Alguns anos atrás...
Às vezes penso que meus pais poderiam chegar a qualquer momento me procurando, e me tirar desse orfanato.
Eu só queria entender o porquê eles não me quiseram?
Será que não sou digna de ter uma família? Fico com essa pergunta em minha mente diariamente...
Meu nome é Clara, tenho 15 anos, sou órfã, a irmã Cida é como uma mãe para mim, sempre cuidando de mim, me ensinado e falando sobre como Deus é bom mesmo eu discordando em algumas coisas, porém só guardo para mim, e que terei um futuro brilhante e serei muito feliz, foi ela quem me encontrou no portão do orfanato, disse que me deixaram eu tinha apenas 2 anos, ela me conta que meus olhos tinham um brilho que ninguém poderia apagar, e que só tinha uma carta, essa carta ela iria me entregar quando eu fizesse 18 anos, assim poderia compreender melhor o meu abandono, e eu tinha sido deixada em uma caixa com um cobertor e uma bolsa, contendo uma mamadeira, frauda descartável e uma manta com meu nome Clara!
Ela sempre me contava que eu era muito calma, gostava de ouvir sobre as aulas, e quando vinha alguém de fora contar história meus olhos sempre brilhavam, e até mesmo só em ver as crianças brincando, não brigava com outras crianças.
Quando fiz cinco anos, eu já frequentava a escola, eu sempre gostei de estudar, e até hoje sou assim! Eu me apeguei a isso em estudar para poder ter um futuro brilhante, assim como ela sempre me dizia!
Como ainda moro no orfanato, eu recebo ajuda das freiras para focar mais, e até mesmo quando tem seleção de bolsas de estudos eu foco para poder passar, fiz uma seleção para fazer intercâmbio, um dos investidores que faz doação estava disposto a arcar com os custos, só precisava passar, eu tinha estudado um mês inteiro para poder ter essa oportunidade e tinha mais três meninas, não sabia quem estava mais focada, mas essa seria uma chance para poder começar a mudar o meu futuro!
Eu divido o quarto com cinco meninas, eu gosto mais de ficar lendo quando estou no quarto, e quando as meninas começam a conversa e simplesmente me viro e tento dormir, aqui tem hora de acordar, fazer algumas atividades para ajudar as irmãs, assim como cada uma tem que deixar suas camas organizadas, não tenho muitas roupas, mas faço questão de manter tudo limpo e guardado as que têm, assim como meu material para estudar, como recebemos doação temos que zelar, porque se faltar ou quebrar não tem como por no lugar, aqui tudo é regrado, desde o café da manhã, assim como no almoço e o jantar, só temos lanche extras quando recebemos uma doação de lanches, aí é dividido para 57 crianças que moram aqui, tem bebês até meninas que já vão completar 18 anos!
Não sei nem o que pensar quando eu completar essa idade, pois sei que terei que ir embora do orfanato, por isso estudo para tentar receber uma bolsa, assim consigo me manter para ter algo melhor.
Eu sonho em poder conhecer a minha mãe, não tenho rancor dela, mas tenho muitas perguntas, queria saber se tenho irmãos, primos, tios, avós e até mesmo um pai!
É ruim ser sozinha, por mais que ao meu redor tem dezenas de pessoas, não é o mesmo de ter uma família, assim como nos filmes e até mesmo nas novelas que assisto quando as irmãs liberam.
Hoje acordei desanimada, já era para ter saído o resultado da prova que fiz, e como foram das outras vezes, me sinto uma fracassada, eu tinha me empenhado tanto, resolvo sair um pouco do quarto, pego um livro que venho lendo, é um romance de uma adolescente que se conheceram trombando um no outro, é uma comédia.
É disso que preciso.
Sigo para área que tem um jardim, me sento debaixo da árvore e fico olhando para o céu, queria tanto poder mudar de vida! Grito em pensamento olhando o céu, como se Deus pudesse me ouvir.
Volto a minha atenção para o livro, e acabo me perdendo ali na leitura, sou desperta com a irmã Ana me chamando!
— Clara! Que bom que te encontrei menina! — me assusto com ela falando, estava tão presa no livro que nem percebi ela se aproximando de mim.
— Sim, irmã Ana!
— A madre superiora quer falar com você, menina! Vamos! — Ela diz me fazendo levantar as presas, arrumo minha roupa e vou junto à irmã Ana.
