DEREK SCOTT Hoje, por incrível que pareça, o dia começou bem, a Esther teve pesadelos, mas estamos convivendo bem, e eu estou tentando levar esta situação da melhor forma possível. Após o café da manhã, eu saí correndo para a empresa, a minha agenda da manhã estava lotada. Já passava das 12h, quando acabamos de assinar os contratos, então, eu convidei os executivos para um almoço. Saímos na portaria da empresa, conversando, estávamos indo almoçar no restaurante, que fica alguns metros de distância. Estava tudo correndo bem; a reunião foi um sucesso, os executivos são pessoas muito agradáveis e nos trarão lucros altíssimos, mas, assim que coloquei os pés na calçada, fui abordado pela Sophia. Eu fiquei extremamente irritado quando ela agarrou o meu braço sem nenhuma cerimônia. — O que significa isso? — perguntei ao segurança, que estava a poucos passos à nossa frente, observando. — Desculpe, senhor Scott, a senhorita insistiu em esperar pelo senhor aqui fora e, como ela estava em v
ESTHER CHRISTAL — Eu sinto muito, mamãe, eu sinto muito! — fiquei repetindo as palavras, enquanto as lágrimas desciam pelas minhas bochechas sem cessar. Olhei a fotografia da minha mãe na lápide, mas, mesmo com a visão estarrecedora, dolorosa, eu não conseguia acreditar que ela estava realmente ali. Minha mãe estava morta e a culpa era minha? Como eu irei conseguir lidar com isso? É minha culpa ela não estar feliz com o noivo. É minha culpa ela não conseguir realizar o sonho de se casar e ter o seu felizes para sempre. Por que isso tinha que acontecer comigo? Eu sabia que a minha insistência em um amor sem reciprocidade iria me trazer sofrimento, mas, por que cobrar um preço tão alto? Eu não merecia isso, o meu único pecado foi amar. Eu não sei quanto tempo eu fiquei de joelhos sobre o túmulo, eu nem ao menos lembro como eu saí de lá. Olhei o quarto enorme e muito bem mobiliado, eu não fazia ideia de onde estava.— Oi, finalmente você acordou! — Uma mulher muito simpática falo
Meu coração acelerou quando ele aproximou-se da cama onde estava sentada, não sei se era de raiva, decepção, ou pelo amor que eu sinto por ele. — Você está bem, Esther? — Ele perguntou, meio receoso.— Você acha que eu estou bem, Scott? Eu acabei de me lembrar que eu matei a minha mãe e mais as outras quatro pessoas do outro carro em que bati, como você acha que eu estou? — Ele sentou-se na minha frente e me olhou, com preocupação, ou pelo menos fingiu estar preocupado.— Esther, você não matou ninguém, aquilo foi um acidente, você não teve culpa. — tentou tocar o meu rosto, mas eu desviei. — Eu sei que foi minha culpa, Scott, eu me lembro de tudo que aconteceu naquele dia. Eu bebi e sai dirigindo feito uma louca, a minha mãe entrou no carro para não me deixar ir sozinha — sorri triste. — Ela queria me ajudar e olha só o fim da história. — Você não pode pensar assim, você não queria nada disso. Não pode pensar desse jeito. — Ele segurou minha mão, manteve o aperto firme mesmo eu t
DEREK SCOTT Eu fiquei procurando a Esther, feito um louco, eu procurei em todos os lugares e nada dela. Quando a Jessica me falou que ela sempre ia ao cemitério para desabafar com o vovô, eu logo pensei nas vezes que briguei com ela, eu me arrependo tanto. Depois de voltar do cemitério e não ter encontrado ninguém lá, aliás, eu perguntei e o vigia de lá disse que realmente a viu, mas não sabe quando ou como ela saiu, porque ele teve que ir cuidar das outras áreas do lugar. Eu já estava perdendo a esperança quando a Jessica recebeu uma ligação. A Jessica continuou aqui, ela não saiu um minuto, ficou o tempo todo fazendo ligações, anotou cada lugar que ela sabia que a Esther gosta de ir, e eu fui procurar em cada um deles.Quando eu a ouvi falar o nome da Esther, senti como se um peso saísse do meu coração. Depois de saber onde ela estava e que ela não pretendia voltar, eu não pensei duas vezes, decidi ir atrás dela, já que ela não quer atender às minhas ligações. — Scott, você não
