Ruslana Morozov Uma semana depois Ilya ainda me persegue, como um leão atrás de sua presa, ele observa e depois ataca. Como sempre, eu não tenho como fugir de sua mordida forte e segura. Desde o dia do banheiro, uma semana atrás, ele vem todos os dias. Conversa comigo, toca em mim e vai embora, seus beijos são agressivos e rudes, como se ele fizesse com raiva, mas existe algo por trás deles, algo que me faz gostar. —Está ouvindo, Ruslana? -Mikhail perguntou. Sim, ele ainda era Mikhail, conheci aos 16 anos depois que meu pai morreu, eu ainda não o via como meu pai. Quando eles conversaram comigo sobre isso, eu odiei minha mãe, odiei essa mentira como odeio qualquer tipo de mentira. Mas os anos se passaram e eu tentei entender seu lado. Mama era apaixonada por Mikhail e já casou com meu papa grávida de mim, eles dois eram jovens, dezoito anos os dois, mama tinha medo do que meu papa poderia fazer caso descobrisse e manteve a mentira. Mikhail ficou sabendo pouco antes de mim. —Desc
—Isso... Eu percebi que sussurrei essas palavras, a vergonha quase tomou conta, mas hoje o fogo foi maior, ele queimou até não sobrar nada na minha mente. Ilya sorriu e disse: —Eu te conheço, Ruslana, você me quer, você só precisa que eu te lembre disso, não é? Era isso? Se fosse, eu queria assumir? Não, com toda certeza que não, eu não gostaria de assumir isso assim, mas ao mesmo tempo eu me pergunto se eu vou sentir falta disso, se Ilya vai brincar comigo e me deixar sozinha depois, isso também perturba minha mente. Ilya introduziu o dedo indicador entre minhas dobras escorregadias e molhadas e pressionou mais forte meu clitóris, dando voltas, subindo e descendo, eu não quis gemer, mas foi impossível, quando percebi, eu levava meu quadril em direção a mão dele. Ele deu uma risada maligna que me deixou destruída por dentro, por estar ansiando por mais desse jogo lunático.—Vamos lá, Kotehok. Goze. -ele ordenou. E foi como um passe de mágicas, meu corpo ficou ainda mais quente e
Ilya Surkov 2 semanas depois —Sim, papa. Está tudo indo bem, não se preocupe, não deixe a mama ficar preocupada. —Anton falava com nosso pai. Estávamos em uma chamada de vídeo, eu aprendi muita coisa com meus pais, toda a bondade que existe em mim veio da minha mãe e irmã, então uma parte morreu com Zoya. Quando nós desligamos, Anton virou para mim e disse: —Você agora está na lista, eles mandarão soldados treinados para te pegar. Foram espertos, eles sabem que estamos atrás de todo e qualquer responsável pelo ataque de Tomsk. —Anton dizia, eu e meus irmãos estávamos sentados na mesa de jantar. —Por esse motivo, a investigação é interna, eles vão enviar o pessoal mais qualificado para te pegar. Logo logo eu e Ivan também estaremos nessa. —Eu sei, ela me acusou de agredir Ruslana, Mesmo minha gatinha tendo negado tudo. —falei irritado. —Sua gatinha? —Ivan perguntou rindo. Sim, quando eu ia saindo da propriedade dos Morozov um dos guardas me chamou, eu não podia virar de frente,
Eu esperei. A cafeteria enchia e esvaziava repetidas vezes. Já era quase noite quando Ruslana entrou na cafeteria, estava vestida como quem ia correr, ela procurou com os olhos e me encontrou sentado em um canto mais afastado. Caminhou devagar até mim e sentou na minha frente. —O que você quer? Não está sendo procurado? -ela olhava para os lados procurando alguma coisa.—Não está com saudades de mim, Kotehok? -eu perguntei, tentei pegar em sua mão, mas ela se afastou da mesa. —Eu estou aqui para me despedir, estou indo embora por muito tempo. -joguei essa informação pois queria saber sua reação, e como sempre, foi o esperado. Minha Kotehok é tão ingênua. —Pra onde? Não vai voltar? Por que está indo embora? -ela perguntou baixinho, percebi que sua respiração ficou ofegante e ela estava nervosa, eu sabia o que era isso, ela não queria que eu fosse embora, ela gosta de ser perseguida.—Não posso dar essas informações, pois se eu der, você contará a sua mãe. -ela desviou o olhar, como s
