— Olha aí o vovô mais rabugento do mundo! — Tadeu ralha divertido entrando o meu escritório em minha casa e eu ergo o meu copo para ele em um brinde mudo.
— E você continua o babaca de sempre — rebato escutando o som da sua gargalhada em seguida. Ao aproximar-se, recebo o seu forte abraço e percebo o Max passar pela porta que ficou aberta em seguida.
— Como você está, meu amigo? — Meu advogado pergunta, abraçando-me e deixando dois tapinhas nas minhas costas.
— Como você acha que ele está? — Tadeu retruca com humor. — Ele acabou de se tornar avô de duas garotinhas. Está com pelo menos cem anos mais velho.
— Você é um idiota, sabia? — rebato com humor e ele volta a rir.
— Senti falta dos nossos momentos! — Max fala com um suspiro e para a minha surpresa, meu irmão Zyan entra logo em seguida. Dessa vez, me afasto da minha mesa para ir recebê-lo. Nosso abraço é mais demorado e mais forte que os outros, e Deus é sempre como se nos encontrássemos p
Um jantar especial para duas pessoas, velas aromáticas acesas, um balde com gelo e uma garrafa de vinho dentro dele, mas apenas uma taça estava sobre mesa. Eu sabia exatamente o que aquilo queria dizer e Deus, eu não sei se estou preparado. Não sei se consigo passar por tudo outra vez. Bem atrás de mim, no espaldar da porta está a minha nova esposa Itália Morissette, a mulher que reneguei por anos e que fiz acreditar que a minha negação se deu por causa da minha filha única. Contudo, devo confessar que a minha negação tem a ver com a minha covardia. Eu assisti essa cena a vinte e cinco anos atrás quando Leslie Morissette anunciou que esperava um bebê. Me lembro que fiquei muito feliz com aquela notícia, que chorei com ela e que sorri também. Cada mês era uma alegria diferente e Samanta crescia forte e saudável dentro da sua barriga. Foi o momento mais esperado de nós dois... até tudo acontecer. Como o homem que procura a cura para a humanidade não conseguiu salvar a própria esposa da
Samanta — Ai meu Deus, me belisquem para eu ter certeza de que o que estou vendo é verdade! — ralho quando as portas da Diamond se abriram e o estilista Virgil Abloh passou por ela com uma pequena equipe logo atrás dele. Juro que o meu corpo inteiro se tremeu com a sua visão e trêmula, eu sorri. — Ai!!! — rosnei quando uma ardência insuportável me acometeu e eu encarei a Emily com seu sorriso estravagante. — Você é maluca?!— Foi você quem pediu para te beliscar.— Eu não posso acreditar que ele está aqui! — resmungo o acompanhando com os meus olhos, enquanto passeia pelas vitrines da minha loja. Hoje é um dia extremamente especial para mim. É o dia da inauguração de Morissette Diamond e isso aqui está lotado. Nas vitrines tem uma coleção de sapatos luxuosos que nasceram para brilhar nas passarelas ou nos eventos mais chamativos da alta sociedade. Contudo, eu não contava com essa celebridade marcando a sua presença. Quer dizer, o convite foi lhe enviado, mas é difícil de acreditar qu
EthanUm ano depois...Começo a abotoar os primeiros botões da minha camisa, enquanto me olho no espelho de corpo inteiro no exato momento que a porta do banheiro se abre, e a minha linda esposa sai de lá envolvida em uma toalha felpuda. Seus cabelos estão presos em um coque frouxo no topo da sua cabeça e em silêncio, ela segue para dentro do closet.— O Valentin e o Eliot devem chegar em alguns minutos — aviso, mas não obtenho uma resposta sua. No entanto, começo a ensacar a camisa para pôr o cinto, porém, paro completamente estático e com o meu pobre coração quase saindo pela boca, quando ela surge usando apenas um conjunto de lingerie negra rendada, acompanhada de uma meia-calça da mesma cor e uma cinta-liga. Respiro fundo e procuro desviar os meus olhos ou partirei para o meu ataque.— A Itália e Emily mandaram mensagem. — Sam fala me dando as costas e no ato, ela ergue uma perna apoiando-a na beirada da cama, e começa a deslizar uma mão pelo seu comprimento, provavelmente ajeitan
— Theodor Borgat, você tem uma visita. — O carcereiro informa me deixando um tanto agitado. A cerca de um mês fiz um pedido para falar com minha ex-namorada Samanta Morissette e acabei descobrindo que ela está casada, com duas filhas e morando na França. Mas, recentemente recebi a notícia de que ela finalmente viria me encontrar e esse é o real motivo da minha agitação. Um ano e meio preso nesse lugar me fez pensar em tudo que fiz ao longo da minha vida e quase não acreditei, mas me arrependi de metade de tudo que fiz. Eu sei que isso não explica, mas a verdade é que eu amei Samanta Morissette com todo o meu coração e o meu maior erro foi desejá-la apenas para mim, e depois disso, deixá-la sozinha quando eu precisava espaço. Ela não faz ideia, mas me afastar dela foi o que garantiu a sua vida. Penso enquanto caminho pelo corredor ligeiramente obscuro, escutando os sons dos meus passos dentro dos meus ouvidos. Meu coração dispara ferozmente quando me aproximo da sala de visitas e ante
