- Claro que não. Dormir é para os fracos. – brincou. – Então, como vai na entrevista novamente hoje à noite, não vai poder jantar comigo.- Não mesmo.- Que tal um almoço? Eu jantaria com você, já que não trabalho na Babilônia esta noite. Mas pelo visto não vai dar certo...- Daniel, não... Sou grata pela sua indicação de emprego, mas não quero me envolver... E está fora de cogitação iludir você. - É só um almoço entre amigos.- Não somos amigos.- Puxa vida... Você acaba de quebrar meu coração em mil pedaços.- Melhor assim, acredite.- Não... Não é melhor assim. Não pode ao menos tentar me dar uma chance, Babi?- Você mesmo disse que tem alguém... Então não entendo porque tudo isso.- Eu não tenho ninguém... Só tive medo que você fugisse de mim. No entanto... Está fugindo da mesma forma.- Não é fugir... Eu tive um relacionamento duradouro... E embora terminado, ainda não estou completamente curada. Não quero fazer mal a alguém como me fizeram.- Isso é fugir, sim.- Daniel...- Ok
- Bárbara Novaes.Ele vestia camisa branca. O blazer estava sobre o encosto da cadeira. Era loiro, pele clara e a barba bem feita, que o deixava incrivelmente sedutor. Os olhos eram azuis e seu olhar profundo.- Eu li seu currículo.- Fico feliz em saber.- Ainda não trabalhou em empresas de grande porte, não é mesmo?- Não... Ainda não. Mas é o que mais desejo.- Vou fazer algumas perguntas. Pode me responder sinceramente?- Com certeza.- O que sabe sobre a Perrone?- Quer sinceridade?- Por favor...- Praticamente nada. A não ser que é nova em Noriah Norte e que é uma filial.- O que sabe sobre vinhos?- Que são muito bons... E uma das minhas bebidas prediletas. Mas depois do chope com sabor que provei na semana passada, deixou de ser o primeiro lugar da minha lista.- Chope com sabor não está nem perto do que fabricamos. – Ele sorriu.- Eu sei... Sinto muito.- Eu pedi sinceridade. Se quer saber, estamos indo bem. Até agora ninguém foi tão sincero.Ótimo. Por um momento eu achei q
- Simples, porque não era sua avó e nada sua. Mandy é um amor e vai lhe deixar uma bela casa no meio do mato, com uns bons hectares de terra, que você pode vender.- A questão é que Mandy não vai morrer tão cedo. Ela está bem pra caralho para a idade que tem. – Salma falou e notei sua palidez.- Não fale assim da minha avó, Ben. E você, Salma... O que tem?- Não vou trabalhar... Estou péssima. Enjoada... E com dor na barriga. Devo ter pego uma virose.- Ou comido algo que não devia. – Ben falou irônico, como sempre. – Vá se arrumar, Babi. Nós vamos sair.- Eu não vou sair.- Vai sim. É uma ordem. – Salma disse.- Vou cuidar de você.- Não vai mesmo... Se não for com Ben eu boto você para fora.- Não quero.- Você tem meia hora. O Hazard nos espera. – Ele disse saindo.- Não posso ir ao Hazard sem você, Salma. Nós duas descobrimos aquele lugar.- Babi, faz quase um ano que eu não vou lá. Meu emprego na noite ocupa todo meu tempo. E não quero que você e Ben deixem de ir lá por minha cau
- Ele é um pedaço de mal caminho. – Olhei para Ben, tentando não ficar encarando o desconhecido.- E você bem decidida, amiga. – Ele riu. – Vai que seu sexo oral está aí... Não se sabe, não é mesmo?Suspirei:- Fazer sexo com um desconhecido?- Quer o que? Fazer uma entrevista antes? Não seja tapada, Babi. Você não é mais criança. E escute o que eu digo: sexo é sexo.- Sabe que só fiz isso com Jardel... E estou quase virgem de tanto tempo sem fazer depois que ele morreu. Então se eu disser que não estou insegura, estaria mentindo. Nem sei mais sobre a arte da conquista.- Nada mudou, amiga. Você olha para ele, ele para você... E se ele não vier, você vai até ele.- Bem, na minha época a mulher não ia até o homem.- Passado, baby. Não existe mais isso. Os interessados que se joguem. Se você não for, tem outras que irão... Até mesmo eu iria até aquele tesão se não fosse seu melhor amigo. – Ben olhou para ele e jogou um beijinho.O homem sorriu e levantou o copo novamente.Desviei o olha
