Anna Narrando.Eu tentei fingir que estava tudo bem e que não sabia da filha do Viktor, mas não consegui. Era demais para mim, e eu estava completamente sem chão, ainda mais depois que a Stela insinuou que eles passaram uma tarde maravilhosa juntos.Talvez eu esteja sendo idiota agindo assim, mas, se eu não me proteger, mais tarde posso me arrepender. A melhor maneira de me resguardar é manter distância. Assim que chegamos à casa do pai do Viktor, ele me pegou no colo com delicadeza para que eu não me esforçasse subindo as escadas e me levou para o quarto onde ficaríamos. Ainda não tinha visto a Vitória ou qualquer outra pessoa. Parece que todos estão se escondendo de mim… ou escondendo algo de mim.Viktor me colocou no chão, e a porta do quarto em frente ao nosso se abriu. Eu levei um susto ao ver Stela saindo de lá. Olhei para ela e depois para Viktor, que não esboçou nenhuma reação. Entrei no quarto, e ele veio logo em seguida.Aquela idiota continuava parada na porta do nosso quar
Viktor narrando.Depois de toda aquela confusão com a Anna, consegui trazê-la para casa, e esses dias têm sido bastante tranquilos. Ela está se recuperando, e eu quase não tenho ido até o escritório da máfia. Anna está se sentindo insegura com a presença da Stela aqui, mas não dou motivos para que desconfie de mim. Pelo contrário, estou evitando ao máximo encontrar com Stela. Todas as informações sobre minha filha, eu fico sabendo pelo papai.Raul tem sido essencial aqui em Barcelona, nosso braço direito. Além dos contatos que ele tem no Brasil, o que tem sido bastante interessante para nós. Estamos envolvendo o irmão dele na nossa operação para conseguir mais armamento. Geralmente, as favelas brasileiras têm um arsenal muito grande de armas e substâncias que estão longe do conhecimento público.Já se passaram duas semanas, e finalmente conseguimos encontrar uma casa para nós dentro do condomínio onde meu pai mora. O único problema é que ainda está sendo construída, mas tudo bem, porq
Stela narrando.Viver na mesma casa que o Viktor está sendo uma tortura. Olhar para ele e não poder beijar, abraçar… engraçado que é como dizem, só damos valor em algo quando perdemos, e é exatamente o que está acontecendo comigo.Eu me sentia extremamente presa, sufocada para falar a verdade, e isso me fez querer fugir. Mas, quando eu vi o homem que me dava todo o amor do mundo casado com outra, eu não gostei. Me senti enganada, violada, e hoje estou aqui, implorando por atenção e tendo que usar aquela garota para tentar trazê-lo de volta para a minha vida.Pedi para minha mãe controlar meu pai, que queria matar o Viktor a qualquer custo, mas sou capaz de qualquer coisa para fazê-lo voltar para mim, inclusive tirar quem quer que seja do meu caminho.Para isso, tive que armar um pequeno acidente na casa da mulher que cuidava da Julieta, para assustá-la e fazê-la me procurar, pedindo abrigo, já que ela sabe do meu desentendimento com meu pai. O que eu não esperava era que ela quisesse
Anna narrando.Viktor tem sido incrível comigo. Nós finalmente estamos nos entendendo dentro dessa casa. Ele faz de tudo para não encontrar a ex dele, e eu menos ainda. Tudo o que posso fazer para não estar no mesmo cômodo que ela, eu faço.Os primeiros dias foram mais fáceis, já que eu raramente saía do quarto por causa do repouso. Mas, conforme os dias passaram e fui melhorando, já podia sair para andar um pouco e me livrar do oxigênio.Segundo Vitória, Viktor mal olha para a cara da ex, e não é por falta de provocação, porque ela faz questão de provocá-lo o tempo todo. Mas ele simplesmente a ignora e diz que, se ela quer falar algo, que diga ao pai dele, e ele passa o recado depois.Às vezes, sinto que, a qualquer momento, Viktor pode se arrepender de estar comigo e querer voltar para ela, mesmo ele dizendo que não. Eu o amo muito e tenho muito medo de perdê-lo, porque, se isso acontecer, não vou ter absolutamente ninguém na minha vida. Nem mesmo Tania, que está sumida há dias, o q
