Ilya Surkov Depois que nosso contato desligou, nós conversamos sobre assuntos pessoais e Ivan estava louco quando começou a falar. —Eu fui até lá, em um horário em que Sergei não estava, óbvio. E imaginem só a minha cara quando vi Andrey brincando na sala com uns carrinhos e robôs. — ele falava andando de um lado a outro da sala. —Eu tive que fazer sinal de silêncio para ele, mas ele disse que lembrava de um homem como eu. Eu expliquei quem eu era e pedi a ele para guardar segredo. —Ivan, precisa adiantar a relação com a garota, temos que conseguir entrar na casa de Sergei e buscar Andrey, de forma fácil ou difícil, isso precisa acontecer. —Anton dizia, nós já debatemos o plano milhares de vezes nessa reunião, seria executado em duas semanas. Pelo menos uma coisa boa está acontecendo agora, eu finalmente vou poder dormir em paz, sabendo que Andrey está bem e que logo voltará para casa, uma parte de Zoya e Arseny está viva. —Ilya, advinha quem está atrás de você? Sua querida sogra
Antes de entrar em meu carro, Mikhail apareceu na porta e disse: —Eu vou te matar, Ilya, vou te matar e trazer minha filha de volta. —finalmente mostrando sua conduta, por ser um general, ele era contido e calado, mas isso tinha um limite e eu acho que ultrapassei ele hoje.—Estarei esperando. -sorri. Dirigi de volta para casa, Ivan tinha ido se encontrar com a garota e Anton estava ao telefone, flertando com a esposa do primeiro ministro, eu não sabia muito bem como era seu disfarce porque ele escondeu até da gente.Segui para meu quarto e finalmente eu tomei um banho e caí na cama, até pensei em ver minha garota pela cabana,as eu estava muito cansado para pensar até nisso. Apaguei sem nem perceber. Acordei já quase no final da tarde, perdi o almoço, pedi uma das cozinheiras da casa que fizesse alguma coisa rápida para mim, eu comi sozinho já que meus irmãos estavam ocupados. Pensei em Slav, ele parece ser um bom menino, eu realmente devo visitá-lo e vou pagar um pouco mais para
Ruslana Morozova — Ainda em local desconhecido. É uma solidão sem fim, que ódio eu sinto de Ilya por me deixar aqui sozinha, por me sequestrar, e apenas por aparecer na minha vida. Minha mente não era confusa antes dele. Agora aqui estou, simpatizando com um homem que me sequestrou e me mantém presa em algum lugar no fim do mundo. Eu já praticamente conheci todos os soldados, eles são calados mas de tanto eu falar uma vez ou outra eles falam também. Eu sei que não deveria tentar nada, mas ficar aqui não é o certo, Ilya não pode me obrigar a ficar com ele. —Vamos, eu preciso ir em uma farmácia. -abri a porta e lá estavam eles, fazendo a vigilância, esse povo não dorme nunca?—Diga o que precisa e eu tratei. -O mais chato disse, eu nunca perguntei o nome dele porque ele nunca deu tempo de eu finalizar uma frase inteira. —Eu estou menstruada e preciso de absorventes, você sabe qual eu preciso? -questionei, ele cerrou os olhos e eu criei coragem para continuar —Eu preciso olhar e ver
Quando chegamos ao helicóptero, outros soldados estavam lá, um deles me ajudou a subir.—Senhorita Morozova? Venha, sua mãe mandou buscá-la. —ele disse. Quando eu me sentei, a ansiedade me consumiu, os soldados de Ilya estavam todos caídos no chão quando saímos, eu não quero que nenhum deles morra por minha causa. -Vocês... Eles estão... -tentei falar. —Os soldados estão mortos? —perguntei trêmula. -Vivos, só estão desmaiados pelo dardo tranquilizador, vão acordar em breve. -O homem disse. Ele usava um uniforme militar, era alto e forte, como Ilya, mas eu só conseguia ver seus olhos. -Vamos embora. Estava muito frio, um deles me deu um casaco camuflado e eu me esquentei. Eu estava cansada da viagem, eu não queria ir embora assim, eu só... só não queria estar na posição de passarinho preso. A viagem não demorou muito. O helicóptero pousou no ponto que fica logo atrás da minha casa, antes de pousar eu pude ver minha mãe e Mikhail parados me aguardando. —Ruslana, meu Deus... -ela c
