Ela estava ali. Na minha frente. E mesmo depois de tudo o que ouvi, de tudo o que meu pai me contou, meu coração ainda resistia a aceitar que aquela mulher era ela. Minha mãe. A mulher que eu passei anos chorando, idealizando, enterrando e desenterrando em lembranças.Ellen.Ela parecia menor do que nas minhas memórias de criança, mais frágil… mas havia algo nos olhos dela que me prendeu. Talvez fosse o medo. Ou a culpa.Eu cruzei os braços, tentando controlar a confusão que explodia dentro de mim. Não queria parecer fraca. Não queria deixar transparecer o quanto tudo aquilo estava me abalando.— Então… você é mesmo ela. — soltei, tentando manter a voz firme, mesmo que meu coração batesse rápido demais.Ela assentiu, devagar. O olhar dela não se desgrudava do meu, como se cada segundo ali fosse precioso — ou decisivo.— Eu entendo se você me odiar — disse ela, com a voz baixa. — Eu passei cada dia desses anos imaginando esse momento. E em todos eles, o medo de você me rejeitar… me con
Fiquei em silêncio por alguns segundos depois que ela terminou. Olhava pra ela, mas ao mesmo tempo parecia que minha mente ainda estava longe, tentando assimilar cada pedaço dessa história que me foi arrancada por tantos anos.Eu compreendia. No fundo, compreendia. Mas compreender não significava que não doía. Meus braços continuavam cruzados, como se fosse meu último escudo entre mim e tudo aquilo que estava desmoronando — ou se reconstruindo — dentro de mim.— Você viveu… tudo isso... sozinha? — perguntei, finalmente quebrando o silêncio, ainda com a voz baixa. — Todos esses anos? — ela assentiu, e uma tristeza profunda passou pelo rosto dela.— Sozinha, sim… mas nunca vazia — respondeu, com um meio sorriso triste. — Eu carreguei você, o Sean, o Cameron... cada um de vocês, todos os dias. Mesmo quando me escondia em cidades onde ninguém sabia meu nome. Mesmo quando tinha que mudar de aparência, de casa, de história. — ela caminhou até a poltrona mais próxima e se sentou devagar, com
Alguns dias haviam se passado desde aquele encontro. Eu ainda estava tentando absorver tudo — como se meu coração precisasse de tempo pra organizar os sentimentos que vieram todos de uma vez.Ellen, ou melhor… minha mãe, estava escondida em um lugar seguro. A decisão foi unânime entre ela e meu pai. Por mais que seu rosto não fosse tão conhecido publicamente, o risco de alguém reconhecê-la ainda existia. E qualquer mínima exposição poderia ser perigosa, tanto pra ela quanto pra nós.Durante esses dias, eu fiquei indo e voltando, visitando-a com calma. Tentando construir uma nova ponte entre nós duas. Uma que não existia, mas que agora, de alguma forma, precisava ser erguida.Mas ainda faltava uma peça. Uma parte importante de tudo isso.Sean.Ele sabia que eu queria lhe apresentar alguém, ficava sempre me perguntando do que se tratava e por eu nunca falar tudo o que precisava no momento, ele se irritava e me deixava falando sozinha. Mas depois com um pouco mais de jeito, ele simplesme
IREI POSTAR ESTA HISTÓRIA EM UMA PLATAFORMA EM INGLÊS. ******************************— Por favor Samantha, semana passada você prometeu que iria comigo.—diz Becca sentando-se ao meu lado na minha cama de casal.— Eu sei que prometi, só que agora não quero ir mais.—tento lhe explicar, o que seria bem difícil, porque uma vez que ela quer alguma coisa, ela nunca desiste daquilo que quer.— Então me diz o por que de não querer ir mais? Se você me der uma explicação válida, plausível e convincente, paro de encher o saco e desisto de ir.—diz ela. Na verdade não tenho uma explicação, um motivo real. Apenas não quero ir, nunca me dei bem nesses tipos de festas, por que sempre acabo bebendo demais e cometo alguma burrada que no final me arrependo e faz com que meu pai pire de vez.— Não estou me sentindo bem, é apenas isso.—minto e recebo seu olhar duvidoso.— Não sei por quê ainda não achei isso convincente.—diz minha amiga irônica.— Você não vai desistir mesmo, não é Becca?—digo e solto um
