Desconhecido (Não tão desconhecido)O pedido de Ilya não seria possível de atender. Por nada e ninguém nesse mundo eu abriria mão de minha vingança. Alyona Morozov estava onde merecia estar. Ela nunca foi uma Sidorov, mas isso ela vai saber em breve. O trajeto até o presídio não era longo, esse local se tornou uma vista incrível para mim, por saber que ali seria o final da vadia que acabou com tudo o que eu tinha.Eu consegui uma visita a Alyona, claro, muito fácil, quando se tem uma posição como a minha, tudo é fácil de conseguir. Ela precisa saber que quem arruinou tudo fui eu, eu preciso dormir com essa tranquilidade. Eu estava aguardando na cadeira da sala de visitas, ela entrou na sala e sorriu quando me viu, pela primeira vez eu não precisei retribuir, tudo ia ficar bem a partir de agora. —Está tudo bem, lyubov? -ela quis saber, sentou na cadeira e estendeu a mão para eu segurar. Mas eu não segurei. —Preciso te dizer uma coisa antes de ir embora. Ela acenou e ficou me olha
Quando eu a vi saindo do tribunal aos prantos, eu decidi ir atrás dela logo quando fosse possível, quando minha família foi embora para casa eu esperei o momento certo. Depois da comemoração eu já não me aguentava mais. Usei dos meus conhecimentos tecnológicos para conseguir invadir a segurança da casa dos Romanov. Causei uma pane no sistema e os soldados correram para ver o que era. Guardei o computador rápido e saí do carro, me esgueirei pelo mudo e quando passei pelo portão, corri para dentro do terreno. Agora que Sergei não está, vai ser fácil subir ao quarto da minha garota. Quando eu pisei o pé na porta, tive uma surpresa, Ayla estava sentada no tapete da sala, chorando baixo e montando um castelo de lego, um que eu vi Andrey montando uma vez. Eu me aproximei devagar e falei baixo: —Ayla... Ela se assustou e derrubou tudo, ela correu cambaleando para a base do sofá, ainda no chão e me olhou assustada. —Vá embora, eu vou gritar. SOCO....Antes que ela terminasse, corri até
Eu e Ilya decidimos sair de casa e dar um passeio, mas foi um completo inferno assim que nós pisamos o pé para fora de uma cafeteria, eu acordei com muita vontade de tomar um capuccino e tinha que ser o do centro, onde eu ia quando minha babá me levava. —Ilya, vamos voltar lá para dentro. —falei. —Não, eles não tem nada haver com a nossa vida, vamos seguir. Nós caminhamos até o estacionamento e alguns jornalistas nos seguiram, deviam estar ávidos por alguma coisa. "Senhorita Morozova, a senhora está em um relacionamento com Ilya Surkov?" "Senhor Surkov, por que não para e dá uma pauta para o jornal, as notícias sobre o julgamento ainda estão quentes" "Senhorita Morozova, então vocês dois estavam juntos desde o começo de tudo?" Eu finalmente cheguei ao carro e entrei, Ilya abriu a porta para mim e eu sentei no banco, ele correu e entrou do outro lado, ele não exitou em ligar o carro e seguir viagem. —Espero que isso acabe logo. —falei. —Vai acabar em breve, podemos morar na re
Quando eu acordei, estava bem cansada, mas ouvi um barulho de vozes altas na sala e levantei para olhar o que estava acontecendo. Quando cheguei lá, achei que era alguma brincadeira ou algo assim, todos estavam reunidos na frente da TV. —Bom dia! —eu falei. —Bom dia, querida. Como você está? Por que não senta um pouco? — minha sogra falou sorrindo nervosa. —Eu estou bem, o que estão olhando aí? — indaguei curiosamente. Ilya não tentou esconder, ele me encarou de forma diferente, os outros homens continuaram focados olhando as notícias na televisão. Eu desci na intenção de pedir a pedir para Ilya me levar ao hospital, já que eu acho que estou piorando. Mas meus planos mudaram. Todos se calaram quando me viram, abriram passagem e eu pude ver a notícia. “Após ser condenada por atentado aos povo russo, Alyona Sidorov foi morta após uma briga com outras detentas dentro de sua cela, as informações ainda estão chegando, mas segundo a administração do lugar, as câmeras estavam desliga