SamantaTrês anos depois...— Querida, não consigo encontrar o seu vinho preferido aqui na adega. — Ethan grita lá de dentro DE CASA, enquanto preparo uma bela cesta para um piquenique de comemoração em um belo final de tarde. Da varanda da casa de veraneio observo as minhas princesinhas correr pela areia úmida da praia, enquanto o vovô Heitor finge querer alcançá-las. Os seus gritos animados se misturam na brisa que vem do mar e ao barulho das ondas tranquilas. Em um canto mais afastado o meu pai brinca com o Antony dentro de uma piscina improvisada na areia e próximo a eles está a Itália conversando animadamente com a Isadora, enquanto a Lisa se diverte dentro da água salgada com uma amiga. Me sentindo meio travessa olho para trás, para ter a certeza de que o meu marido não está vindo e sorrio. Entretanto, pego uma caneta, uma página do pequeno post-it colorido e começo a escrever um bilhete breve e objetivo. — Samanta, pode vir aqui me ajudar, amor? — Ele volta a gritar, porém, eu
Janny Conhecendo o meu chefe.— E não se esqueça Jenny. Você é uma garota linda, muito gostosa e maravilhosa. E tem que arrumar um homem para você. O hospital Mont Sinai é o melhor lugar para fazer isso. — Amber resmunga um tanto animada, enquanto arruma o laço da minha blusa cor de rosa.— Amber, pelo amor de Deus, é meu primeiro dia no hospital e eu estou atrasada! E você está me dando conselhos amorosos? Isso não cai bem! — rosno exasperada, mas ela rir.— Não se preocupe, vai dar tudo certo, amiga. — Ela fala tranquila, porém, eu suspiro e me viro para sair do quarto. Na sequência bato bruscamente na quina da minha cama.— Ai, droga! — rosno com um gemido dolorido. — Eu não tenho tanta certeza disso — retruco malcriada. — Foi por causa desse meu jeito atravessado que fui expulsa do projeto do outro hospital, lembra? — reclamo alisando o local da pancada que deixou minha pele avermelhada, saindo do quarto em seguida.— Bom, eu vou ficar bem aqui torcendo por você. — Minha amiga di
Jenny — Você não vem? — Escuto a voz do meu instrutor e percebo que ainda estou parada bem perto da porta do elevador. Com um suspiro baixo, engulo em seco e percebo o olha especulativo do homem em cima de mim. Put's, tem como pagar mais micos em tão poucos minutos? Melhor nem perguntar, certo, a final o dia está só começando. Solto outro suspiro e me forço a sair do meu lugar. O doutor Ávila volta me dar as costas e eu volto a segui-lo, entrando em outro corredor, esse mais longo e todo branco, até entramos em uma sala onde tem uma Senhora descabelada, com a pele um tanto vermelha, deitada em uma cama estreita e em um estado de gravidez avançada. Ela respira fundo, prendendo a respiração e faz uma careta de dor. No ato, eu repito o seu gesto e não consigo respirar.— Bom dia Ada! — Doutor Ávila diz abrindo aquele sorriso provocante.— Bom dia, doutor Cris! — A paciente diz com um som estrangulado, entre uma respiração e outra.— Como estamos indo?— Nossa, está doendo muito! — Ela r
Jenny Doze horas. Doze malditas horas seguidas de trabalho árduo e confesso que estou um caco. Portanto, assim que tudo fica mais calmo respiro fundo e me sento em um dos sofás brancos do corredor.— Oi, eu sou o Adam! — Um rapaz usando um jaleco azul diz sentando-se do meu lado. Provavelmente é um residente como eu.— Ah oi, Adam! Eu sou a Jenny... quer dizer, eu sou a Jeniffer — falo um tanto desanimada.— Cansada? — indaga com curiosidade.— Morta, praticamente. Eu preciso ir para casa. Ah, que saudades da minha cama quentinha e macia! — resmungo fechando os meus olhos a medida que encosto a minha cabeça na parede atrás de mim e escuto o som do seu riso baixo em seguida.— Devia ir dormir um pouco, Jenny Jennifer. — Ele diz com humor.— Acredite, esse é o meu plano — ralho fazendo menção de me levantar. Contudo, ele segura no meu antebraço.— Não. Eu quero dizer antes de ir para sua casa.— Ah, sério? Eu não posso dormir aqui nesse sofá! — protesto, mas ele volta a ri do meu comen