Os dias passaram rápidos, e finalmente chegou o fim de semana tão esperado. As malas estavam quase prontas, mas Alicia não conseguia se livrar da ansiedade. Ela estava nervosa, mal conseguiu dormir na noite anterior, seu coração batia acelerado só de pensar na viagem. Quando o relógio indicou que o dia finalmente começara, ela se levantou e desceu para o café, tentando se acalmar. Álvaro já estava à mesa, com um sorriso no rosto, esperando por ela. Assim que ela entrou na sala, ele se levantou, e eles se cumprimentaram com um beijo suave, mas carregado de um desejo que ambos sentiam, embora tentassem manter a calma. — Está pronta para a viagem? — perguntou Álvaro, ainda com os olhos brilhando de empolgação. Alicia sorriu, tentando disfarçar a apreensão e, com um tom mais tranquilo, respondeu: — Sim, estou. Mas, me diz, quantas horas de viagem são? — Umas três horas — respondeu Álvaro, já arrumando sua mochila enquanto olhava para ela, um brilho de alegria nos olhos. — Vai se
Foi uma correria, mais deu certo e o dia chegou. Sem hesitar, Álvaro a tomou pela mão, guiando-a até um pequeno ponto no alto das montanhas, onde o vento soprava levemente, e a vista era de tirar o fôlego. Ali, em meio à tranquilidade da natureza, o mundo parecia parar para dar espaço a esse momento único. Ele tinha planejado tudo antes, sem que ela soubesse — o vestido de noiva, desenhado com esmero por um designer renomado, estava guardado em uma mala, esperando pela ocasião. O terno de Álvaro também estava pronto, a medida exata, o corte impecável, para que o dia fosse tão perfeito quanto a ocasião. Os detalhes que pareciam tão distantes agora se tornaram reais. O vestido de Alicia, com seu tecido delicado, branco e fluido, parecia refletir a pureza e a beleza do momento. Ela se viu nele como uma princesa, mas sem perder sua essência, sua força. O terno de Álvaro, com seu corte elegante, parecia uma segunda pele, ajustado perfeitamente ao seu corpo, como se ele tivesse sido feit
O tom ameaçador ficou no ar, e o silêncio que se seguiu era denso, carregado de uma tensão quase palpável. Estela levantou-se lentamente, seu olhar ainda fixo em Alicia. _A escolha é sua. Eu já falei o que tinha a dizer. Agora, é só esperar para ver se você tem o que é preciso para competir com alguém como eu_E com essas palavras, ela se virou e saiu, deixando Júlia ali, tomada por uma sensação de impotência e medo, sem saber como reagir diante de uma ameaça tão sutil, mas devastadora.Alicia estava visivelmente irritada, o olhar determinado enquanto enfrentava Estela, que, com um sorriso provocante, não parecia se abalar com a firmeza da mulher à sua frente. _Eu já disse, Estela. Não vou deixar Álvaro. Ele é meu, e nada vai mudar isso_Alicia afirmou, com a voz baixa e segura, mas havia um toque de tensão em suas palavras_Mesmo que eu o deixe, nada garante que ele vá voltar para você. Estela, com sua calma imperturbável, inclinou-se ligeiramente para frente. Seus olhos estavam in
Agora, tudo que restava era esperar — e torcer para que, de alguma forma, ele fosse forte o suficiente para lidar com a verdade, mesmo que isso significasse confrontar a perda mais dolorosa de todas_ se separarem. Enquanto isso, Hélio estava em seu escritório, a expressão dura e o semblante impassível enquanto segurava o telefone. Ele sabia que o jogo estava prestes a esquentar, e ele estava, como sempre, pronto para manipular tudo a seu favor. Com uma voz suave, porém carregada de expectativa, ele perguntou: _Estela, você conversou com a garota? Ela concordou em deixar meu sobrinho em paz? Quero que ela se afaste dele o quanto antes. Do outro lado da linha, a risada baixa e ligeiramente irônica de Estela soou, como uma sombra fria sobre a conversa. Ela sabia que Hélio não desconfiava de nada, e isso a fazia se sentir ainda mais segura em seu plano. _Relaxa, Hélio_ respondeu ela com sua voz manipuladora, doce, mas com um toque de desdém_Eu estou dando o meu jeito nisso. Vou fa
