Creio que não tenha durado muito tempo aquela perseguição, mas pareceu uma eternidade. E não lembro de ter sentido tanto medo na vida, nem mesmo quando procurava por Jardel, batendo de frente com traficantes e prostitutas.
Anon realmente era um ótimo motorista. E além de dirigir com habilidade, não deixando que o carro se aproximasse de nós, ainda atirou na direção dele.
Heitor seguiu sobre mim, abraçando-me como se pudesse me proteger. Na verdade, ele estava me protegendo... Com seu próprio corpo.
Fui uma mulher que viveu praticamente uma década abrindo mão de mim mesma e pensando nos outros: Jardel, a mãe dele, os irmãos... E não tinha espaço para pensar no que “eu” queria. Ou coragem para jogar tudo para o alto e ser eu mesma. Protegi quem nunca mereceu... E jamais alguém pensou em mim.
Sab
- Pensei em... Os avós de Maria Lua... Ou mesmo... Daniel ou Cindy.- Daniel não teria ressuscitado.- Tem certeza de que ele morreu?- Anon disse tê-lo deixado desmaiado, completamente quebrado, num matagal, longe de tudo. Eu duvido que ele tenha conseguido sair de lá.- Algum dia você já sofreu algum tipo de atentado?- Não. É a primeira vez.- Eu não tenho certeza, Heitor, mas creio que isso tudo que aconteceu não foi planejado para você. Tem a ver com a nossa menina.- Que porra... Eles procuraram nas câmeras, mas por enquanto nada concreto. O carro saiu do nada. Não estava estacionado onde as câmeras da Babilônia poderiam captar.- E se procurarem nas câmeras das ruas próximas?- Claro que faremos isso. Mas vai levar um tempo. Tinha duas pessoas dentro do automóvel.- Placas?- Sem vis
Levantei imediatamente, sentindo o coração já batendo mais forte e o ar parecer faltar nos meus pulmões. Heitor pegou minha mão e disse:- Sente-se, Bárbara. Acalme-se, por favor, ou não vou deixar Sebastian terminar de falar. – Olhou na direção do meu irmão.- Faça o que ele disse. – Sebastian pediu, puxando uma cadeira, sem cerimônia, e sentando entre mim e Heitor.- Por favor, Nic, leve Maria Lua. Não quero que ela ouça. – Heitor pediu seriamente.Nicolete levantou e pegou a bebê do colo de Allan e saiu imediatamente.- Quando? – Heitor perguntou.- Ontem à noite. Me abordaram quando eu saía do prédio.- Este prédio? – Perguntei.- Sim. – Ele confirmou.- Mas como o encontraram aqui? – Ben perguntou, confuso.- Não sei. Interceptaram
- A questão é que mais cedo ou mais tarde, Bárbara e Heitor terão que entrar com o pedido na justiça. Eles não vão descansar... Quererão mais e mais, sobreviver do dinheiro dos Perrone para sempre. – Allan falou.- Enquanto o nome de Sebastian estiver na certidão, estamos seguros. – Ben disse.- Mais alguém sabe que Sebastian não é o pai? – Heitor me perguntou.- Eu... Achava que conhecia Salma, até ler os diários dela. Depois de toda forma que ela usou para engravidar, já não tenho mais certeza de nada sobre minha amiga. Mas a única pessoa que tenho certeza que sabe a verdade é Daniel.- Este desgraçado está morto.- Não ouvimos falar nada sobre isso, Heitor. Como podemos ter certeza?- Eu vou mandar Anon imediatamente ir até lá e verificar.- Mas isso faz t
Se era o correto a fazer pagar pela menina, claro que não! Mas no momento, não tínhamos solução e não conseguíamos pensar direito.- Eu creio que dez milhões de norians estariam de bom tamanho – Breno falou – Daria para comprarmos uma casinha num bairro melhor... Talvez um carro ou uma moto potente. Anya sempre quis colocar peitos – olhou para a mulher, sorridente – E acho que realmente ela precisa. Além de serem pequenos, um é maior que o outro.- Nossa, coisas extremamente necessárias! – não me contive – E depois, vão alegar o que? A casa precisa de manutenção, o carro tem que ser trocado por um mais novo, a bunda caiu também... Porque não fazem uma cirurgia e não trocam os cérebros doentes de vocês? – Explodi.- Bárbara... – Heitor tocou meu braço, alisando suavemente, enquanto me encarava – Deixa-me resolver, por favor.- Isso nunca vai ter fim, não é mesmo? – Perguntei, olhando na direção deles.Os olhos de Anya entraram dentro dos meus. Ela não precisava responder. Acho que todo
