Acordei em cima da cama, os fleches de luz entrando pela janela fizeram meus olhos arderem. Olhei ao redor e era o quarto do apartamento, o cheiro de eucalipto e lençóis limpos embriagou-me. Por um breve momento esqueci onde estava, mas quando olho para o lado, lá estava ele, dormindo feito um anjo, nem pareci ser uma pessoa tão metódica. Como ele conseguia parecer tão formoso apenas dormindo? Passo a ponta dos meus dedos em seus cabelos desgrenhados, penso em como a Olivia de meses atrás ficaria feliz com essa cena, o homem dos sonhos de qualquer mulher estava bem ali, deitado completamente nu ao seu lado. Observo seus cílios escuros e volumosos se movimentarem aos poucos enquanto ele acordava.— Bom dia. — ele diz com a voz rouca matinal.— Bom dia, senhor Dominic Caccini. Ele solta um sorriso nasal.— Como consegue estar de bom humor tão cedo? — Ele pergunta.— Você é muito pessimista. Visto uma camisa qualquer dele e sento na borda da cama.— Eu sou realista.Ele me puxa para se
Peguei o metrô já desacostumada a pegar e cheguei em casa, Abigail estava na escola. Subi, entrei de baixo do chuveiro, aquela água quente escorrendo pelo meu corpo complementou mais para que minhas lágrimas começassem a descer.Eu triste, meu coração estava em pedaços, não me conhecia mais, e quando pensava em desistir de tudo Abby e minha mãe me vinham em mente, tudo o que faço e fiz foi por elas, aceitar menos que eu mereço também, eu já estava acostumada a receber migalhas. Desci enquanto secava os cabelos e procurei por uma xícara de café, olhei para o quintal em destroços, o céu estava cinza por conta da chuva.— Olivia? — Abby grita da sala.— Estou aqui. — Limpo minhas lágrimas rapidamente.Ela vem ao meu encontro.— Eu vi sua mensagem dizendo estava vindo para casa. Aconteceu alguma coisa? Você está quente. — Deve ser porque eu acabei de tomar banho. — Solto um sorriso fraco.A preocupação em seu rosto dar lugar a felicidade.— Tenho uma ótima novidade, consegui um emprego!
Após saímos do restaurante eu não quis deixar Abigail sozinha em casa, não era bom justo nesse momento tão complicado. Dominic aceitou, mas com a condição dele passar a noite comigo. Eu automaticamente lembrei da bagunça que era o meu quintal, as paredes rabiscadas ainda de quando Abby era apenas um bebê, o meu quarto nem se falava, não chegava nem aos pés do que eu tinha no apartamento. Entretanto, ele insistiu tanto que eu teria que vencer esse orgulho e mostrar mais da minha realidade, que eu não era uma princesa de contos de fadas.Eu abri a porta da frente com cuidado para não acordar Abby, se ela visse o Dominic em casa nós, seríamos abordados por uma enxurrada de perguntas. A luz do corredor estava apagada, sinal de que ela já estava dormindo.Ele adentra com cuidado. Eu caminho com meus sapatos na mão até o andar de cima, Dominic me segue. Nos parecíamos um casal adolescente com medo dos meus pais verem o meu namorado entrando no quarto para passar a noite comigo. Abro a porta
Chegamos no apartamento ao amanhecer, Dominic me entregou seu blazer para eu me proteger do frio.Ele jogou as chaves para algum canto e apareceu na sala com uma maleta de primeiros socorros nas mãos. Meu rosto estava inchado de chorar, as lágrimas haviam endurecido na minha bochecha. Ele abre a caixa e pega uns algodões para limpar meu rosto, meus lábios ainda estavam inchados por conta do tapa. Fechei meus olhos enquanto ele passava suavemente o algodão em minha bochecha, conforme o sol apareceu e iluminou o ambiente, pude ver o carpo dele feridos e as nossas roupas com pingos de sangue seco.Me senti enjoada. Aquele era sangue do Sean, na verdade, a essa altura eu já não sabia mais se era meu ou dele.— Acho melhor tomarmos um banho. — Ele diz deixando a maleta de lado.Sou levada por ele até o banheiro, o mesmo me ajuda a tirar minhas roupas com cuidado. Eu ainda estava em choque, se não fosse o Dominic eu teria morrido essa noite.Ele tira as roupas dele também e nós finalmente