Quando Álvaro chegou em casa, seu sorriso iluminava o ambiente. Ele estava radiante, mal conseguindo conter a empolgação. Os últimos dias haviam sido tensos, mas finalmente havia chegado o momento que tanto esperava. Os documentos finais da herança haviam sido assinados, e tudo tinha dado certo. Ele mal podia esperar para compartilhar a boa notícia com Alicia. A sensação de alívio e conquista o preenchia por completo, e seu coração batia mais forte à medida que se aproximava da porta. Com um brilho nos olhos, ele imaginava a reação dela, e isso o fazia ainda mais ansioso. Ele sabia que esse momento traria uma nova fase para os dois, e não via a hora de dividir aquela alegria com a pessoa que mais amava.Alicia sentia um peso no peito, a pressão de algo que precisava ser dito, mas que não sabia como começar. A chantagem de Estela era um fardo que ela carregava sozinha há dias, e embora a situação fosse complexa e delicada, ela sabia que não poderia manter aquilo em segredo por mais t
Alicia, ao ouvir aquelas palavras, sentiu um aperto no coração. Ela sabia que essa separação seria difícil para ambos, mas também sabia que era necessária para que pudessem seguir com o plano. _Para mim também, Álvaro. Mas essa é a única maneira de desvendar tudo isso. Temos que seguir em frente, mesmo que seja difícil_Ela fez uma pausa, buscando palavras que transmitissem segurança_Nos encontramos em segredo assim que possível. Além disso, na próxima semana já começa a minha faculdade. Eu vou passar o dia todo lá, e isso vai nos ajudar a manter o plano sem levantar suspeitas. Álvaro a observou por um instante, absorvendo o que ela dizia. Sabia que a situação não era ideal, mas também compreendia que ela estava disposta a fazer o que fosse necessário para resolver aquela encrenca. Ele respirou fundo, tentando se acalmar. _Você está certa. Vamos seguir com isso. Mas não importa o que aconteça, estaremos juntos no final. Alicia e Álvaro estavam sentados à mesa, trocando palavra
Alicia, porém, não parecia totalmente tranquila. Ela sabia que a próxima fase do plano exigiria mais. _Agora precisamos continuar_disse ela, seus olhos fixos à frente, como se já estivesse pensando no que viria a seguir_Quando chegarmos em casa, a discussão precisa ser mais calorosa, a ponto de eu arrumar as minhas malas e sair chorando. Não podemos deixar margem para dúvidas. Álvaro assentiu com a cabeça, claramente focado no que tinha que ser feito. “Sim, é isso. Quanto mais real for, melhor. Vamos fazer com que a separação pareça irreparável, mais antes disso me deixe te beijar, não sei até quanto tempo vamos ficar separados. Pediu ele e em seguida se beijaram com muito pesar e amor. Depois do beijo Alicia suspirou, já imaginando a cena que teriam de encenar em casa. O peso do que estavam fazendo começava a se fazer presente, mas ambos sabiam que isso era necessário para que o plano fosse bem-sucedido. O carro continuava seu percurso, e, enquanto o trajeto se desenrolava, o a
Álvaro, que ainda estava assimilando o que acabara de acontecer, tentou disfarçar sua agitação. Ele respirou fundo, fingindo irritação, e se afastou um pouco para não parecer tão vulnerável. Com a expressão fechada e a voz firme, ele respondeu: _Nada aconteceu, Maria. Só descobrimos que não somos compatíveis um com o outro. A confiança, quando se perde, não é fácil de reencontrar. Suas palavras foram duras, quase calculadas, como se ele quisesse garantir que ninguém suspeitasse de que aquela separação não passava de uma farsa. Ele se manteve em pé, evitando olhar diretamente para os empregados, como se não quisesse expor seus verdadeiros sentimentos Maria o observou por um instante, um tanto perplexa. Ela conhecia o patrão o suficiente para perceber que algo estava errado, mas preferiu não insistir. _Entendido, senhor. Disse ela, com um leve aceno de cabeça, embora sua expressão estivesse marcada pela preocupação. Ela se retirou lentamente, sentindo que, talvez, algo muito ma