Renata— Você é um ser humano meio diferente dos que eu já conheci, Renata. Ele se declarou para você, como pôde ser tão fria e ignorar isso? — Pietro fala comigo dentro do carro a caminho da casa dele, porque hoje vou dormir lá e na minha, ele só não sabe disso ainda.— Confesso para você que eu quase recuei, e estou em choque até agora com aquele eu te amo, mas ele me escondeu uma coisa séria, se tivesse sido sincero comigo, talvez nada disso tivesse acontecido, e quem sabe esse eu te amo dele teria vindo de uma forma mais romântica ou em um momento mais propício. Nós tivemos um final de semana maravilhoso, fizemos amor, e isso para mim é uma novidade. Nos amamos em todos os detalhes, ele me fez se sentir amada sem precisar usar palavras para tal coisa, e esse momento quase estragou tudo. — digo dando uma suspirada— Mas você não vai terminar com ele, né!? — Pietro diz— Não. Claro que não. Eu jamais deixaria ele de bandeja para aquele poste de peruca, mas também não posso me jogar
RenataEstou passando por um dos dias mais complicados da minha vida. É difícil ignorar um alguém quando sua real vontade não é essa, mas em certas ocasiões precisamos disso, e eu aprendi que nada nessa vida é fácil para ninguém e não tem o porque de ser comigo. Sendo assim, decidi dar esse tempo a nós dois, tempo para eu pensar, e tempo para Bruno refletir. Ele precisa aprender com seu erro, e eu preciso pensar se é isso mesmo que eu quero, porque eu sei que o que eu decidir agora será um caminho sem volta. Eu sou uma profissional que adora crescer e aprender, sou formada em estética, porém eu faço alguns cursos por fora que estão interligados. Já fiz de maquiagem, e agora recebi uma proposta de Pietro que me interessou muito. Uma profissional experiente no ramo da beleza, Ângela Antonietta, virá com sua equipe para São Paulo para ensinar vários cursos, entre eles, sobrancelha fio a fio, aplicação de cílios postiços e também terá alongamento de unha. Então Pietro propôs que eu vá fa
RenataAo chegar aqui, eu descubro que o curso que eu mais desejo tem uma duração de quatro semanas, ou seja, um mês de curso que é o fio a fio, sendo assim eu ficarei um mês aqui em São Paulo, mas ninguém precisa saber disso ainda.Meus dias são todos corridos por aqui, passo o dia inteiro fora, e só chego no hotel à noite, e muito cansada. É o tempo de tomar um banho, comer qualquer bobeira e dormir, para no outro dia está na sala que fica no edifício ao lado, e começar o curso. Eu entro as sete horas da manhã e só saio de lá as sete horas da noite. Pela manhã fazemos o curso de sobrancelha, a tarde das unhas e a noite dos cílios. "Ufa! Cansativo, mas sei que vai valer a pena."Hoje tirei o dia para falar com minha mãe ao telefone, estava com saudades dela, ela afirma que se tudo der certo virá para o Rio de Janeiro no próximo mês, para visitar a Analu e eu.[...]Na quarta-feira começo a sair mais cedo, pois o curso de cílios acabou, teve a durabilidade de dez dias, sendo assim fi
BrunoCheio de expectativas tomo um banho, dou um trato no meu garoto e me arrumo como nunca me arrumei para mulher nenhuma na vida. Me perfumo, me olho no espelho, pego meu celular e pronto. Agora é a hora! Mas antes de ir ao quarto dela decido passar no bar do hotel para tomar um uísque, preciso de um pouco de álcool para fazer o que pretendo. O bar é bem social, pessoas de níveis altos se encontram aqui, tendo em vista que é um hotel cinco estrelas isso seria o esperado. E ao chegar no bar me deparo com a mulher mais linda que já vi em toda minha vida. Ela veste um lindo vestido vermelho e tem uma bebida em mãos. Decido que ainda não é hora de aborda-la, então discretamente vou até o bar, peço meu uísque doze anos e fico observando a dama mais linda desse lugar. Ela bebe um drink, e logo pede o segundo, e eu tenho a impressão que ela me notou ou sentiu a minha presença por aqui, porque bem devagar ela vira a cabeça em busca de algo. Nossos corpos falam por si só e nos reconhecem s
