Assim que chegamos na garagem, vi o Maserati estacionado. O carro de Anon não estava ao lado.
Paramos na frente do carro prata/claro, com design perfeito:
- Não me diga que vamos no Maserati! – Senti meu coração querer pular para fora do peito.
- Sim. – Ele sorriu.
Não resisti e dei alguns pulos eufóricos:
- Eu estou em êxtase. – Confessei, indo até a porta do carona.
Antes que eu abrisse, ele disse:
- Ei, desclassificada... Quer dirigir?
- Eu? Não tenho habilitação. – Suspirei tristemente.
- Quem disse que precisa?
- A polícia? – Enruguei a testa.
- O que você imagina que a policia acharia pior na direção: um bêbado ou uma pessoa sem habilitação?
- Você não está mais tão bêbado.
- E você deve saber dirig
Acionei a ré e pisei vagarosamente, sentindo o carro mover-se de forma lenta. Girei a direção e acionei a dianteira.- Preparado? – Perguntei, olhando seriamente para ele.- Não... Você vai me matar.- Estou perguntando se está preparado para ver o seu pai, desclassificado – comecei a rir – Sou segura quanto a minha habilidade em dirigir um Maserati automático pela primeira vez ao lado do CEO mais importante de Noriah Norte.- Só tenho 31 anos... – Ele continuou reclamando enquanto eu seguia devagar, descendo a rampa do estacionamento.- Sabe, Heitor, minha mãe era uma boa motorista. Ótima, na verdade. E ela morreu num acidente de trânsito. O homem que dirigia o caminhão dormiu na direção e trocou de pista, surpreendendo-a de frente. Ele alegou que dirigiu por mais de 24 horas sem descansar porque queria imensamente voltar para ca
Assim que entramos pela porta principal do Hospital, não precisamos sequer nos dirigirmos a recepção para sabermos sobre Allan. O segurança encaminhou o senhor Casanova, que parecia ser conhecido em todos os lugares que pisava os pés, diretamente para a recepcionista, que nos guiou até o elevador, que nos levaria até o segundo andar, onde o pai dele estava.Assim que entramos no elevador, junto da recepcionista, Heitor pegou minha mão. Entrelacei meus dedos aos dele e não pude evitar de ficar olhando aquilo.- Tudo certo? – Ele levantou meu queixo com a mão livre, fazendo-me encará-lo.Respirei fundo:- Sim... Só não quero acordar. E não quero que você esqueça... Nada.- Eu já disse que não vou. Estou bem. Pode fazer qualquer pergunta, desde a parte depois dos analgésicos – sorriu – Antes disso só lembro de uma louca ameaçando jogar pessoas do alto da cobertura do prédio.- Jura? Por que será que fiz isso, não é mesmo? Eu sou muito boazinha com você e sabe disso. Deveria ter virado as
- São jovens... Deixe-os aproveitarem, Celine. – Allan criticou.- Como se sente, Allan? Ficamos preocupados. – Toquei a mão dele carinhosamente, percebendo os olhos de Heitor acompanhando meus movimentos ao mesmo tempo que dava por encerrada a leve discussão entre Heitor e Celine.- Estou bem... Tudo drama. Já passei por momentos piores e nem por isso internei. Até domingo quero estar em casa. E vou estar. Detesto hospitais.- Então pelo visto não foi nada grave. – Heitor puxou minha mão de volta.Encarei os olhos claros de Allan Casanova e não pude deixar de pensar que ele poderia ter sido o meu pai. Minha mãe havia saído do conforto de seu lar por aquele homem. E talvez eu sentisse pelo filho dele exatamente o que ela sentiu quando largou tudo por amor.Destino, coincidência... Enfim, parecia que tudo estava interligado. E como eu queria saber o que de fato aconteceu, da boca de Allan. O que ele realmente sentiu pela minha mãe? O que tiveram, afinal?Enquanto pensava, não percebi o
Fiquei pensativa. Não, eu não estava nem estive grávida. Eu não pari Maria Lua. Mas fui a primeira pessoa que a pegou no colo, que lhe deu tudo que eu tinha e não tinha e que enfrentava um duro danado a cada dia, tentando ser a melhor mãe do mundo para ela. Se alguém ousasse dizer que aquela criança não era minha, eu seria capaz de dar umas boas bofetadas. - Não... Claro que não. – Respondi.- Impossível. – Heitor falou.- Impossível não é. – Olhei nos olhos de Heitor.Claro que não era impossível. Nem lembro se chegamos a transar de camisinha depois da primeira vez. Ele sabia que eu tomava anticoncepcionais sem dar intervalo em função da endometriose, mas também não era tão íntimo da minha vida a ponto de saber se eu não esquecia alguns dias ou algo do tipo.
