Theodor d'Almeida, era arquiteto. Havia desenhado a planta da clínica de seu pai, participou do projeto habitacional proposto pelo Prefeito local, e fez as plantas das casas de alguns dos maiores empresários da cidade.
Trabalhava em uma empresa local de arquitectura e engenharia, mas pouco se fazia presente no local de trabalho. Seu contrato era diferenciado, e lhe permitia aparecer lá só quando se fizesse necessário.Ou seja, quando encontravam para ele um novo projecto. Quando queria concorrer em um, quando um novo cliente ia até lá solicitar o seu trabalho...e depois trabalhava de casa, ou onde estivesse.Tinha um vida estável. Dirigia o carro que era de sua falecida mãe, e morava em um apartamento bem mobiliado.Poderia estar casado e com filhos, mas seu coração estava desocupado.Poderia ser uma jovem de 27 anos como muitos outros, mas o fantasmas do passado ainda lhe perseguiam, então parecia estar preso a algo.— Uau, pensei queAdentrando o recinto húmido e pouco iluminado que compunha a sala de arquivos do 15º distrito de Alura, o novo detetive tentava não se mostrar abatido. Afinal era novo lá, e se estava recebendo um caso, ainda que antigo, daria tudo de si para resolver. E pensou também que talvez aquele fosse um teste para sua competência e disciplina, então não reclamaria.Fechou a porta atrás de si, ligou as lâmpadas que piscaram uma ou duas vezes em reconhecimento e então inalou o cheiro a humidade. O local não estava caindo aos pedaços como acreditou que pudesse estar, mas certamente precisava que trocassem aquelas lâmpadas, e melhor organizassem.Enfim, alguém poderia pensar sobre mais tarde. Ele tinha um trabalho para fazer...as caixas de arquivos estavam organizados de forma cronológica, então só precisou seguir as prateleiras até o ano de 2012, e depois procurar pela letra M, e em seguida pelo nome Mariana.Encontrada, pegou na caixa um tanto qua
— O que tem Mariana? — Confuso, Anderson quis saber.— Simas saiu do cargo. — Elizabeth falou em seguida.— É mesmo? — Anderson rebateu, e a surpresa em sua voz era bem mais do que arquitetada, seus filhos perceberam, e aquilo os magoou de tantas formas.Não esperavam que ele fosse lhes contar, ajudar ou algo do tipo, mas ainda assim doeu. Anderson era o seu pai, poderia ao menos ter...sei lá, ele não deveria agir daquela forma.— O senhor já sabia. — Theo constatou indignado. Elizabeth baixou o rosto, e seu ânimo também mudou.— Sim sabia, o próprio Simas me avisou um mês atrás. — Confirmou. Simas o avisou? O quão próximos eles eram, e porquê ainda mantinha contacto? As perguntas sondaram a mente de seu filho.— E por quê não contou nada? Porque estava viajando. — Theo rebateu cheio de mágoa. Também estava chateado, e suas expressões faciais demonstravam bem.— Não contei para proteger vocês. — Convicto, Anderson falou abandon
O sol mal havia dado as caras ainda, quando Allarick deixou o apartamento de Becky...dentro do carro, riscava as estradas que ainda conhecia. Atento ao asfalto,dirigia com calma, porém ansioso para chegar ao seu destino. Uma curva, outro contorno, mas uns minutos na estrada...estacionou, pegou a caixa com os arquivos que revisou na noite anterior, e adentrou o espaço que abrigava a divisão de homicídios. Olhou o corredor vazio, e então avançou.— Bom dia, senhor. — Allarick estava ansioso, e a porta estava aberta, por isso logo entrou.— Bom dia, detetive Villareal. — Sanders retribuiu confuso pelo presença dele na delegacia. — O que faz aqui? acho que lhe dei três dias... — Comentou olhando a caixa que ele segurava.— Fiz o que o senhor pediu, e me parece certo que esse caso passe por uma revisão. — Declarou com confiança. Com um gesto de mãos, o capitão pediu que fechasse a porta atrás de si. — E se o senhor me permitir trabalhar nele, já ten
Quando o despertador tocou alertando um novo dia, Allarick se espreguiçou colocando o corpo para fora da cama. Fez sua higiene corporal, e em seguida preparou o café...duas colheres de açúcar e leite.Haviam se passado dois dias, e ainda não havia obtido qualquer resposta de seu novo capitão. Pensava se ele teria conseguido convencer o promotor a lhe deixar com o caso como havia pedido depois, ou se os assuntos internos da polícia também queria cuidar dele? E se sim, quem além de Becky seria sua equipe?Sentado na entrada da casa e com a chávena em mãos divagava sobre como seriam seus dias apartir dali, se aprenderia a gostar, ou irá para Azarat tão logo tivesse a chance... terminou o café voltando para dentro a tempo de ouvir seu telefone tocar.— Bom dia senhor. — Vendo o nome do superior aceso na tela, o detetive saudou com um misto de entusiasmo e medo.— Venha para a delegacia agora, precisamos falar. — Sanders falou, e tão logo isso, deslig
