AldousQuando abri os olhos, precisei de alguns segundos para lembrar onde estava, como havia ido parar ali e com quem eu estava. Ao tentar me levantar, minha cabeça girou e doeu. Levei a mão direita para a cabeça, no impulso de buscar algum alívio em vão.Senti sobre meu braço esquerdo um peso e já sabia quem era. Olhei para o lado para confirmar que Lena dormia com a cabeça sobre meu ombro e sua mão descansava sobre minha barriga. Admirei a beleza dela, a mulher tinha os cabelos escuros, lisos e longos que combinavam muito bem com ela, os olhos muito escuros lhe davam o toque final que pertencia a sua personalidade forte, algo que não havia notado quando ela simplesmente interpretava a empregada ingênua do castelo.Como se sentisse que estava sendo observada, ela se moveu e logo abriu os olhos. O sorriso que surgiu em seu rosto a iluminou completamente. Lena se ajeitou na cama, virando-se de bruços e me encarando.— Achei que quando acordasse não estaria mais aqui.Não sei o motivo,
SeanMaeve adormeceu após o pesadelo e estava em sono profundo quando despertei. Seu corpo estava bem próximo ao meu. Levei meu nariz até a curva de seu pescoço e senti seu aroma gostoso, ela cheirava a flores do campo, doce e suave.Deixei um beijo ali e me levantei. O dia estava um pouco nublado esta manhã, sem muita luz do Sol e com muitas nuvens pesadas pelo céu.Vesti-me e fui a procura de meu amigo. Aida seria uma opção, mas ela estava sumida e eu também não estava muito disposto a procurar por ela ainda.Saí em busca de meu amigo e o encontrei dando treinamento aos jovens soldados.— Aldous! - Chamei. Meu amigo olhou na minha direção e atendeu meu chamado, colocando outro guarda a disposição para continuar o treinamento.— Sean, como está Maeve? - Ele se aproxima a passos largos, sorridente e animado. Acho que ele anda escondendo algo de mim, mas se ele tiver algo a dizer, em algum momento ele dirá.— Sobre ela mesmo que quero conversar.Uma pontada de preocupação surge no rost
MaeveUltimamente eu vinha sonhando com minha mãe todas as noites, ela sempre me ensinava coisas sobre a magia da luz. No último sonho, quando me aproximei dela debaixo da grande árvore, ela falou sobre um segredo da magia da Luz.“— A magia da Luz é ligada a alma de seu portador, por isso, meu amor, eu ainda vivo. - Minha mãe disse e eu quase chorei com sua revelação - É verdade que fiquei adormecida por muitos anos depois daquele trauma, mas quando senti que minha filha precisava de mim, despertei.— Se ainda vive, mamãe, onde posso encontrá-la? - Pergunto.— Não vivo fisicamente, minha alma vive junto com nossa magia.— Não há como voltar?Observo o rosto triste da minha mãe quando ela responde.— Gastaria muita magia para que eu conseguisse conjurar meu corpo físico, mas sim, eu poderia voltar fisicamente, porém, seria uma única vez. Quando o feitiço terminasse eu desapareceria para sempre, até mesmo de seus sonhos.— Então nunca mais poderei tê-la ao meu lado. - Afirmo.Minha mãe
SeanEra como se eu tivesse adivinhado que meu tempo com Maeve estava acabando. Nosso passeio foi maravilhoso e tive a oportunidade de declarar meu amor a ela. Já havia reconhecido e admitido que a amava para mim mesmo e até para outra pessoa, mas ainda não havia me declarado a ela. E quando minha mulher se declarou dizendo que me amava, foi o que faltava para que eu pudesse me declarar a ela também.Mas ao chegar no palácio, toda a nossa alegria foi para o espaço. O exército inimigo finalmente começava a atacar. Eles haviam feito o cerco por semanas, mas não atacavam. Os soldados sempre atentos, marcavam cada passo do inimigo e quando estou chegando de meu passeio com minha rainha, um dos soldados me cercam para dar a notícia.— Majestade - Ele se curva e eu faço um gesto para que ele pudesse prosseguir. - Todos estão aguardando pelo senhor na sala de reuniões táticas.— Aconteceu alguma coisa?— Infelizmente, sim, o exército inimigo está avançando e poderá atacar a qualquer momento.