Ruslana Morozov Local desconhecido A última coisa que me lembro é que Ilya me pediu desculpas por me agarrar e logo depois eu não enxergava mais nada. Acordei aqui, não sabia onde era exatamente “aqui”. Só sei que é uma cabana e ao redor só tem árvores, um pouco de neve e um rio atrás da cabana. Ilya está no banho e eu na sala, tentando entender os motivos que o levaram a fazer isso. Me sequestrar não foi a melhor opção, eu estou confusa e assustada. Eu já sabia que ele era perigoso, mas isso ultrapassou os limites do que eu esperava dele. —Você já tomou banho? -ouvi sua voz vindo atrás de mim, eu apenas balancei a cabeça em negação e ouvi seus passos se aproximando. — Vamos, Kotehok, precisa se limpar antes de dormir.Senti sua mão segurando na minha e ele me guiou até o banheiro, tirou minha roupa devagar, o frio fez minha pele doer e meus músculos tremerem. Ilya ligou o chuveiro quente e me colocou embaixo dele. Ele disse: — Olha só, tudo isso vai acabar em breve, está bem? -e
—Ilya... –eu deixei a arma cair na cama e caí no chão, tremendo e chorando, não conseguia respirar direito. Vi quando Ilya levantou da cama e veio até mim. —Eu... Eu não quis, isso não – eu murmurava coisas, meus olhos estavam desfocados, eu só conseguia ouvir o barulho da arma. —Eu não quis m-machucar você...Ilya abaixou no chão e colocou o braço ao meu redor, eu sentei em cima das pernas dele e ele me abraçou totalmente, eu tentava conter os tremores do meu corpo, tentava fazer aquela sensação ir embora, sinto que vou enlouquecer a qualquer momento.—Kotehok... -avoz de Ilya era calma e tranquila — Você ouviu a minha ordem, mesmo assustada, você me obedeceu. – ele tinha um sorriso no rosto, como se estivesse feliz com minha atitude.—Eu atirei, meu Deus... Não era pra isso acontecer, você me ordenou e eu não consigo... Não consigo dizer não a suas ordens. -eu sussurrei. Meu corpo pesado e dolorido, como se eu tivesse levado uma surra. —Pare de entrar na minha mente, me deixe ir emb
Ilya Surkov Orfanato de Tomsk Eu fui em mais de três orfanatos da região, esse era o último do dia. Quando cheguei ao local, vi algumas crianças correndo, outras brincando, um garotinho solitário no canto de uma árvore me chamou atenção, mas decidi seguir meu caminho. —Bom dia, o senhor veio olhar alguma de nossas crianças? —uma mulher na casa dos quarenta anos veio me receber. —Não, estou procurando por uma criança que chegou aqui há mais ou menos três anos. —tirei uma foto do bolso do paletó e entreguei a ela. — Ele veio depois do ataque em Tomsk, ele perdeu os pais naquele dia. —Deixe-me ver, pobrezinho. -ela pegou a foto e deu uma olhada, pareceu se lembrar de algo e olhou para os lados. —Venha comigo. Acho que sei onde ele está. Ela entrou em uma sala comigo, abriu uma gaveta e pegou vários registros, me mostrou um em particular e lá estava, várias fotos de Andrey com três anos, junto com as outras crianças do orfanato. —Onde ele e
Quando eu cheguei na frente da cabana antes de sair do carro, me lembrei de uma coisa e liguei para Ivan novamente. —Sim? —ele atendeu. —Ivan, tente se aproximar devagar dele, dê algumas instruções para que ele não diga nada na frente de Sergei, e sim, se for preciso, faça com que ele sinta raiva do lugar onde mora, é errado pra caralho, eu sei, mas... —Quem você pensa que eu sou, Ilya? —ele riu. —Já estou fazendo isso, desde quando eu o vi lá, comecei a explicar algumas coisas. Quando você volta? —ele perguntou. —Tenho que sair hoje à noite ou amanhã de manhã, não mais que isso, me aguarde e faremos uma reunião rápida para decidir o que fazer. —Ok, venha rápido. -Ivan desligou o telefone e eu finalmente saí do carro, estava escuro e muito frio. Ruslana estava deitada no sofá e eu não quis acorda-la. Fui direto para o quarto tomar banho, a notícia de que Andrey está vivo me deixou eufórico, meu banho foi rápido, apenas para me limpar, vesti um roupão e sai do banheiro. —Demoro