Chegamos à frente da porta, a irmã b**e e espera para podermos ser liberadas para entrar! Entramos e estar a Madre com dois homens e uma mulher, eles têm uns rostos sérios.
— Essa é a Clara, minha filha, eles vieram falar sobre o resultado da prova para fazer o intercâmbio, e você passou! — A Madre diz e eu fico paralisada. Eu não consigo falar nada com a surpresa. Fico em choque por que isso realmente é muito bom— Clara, fale algo!— a Madre pede me despertando.
— E é obrigada!— falo com lágrimas nos meus olhos.
— Os procedimentos que a senhora precisa agilizar se conseguir até amanhã, preciso reserva a passagem e instrutor que levará ela e a outra aluna. — a moça diz entregando uma pasta para madre.
— Sim, as documentações da Clara já estão tudo em ordens, assim como as permissões.
— Então até amanhã, Madre, e Clara parabéns, te vejo amanhã! Me chamo Irla.
— Obrigada!— eu só consigo dizer isso, parece até um sonho! Eles saem da sala e eu fico com a irmã Ana e a Madre.
— Clara, você estar de parabéns, estou orgulhosa, você poderá estudar, e ter um futuro! A irmã Cida ficará feliz quando souber que você conseguiu!— a Madre diz.
— Obrigado Madre, por permitir que eu vá fazer intercâmbio, prometo que quando voltarei empenhada para ter um futuro!— falo empolgada.
— Eu sei minha filha, agora vá cuidar de suas coisas, pois amanhã você já viaja!— ela diz e eu me sinto nervosa, tento pensar em coisas boas, eu vou conseguir! Espero que eu consiga ver a irmã Cida antes de viajar!
Vou para meu quarto, e pego a mochila que uso quando saímos para passeio, pegos minhas poucas roupas, e alguns cadernos, e uma foto que tenho com a irmã Cida. Fico tão eufórica que nem vejo o tempo passar, somos chamadas para jantar, será meu último jantar aqui no orfanato, espero me adaptar quando eu chegar lá.
Sigo para refeitório e estão quase todos na mesa, me sirvo e vou para mesa, a Madre chega e pede atenção de todos, ela comunica sobre a minha partida para intercâmbio, recebo muitos parabéns e outros olhares de raiva, não ligo, agradeço a cada uma, e volto para terminar de jantar, fico tão ansiosa que não consigo comer tudo.
Fico um pouco mais, e antes que eu pudesse sair do refeitório a irmã Cida chega me procurando.
— Minha menina!— ela diz me abraçando, cheia de carinho.
— Eu fiquei com medo de não poder me despedir da senhora. — confesso em seus braços.
— A Madre me avisou e permitiu que eu voltasse antes para poder me despedir de você!— ela diz carinhosa.
— Eu estou com medo de não conseguir viver por lá.
— Não precisa ter medo Clara, você consegue, pense no futuro que você tanto sonha minha querida, Deus vai cuidar de você, se apegue a ele, e tudo dará certo!— ela diz sábia.
— É o que eu espero.
— Eu preciso entregar isso para você minha querida, não sei quando você voltar se ainda estarei aqui. E você já vai fazer 16 anos, já compreende as coisas. Não se apegue a mágoa ou raiva, lembre você tem um coração puro, cheio de bondade. Só abra quando você se sentir bem, para poder encarar o que estar escrito aqui. — ela diz me entregando a carta.
— Eu farei isso, e obrigada por tudo que a senhora tem feito por mim esses anos todos!— agradeço em seus braços!
Sigo para o dormitório, e fico olha do para carta que a irmã Cida me deu. Eu ainda não me sinto preparada para poder saber o porquê a minha mãe me abandonou fico com isso em minha mente acabo adormecendo...
Acordo um pouco ansiosa, minha mochila já estar arrumada, fui uma das primeiras tomar o café, a Madre já falou comigo e me explicou que eu iria ficar em uma escola e moraria nela, contendo dormida e comida, me pediu que tomasse cuidado e não confiasse em qualquer um.
Eu já estava com medo e depois dessa fiquei ainda mais. O instrutor e a moça que se chama Irla já estavam a minha espera, me despedi de algumas meninas e da Madre e a irmã Cida. Entro no carro e estar outra menina, vou o caminho todo em silêncio, olhando pela janela, e pedindo a Deus que dê tudo certo com a minha ida.
