- Isso não é um sonho, Bárbara. É real. E amanhã você vai estar sóbria e infelizmente talvez não lembre de nada do que houve aqui.
Tirei as mãos dela da minha gravata e afastei-me com dificuldade.
- Está com fome? – perguntei.
- Só de você.
Caralho! Eu teria que ser muito forte para não tirar a roupa dela e beijar cada centímetro da sua pele antes de fodê-la com toda a minha força.
Virei de costas e respirei fundo. Nunca usei da bebedeira de uma mulher para me aproveitar, embora muito já tenha sido abusado por elas pela minha condição ao beber demais.
Ela se remexeu na cama e voltei, retirando seus sapatos, a fim de deixá-la mais confortável.
- Dorme, Bárbara.
- Só se for com você. Deita do meu lado.
Suspirei e retirei meu sapato, deitando ao lado dela,
Não lembro de tê-la visto tão suscetível a mim desde que nos conhecemos. Bárbara tentava sempre se manter forte e firme, mas ela também tinha suas fraquezas. E a bebida talvez fosse uma delas.- Eu nunca mais vou beber vinho... Nunca, a vida inteira. Minha cabeça dói... E tudo está rodando... Muito rápido.Levei-a ao box e abri o chuveiro, deixando a água gelada. Ela gritou e tentou se afastar assim que sentiu a água.Retirei sua roupa, tentando não ficar duro. Mas foi impossível.- Vamos fazer amor agora? – ela arqueou a sobrancelha debochadamente.- Depois. – Me ouvi dizendo.Caralho, quem é você, Heitor? Quando na sua vida recusou uma mulher nua querendo você?A questão é que ela não era qualquer mulher. Ela era a mulher da minha vida, a única que eu amava e não sei se se
Assim que saí na recepção, uma atendente veio imediatamente até mim:- Bom dia!- Bom dia. – Retribui a cordialidade e o sorriso sincero dela.- A senhora quer que leve o café da manhã à sua suíte? Não precisava vir até aqui. Poderia pedir pele telefone. – Sorriu novamente.- Não... Eu... vou embora.- Mas... O café daqui é fabuloso. Não vai se arrepender.- Eu tenho um compromisso. – Menti.- Sem problemas. Mas o senhor Casanova orientou que assim que acordasse, lhe enviasse o que houvesse de melhor na nossa cozinha. E junto... Bem, tem certeza de que não vai provar o café?- Tenho. – Enruguei a testa, confusa.- Aguarde um minuto, por favor.Fiquei ali, sozinha, esperando no hall. Um casal saiu pela porta interna e me afastei um pouco, indo para o lado da pequena sala de estar.<
Eu queria poder conversar mais com Anon, mas minha cabeça nunca esteve tão confusa na vida. Era um misto entre querer ir e ao mesmo tempo ficar que eu não conseguia explicar. Sentimentos fortes que chegavam a doer dentro de mim ao mesmo tempo que o medo me assombrava de uma forma que nunca vi antes.Se Heitor continuasse a ser aquele homem debochado e sem caráter que eu vi há poucos meses atrás seria fácil dizer adeus. Mas o novo Heitor que eu começava a conhecer era tão doce e gentil que me fazia querer jogar-me aos seus pés, fazendo exatamente tudo que ele quisesse.Por que a vida havia sido tão cruel comigo? Por qual motivo Jardel surgiu, há tantos anos atrás? Qual intuito dele na minha vida? Mostrar o quanto um homem poderia ser horrível e destruir a parte boa que ainda existia em mim?Muitas vezes pensei que ele havia vindo para me fazer crescer. Mas agora j&aa
A cirurgia foi feita via videolaparoscopia, sendo retirado todo o tecido endometrial, evitando assim a retirada dos órgãos afetados. Embora a intenção deste tipo de procedimento era manter a fertilidade, o médico disse que a possibilidade de engravidar diminuía, embora não fosse impossível.Eu sofri com aquilo, ao mesmo tempo que via nossa Maria Lua crescer dentro da barriga da minha melhor amiga. Durante a noite, eu e Ben contávamos histórias para a pequena, dentro da barriga da mamãe, que cantava canções de ninar ao fim da noite, fazendo todos nós dormirmos com sua voz doce. “You are my Sunshine, my only sunshineYou make me happy when skies are grayYou’ll never know, dear, how much I love youPlease, don’t take my Sunshine awayNosso raio de sol, Maria Lua, era a razão de nossas vidas. Eu certamente não poderia gerar um filho, mas já amava aquele bebê como se fosse o que existia de mais importante na minha vida. Quando falávamos com ela, víamos a barriga de Salma contrair-se, c