Peguei meu telefone com dificuldades e liguei para a única pessoa que eu poderia contar agora, Vanessa.— Amiga, fala direito, não estou entendendo nada. — Ela diz.— Eu quero que você venha me buscar, por favor. Estou me sentindo um caco. — Digo seguido de um soluço.— Tá, esta bem, onde você está?Eu passo a localização para ela e fico esperando sua chegada. Ela chega em um táxi e assim que ver me abraça.— Vem, vamos sair daqui. — Disse me ajudando a levantar.Entramos no táxi e eu deito minha cabeça em seu ombro, Vanessa acaricia meus cabelos. Após uma longa viagem, chegamos em frente a um prédio no subúrbio da cidade. Descemos do carro e entramos no prédio. Após três lances de escada, chegamos em seu apartamento, era bem pequeno, mas muito aconchegante.— Vou pegar um chá para você. — Vanessa sai do meu campo de visão e depois volta com um cobertor e uma caneca grande de chá. Ela me cobre com a coberta e me entrega a caneca. — Beba e me conte o que aconteceu.Eu respiro fundo e t
P.O.V DOMINIC:Chegamos a costa pela manhã, estava ventando muito. Ela vestia um casaco meu quando saímos do iate. Tão linda, perfeitamente bagunçada pela manhã após uma noite longa gemendo em meu ouvido.Do lado de fora da casa, dois mordomos esperavam por nós, eles pegaram as bagagens e entraram na casa. Na parte da frente, havia uma grande piscina e enfim a casa de dois pisos, talvez fosse a mais simples que já levei até agora. Adentramos a mansão branca com madeira, Olivia pareceu encantada com toda comodidade.— É linda. — Murmurou ela com aqueles lindos pares de olhos castanhos cintilando.Eu realmente nunca senti nada tão forte como quando a vi indefesa naquele banheiro. Eu percebi naquele dia que não tinha mais como fugir dela. Olivia me conquistou, me conquistou a partir do momento em que nos olhamos pela primeira vez, seu sorriso, seu cheiro, seu jeito, tudo nela era perfeito. Parecia uma perfeita dança sincronizada, tudo nela era combinado. Eu não contava com meus sentiment
Acordei com Dominic ao meu lado. A manhã tinha sido cheia de emoções, eu não entendia o que ele queria dizer, mas agora eu pelo menos sabia metade do ele sentia, ele havia sido sincero comigo, agora eu sabia porque ele fugia de mim toda vez que nos olhávamos de forma diferente. Nessa manhã, Dominic me passou um sentimento que eu nunca tinha sentido, talvez fosse paixão ou ele só queria acalmar meus ânimos, mas eu estava tentando ser positiva e pensar que as coisas entre nos finalmente se acertariam.Ele passava a ponta dos dedos na minha costa nua, fazendo arrepios percorrerem por todo meu corpo. Ao mesmo tempo que calmo, ele parecia pensativo. O mesmo levantou der repente e ficou de frente para a janela que dava acesso ao mar, sorri ao ver a nádega dele nua e todos os perfeitos músculos se contraindo.— Eu nunca mais tomei banho de mar, hoje o dia está magnífico. — Ele virou-se para mim — o que acha de ir para a praia?Eu sorri e levantei, procurei pelas minhas roupas espalhadas pelo
Meu coração doía, toda vez que lembrava do Dominic e a Katherine, ele acalentando seu choro e o fato dele ter me deixado ir. Eu acabaria com aquele contrato idiota de uma vez por todas. Mesmo com sabendo que ele sentia algo por mim, não era o suficiente, eu já estava farta de receber tudo pela metade. Acreditava que ele honraria sua palavra de manter o tratamento de minha mãe pois agora era minha única preocupação. Não me importava de ficar desempregada, eu sempre dava um jeito. Observei aquele anel que foi escolhido por Katherine, tirei de meu dedo e o joguei para longe. Eu sentia nojo da situação que aquele ele me colocou. Me sentia usada, uma prostituta, um nada. Dominic sabia muito bem dos meus sentimentos, e naquele dia na praia eu realmente pensei que fosse verdade, cheguei a cogitar que ele realmente estava sentindo o mesmo por mim. Eu só queria me sentir menos pior com toda essa situação de merda.Uma semana depois:Eu não ia a empresa fazia duas semanas, Dominic me mandava