Parte 2...O celular tocou de novo. Ela olhou o número. Era o mesmo de antes. Deslizou o dedo na tela para atender, mas não falou nada, apenas encostou no ouvido.Do outro lado dava para perceber uma respiração, mas ninguém disse nada. Ela se chateou e desligou a chamada. Não poderia deixar o celular desligado por completo porque tinha que receber as chamadas da clínica.— Não se estresse, está bem? Vou pegar os novos aparelhos ainda hoje.— Hoje?— Claro - ele fez uma cara de riso — Só vou mandar que alguém vá até uma loja e traga o que eu quero.— Ahhh... É mesmo, esqueci dessa parte - balançou a cabeça — Que bom poder ter tudo à mão - suspirou e coçou a testa — Eu também tinha as coisas mais fáceis antes de tudo.— Não fique se preocupando com o passado - ele segurou seus ombros — Ainda mais um que você não pode mudar e nem teve culpa do que aconteceu.— Eu sei, mas é que às vezes é bem chato.— Bem, não podemos saber o que as pessoas más intencionadas pordem fazer, mas temos que b
Parte 3...Ele pegou algumas coisas também e a seguiu. Era engraçado que apesar de nunca ter se interessado muito pela vida particular de suas amantes, com Dominique ele queria saber mais.Ela tinha algo que o atraía para uma boa conversa. Era divertida, leve, exagerada às vezes, mas ele estava gostando dessa combinação.— Ei, por aí não. Vamos para o cinema.Ela arregalou os olhos sorrindo e foi na direção que ele apontou. Abriu outra porta mais adiante e entrou em um cinema em casa, com uma tela enorme e algumas poltronas confortáveis, além de um sofá.— Gostei, vamos ficar ali na frente - ela desceu e escolheu uma poltrona na primeira fila — Vamos ver algo divertido para relaxar do dia.Ele assentiu e se ajeitou, arrumando a comida na frente deles em uma mesinha feita para isso e pegou o controle para escolher o que iriam ver.— Deixa que eu escolho - ela tomou o controle da mão dele — Gosto de comer vendo coisas engraçadas. Foi uma coisa que aprendi nos meus dias ruins. Eu cubro o
Parte 4...Nicolau sentiu seu agito. Ele não tinha tanto tempo assim que havia entrado no quarto. Ficou pensando em como seria, dormir ao lado de sua esposa e não poder tocá-la.Se virou para ela e a viu mexendo a cabeça agitada. Suas mãos estavam fechadas e ela apertava os dedos. Dava para perceber que estava tendo um pesadelo.Tocou em seu ombro de leve e Dominique sentou depressa, respirando rápido e ofegante, olhando perdida para a frente. Ele segurou em seu braço e ela gritou assustada, ainda perdida em seu sonho, inclinando o corpo para o lado, quase caindo da cama, mas Nicolau a segurou e a puxou para os braços.— Dominique... Tudo bem, bela - ele esfregou seus braços porque ela estava tremendo — Foi um pesadelo.Ela deixou que ele a abraçasse. Fazia um bom tempo que ninguém a apertava assim, com intenção de proteger e cuidar dela e era bom poder sentir de novo essa sensação.Fechou os olhos e ficou quieta, enquanto Nicolau a embalava de um modo gentil. Até sabia que deveria s
Parte 5...Só de pensar que ela teria que ficar vigiando quem andava atrás dela e os telefones, já a desanimava um pouco. Estava pronta para fazer o papel que havia combinado com ele, mas essa parte era bem desagradável. E também não imaginava que algo assim aconteceria tão rápido. Pensou que talvez fosse algo com seis ou oito meses, mais pra frente, perto da data de Nicolau receber a herança.— Mas vamos fingir apenas quando necessário e acho que temos que dar material para eles. Vamos deixar a fofoca correr solta da forma como nós queremos que eles acreditem.Estar sentada no colo dele, fingindo que estava tudo bem, não era nada fácil. Ela ficava olhando diretamente para os olhos dele, para não olhar para seu peito e isso exigia concentração.Nicolau contiuava falando como se estivesse tudo bem, tudo normal. Nem parecia que eles eram estranhos em um acordo. Não tão estranhos agora.— Quando colocaram escutas na minha família havia um motivo e uma ordem de um juiz... Se estão fazend
