ANAO canto dos lábios dele se curva levemente. Ele se inclina, seu rosto desaparecendo da minha vista em direção ao meu pescoço.Respiro fundo, fecho os olhos e me preparo para as ondas elétricas de prazer. O nariz de Rafael toca meu pescoço, arrancando um baixo sibilo de mim.Lentamente, ele coloca seus lábios sobre minha veia pulsante e, de repente, fico muito consciente do calor que desce até meu centro.Minhas coxas se apertam ao redor de sua cintura enquanto ele abre a boca e lambe minha pele formigante. Um pequeno gemido escapa da minha boca, minhas mãos se erguem para segurar seus ombros em busca de apoio.Seu aperto em minha cintura se intensifica até que posso sentir seus dedos cravando rudemente em minha carne.Ele fecha a boca ao redor da minha veia antes que seus dentes afundem em minha carne, fazendo com que eu jogue minha cabeça para trás e gema seu nome sem fôlego.Ele suga o sangue que escorre como uma fera faminta. Minhas entranhas se contorcem, meu centro se esfregan
ANABocejo, virando de costas e me espreguiçando, apenas para sentir dor entre minhas pernas. Juro que meu corpo dói como se eu tivesse trabalhado por uma semana inteira sem nem mesmo uma pausa.Rafael realmente me fodeu bem.Suspiro, abrindo os olhos e olhando para o lugar vazio na cama.Ele se foi.Aposto que ele ficou até o sol nascer e depois desapareceu para fazer a Deusa sabe o quê.Meu coração dispara assustado enquanto me levanto da cama sem nem me importar com a dor que isso causa. Instantaneamente, corro até a porta do quarto e a abro.Para onde ele foi? A pergunta ameaça arrancar a vida de mim.Antes que eu possa correr escada abaixo e procurá-lo, completamente nua, ele aparece diante de mim num piscar de olhos. Eu ofego e tropeço para trás para deixá-lo ficar na minha frente.— Para onde você foi? — Pergunto, ferozmente.— Precisei verificar uma coisa. Estava esperando lá embaixo você acordar. — Ele me diz.Minhas bochechas esquentam quando percebo como devo estar parecendo
RAFAELNão sei o que se passa na cabeça de Ana Jorge. Sei que ela quer que eu desista do meu plano de me colocar para dormir, mas ela não entende — não é um plano, é necessário.Não posso ficar aqui por muito tempo. Este não é meu mundo. Estou no lugar errado. Eu a encontrei no momento errado.Por um tempo, pensei em fazer deste momento meu. Aprendi os costumes deste mundo, me forcei a continuar na esperança de que, se permanecesse vivo, poderia me vingar das pessoas que me fizeram passar por isso, as pessoas que mataram minha mãe. No final, estava vivendo uma mentira — mais uma vez.Este nunca poderá ser meu mundo. E minha mãe está muito viva e respirando.Era apenas eu. Fui o único que sofreu. Às vezes, quero sentir autopiedade e superar essa dor monótona e entediante no meu peito, mas não posso. A culpa foi minha, desde o início. Se eu tivesse controlado minha sede de sangue séculos atrás, os Originais nunca teriam descoberto sobre mim. A culpa é toda minha, então não posso me senti
ANATomamos café da manhã que eu preparei depois de uma tentativa desastrosa de cozinhar. Não foi minha culpa ter perdido o foco nas panquecas quando ele invadiu a cozinha falando besteira. A culpa era do Rafael por ser tão atraente e naturalmente chamar minha atenção.Gemendo, bato minha testa no balcão da cozinha pela terceira vez. Não importa o quanto eu tente desviar meus pensamentos, volto a pensar nele em questão de segundos.Não tenho dúvidas. Aos poucos, estou começando a perder o juízo por causa dele.Suspiro e me endireito. Sei que tenho que ficar aqui por um tempo depois de ouvir a resposta do Rafael ao meu pedido.Ele tomou sua decisão. Será difícil convencê-lo de que ele pertence a este mundo — onde o destino nos trouxe e nos uniu. Ele sempre deveria estar aqui. Se fosse em outra linha do tempo ou outra pessoa... nunca nos encontraríamos.Deveria acontecer dessa maneira e o que acontece daqui para frente depende das nossas decisões. Ele pode escolher estar aqui e esquecer
