- Já que tem orgulho de mim, poderia, por favor, levar a “vovó” e ir embora?- Quer que eu leve a bebê junto? – Me indagou debochadamente.- Não... Bárbara me mataria.Allan gargalhou e se dirigiu com facilidade entre o cômodo pequeno até à mesa, onde os demais seguiam concentrados nas histórias de Bárbara, de como ela havia sido sufocada, quase chegado à morte.Sinceramente, quando ela disse, sorrindo e olhando para o meu guarda-costas, que o que lhe veio à mente quando pensou em morrer foi de que o ex a estaria esperando na porta da eternidade e pensou em voltar, eu achei que ela estava fazendo graça. Afinal, quem, antes de morrer, pensaria na porra do ex-namorado. Mas dela, Bárbara, então não se podia duvidar de nada. Nada, literalmente... Nem de que ela realmente me daria um tiro se tivesse uma arma. Não que eu tivesse medo dela. Ok, um pouquinho, confesso.A menina era o ponto fraco dela. Mas se depois de tudo que houve, com um enorme hematoma no pescoço, estando prestes a morrer
Ela me olhou firmemente. Os olhos eram verdes e a pele extremamente clara. O nariz era pequeno e os poucos cabelos refletiam com a luz artificial da lâmpada em louros acobreados.- Será que acharam que somos parentes só porque temos olhos da mesma cor? É engraçado, porque tirando isso, não temos nada parecido. Acho que projetam em você muitas expectativas. E nem sempre a gente consegue fazer o que o outro espera...De repente ela parou de sorrir e os lábios contorceram-se num leve beicinho. Caralho, eu falei algo errado? Tinha culpa de não ser o pai dela? Não, claro que não.- Ok, desculpe. Eu nem sabia que você era capaz de entender. Mas se entende, por que não fala?Ela seguia fazendo menção de chorar e fiquei completamente confuso e preocupado com o que eu poderia ter dito que a ofendeu.- Quem sabe falamos sobre outra coisa? Tipo... Bem... Por
- Mamãe.- E Ben vai ser o papai?- Claro que não. “Você” vai ser o papai.- Eu? – Quase gritei.- Ou você não quer a mamãe dela?- Eu quero a mamãe – olhei no fundo dos olhos azuis dela – E tudo que vem junto... Absolutamente tudo.Ela sorriu e disse:- Obrigada por tudo, Heitor. Eu não pediria sua ajuda ou sequer abusaria da sua boa vontade. Mas não é por mim, juro. É por ela. Não quero fugir... Porque posso ter feito coisas erradas, mas não agi de má fé, nunca. Tudo que fiz por Maria Lua foi por amor. E se Breno e Anya ficarem com a guarda desta criança, eu jamais voltarei a acreditar na justiça... Divina ou dos homens.- Isso não vai acontecer – garanti – Estarão sob minha proteção. Nada nem ninguém vai tirar sua criança...
Os lábios de Heitor encontraram os meus, afoitos, enlouquecidos, parecendo querer me engolir. Sua língua era exigente e eu tentava seguir o mesmo ritmo e compasso, enquanto meu corpo começava a relaxar e ao mesmo tempo ferver.Jamais passou pela minha cabeça que sexo poderia relaxar. Ou mesmo acontecer desejo em meio ao caos. Mas naquele momento, parecia que tê-lo dentro de mim era essencial.Heitor era parte do que eu era hoje, o que esperei a vida inteira, tendo que passar pelo caos antes de achar o que me pertencia e estava gravado na minha lápide do destino. Ok, houve um tempo que achei que pudesse ser Bon Jovi minha outra metade. Nesta parte me enganei.Mas poxa, a vida me presenteou com um homem lindo, rico e maravilhoso. Eu deveria ser grata, muito grata. Meu salvador... Depois de me fazer sofrer como uma condenada horas antes. Talvez fosse hora de ser menos orgulhosa e perdoar algumas coisas, visto que eu mesma j&
As mãos quentes dele me ajudaram, tocando meus seios delicadamente, espalhando sem pressa, descendo por parte da barriga, enquanto começava a secar sobre a minha pele.- Corro risco que querer ficar trancado com você 24 horas por dia e não querer fazer mais nada da vida a não ser fazer amor com você, Bárbara Novaes.- Prometo não o fazer enjoar de mim... Nunca.- Como se isso fosse possível – riu, enquanto levantava – Me diga que o chuveiro é quente...- O que está pensando, desclassificado? Eu pago a luz, se é isso que quer saber. – Brinquei.- Bem, é possível fazer amor com um bebê no quarto ao lado. Então, sinceramente, me sinto um pouco mais tranquilo com futuro.- Confesso que o teste foi feito hoje. No começo achei que não conseguiria.- Mas conseguiu... Aliás, de forma perfeita. &nd
Heitor abriu a porta colocando o polegar no sensor, dizendo:- Ainda hoje mandarei a equipe de segurança vir fazer a inserção da sua digital no sistema do apartamento.- Jura? Vou botar meu dedo e as portas abrirão automaticamente, assim como você faz? – Empolguei-me.- Sim – Ele sorriu divertidamente, enquanto Anon entrava com as malas.Parei na entrada do apartamento, gigantesco, luxuoso, o sonho de consumo de qualquer pessoa normal. Mas um péssimo lugar para criar uma criança, pelos muitos perigos de acidentes domésticos que oferecia.Nicolete veio na minha direção, com um sorriso acolhedor. Deu-me um beijo no rosto e olhou Maria Lua, com os olhinhos verdes esmeralda abertos, atenta à tudo à sua volta.- Eu não acredito que esta princesa voltou – ela parecia feliz – Elas... Vão ficar? – Perguntou para Heitor.
- Eu entendo, Nic. Não precisa se desculpar. Eu faria a mesma coisa se fosse o meu filho. Hoje entendo o amor materno como algo inexplicável.- Eu sei do que está falando, Bárbara.- Pode me chamar de Babi. Eu gosto que só ele me chame de Bárbara. – Sorri.- Ok – ela riu – Sem rodeios, não é mesmo? Gosto disso.- Então, se quer ajudar, é o seguinte: de água são 75 ml, por 30 segundos no micro-ondas. Duas colheres do leite. Ela não toma até o fim. Deixa sempre uma provinha para o anjo protetor dela, creio eu. Então, não insista. Ela precisa arrotar... Eu acho que isso é uma superstição, mas se não a levantar depois da mamada, ela vomita um pouco.- Não, não é superstição. – Nicolete enrugou a testa.- Não?- Não.- Eu a
- Talvez... Um pouquinho. – Ele confessou.Pensei que Heitor fosse me largar, mas não. Até que Sebastian e Milena subissem, ele permaneceu agarrado a mim, como que para mostrar a Sebastian que estávamos juntos. E sinceramente, não entendo muito bem o que se passava pela cabeça dele com relação àquilo.Claro que poderíamos esperar em qualquer lugar. Mas fiquei à porta, o que fez com que Heitor acabasse fazendo o mesmo.Pareceu uma eternidade até meu irmão chegar. Mas assim que a porta se abriu, me grudei a ele, recebendo um abraço paralelo de Milena.Sebastian me afastou e olhou nos meus olhos:- Está tudo bem?Assenti, com a cabeça.Ele olhou meu pescoço com as marcas da noite anterior e arregalou os olhos:- Deus! O aquele desgraçado fez em você? – Tocou o local, enrubescendo de raiva.