Senti sua língua na minha pele, exatamente no lugar mais sensível do meu corpo, que era onde tinha a tatuagem do meu ídolo de adolescência. Meu corpo estremeceu ao toque e a pele arrepiou-se instantaneamente.Sua ereção foi imediata. E sim, eu queria transar com ele no elevador, mesmo sabendo que tinha que chegar em casa em no máximo trinta minutos.- Me fode aqui, Heitor! – Implorei, com a voz baixa, sentindo sua mão alcançar minha intimidade sob a calça larga que eu havia pego emprestada dele.Mas o som do andar solicitado bipou e a porta se abriu, pegando-nos de surpresa. Se tinha alguém esperando para subir? Eu poderia dizer que não, mas éramos Heitor e Babi, então claro que havia duas enfermeiras aguardando com uma senhora de cadeira de rodas sendo conduzida por elas.Creio que tenhamos ficado imóveis alguns segundos antes de ele retirar a m&
Assim que chegamos em frente ao apartamento, ele disse, me fitando, os olhos ardendo como fogo:- Posso descer? – Tocou minha perna, deslizando a mão pela parte interna, sob o tecido grosso da calça que ficava completamente estranha e não se adaptava ao meu corpo.- Eu gostaria muito. Mas não agora... Nem hoje. – Olhei-o com firmeza.Será que eu deveria contar agora de uma vez? Parecia que nunca era uma boa hora para revelar a Heitor Casanova que ele era pai de uma linda menina de quatro meses, sem sequer saber como a pequena foi concebida.Eu poderia ser julgada como egoísta ou egocêntrica, por não revelar naquele momento, ou naquela noite pelo fato de tudo estar indo tão bem entre nós de uma maneira que nunca aconteceu antes. Eu sabia que ele precisava saber, mas poderíamos e merecíamos pelo menos alguns dias de paz e amor. Porque apesar de tudo, eu não sabia qual seria a reação dele, já prevendo de início que a negação haveria de uma forma ou de outra. Entre mostrar o diário e as v
Assim que entrei em casa, Ben estava com Maria Lua no colo. Uma pequena mala estava perto da porta.Quase corri em direção aos dois, abraçando-os, enquanto Maria Lua reclamava da forma como era prensada entre nós.- Pelo jeito deu tudo certo. – Ele observou, me entregando a pequena, que eu beijava sem parar, sentindo a pele delicada e fina junto do cheiro que eu definia como “perfume de amor”.- Melhor do que eu esperava. E olha que começou com ele no ofurô acompanhado de duas vagabas.Ben arqueou a sobrancelha:- Interessante. Você se juntou a eles, então?- Claro que não. Botei elas para correr.Ele me olhou dos pés à cabeça:- Por meus sais, você está horrível. Quem quereria uma mulher assim, exceto pelo fato de poder vender a marca das roupas estampada nos tecidos?- Heitor Casanova... Para você ver, ele me quer até com as roupas dele. – Sorri.- Levou colherinha na bolsa?- Estou num ponto que colherinha não resolve de mais nada.- Bem, então agora vocês casam, Maria Lua é dama d
Passeei com Mandy pelo centro da capital de Noriah Norte com Maria Lua. Levamos o carrinho, mas minha avó quase não a deixou nele, só querendo dar colo para nosso pequeno raio de sol com nome de lua.Tirando as consultas de rotina no pediatra, foi a primeira vez que saí com Maria Lua de casa. Eu e Ben preferíamos deixá-la em casa, temendo qualquer coisa que pudesse acontecer com ela como também os questionamentos que pudessem vir.Contei a Mandy sobre o dia que revelaríamos a verdade a Heitor e sobre Allan estar no hospital. E também que Heitor não havia acreditado que pudesse ser pai.Quando estávamos entrando novamente em casa, final de tarde, Mandy perguntou:- Você vai conversar com Allan sobre sua mãe?- Eu... Não tenho certeza. Mas acredito que sim. Ele é o único que pode me contar a verdade sobre o que aconteceu. Eu... Gosto dele. M