Também amo você Mark, mas temos que ter nossos pés no chão! - Tudo bem, sabe que se precisar de alguma coisa pode falar com meus pais. Eles te ajudarão no que necessitar. - Eu sei, sua mãe me liga quase todos os dias. - Eles adoraram você, o seu jeito de ser, sua força e principalmente sua simplicidade. O fato do apartamento, meu pai achou incrível seu plano de pagamento. O quanto você se empenhou em tentar convencê-lo em receber o restante do valor. - Nossa, isso não deveria surpreender uma pessoa, deveria ser o correto. Aliás, é o correto... - Você é tão linda! - Tenho que ir
Esta semana Mark e eu estamos completando aniversário de namoro, e iremos nos ver para comemorar... Antes matamos nossa saudade e acabamos perdendo a hora da reserva no restaurante. - Meu amor, me desculpa. Achei que fosse dar tempo - Não tem problema. Acho que teremos que fazer janta. - Podemos ir para a mãe! E por falar em mãe... Ela está me ligando. - Atende que eu irei arrumar alguma coisa para nós... - Não, espera. - Tá, eu vou no banheiro. Voltei e sentei no sofá. - Ela pediu para irmos lá, eles querem falar conosco. - Nossa, será que aconteceu alguma coisa? - Não sei, mas ela não estava com a voz muito boa. Chegamos e fomos recebidos apenas pelos pais de Mark, achei muito estranho... - Filhos, nós temos que conversar. - Pai está me assustando... - Depois de todos esses meses, ouvindo as histórias de quando você era criança, seu jeito, suas atitudes, acabei tom
Hoje faz dois meses que Mark e eu não nos vemos, falamos ou qualquer coisa parecida, pensar nele dói. Eu procuro saber se ele não está em casa para ir, realmente estamos nos evitando. Sinto que a minha presença na casa é sempre uma alegria, mas não é mais a mesma coisa, não estamos mais completos. Andei tentando sair com um dos advogados que trabalha comigo, mas não deu certo. Eu não consigo. Hoje irei para Miami resolver uma pendência de mais de um ano atrás, vou encontrar o Henrique depois de tanto tempo, acho que estou mais preocupada com o resultado da audiência do que com a presença dele. Posso perder minha licença caso o juiz entenda que agi de má fé. Mas não podia deixar que a criança ficasse com aquela família, eles só estavam com ele por causa do benefício que eles recebiam do governo. Roubei mesmo, e roubarei quantas crianças forem preciso para não vê-las sofrer. Não vejo a hora de poder adotar meu irmão, não aguento pensar naquela criança passando pelo que passei
Desci correndo pelas escadas do prédio, devo admitir que não conheço bem meus vizinhos, dos andares de baixo, fico pouco em casa, mas minha vizinha da frente tenho um bom relacionamento. Já apagou vários focos de incêndio no meu apartamento, e seu marido coitado... Já limpou muito meu teto. Seu filho menor Lucas vive lá em casa quando eu estou, é claro. Mas hoje foi o dia de conhecer meu vizinho do segundo andar. Como estava dizendo, estava com pressa, abri a porta que dava para o saguão do prédio e pasmem, quebrei o nariz do Sr. Porter. Meu Deus, como eu pude fazer isso com um senhorzinho de quase oitenta anos... Olhei o avozinho sangrando muito, não sabia o que fazer e comecei a chorar desesperadamente. Claro que juntou tudo que já estava acontecendo na minha vida, desabei, ele me abraçou e tentou me acalmar. Peguei meu telefone e liguei para meu escritório explicando o que havia acontecido e que iria até o hospital com ele. Chamamos a Sra. Porter para ir junto. - Calma mi
Estou chegando na casa do meu pai, tinha um vento forte, desci do carro segurando o cabelo, deixei minha bolsa cair e para variar a cachorrinha estava me esperando, a bolsa caiu em cima dela tentei segurar antes de sair do carro me enrolei no cinto e só não cai por cima dela, porque um amigo do Mark me segurou claro, já nem lembrava mais dele, já fazia mais de um ano desde quando o conheci, e depois de alguns meses Mark e eu estávamos nos revendo. Ficamos nos olhando por um tempo até sermos interrompidos por nossas sobrinhas. Realmente eu não sabia que ele estaria ali... Ah! Nem comentei que o pai do meu irmão acabou me pedindo para retirar o processo e se responsabilizou por ele, pedindo a guarda e tirando da minha mãe. Entramos cada um com uma no colo. E só para não ser diferente estava sentada enquanto meus irmãos e os amigos do Mark estavam jogando bola, a cachorrinha que nunca lembro o nome estava sentada no meu colo, tadinha, ela me adora mesmo sofrendo em minh
- Bom dia! Abri a porta parecendo um zumbi. - O que faz aqui há esta hora Joy? - Vim ver minha irmã. - Num domingo de madrugada, me poupe... Fiquei trabalhando até de tarde. - Papai pediu para vir te buscar, ele quer reunir a família. - Sério? Não existe telefone? - Existe, mas você não atende. - Para falar a verdade, não faço ideia de onde o deixei. - Trouxe café para você. Tome, depois se arrume, ele reservou um espaço para passarmos o dia. Sentei na bancada, peguei café e olhei para ele todo empolgado na minha frente. - Ele estará lá? - Acho que sim, e seu amigo também! Papai quer comemorar seu aniversário, e quer que todos os filhos, genros, noras, netos, irmãos. Enfim a família toda reunida. - Como o Mark consegue tanta folga para vir, acho isso muito estranho. - Eles aproveitam e gravam programas. Dá muita audiência esse tipo de coisa. - Entendi. Me alcança a
- Ai Nay, nem acredito que minha diva está vindo para cá! - Nem eu, amo ela, quando morava em Cuba, fui para o Rio só para ver ela. E o melhor foi você ter vindo para ir comigo... - Perder Ivetinha? Não mesmo! - É, porque para vir me ver não vem, a amiga nada! Me diz como você e o Henrique estão depois de tudo? - Ah! Estamos naquela coisa meio sem compromisso. - E ele aceitou? Olha Jaque conversa com ele, acho que ele não entendeu direito o “sem compromisso”. - Ele falou algo diferente disso? - Mais ou menos, ele acha que vocês estão se acertando... - Pega esse biscoito de manteiga. Mas estamos nos acertando na cama, só se for, não falamos em relacionamento! Pega isso aqui, você irá gostar. - Vamos pegar suco. Não sei Jaque, deixa isso claro para ele então! Suco de quê? - Xico! - Que? Que suco é esse? - Não, aquele é o Xico... Ele é bem conhecido lá no país dele. Sei que ele canta em um g
- Tá, não me enrola o que está fazendo agora? - Pensando! - Ai Jaque, no que ou em quem? - Em muitas coisas Nay. Recebi uma proposta de uma empresa privada no Canadá. - Está louca? Já vi que não iremos mais nos ver então... - Pode ir comigo! Precisarei de alguém de confiança! - Desculpa amiga, eu não irei, estou tentando ir para Coreia. - Sério? O que fará lá? Louca é você! - O amigo do seu namorado falou que estão precisando de assistente social na empresa que eles trabalham. - Que namorado? E que amigo de namorado que eu nem sei quem é esse? - Te faz de louca Jaque, comigo não! Aquele o bonitinho do mercado. O amigo dele que saiu comigo. - Eu não estou namorando com o Jeyo, saímos quando dá... Só isso! - Ai, já entendi... Está fugindo de novo! Por isso quer ir para o Canadá. Ele te pediu em namoro. - Olha só Nay, estou cheia de coisas para fazer... Beijo. Tchau e não irei mais t