Ilya Surkov Ivan conseguiu acesso a Andrey, mesmo que monitorado pela garota, ele aproveitou a oportunidade para colocar câmeras pela casa. Ouvimos tudo a noite, inclusive uma ligação de minha querida sogra, avisando Serguei de que estávamos atrás dos últimos nomes da lista. Ouvimos todas as conversas dele com seus subordinados, todas as ordens. As interações dele com Andrey eram poucas, mas ele não machucava meu sobrinho, apenas parecia não saber como agir com ele.Eu podia ver meu sobrinho brincando na sala, caramba, estava tão grande, Andrey ainda tinha a paixão por bonecos Transformers, ele brincava sozinho e quase não falava com ninguém da casa. As lembranças daquele dia ainda me corrompem, saber que Zoya podia ter sido salva, eu podia ter ficado na casa, por que não fiquei? Eu não pude proteger minha irmãzinha, não consegui ajudar Andrey. Não pude fazer nada.—Ilya, tudo pronto para o resgate de domingo, você ficará aqui até lá ou vai voltar em Tomsk? -Anton perguntou. Ele est
Desconhecido Tudo corria como planejamos, confesso que a ajuda dos irmãos foi de grande valia para conseguirmos tudo isso. Apesar do irmão do meio, Ilya, surtar em obsessão pela menina, eu não posso negar que ele ajudou bastante. Ele agora achou por bem sequestrar a garota, ainda não sei como vou contornar essa situação. Preciso encontrar uma forma de esconder essas informações para serem usadas no momento certo, ele ter levado a menina não foi de todo ruim. Ia servir para muita coisa lá na frenteFiz uma ligação para os irmãos Surkov - apenas Ivan e Anton estavam na chamada, porque Ilya estava resolvendo suas questões com a menina Sidorov -por chamada de vídeo mesmo, em uma linha criada pelo próprio Ivan, o desgraçado é bom mesmo com essas coisas. —Eu tenho um amigo, ele é jornalista, confiável, o jornal que ele trabalha é desses jornais que sempre apoia o governo, então se publicarmos algo falando mal, vai chamar muita atenção, a credibilidade vai lá no alto. —eu expliquei o que
Ruslana Morozova Quatro dias depois da fugaA psicóloga vem todos os dias me fazer perguntas, pedir para eu desabafar, tentar me fazer falar sobre Ilya, mas eu não consigo falar sobre ele. Nem sequer conseguia pensar nisso. Desde que consegui fugir, meus sonhos com ele eram frequentes, em qualquer horário do dia em que eu estivesse dormindo, lá estava ele, segurando em meu pescoço do jeito que ele faz, sugando minha pele com a língua e me fazendo gozar com os dedos. Eu sempre acordo suada e quente, com medo de estar ficando louca... com medo de estar sentindo falta dele. Meu Deus, era só o que faltava, eu sentir falta de Ilya. Eu luto contra isso com todas as minhas forças, luto contra esse sentimento de posse, como se eu realmente pertencesse a ele. —Vamos. A terapeuta chegou. —minha mãe veio me avisar no quarto.No primeiro dia ela fez milhares de perguntas, eu não disse a verdade em nenhuma delas. Minha raiva por Ilya cresceu ainda mais quando descobri que ele mostrou nossos ví
—Você gosta do homem que quer me matar? -Ela sussurrou, meu coração separou naquele momento, porque eu não queria estar em uma situação como essa. —Você está traindo a todos nós. -ela apontou. —Eu? Eu não matei ninguém. Eu nem sabia dessa história para começo de conversa, se alguém aqui é traidora, é você, por acobertar a morte de cidadãos que você jurou cuidar. -Eu apontei o dedo pra ela, minha raiva fervilhando de forma impossível de controlar, mama deu um passo a frente e acertou um tapa em cheio no meu rosto. Eu não fiquei surpresa, mas mesmo assim doeu, levei minha mão ao local e continuei olhando para ela. Agora sim, tenho certeza que Ilya tem razão sobre meus pais, a constatação fez meu coração quebrar. —Ele fez uma lavagem em você, ele está te usando para conseguir o que quer e você caiu. —ela disse. Eu não disse nada, apenas dei um passo para trás e virei as costas e voltei a olhar pela janela. —Sai do meu quarto e não volte mais. -Eu disse baixinho. Ouvi quando ela deu