Chegamos no aeroporto, entreguei os meus documentos e eu fiquei com muito medo do avião. A moça tinha explicado que a viagem seria cansativa por conta do tempo de voo, mas que não era para me desesperar, afinal estava indo para EUA.
Alguns anos depois...Vim para o Estado Unidos, foi um desafio muito grande, não tinha experiência de nada, vim para focar e estudar, pois queria ser alguém, e quem sabe assim tentar encontrar os meus pais.Passei seis meses focada estudando, sempre tirando as melhores notas, consegui aprender falar inglês coerente, assim não ficava tão perdida. Acredito que essa experiência me deixou muito motivada, após acabar com intercâmbio eu já sabia de muitas coisas. O meu visto ainda estava livre foi aí que decidi encontrar um emprego, assim teria um bom dinheiro para quando eu voltasse para o Brasil, sempre mandando cartão para irmã Cida, contando de como estava.Em um dos dias da minha procura fui parar na cafeteria, lá trabalhei por alguns meses, porém eles exploravam muito, por eu ser brasileira, acabei procurando algo melhor. Foi quando conheci a Vivian, ela com seu jeito descontraído, me viu sentada no banco enquanto eu descansava para poder voltar a minha procura de emprego, o lugar que
Lembro-me de como fiquei encantado pela garçonete, pensei que nunca poderia me deixar envolver por outra mulher. Essa viagem serviu para poder esquecer o estrago que a Graziela me causou, ela tinha se mostrado interessar por mim, me rastejei aos seus pés, quando eu propus em oficializarmos o nosso namoro era como se tivesse atingindo e ferindo-a. não sei o porquê ela reagiu dessa forma, sei que na época não tinha muito dinheiro era só minha família. Eu estava muito apaixonado por ela, ela sumiu do mapa, não consegui ter mais notícias dela. Até mesmo a minha irmã não tinha notícias, mais eu tenho certeza de que Jamily sabia de algo, a forma de como ela me pediu para esquecer a Graziela eram muitos, eu sofri como um louco, nada fazia mais sentindo sem ela perto de mim. Do nada minha mãe apareceu com essa viagem para fora. Alegando ela que isso me faria muito bem, iríamos todos para fazer uma visita para o irmão da minha mãe. No começo me neguei queria me enfiar no trabalho, mais o meu p
Já faz duas semanas que cheguei ao Brasil, durante o voo fiquei muito nervosa, mais tinha que passar confiança para pequena, pois era a sua primeira vez. Tintin com apenas 6 anos estava apenas fascinada com a ideia de viajar de avião, só a Tintin para me fazer rir durante o voo e acalmar meu coração.A viagem tinha sido muito cansativa por conta de horas de voo, mais ao descer do avião e pisar em terra firme. Estava sentindo aquela nostalgia por voltar outra vez.Chegamos no Brasil já era após o almoço. Liguei para orfanato e a irmã Ana me disse que a irmã Cida já estava a minha espera. Me passou o endereço, peguei um táxi e segui. A Tintin fica animada por ver a paisagem, passamos perto da praia, e os olhos dela brilharam, ela me fez prometer que a traria para conhecer e eu não posso negar até mesmo eu nunca tinha entrado na praia! Falei que assim que começar a trabalhar na primeira folga víamos conhecer. Não demorou muito e o motorista avisa que chegamos, e fico com lágrimas nos olho
DDepois da visita surpresa da minha mãe, eu tenho evitado ir à casa dela, e até mesmo o meu pai estar ajudando, pois fica me pressionando.Isso já estar passando dos limites, a última que a minha mãe aprontou, foi planejar um jantar em minha casa com a família da Riahnna sem o meu consentimento. Tomei um susto ao entrar em minha casa, nesse dia eu estava muito estressado, porque o conselho me deu menos de 30 dias para aparecer com uma noiva ou namorada preste a pedir em noivado, e para me livrar dessa pressão disse que logo iria apresentar minha namorada, porém ela estava viajando, uma mentira deslavada, mas que me traria paz momentânea.Usei essa mentira ao meu favor para poder me livrar dessa Riahnna que parece mais um robô, só sabe sorrir e sempre respondendo em monossílaba. Odeio mulheres assim, que não tem vontade própria e sim agi como uma submissa. Não os expulsei por que usei esse jantar ao meu favor, alegando que logo a minha namorada estaria chegando de viagem. A minha mãe f