— Tudo bem, Dr. Obrigada. — meu namorado respondeu quando nos despedimos.Nós saímos da sala, Ilya segurando em minhas mãos como se eu não fosse capaz de andar, porque no momento, eu realmente não estava bem. —Ilya, não quero anunciar agora, vamos enterrar minha mãe. Colocar um ponto final nessa parte da nossa vida e aí podemos anunciar o bebê. Ok? – Eu pedi. Ele estreitou os olhos mas acabou concordando. —Tudo bem, Kotehok. Se é assim que quer. – ele beijou minha testa, tentou me puxar para continuar andando mas eu segurei em seu pulso. —Eu preciso perguntar, Ilya... – ele levantou as sobrancelhas, esperando que eu perguntasse — Foi você? Ele ficou em silêncio por uns bons segundos, apenas me olhando nos olhos. Por fim, balançou a cabeça em negativa e disse: – Não, não fui eu. Achei que soubesse disso. — ele afirmou sério. Ele deu as costas e voltou a andar, mas se não foi ele, foi um dos irmãos? Talvez o pai... Eu ia enlouquecer, a família de Ilya me acolheu, mesmo depois de
Egoísta? O que um homem faz quando sua única irmã é morta covardemente, assassinada sem chance de lutar e com um bebê na barriga? O que eu deveria fazer com meus recursos? Simplesmente assistir todos os culpados vivendo suas vidas e aceitar de bom grado? Não, porra. —Egoísta? Quem perdeu mais? – eu a questionei. — Quem teve que enterrar toda uma família no mesmo dia? Pergunte a Andrey se ele não sente falta dos pais, pergunte a ele se não gostaria de brincar com o irmão, daqui a dez anos pergunte a ele se o que eu fiz foi errado. Ou mais importante, pergunte a si mesma o que faria se estivesse no meu lugar? - ela ficou calada por muito tempo, apenas olhando pra mim, com tristeza e mágoa. —Seus pais nem te deram amor, você cresceu rodeada de dinheiro e nada de carinho, nem conviveu com o verdadeiro pai, sua mãe te usou de várias formas. Mas eu sou o egoísta? – continuei.Ruslana começou a tremer, as lágrimas caindo pela bochecha, meu coração afundou, mas ela precisava entender de
Ruslana estava toda de preto, ela estava ao lado de Mikhail enquanto o caixão de Alyona descia no chão, o cemitério estava vazio, apenas o coveiro, Mikhail e ela estavam lá, quando o caixão desceu, eles dois saíram de lá e começaram a andar de volta ao carro e estavam conversando, Rsulana parecia melhor. Eu estava de longe, observando, queria estar aqui, pelo menos para ter a sensação de que estive com ela em um momento como esse. Mikhail entrou no carro e partiu após abraçá-la. Ruslana olhava para o nada, semblante pensativo, eu quis ir até lá e abraçá-la, dizer a ela que tudo ia ficar bem, mas isso não cabia a mim. Quando ela entrou no carro e foi embora, saquei o telefone e liguei para Mikhail. Ele atendeu em poucas chamadas. — Como ela está? – fui direto ao ponto. —Triste, mas acredito que a tristeza dela esteja mais próxima de você do que da mãe. –ele respondeu. — Ela está abalada com tantas descobertas, Ilya, dê tempo a ela. —Ok. Só precisava saber se ela estava bem. Adeus.
Ruslana Morozova Eu cheguei ao hotel devastada, enjoada, incapacitada de pensar ou agir por mim mesma. Ilya tinha desistido de mim, no fundo eu entendia os motivos, mas meu coração não estava pronto para ouvir aquelas palavras dele. Em partes ele tem razão, na verdade em boa parte das coisas ele está certo, mas não é tão simples assim. Consegui resolver tudo com Mikhail sobre o enterro de mama. Nossa casa um dia foi tão cheia de gente e agora, aqui nesse cemitério vazio, imaginei que nada daquilo valeu a pena. Mama foi enterrada sozinha, pagou por seus erros e além de morta, boa parte da Rússia a odiava, realmente a vida cobrou por tudo aquilo. Não paro de pensar que Ilya foi um dos grandes ajudadores para que seu fim fosse dessa forma, isso me deixava com um misto de sensações. —Não sei o que fazer, Mikhail. Sinto que com esse fato agora – apontei para o caixão — Talvez eu possa seguir em frente e viver com Ilya, criar nosso filho e esquecer de toda a maldade que nos cercou.