Viktor narrando.Eu estava paralisado, olhando de longe aquela pequena bebê nos braços da Stela. Ela era linda, perfeita, e eu não conseguia desviar os olhos dela, muito menos me aproximar. Ver aquela bebê, que é meu sangue, me fez perceber que minha vida continua, que eu tenho por quem lutar e mais uma pessoa para proteger com todas as minhas forças.Anna me cutucou, tentando me fazer sair do transe em que eu estava, mas eu não tive reação alguma. Fiquei ali parado, sem conseguir falar. As palavras de Stela ecoavam na minha mente: minha filha… minha filha… esse pinguinho de gente é minha filha…— Eu… Eu… — gaguejei, ainda em choque.— Vamos, Viktor, pegue sua filha no colo… — Anna falou, soltando minha mão. Finalmente, eu a peguei no colo.Ela me olhava fixamente, e naquele momento parecia que só existia nós dois. Ela deu um sorriso tímido e se aconchegou nos meus braços. Seu cheiro era de colônia simples, suas roupas também eram simples, mas, mesmo assim, ela era a bebê mais linda q
Anna Narrando:Todos estavam fascinados pela menina, concentrados no encontro de Viktor com ela, e ninguém parecia se preocupar com as questões mais óbvias: de onde ela conhecia Stela e como, exatamente, elas chegaram até ali. Pelo que Viktor me contava, ninguém sabia ao certo onde Stela estava, e foi por isso que Carmem e Natan viajaram para o leste europeu com a máfia, para tentar descobrir o paradeiro da criança. E agora, como se nada fosse, ela simplesmente aparece, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Se Stela sabia o tempo todo onde a bebê estava, por que não fez nada antes?Fiquei furiosa vendo como todos tratavam Stela como se ela fosse confiável, mas eu tinha certeza de que, com algumas perguntas, ela iria tropeçar nas próprias mentiras e acabar revelando tudo. Parecia que Raul também estava impaciente, percebendo como Viktor e Eduardo estavam sendo ingênuos ao não questionarem nada e agirem como se tudo estivesse normal.— A pergunta que não quer calar é: como consegu
Anna narrando.Viktor saiu do banheiro só de cueca box, secando o cabelo. Eu olhei em sua direção e, automaticamente, joguei um travesseiro sobre o rosto ao ver o volume evidente na cueca. Sim, eu estava completamente excitada só de ver aquele corpo definido, e me odiava por isso. Como alguém consegue se excitar estando tão brava?Eu respirava fundo, tentando evitar olhar para ele, quando senti o colchão afundar ao meu lado. Droga… ele se deitou.Esperei alguns segundos, me levantei e fui até a sacada, que estava fechada, mas o vidro me dava uma visão perfeita da área da piscina. Estava chateada com o que havia acontecido e precisava me afastar dele até que minha raiva passasse. Não confiava no que diria se ele tentasse falar comigo agora.— Por que se levantou? — ele perguntou, sentando-se na ponta da cama. — Achei que estivesse cansada…— Estou bem… — respondi seca.— Não parece. — Ele se levantou e veio andando devagar até parar atrás de mim. — Vamos conversar sobre o que aconteceu
Anna narrando.— EU NÃO VOU TE DEIXAR IR. — Ele gritou e, em seguida, enfiou a mão na minha nuca entrelaçando seus dedos no meu cabelo.Ele me empurrou contra a parede com força, colando nossos corpos, e logo invadiu meus lábios com um beijo feroz, completamente envolvente, que me fez perder o rumo.Eu tentei acompanhar o beijo, mas ele parecia desesperado, empenhado em me fazer desistir dos meus planos. Mas ele não vai conseguir com facilidade.Viktor desceu suas mãos até a minha bunda e me levantou com força, me suspendendo. Eu entrelacei minhas pernas ao redor da sua cintura e ele me encostou na parede sem afastar os lábios dos meus.Ele apalpava a minha bunda e eu soltava alguns gemidos baixos entre os beijos, até que ele afastou os lábios dos meus e começou a devorar meu pescoço. Minha respiração estava acelerada, meu corpo ardendo em chamas, necessitado de cada toque. Ele deixou chupões por todo o meu pescoço e depois voltou para os meus lábios.Eu arranhava suas costas e aperta