- Os exames estão ok, senhor Casanova. Nenhuma anomalia. Creio que seja um resfriado. Percebo que ela está com um pouco de secreção no nariz. Não receitarei antibióticos. Usarão spray nasal para limpeza e fluidificação e vamos acompanhando se haverá piora. Relataram não haver tosse. A febre não é alta. Então não precisam se preocupar. A gengiva dela está bastante irritada e percebe-se que haverá erupção de mais dentes. Isso a fará ficar mais chorosa e inquieta também nos próximos dias.- Podemos ficar com seu número, doutor? – Heitor pediu – Para caso ela piore ou tenhamos alguma dúvida.Ele disse o número e Heitor anotou no celular.- Fiquem à vontade para ligar a qualquer hora que precisarem. Mas tenho certeza de que esta garotinha ficará bem. – Ele alisou a cabeça dela, que reclamou.Fomos liberados. Assim que chegamos no carro, Heitor falou a Anon sobre os avós de Maria Lua terem entrado no Hospital. E Anon jurou que não passaram pela porta principal.Assim que chegamos em casa, f
- Não acredito que vocês ainda fazem isso!- Se fazíamos em elevadores públicos, acha que deixaríamos um privativo passar em branco? E quer saber? Amo ser fodida por ele no elevador.- Há gosto para tudo, não é mesmo? Só espero que tudo se revolva de uma vez. Nosso raio de sol já está fazendo um ano e estamos na mesma situação. Tenho tanto medo de arrancarem ela de nós.- Os advogados disseram que Anya e Breno certamente não ganharão a guarda dela na justiça, em função das chantagens e extorsões. Afinal, eu, Sebastian e Heitor demos dinheiro e temos provas, como as transferências bancárias e cheques.- Vocês finalmente vão entrar com o pedido de guarda?- Sim. Na próxima segunda-feira.- Por que esperar uma semana?- Bem... Heitor soube que Anya e Breno estavam pela
- Estou aceitando isso só por Milena, Heitor. Embora eu ache que ela não precise do perdão da mãe. Não entendo o fato de Milena se achar culpada de algo que não fez errado.- Você sabe toda a situação que envolve os Perrone e os Casanova, Bárbara.- Os Perrone? Eu sou uma Perrone, Heitor. Não esqueça disto.- Como se fosse possível esquecer qualquer coisa sobre você.A campainha tocou. Sabíamos que era Allan e Celine, Sebastian e Milena ou Mandy. Afinal, estes eram os convidados para a festa.Para minha sorte, era meu irmão e Milena.Nos cumprimentamos e Milena olhou ao redor:- Onde está a aniversariante para eu apertar as bochechas?- Está com Ben e Anon, na outra sala. – Falei.- E... Minha mãe?- Ainda não chegou. – Não contive minha cara de insatisfa&cced
Comecei a rir e deixei os dois ali, trocando elogios e palavras de carinho. No fundo, eu tinha certeza de que se gostavam, só não queriam admitir.Parei, cruzando os braços e observando a alegria que contagiava nosso lar. Sim, finalmente agora tínhamos um lar, rodeado de amor, carinho e tudo que nossa filha precisava. Não queria dizer que antes de conhecer Heitor eu não considerasse um lar onde vivia com Ben e Salma. A questão é que eu não entendia o motivo, mas agora tudo era diferente. O carinho que eu tinha por Maria Lua era simplesmente inexplicável, assim como a necessidade de estarmos nós três juntos, o tempo todo.- Pensando em como vai tirar mais proveito do meu enteado?Olhei para o lado e vi Celine, com um sorriso macabro, parada ao meu lado, também cruzando os braços. - Eu não sou você, “sograsta”.- Detesto a forma como me chama. Não acho engraçada. Aliás, não acho graça de nada das coisas que você fala.- E eu detesto você. Então o fato de não gostar da forma como a cham