— Ainda não melhorou? Carol está em meu quarto, tem semanas que estou me sentindo mal. — Já tomei vários remédios e nada melhora, acho que vou ter que ir no postinho mesmo. — Acho melhor, mas o que exatamente você está sentindo? — Enjôo, cansaço, uma vontade de dormir o tempo todo... Acho que estou com anemia. — Pérola, me responde com sinceridade... Quando você e Bernardo transaram, vocês se previniram, neh? — Eu não estou grávida, Carol! Respondo a repreendendo. — Ufa, então vocês se previniram, neh? Ela afirma, meio que perguntando. — Nós só transamos uma única vez Carol, depois não rolou mais... Eu fiquei meio dolorida, então resolvemos esperar um pouco e quando melhorei do dolorido comecei a passar mal. — Mas se previniram? Ela insiste na pergunta. — Não, Carol... Mas como disse, foi uma única vez e só pra você saber, minha menstruação veio esse mês... Quer dizer, ameaçou vir, sujou um pouco mas não veio normal, mas anemia causa isso. — Oh, pelo que sei, não existe
Acordar e sou informada pelo médico que eu perdi meu bebê, não foi fácil, o arrependimento caí como uma bomba sobre minha consciência. Mesmo recebendo o apoio de todos inclusive da minha mãe, eu ainda sim não deixava de me cobrar. Eu sou uma assassina! Eu matei meu próprio filho! Minha mãe saiu e Bêh ficou perto de mim, a todo tempo ele acariciava minha mão, mas ele estava longe, seu pensamento está em outro mundo. O celular dele toca e assim que ele atende sua expressão muda. — Como assim? Ele diz desesperado. — E ela está aonde? — Porra! — Eu não sei, ela saiu daqui e não falou nada, parecia bem! Tentando entende a conversa, eles estavam falando da minha mãe ou da Carol... Começo a ficar nervosa. — O que aconteceu? Quem sumiu? Pergunto. — Tá bom, me deixa informado! Bêh finaliza a conversa e me olha. — Não é nada, não se preocupe. Caralho nenhum, pelo jeito dele falar e por sua expressão corporal eu sei que tem b.o aí e é brado. — Quero saber! Digo brava. Ele me dá
Acordo já no meu quarto, minha mãe estava sentada na cama acariciando minha cabeça. — Graças a Deus você acordou. Ela tem seu olhar cheio de lágrimas. — A senhora sabia que ele ia me deixar? Pergunto voltando a chorar. — É melhor assim, minha filha... — Melhor pra quem? Pra senhora? Pro pai? Pergunto deixando as lágrimas caírem e me sento na cama. — Tudo é feito pensando no seu bem estar, Pérola. — Eu quero ficar sozinha! Resolvo não bater boca com ela. Me deito na cama e dou as costas a ela. — Pérola... Ela tenta falar mas eu não deixo. — Sai por favor! Digo rude. Ela se levanta e saí, não demora muito e meu pai entra no quarto. — Quem você pensa que é pra tratar sua mãe daquele jeito? Ela fez o que fez por amar a você e é assim que você trata ela? Ele estava irritado, gritava e eu respirava fundo para não me exceder. — Vocês não tinham o direito de fazer isso! Não tinham! Eu me sento de novo e grito. — Eu sou seu pai e faço o que eu acho o certo a se fazer! —
— Como ela está? Pergunta Leon. Estou sentada no sofá da minha casa com as pernas em cima das dele. — Nada bem , não quer muito papo e se isolou do mundo. E Bernardo? Pergunto por que eu não o vi mais. — Mesma coisa, se isolou na casa que Théo conseguiu pra ele, mas nem ajeitar as coisas da casa ele ajeitou. — Queria poder ajudar. Digo deitando minha cabeça em seu ombro. — Não tem como Carol, infelizmente... FM foi bem direto com ele. — Então é assim, o pai decide o que a filha tem que fazer? Não é justo! Estou mega chateada. — Se fosse pais qualquer, eles poderiam fugir ou até mesmo enfrenta-lo já que ela é maior de idade, mas com FM não! Estamos com a série pausada enquanto conversávamos, eram por volta das 19 horas, ouço quando meu pai grita lá de cima. Subo as escadas apreçada e entro no quarto dele. — Quando JP chegar avisa que é pra vir no meu quarto, vamos ter uma reunião hoje. Acho estranho o seu jeito de falar, mas não questiono. JP chega às 22 horas e já s