SeanMaeve tinha me deixado sem saída, então era melhor que eu a levasse comigo e assim pudesse cuidar dela de perto. Deixá-la em um Forte não é uma opção, pois se um deles foi invadido pelos rebeldes e pela Escuridão, isso significa que qualquer um deles pode ser. Então, eu a levaria e ela ficaria comigo no acampamento em minha tenda.— Maeve, você tem ideia de como funciona uma guerra? - Perguntei a minha esposa me aproximando mais dela e passando a mão em seus cabelos.— Sean, meu pai viajou de reinos em reinos, travando guerras e conquistado territórios, eu sei o que é uma guerra e qual o objetivo dela.— Eu sei disso, meu amor, mas você já esteve no campo de batalha? Viu a guerra de perto? É disso que estou falando.— Não, nunca estive no campo de batalha.— Então você precisa saber algumas coisas.— Mas isso não vai mudar a minha decisão. Eu vou ajudar você, não quero ser uma inútil.Suspirei fundo, ela estava se revelando uma mulher forte e teimosa.Passei alguns minutos instru
MaeveConfesso que nunca havia visto tanta brutalidade junta. Era triste ver um soldado há poucos minutos, falar com ele e algum tempo depois vê-lo abatido. Infelizmente tive que presenciar acontecimentos assim durante o tempo que estive lutando com os arqueiros.Embora fôssemos colocados em pontos estratégicos, isso não significava que não éramos alvo do inimigo. Sempre que um grupo de soldados era localizado, nosso grupo era deslocado para atacar aquele grupo a distância com a finalidade de diminuir a potência de ataque deles. Nossas flechas lançadas para o alto em um ângulo sincronizado e perfeito, caía exatamente sobre a concentração de soldados, abatendo alguns deles. Mas o inimigo parecia ser capaz de se recuperar muito rápido de nossos ataques.Fui levada para uma tenda no meio da noite sob a ordem de Sean. Um soldado se aproximou e disse que arqueiros não tinham muita utilidade durante a noite e que Sean designou uma tenda para mim. Sem ter o que fazer, segui o soldado, e ao c
SeanEu tinha muito medo do que poderia acontecer à minha esposa com o método de extração da magia que Aida desenvolveu. Mesmo a maga tendo afirmado que o procedimento é seguro, um temor primitivo toma conta de mim quando se refere ao bem-estar da minha mulher. Se houvesse qualquer outra opção, optaria por ela, mas como não tenho uma alternativa válida e minha mulher está disposta a tentar, permitirei as ações de Aida, mas somente sob minha supervisão.Chamei Aida e a mulher entrou na tenda novamente, visivelmente impaciente.— Então, o que o casalzinho decidiu?— Vamos realizar o procedimento, Aida. - Me surpreendo ao ouvir a voz de Maeve tomando a palavra.— Está de acordo, majestade? - Aida questiona, encarando-me.— Sim, mas somente sob minha supervisão.— Tudo bem, então vamos nos preparar para a realização do procedimento, pois a magia maligna faz mais a vítimas a cada segundo que passa.Aida larga sua crítica contida, mas prefiro não falar nada. Ela arruma um catre, deixando-o
MaeveEstava contente por poder ajudar meu marido e nosso reino, mas a dor que sentia era quase insuportável. Aida, por algum motivo cessou a extração da magia e senti meu corpo relaxar em seguida. O alívio daquela dor era tão grande que eu quase desmaiei quando a maga parou o procedimento.— Estamos quase no fim, você está resistindo muito bem. - Ela disse e eu confirmei com um gesto de cabeça.Acreditei que ela teria terminado, tinha tido esperanças disso.— Tudo bem - respondi firme, mas eu sei que se ela extrair mais uma vez uma quantidade como esta, meu corpo não suportará. Já posso sentir meu corpo mais fraco, mas estou determinada a dar continuidade ao meu objetivo.Vários soldados se aproximam levando as armas na qual Aida transferiu a minha magia. Podia ver a animação deles, provavelmente as armas levadas anteriormente deram um bom resultado na batalha e agora viam uma chance verdadeira de vencer.Logo os soldados retornaram com um bom punhado de armas, encarei aquela quanti