Embora Elizabeth estivesse feito perguntas e mais perguntas para as quais ainda não tinha respostas, Theo queria ter continuado a conversa com ela e com Cléo, mas havia dito ao seu tio que iria lhe pegar no aeroporto assim que chegasse, então saiu.— Olha só se não é meu sobrinho querido. — Donavan saudou erguendo os braços. Theo se desencostou do carro e foi lhe dar um abraço.— Espero que tenha feito uma boa viagem. — Theo comentou assim que se soltaram.— Foi bem menos trabalhosa do que acreditei que seria. — Donavan quase celebrou com tal facto. — E por aqui, alguma coisa nova? — Devolveu espectante. Se sentia um pouco monótono, e saber do sobrinho o que se passava, parecia o melhor.— Isso foi um presságio ou algo do gênero? — Theo rebateu. Aquele dia estava sendo bom, e a conversa com seu tio o tornava melhor. — Mas não vá morrer de curiosidade Don, antes vamos para o carro. — Perante o olhar desconfiado, pegou a mala que arrastava seu tio e o guiou até ao carro.— Parece que e
Pela manhã, após não ter dormido quase nada na noite anterior, Allarick chegou ao local de trabalho com o copo de café em uma mão, e na outra uma pasta com arquivos que considerava importantes para o caso...saudou os colegas que encontrou e prontamente continuou o percurso.— Bom dia. — Allarick saudou ao encontar Becky no corredor que o levaria até a sala que estavam dividindo.— Bom dia chefe, chegou um pouco tarde, não? — Devolveu a moça. Allarick assentiu antes de deixar escapar um breve bocejo. — A que horas dormiu? — Questionou preocupada.— Cedo. Mas depois fui acordado e fiquei trabalhando até tarde. — Allarick respondeu.— Encontrou alguma coisa nos casos do trabalho dela? — Becky questionou indicando com cabeça a pasta por ele carregada.— Apenas dois casos que merecem maior atenção. Os outros são tão sem atritos que parece até brincadeira. — Allarick comentou antes de sorver do líquido em seu copo.— Não ouviu o que disseram os colegas? Uma santa. — Devolveu Becky. — André
Faltava um dia para o feriado nacional, e Elizabeth ainda não sabia o que faria...em outros tempos estaria planejando mil e uma coisas, já teria as malas prontas se necessário e avisado aos familiares com antecedência. Mas não tinha planos. Havia chegado ao trabalho, e como de costume se instalou em sua sala. Era metade do mês, e como já haviam feito o fecho de contas, não tinha nada para fazer, até sua presença lá era simbólica. — Oi pai, soube que foi até a delegacia ontem. Queria agradecer por isso, e por ter decidido ficar do nosso lado. — Se sentido feliz, Elizabeth gravou um áudio... só queria que ele soubesse que apreciava aquele gesto. — Lizy. — Cléo saudou adentrando sua sala. — Como passou a noite? — Inquiriu logo em seguida. Segundos depois já estava sentada de frente para ela. — Bem e você? — Elizabeth retribuiu. — Feliz da vida. — Cléo cantarolou. — Estava tomando café com o seu irmão,
— Pensei que não fosse mais voltar. — Cléo comentou assim que sua Elizabeth passou pela porta. — Como foi? — Curiosa, perguntou.— Eles ainda não sabem muita coisa, mas parecem estar em um bom caminho.— Elizabeth respondeu.— E a Clara?— Perguntou.— Senhora Miranda ligou, parece que precisava de ajuda com algo. E Clarinha foi correndo.— Cléo relatou esperando que o contratempo com a mãe, não afetasse seus planos.— Hm. — Elizabeth balbuciou.— Ela sempre foi assim? — Cléo perguntou um pouco depois. — Digo, doce e devota, e as vezes amiga — Lembrando do que lhe disse Theo, reformulou. — E claro, chata, muito chata — Acrescentou.— Sempre, principalmente com a mãe.— Elizabeth respondeu com orgulho.— Sei que estamos sempre nos estranhando e até parece proposital, mas eu amo demais aquela loira sem sal. — Cléo comentou. — Mas ela é tão rabugenta, que não me deixa aprecia-la em condições. Quando eu acho que estamos bem, ela arranja alguma coisa para que me chateie. — Reclamou.— Ela conse