Eu não quero ir... Digo do lado de fora do carro que já está com minhas malas. Estou frente a frente com Leon. — E eu não queria que você fosse. Ele me abraça e beija o topo da minha cabeça. — Droga! Esbravejo. — Daqui a dois meses é seu aniversário, vou da um jeito de passar o dia com você. — Olha que cobro as promessas. — Eu costumo pagar as minhas promessas. E foi depois de um beijo longo que meu pai buzina me apressando. ... Estamos morando perto da casa da vó, mãe do meu pai, eu já conhecia ela, mas só por chamada de vídeo. Minha vó é um amor e mamãe adora ela, elas são como melhores amigas, coisa que nunca vi minha mãe ter. Já estamos aqui a um mês e todos os dias eu falo com Leon, ele confirmou que mês que vem ele viria pra cá comemorar meu aniversário comigo e eu estou muito ansiosa já que vou poder apresentar ele a minha família.— Que dia vou conhecer meu futuro neto, aquele que conquistou o coração da minha bebê? Minha vó senta ao meu lado e puxa assunto. — Mê
A festa está linda, tinha gente que nunca vi na vida, mas minha vó falava que eram primos meus, fora os parentes de segundo, terceiro e quarto grau. Toda hora eu olhava para o celular, toda hora eu olhava para a porta de entrada do salão e nada dele. Depois dos parabéns , seguimos pra casa, no carro o silêncio reinava. Eu olho a hora no celular e já são 23:00 horas e nada dele, eu via o meu pai me olhando pelo retrovisor. Chegamos em casa e me sento no sofá , eu iria espera-lo até o último horário. — Ele não vai te ligar! Meu pai diz se sentando ao meu lado. — Como o senhor sabe, ele te disse alguma coisa? Pergunto afoita. — Não Carol, eu nem falei com ele hoje, mas está claro pelo horário que isso não vai acontecer e isso mostra que você não ter se perdido com ele foi o certo. Lágrimas começam a cair dos meus olhos, eu tinha planejado nosso roteiro todo, ele ficaria aqui dois dias e cada minuto do nosso dia tinha sido planejado. — Eu estou triste, irritada e magoada! Digo
— Eu não vou não, pai... Estou conversando com meu pai por uma chamada de vídeo, ele acaba que me dizer que a festa de ano novo será no sítio de Lyon. — Quase dois anos e você ainda não superou? — Superou o que, pai? Tá falando de Leon? Fala sério, já superei a muito tempo, mas não estou afim de passar o ano novo em um lugar praticamente sozinha, tenho certeza que Pérola não vai. — Ok, não superou! Meu pai diz e eu bufo. Infelizmente não dava para entrar em uma discussão com meu pai, ele com certeza ia vencer. — Vamos fazer assim, nos encontramos no dia dois em casa. — Mas você vai passar as festas longe da gente, longe da sua família... Sua mãe não vai querer ir, sem contar que no dia 05 você vai curtir suas férias com suas amigas. — Pai, não apela por favor?! Eu vou estar com você, eu amo vocês... — Tá bom Carol, quero você aqui em casa dia 02 cedo e liga pra sua mãe e conversa com ela, tenho certeza que ela não vai gostar nada nada! Nossa família nunca passou uma festa d
Saio de seu abraço sem dizer nada, eu ainda estou em choque, a porta do carona do carro que ele estava se abre chamando nossa atenção e de dentro dele sai a loira que vi na foto no dia do meu aniversário, olho de imediato pra Leon que esboça falar algo, mas Brenda é mais rápida. Ela vai até a “Isabel” correndo.— Isabellll, você veio?! Brenda está feliz. — Vem, quero te apresentar minhas amigas... Ela nos apresenta e Isabel até que foi simpática, mas eu podia vê em seus olhos que ela não foi nada com minha cara. Entramos no carro e seguimos para a fazenda em silêncio, nem tão silêncio assim, já que Brenda e Isabel conversavam o tempo todo. Leon toda hora me olhava pelo retrovisor e eu sei que Isabel percebia, por que ela não cansava de contar as aventuras deles ali na fazenda, ela tentava me mostrar o quanto ela era íntima da família. Mal ela sabia que eu só queria distância dali!Estou olhando para o lado de fora do carro, tentando não prestar atenção na conversa delas, até que s