- Não tenho colherinha... Mas tenho um carro, se serve. – Olhou para mim.- Serve sim...Ele pegou minha mão e fomos até o bar.- Bebe comigo?- Sim, claro.- O que posso pedir para você?- Pedir eu mesma peço. Mas pode pagar, se quiser.- Com certeza.Chamei o barman e pedi uma taça de vinho tinto. Eu e Ben nem chegamos a abrir o espumante. Mas se eu bem conhecia meu amigo, ele não iria embora dali se não fosse com Tony. E digo que era bem difícil resistir a Ben. Aposto que o amigo de Sebastian tomaria minha parte da bebida.- Sou Tales.- Bárbara.- Vou confessar que você me chamou a atenção no exato momento que pisou seus pés aqui.- Nunca o vi por aqui... Se bem que faz um tempo que não venho.- Minha primeira vez... De muitas. – Sorriu.- Gosta de Bon Jovi?- Não sei se entra na minha lista de músicas hoje em dia. Mas Saturday Night é um clássico.- Sem dúvida. Ainda não saí desta década que passou... Ao menos no gosto musical. Mas Bon Jovi literalmente esteve e sempre estará no
Sem bolsa, dinheiro, celular, cartão de crédito que nem cheguei a usar e com minha dignidade e auto estima na sola do pé, caminhei por 45 minutos até chegar em casa.Nem sei como subi as escadas, pois dava um passo para frente e dois para trás, tentando me jogar degrau abaixo, na esperança de morrer numa queda de menos de um metro.Abri a porta e caí no sofá. Salma ainda estava com uma cara péssima e pálida. Ben não sabia o que era mau humor, tristeza ou depressão. A cara dele era sempre de alegria e mesmo quando o pior acontecia, ele ria de si mesmo e seguia como se nada tivesse acontecido. Quem dera eu tivesse um pingo da autoconfiança dele.Eles estavam tomando café da manhã. Salma ainda usava roupão, como se o não tivesse passado a noite para ela.- E então, como foi? Ele fez oral? – Ben perguntou.- Você gozou? – Salma arregalou os olhos, curiosa.- Precisou de colherinha? – Ben levantou.- Gozei... Talvez uma cinco vezes... Gozei como nunca tinha gozado antes. – falei.- Jura? A
Tomei um banho demorado e quando pensava em Salma e Bem e me tremia de raiva. Coloquei um roupão sem calcinha para minha intimidade respirar e se recuperar da noite que passou.Liguei para minha avó e expliquei que fui roubada... Na saída do Hazard, é claro. Jamais diria a verdade pra ela. Não tinha coragem dizer que o homem fez sexo comigo, depois levou minha bolsa. Por sorte, ela disse que o cartão estava bloqueado. Então o ladrão sem vergonha não teria como usar. Óbvio que ela me fez prometer que iria até a delegacia fazer uma denúncia.Mais tranquila por ele não poder gastar o cartão de crédito pelo menos, acabei adormecendo, já que a noite havia sido longa e cansativa.Acordei sentindo uma dor insuportável na barriga. E já sabia o que era: cólica menstrual. Certamente o sangue desceria em breve.Tentei levantar e percebi que já estava escuro. Peguei o remédio que estava próximo de mim, numa gaveta e tomei com um gole de água.Esperei por mais de quinze minutos e tudo que consegui
Levantei cedo na manhã seguinte para ir até a Perrone, procurar Sebastian. Precisava do cartão de emprego que ele havia me dado.Quando cheguei ao banheiro, Salma estava vomitando. Segurei os cabelos dela, tentando ajudar.Assim que ela colocou tudo para fora, perguntei:- Vai ao médico hoje, não é mesmo?- Sim... Eu disse que sim. – Confirmou.- Estou preocupada com você.- Está tudo bem... Só uma virose. – Ela voltou para o quarto.Tomei um banho rápido e peguei um bolsa, só por hábito, porque eu não tinha nada para botar dentro. Tinha sido roubada por um idiota que meus amigos contrataram.Abri a porta do quarto de Salma e disse:- Se precisar de algo, não me ligue. Estou sem celular e nem sei quanto terei novamente um. Avise Ben.- Ok. – Ela voltou a dormir.Fechei a porta e quando cheguei na sala, Ben estava sentado no sofá, arrumado.- Onde vai? – perguntei.- Com você.- Ben... Não precisa ir comigo.- Preciso sim. Você está sem celular e não tem a quem recorrer se acontecer al