RenataEntramos no meu quarto e assim que a porta se fechou atrás de mim, eu já estava nua. Era tanta saudade, tanta vontade, tanta necessidade, que eu me perdi e só me dei conta disso quando estávamos nus encostados na parede. Minha respiração entrecortada, as mãos agarradas em seus cabelos já bagunçando e minhas pernas entrelaçadas em sua cintura, enquanto sua boca avida buscava desesperadamente idolatrar todas as partes do meu corpo. Era uma saudade junto com um desespero de me tomar, que me deixava com o corpo fumegante e sem forças para exigir que ele me fizesse sua, mas que dessa vez me fizesse sua, para sempre.Ameaço abri a boca, mas ele cobre a mesma com a sua, e em meio a beijos eu sussurro em seus lábios:— Faça–me sua, por favor.Nessa hora seus olhos encontram os meus, e eu vejo neles o que ele provavelmente vê nos meus. É tão natural e tão espontâneo que a minha boca se abre e diz aquilo que eu nunca disse para homem nenhum, aquilo que eu nunca pensei que diria. — Eu t
BrunoEu juro que imaginei diversas reações que Renata poderia ter após o meu pedido de casamento, afinal ela é Renata, tudo pode se esperar dessa mulher, mas vomitar? Essa é nova, preciso memorizar isso como uma de suas possíveis reações a pedidos inusitados. Corro para o banheiro, seguro seu cabelo enquanto ela coloca para fora um líquido amarelado, graças à Deus não tem restos de comida, é somente água, eu acho.— Bruno, você não precisa ficar aqui. — ela diz envergonhada — Eu decido o que devo ou não fazer, Renata. — digoSendo assim, ela mais uma vez joga para fora tudo que tem no estômago, no caso somente água, e logo em seguida levanta.— Agora, por favor, se não se importar, eu gostaria de ficar sozinha para lavar minha boca e meu rosto. — ela diz sem jeito, e ouço um suspiroDou de ombros e digo:— Claro, fique a vontade, só não vá... — ela me interrompe — Eu não vou embora, fique tranquilo, agora saia, por favor. Sendo assim saio do banheiro e vou até o frigobar pegar um
RenataNunca, em toda a minha vida, eu fiquei tão constrangida como hoje, porque além de vomitar, eu ainda tenho o Bruno ao meu lado todo prestativo segurando meu cabelo enquanto eu colocava para fora toda a água de coco, que foi a única coisa que tomei o dia todo, devido a ansiedade de vir embora e a euforia de está com três novos diplomas nas mãos. Enquanto coloco até o meu fígado para fora, eu me lembro de algo e um frio na barriga me consome. "Não acredito que isso esteja acontecendo, eu não posso ter vacilado desse jeito, não posso." — penso já tomada pelo desespero, e me sinto cada vez pior pelo medo de não poder dizer nada à ninguém sobre minhas suspeitas, nem mesmo para o Bruno."Meu Deus, isso não pode ser real. Não pode!" — mais uma vez me recuso a acreditar, e tudo o que eu precisava naquele momento era ficar sozinha e pensar no que fazer.Então sem jeito e com a voz baixa, não encaro o Bruno e só falo:— Bruno, você não precisa ficar aqui. — digo na intenção de ficar soz
RenataNão consegui aceitar o pedido de Bruno, pelo menos não hoje, preciso primeiro descobrir se estou mesmo grávida ou não, porque eu não quero que ele pensei que casei com ele por interesse ou coisa do tipo. Mas meu coração está dilacerado, as coisas na minha vida acontecem muito rápido, em menos de um ano eu pedi um cara em namoro, me apaixonei por ele, pouco tempo depois ele foi embora, nos voltamos, brigamos e ele foi atrás de mim, fui pedida em casamento e ainda existe a possibilidade de eu está grávida. E de tudo isso, o pior foi sem dúvida a gestação. Enfim... Imaginem como está minha cabeça que já não regula muito bem. Bruno me oferece uma taça de champanhe, eu aceito, ele percebe o clima e começa a fala de assuntos aleatórios com a intenção de me distraí, mas confesso que não estou prestando atenção em nada do que ele está falando.— Renata, está acontecendo alguma coisa? — ele pergunta, mas não me dá tempo para responder, pelo visto ele estava nervoso e então engatou a fa