ANA Irrompo na casa da alcateia e corro imediatamente para o escritório do Alfa, esperando que Rafael já tivesse voltado.Quando abro a porta, encontro-o sentado na cadeira, seus olhos fixos em mim como se soubesse que eu estava chegando.Solto a respiração que estava prendendo há algum tempo antes de entrar. Um peso enorme sai do meu coração quando vejo Rafael, vivo, respirando, bem na minha frente.— O que você está fazendo? — Bufo, encarando-o.Ele me assustou por um momento quando percebi que estava fazendo todas essas reformas que nunca teve interesse em fazer. Pensei que ele fosse fugir enquanto eu estivesse fora e depois de ter dado todas as ordens. Esses pensamentos estão me matando.Rafael permanece em silêncio, esperando que eu elabore sobre do que o estou acusando desta vez.Inspiro profundamente. Meu olhar demora em seu rosto antes de percorrer seu corpo, a mesa, o chão e então voltar ao seu rosto.— Por que você está mudando os costumes da alcateia? — Pergunto, fechando
RAFAEL— Você está com um cheiro diferente hoje. — menciona Edith ao abrir a porta para mim.Permaneço imóvel no meu lugar, me recusando a entrar na cabana da bruxa onde está mais escuro que o resto do mundo.Seus olhos experientes me analisam, tentando descobrir por que estou aqui. Isso é uma coisa que eu aprecio nesta bruxa em particular — ela nunca faz perguntas. Ela sempre sabe o que eu quero e por que quero.Seus lábios formam um O quando seus olhos pousam na marca em meu pescoço. Agora está visível para todos. Ana me marcou como dela quando não deveria ter feito isso.— Posso perceber por que você está aqui hoje. — A bruxa ri, zombando de mim.— Me diga uma maneira. Preciso me livrar disso. — Digo a ela sem rodeios.— Você sabe que isso só vai desaparecer se sua companheira de alguma forma te rejeitar. — Ela revela o que eu já sei.Mas também sei que uma vez que Ana toma uma decisão, ela não desiste. Ela nunca vai me rejeitar.— Deve haver alguma poção de bruxa para se livrar...
ANA— Você faz o pior café do mundo. — Franzi o nariz com nojo, encarando a xícara de café fumegante entre minhas mãos.— Você nem provou ainda. — Rafael deu de ombros e veio ficar ao meu lado na varanda, seu olhar fixo nas residências da alcateia que podíamos ver à distância.Suspirei, virando-me e contemplando a mesma vista que ele. A noite estava silenciosa, com uma calma pairando sobre toda a alcateia. Eles organizaram suas casas e aceitaram os lugares que lhes foram designados, mas não acredito que fosse apenas sobre a moradia. Era muito mais do que isso. As regras da hierarquia dos lobisomens estavam gravadas em suas mentes.Ninguém consegue apagar essa mentalidade.Nem eu. Nem Rafael. Nem ninguém mais.Suspirando mais uma vez, olhei de relance para o perfil de Rafael. A marca em seu pescoço estava exposta. Eu podia ver a adorável saliência rosada contra sua pele dura. Isso só me lembrou do que ele disse quando partiu. Dizer que estou deliberadamente evitando falar sobre isso ser
ANADepois de beijar Rafael intensamente, o deixei na varanda e voltei para meu quarto. A marca estava mexendo com minha cabeça. Por um momento, senti suas emoções tão cruas, tão próximas, como se fosse eu mesma sentindo todas aquelas coisas, e não ele.Isso me assusta.Agora posso dizer com certeza que Ricardo não consegue perceber o que se passa dentro de Rafael, porque eu consigo. Somente eu consigo.Colocando o cabelo atrás das orelhas, peguei o celular que vibrava sobre a cama. Natália tinha ligado pela milésima vez, mas eu não atendi.Tenho evitado ela e Diana. Não quero que elas descubram a bagunça que está na minha cabeça. Finalmente teriam uma chance única na vida de me chamar de idiota.Suspiro, recusando sua ligação novamente. Meus olhos se voltam para a janela aberta quando o ar frio toca minha pele. Tremo levemente, meu olhar caindo sobre a cama e o edredom.E agora? Como vou convencer Rafael? Como se convence alguém a não odiar o mundo? Eu mesma não acredito que este mund