Por incrível que pareça a festa não estava tão ruim assim e consegui me divertir com os colegas que Becca fez na faculdade. Era uma comemoração para os veteranos que concluíram no próximo mês e como minha amiga entrou na faculdade antes de mim, ela já se enturmou e muito bem. E sobre fazer algum curso, planejo isso para o ano seguinte, irei fazer fotografia e é o que mais amo.Fecho os olhos e deixo me levar pela batida contagiante da música, mexo meu corpo conforme o ritmo e tento levar meus pequenos problemas para longe de mim, hoje quero me divertir ou melhor me aliviar. Ainda bem que decidir acompanhar minha amiga, não iria querer ficar no tédio que é minha casa quando Sean vive dentro do quarto no final de semana e meu pai some.— Samantha vamos beber alguma coisa?—pergunta Becca e balanço a cabeça positivamente. Vamos até o bar e pedimos Whiskey. Não sei quantos copos tomei, apenas sei que me sinto mais leve e rindo juntamente com Rebecca, muito além da conta.Estavamos bebendo
Acordo com o barulho irritante do meu celular e resmungo baixinho ao levantar e ser tomada por uma dor de cabeça insuportável. Mais uma vez o toque toma conta do quarto, procuro por ele em cima do criado-mudo e arrasto o icon de chamada sem olhar quem estava ligando.- Alô?-sussurro.- Sua vadia! Aonde se meteu?-grita Becca do outro lado da linha.- Fala baixo caramba, minha cabeça está em tempo de explodir.-digo jogando a coberta em cima da cabeça.- Nem fala amiga, só estou melhor por que tomei Advil. -diz ela.- Nem sei se consigo levantar hoje. Estou morta!-falo e ela rir provocando um zumbido em meu ouvido.- Okay mas, e o gato do Jordan? O que aconteceu depois que deixei vocês lá?- Becca curiosa como sempre, fecho e lembro-me da madrugada agitada que tivemos naquele carro. Dou um pesado suspiro e ela grita.- Ficou com ele não ficou?-ela diz animada.- Bem... um pouco de tudo sabe?!-confesso mordendo os lábios.- AI MEU DEUS! VOCÊS TRANSARAM?-ela grita.- Dá pra falar baixo? E se
- Vamos ao médico agora Samantha!- grita Sean. - Já disse que estou bem, foi apenas uma tontura okay?!-digo.- Certo! Tonturas e enjoos durante todo o mês?-pergunta.- Só é uma virose, logo passa.-deito-me em minha cama e puxo o cobertor.- Nada de desculpas Sam, te dou 4 minutos para levantar e descer lá para baixo.-ele puxa a coberta e sai batendo a porta.- VAI FICAR ESPERANDO, POR QUE EU NÃO VOU!-gritei e puxei a coberta novamente, fechei os olhos e tentei dormir mais um pouco.Se consegui dormir? Claro que... NÃO! E tudo isso é por culpa do gay, vulgo, meu irmão. Não dormir, porém só levantei às 2:00 P.M da tarde, e resolvir tomar um banho antes de descer. Parei em frente ao espelho quando estava só de peças íntimas e fiquei encarando meu próprio reflexo ali e eu estava gostosa pra caramba. Meus seios estavam um pouco maiores do quê antes, meu quadril estava levemente "esticado", minha barriga mais saliente... é eu havia engordado um pouco, mas fiquei satisfeita, até por quê semp
Samantha Pov'sEstou naquele momento meio em choque ainda, sentada no chão de meu quarto com o rosto em meus joelhos, colocando lágrimas de raiva pra fora. Como eu pude ser tão burra?Como pude ter transado sem camisinha?Meu pai vai me matar, o Sean também vai querer acabar comigo e não sei o que fazer. Estava esperando por Becca chegar, há uns 21 minutos exatos e nada dela. Preciso de alguém pra desabafar, queria que minha mãe estivesse aqui, ela saberia o que fazer, acalmaria tudo, mas não tenho ela aqui. Não posso contar pra Louise mesmo ela sendo uma ótima pessoa, por enquanto só minha amiga pode me ajudar, por enquanto só preciso da Rebecca aqui comigo.Não planejei esta gravidez, não agora por que eu tinha tantos planos para o ano seguinte, como a faculdade por exemplo e ai vem isso para mim. A minha vida não está acabada e nem destruída por causa disso, apenas vai ser adiada enquanto gero essa criança, só quero que meu pai entenda isso.— Amiga?— cantarola alguém do lado de for