Os dias vão passando e eu fiquei incomodada alguns dias atrás desde dia que eu estava levando a pequena para orfanato e uma senhora bem daquelas granfinas que não pode pisar no mesmo chão que os outros, ela ficou encarando a Tintin, e eu me pus na frente dela, a forma que ela olhava era carregada de ódio e isso eu nunca iria permitir. Ela não gostou da minha atitude e ainda disse que eu era mal-educada. Agora vê só! A pessoa está na paz de Deus, e vem um ser desse e ainda quer estragar o meu dia. Entrei e deixei a pequena junto às irmãs e segui para o trabalho.Após esse dia recebi uma visita bem inusitada, a mesma senhora que tinha olhado feio para Tintin, ao abrir a porta, estranho.— Sim o que deseja?— pergunto para tentar entender o porquê dessa aparição.— Suponho que você seja a tutora da Valentina Sampaio.— Sim, sou eu mesma! E quem é a senhora? E por que desse interesse na Valentina?— pergunto tentando entender o que ela quer.— Simples, eu quero que você suma com ela, vai em
Depois de reler todo aquele arquivo, fique confuso, era isso ela tinha sumido por que ela tinha outro. Só isso explica.Me acalmo, e eu preciso pensar direitinho.Preciso falar com essa Clara nessa situação que ela vive, vai aceitar fácil a minha proposta. Fico até mais confiante. Vou juntar o útil ao agradável ela é uma mulher linda, nova, e ainda terei em meus braços! Não teria como ser diferente!Passei o dia trabalhando de casa, resolvendo algumas coisas, e até mesmo evitando atender as ligações do meu pai, nessa altura a minha mãe já deve ter feito o seu drama. Por que ela não pega no pé do Robert seu irmão mais novo, esse sim merece sua atenção. Já que engravidou a filha da empregada da minha mãe. Se ele não foi deserdado mais ele precisa mais de sua atenção do que eu já que não tem ninguém por ele só ela. Passei o dia no automático e me pegava pensando muito na proposta. Amanhã mesmo eu faço essa proposta e irrecusável!Eu só não esperava que ela negasse e ainda ficasse brava co
Fecho a porta e solto as lágrimas que estava segurando enquanto ele estava aqui! Por que Deus isso está acontecendo comigo?Eu só quero viver bem com a minha pequena.Essa mulher não vai me deixar em paz, eu preciso ir embora, não vou permitir que ela mexesse com a minha pequena. E agora o meu chefe, senhor, eu só quero trabalhar e ficar no meu cantinho!Porque ele disse que eu sou a namorada dele.Isso está me deixando desesperada.Me levanto e olho meu celular e vejo quanto ainda tenho, e fico pensando para onde eu poderia ir com a Valentina, eu não quero que falte nada para ela, e essa vida de no parar em lugar nenhum, me dá uma luz senhor? Eu preciso pensar em algo!Já sei vou pedir demissão e com o que vou ganhar vou ver um interior pequeno para ir. Quem sabe seja melhor. É isso.Começo a pesquisa e vejo o quanto eu vou gastar, vou deixar tudo aqui só levar poucas roupas, assim ninguém desconfia de nada, deixo a chave com a irmã Cida caso eu não volte ela entrega a casa. Anoto tud
Saber dessa possibilidade de ter uma filha ainda mexe comigo, nunca planejei ter um filho, até por que faz tempo que não tenho interesse de ter uma namorada, as mulheres só me vêm de outra forma. Se não for à cama me ver como uma fonte de renda.Só o medo estampado no rosto da Clara me diz que a Valentina é minha filha, sabia do e-mail aquilo só foi para fazer medo, tentar ceder a minha proposta, mas vejo que terei problema, a Clara é muito marrenta, ela não vai cair tão fácil na minha para aceitar a proposta. Fico no aguardo do Felipe, eu só preciso do seu relatório, para começar agora junto a justiça, eu também não posso tirar a menina dela só de boca, preciso ter prova concreta! Só assim terei a lei ao meu lado. Saber que a Valentina ficou doente me deixou preocupado e no mesmo instante fui até elas, porém a Clara estava com muita raiva.Isso só aumenta a minha vontade de ter ela como minha namorada, seria perfeito, não abaixa cabeça, defende seus ideais e além de ser afiada. É de u