Parte 1...Giles informou a Nicolau o que ele não queria que fosse verdade, mas era. Assim como Dominique havia dito, a casa, a agência e até mesmo a casa de Joane estavam sendo vigiadas.Na casa de Joane havia câmeras apenas na sala de estar e na varanda na frente da casa. O celular dela não tinha escuta, mas o de Dominique sim.Na agência Giles encontrou quatro câmeras e na casa encontrou dez, espalhadas em vários locais, inclusive no quarto dela, o que causou muita revolta nele.Isso queria dizer que alguém havia espionado Dominique enquanto ela estava em seu momento de privacidade. Um total abuso e que não ficaria assim. Ele tomaria uma atitude de acordo tão logo descobrisse de onde tinha saído a ordem para tal coisa.Não seria tão fácil, nem tão difícil, fingirem estar apaixonados um pelo outro. Era só seguir um roteiro como se fosse uma novela. Cade cena de cada vez. Eles que preenchessem o meio da história e pronto.As conversas que eles tiveram de início não sabiam se podiam t
Parte 2...— Bom, se vocês se derem bem, pra mim vai ser ótimo - ele disse — O Diogo é meu amigo de longa data. Posso garantir que é uma pessoa muito boa e correta. Só não sei como vai ser a relação de vocês - ele ergueu a mão.— Pois é, não vamos pôr a mão no fogo - Dominique brincou — Eu tive sorte - ela enfiou a mão no cabelo dele.Ela sorriu, mas fazer esse simples gesto provocou algo dentro dela que a fez sentir uma vontade maior de continuar a sentir aquele cabelo macio e cheiroso. Teve vontade de prender a mão e puxar seu cabelo. Foi algo que passou rápido por seu pensamento, mas que a fez imaginar como seria.Estava começando a perceber que seu corpo tinha reações próprias quando se tratava de muita proximidade com Nicolau. O que poderia ser perigoso para sua saúde emocional.Nicolau olhou para ela de uma forma que tocou seu coração. Parecia até que ele estava mesmo sentindo o que dizia para as câmeras. Dominique sorriu e pensou que por alguns momentos, esse jogo de encenação
Parte 3...Após um momento, foi o celular dele que tocou. Nicolau olhou a tela. Era o primo Mike. Ele atendeu como sempre e falou por uns minutos com o primo, depois desligou e disse a ela que iriam jantar na casa de sua tia, junto com o Mike.— Quando? - ela parou segurando a caixa.— Amanhã ou depois. Ainda vou acertar direito.— Ok - ela mexeu o ombro fingindo estar animada com o convite — Depois me ajuda a pegar um material lá no quarto?— Claro que sim, amor da minha vida.Ele respondeu de modo irônico e ela riu alto, mas ninguém de fora iria entender que ele estava fazendo graça com a situação deles. — Niqui, ainda tem roupa para levar - Joane avisou.— Não precisa amiga - ela apertou Nicolau de novo por trás — Meu maridinho liberou o cartão para mim. Vou fazer um novo closet.Joane olhou para ele que fez uma careta e dor e as duas começaram a rir.— Acho que eu não fui avisado de que o amor de minha vida iria me levar à falência comprando sapatos.— Você ainda não viu nada - J
Parte 1...Depois que Nicolau saiu de sua sala, Dominique ficou sem fôlego, pensando no beijo e no que ele havia dito. Não era de se admirar que muitas mulheres quisessem ficar com ele, além das vontades próprias de dinheiro e fama. Nicolau era um homem que sabia bem como encantar os ouvidos de uma mulher. Quando queria ele tinha a palavra pronta para encaixar no momento. E isso sem dúvida era algo sedutor também. Era difícil resistir quando ele se mostrava assim. Mas ela sabia que era para as câmeras instaladas por ali. Bem que poderia não ser. Ela não iria achar ruim que um homem como ele realmente tivesse interesse nela, mas desde que havia um acordo, sabia que Nicolau fazia as coisas de caso pensado e não por uma atração real.Não podia dar muito na cara que estava surpresa pelo beijo. Queria tocar os lábios, mas isso ficaria chamativo. Voltou a atenção para o que fazia e teve a ideia de se livrar das câmeras.Pegou o telefone de mesa e lá estava o ruído que entregava que havia