RONY ( Bônus)Eu neguei até a morte que não estou com ciúmes da Jessica com o Lucas, mas a verdade é que estou com ciúmes sim e muito! Quando o Scott disse que os dois estavam namorando, eu quase explodi de raiva. Eu sei que não tenho o direito de sentir isso, mas eu sinto e sinto demais. Desde o dia que eu a levei para casa, depois da briga dela com Bya, na festa, eu tenho pensado muito nela, aliás, eu já pensava muito nela antes, agora estou pensando mais que o normal. Eu estou fazendo o possível para manter distância da Bya, eu não quero nada com ela e isso já está mais que claro, mas ela fica no meu pé o tempo todo e isso já está me irritando. — Oi, Rony, tem um show de músicas dos anos oitenta naquela boate que a gente gosta, eu tenho dois ingressos, você quer ir comigo? — A Bya perguntou assim que entrei no departamento de marketing. — Não. Eu tenho outros compromissos, não posso. — recusei sem rodeios. — Mas eu nem disse que dia seria! É sábado, você não tem reunião de tra
JESSICA (Bônus)Eu estou morando na casa da Esther há um mês, confesso que estou ficando mal acostumada com esse conforto todo. A Esther está muito mal, passando por momentos bem difíceis. Ela não aceitou o Scott, mesmo ele fazendo quase o impossível para provar seu amor por ela, ele teve que passar um tempo na casa dos pais. Nós sabíamos que seria complicado para ela aceitar e, principalmente, superar tudo que aconteceu, mas estar aqui e vê-la destruída emocionalmente é muito difícil para mim. Hoje ela teve uma audiência de conciliação com as famílias das vítimas onde foi acordado que ela pagaria uma indenização às famílias, não poderá mais dirigir e a pena ela vai cumprir fazendo serviço comunitário, por 5 anos. Mas, essa pena branda só foi possível porque o Scott conseguiu um acordo com o governador e, através dele e do secretário de justiça do Estado, eles substituíram a pena dela por trabalho comunitário. O Scott moveu céus e terra para isso acontecer. — Tess, você sabe que po
— Rony, você... Você ouviu erra...— Hahaha, você vai dizer que eu ouvi mal, que tudo isso que você acabou de confessar não está certo? — Ele focou sua atenção nela, agiu como se eu nem estivesse aqui, isso me deixou um pouco frustrada.— Rony, eu não quis dizer isso, eu não faria isso! — Ela gritou e apontou o dedo para mim — Essa mulher, ela que me fez falar essas coisas. Me deu uma vontade enorme de acertar a cara daquela cínica, como ela tem coragem de me culpar mesmo sendo ela própria que começou a soltar a língua? Que ridícula!— Se você não faria por que disse com tanto orgulho que fez? Bya, eu já falei e, creio eu que, você também me conhece o suficiente para saber que não gosto de ser enganado. — Rony, por favor, acredite em mim — ela segurou o braço dele, que continuava cruzado — Eu não sei porque eu fiz isso. Por favor, acredite em mim. Eles estão tão envolvidos na discussão de "fez ou não fez" que nem me notam, eu virei-me para continuar o meu caminho até o escritório,
DEREK SCOTT Desde que saí de casa eu não conversei mais com a Esther. É muito difícil para mim ficar longe dela, mas eu sei que devo esse tempo à ela. Eu vejo ela quase todos os dias, de longe, eu também fico sabendo de tudo sobre ela, a Jessica me deixa sempre à par de tudo. Ouvir que ela chora todos os dias, que ela mal come direito, dói, dói muito saber o quanto ela está sofrendo e eu sofro junto. O pior disso tudo é reconhecer que eu tenho uma parcela de culpa nisso. Hoje foi a audiência de conciliação, depois de todos os malabarismos que fiz prometendo mundos e fundos ao governador, eu consegui fazê-lo convencer ao ministro da justiça a deixar pena dela a menor possível. Também tivemos que pagar as indenizações, mas isso foi o de menos, dinheiro não é um problema para nós. A Esther está fazendo acompanhamento com o psicólogo, porém não tem adiantado muito, ela se culpa pelas mortes no acidente e o fato da mãe dela ser uma das vítimas torna tudo pior. Eu não consigo medir o ta