- Obrigado pela surpresa. Amamos a recepção. – Agradeci.- Não fui eu que fiz. Só tive a ideia.- E quem fez? – fiquei curiosa.- Esta pessoa aqui. – Mostrou Milena junto dele na tela.- Milena? – senti meu coração bater mais forte. – Vocês... Estão...- Juntos. – Ela mostrou o dedo anelar, que tinha uma aliança.- Meu Deus! Não pode ser.- Obrigada, cupido. – Ela sorriu, de forma sincera.- Vocês não sabem o quanto estou feliz por vocês.- E eu por Sebastian ter uma irmã que mudou as coisas entre os Casanova e Perrone... Ao menos por enquanto. – Revirou os olhos.- E sua mãe? – questionei.- Ela não sabe.- Mas vai saber em breve. – Sebastian justificou.- Mas... Vocês estão em Noriah Norte?- Não. Estamos no meu apartamento, na Itália.- Morando juntos?- Não... Não exatamente. Mas em breve sim. – Milena disse, olhando para ele. – Eu estava até ontem em Noriah Norte. Organizei seu apartamento e depois voei diretamente para cá. E assim estamos.- Amor em ponte aérea, com escalas pelo
- Vem... – Ben me chamou com o dedo indicador, estreitando os olhos sedutoramente – Você precisa treinar.- Treinar?- Sim. Para o meu casamento. – Ele completou.- Seu casamento? – Salma riu.- Todo casamento toca Macarena na festa. Então minhas madrinhas e eu vamos começar a ensaiar com antecedência.Comecei a dançar, fazendo os gestos que eu já sabia de cor e acompanhando-os.- Você vai casar também, Ben? Espero que não seja próximo do casamento de Sebastian e Milena. – Debochei.- Com quem você vai casar? – Salma perguntou, curiosa.- Com Tony – ele disse seriamente – Eu vou para a Itália.Paramos as duas de dançar.- Como assim? – perguntei.- Vou esperar Maria Lua nascer e partirei atrás do meu homem. Foda-se a vagaba da noiva dele. Pegarei o que é meu de volta. Não vivo sem o desclassificado.O abracei com força:- É assim que se fala. Estou orgulhosa de você.- E a nossa viagem serviu para que, afinal? – Salma perguntou, enquanto voltava a dançava divertidamente. – Já que part
Quando cheguei ao hospital, quase uma hora depois da ligação de Ben, encontrei ele e Daniel na recepção. Assim que me viram, os dois vieram ao mesmo tempo na minha direção e me abraçaram com força. Percebi os olhos avermelhado de Ben, que certamente havia chorado e a expressão de tristeza no semblante da Daniel.- Como ela está? Me digam que está tudo bem.- Não está tudo bem. – Daniel comprimiu os lábios, tentando não os fazer tremerem como quando iniciou a frase.- Há notícias? Maria Lua já nasceu?- Só nos mandam esperar, esperar e esperar... – Daniel continuou aflito.Olhei para Ben, que limpou a lágrima teimosa que tentava cair. Fui até ele e o apertei contra meu corpo:- Pode chorar se quiser. Não segure isso para si. Eu vou estar aqui e pode usar meu ombro.- Ela v
Na hora, pareceu um sonho. A voz dela foi fraca, baixa, mas sim, eu entendi o nome do pai de Maria Lua: Heitor.De repente, ela virou a cabeça para o lado e seu corpo começou a tremer em espasmos.Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, duas enfermeiras me pegaram, tentando tirar-me da sala.Recusei-me a sair, gritando para que ela reagisse:- Salma, seja forte! Não pode nos deixar. – Implorei.Outro homem apareceu e me puxou com firmeza, me afastando definitivamente de perto dela.Enquanto me retiravam, contra vontade, vi o corpo dela desaparecendo entre as tantas pessoas que se voltaram à maca. O aparelho que bipava fez um som ensurdecedor para em seguida parar. Então ouvi um choro de bebê.Os médicos e enfermeiros falavam todos ao mesmo tempo e eu não conseguia prestar atenção no que diziam. Percebi as pernas dela ainda tremendo e foi então q