A reação de Violet é genuína. Por saber o que é solidão, ela sente a necessidade em proteger Tyler ao vê-lo vulnerável e abandonado pelo próprio pai. Há empatia verdadeira pelos motivos errados.Antes que seu pai retorne, Tyler se antecipa para ficar sozinho com a jovem Jacobs outra vez.—Senhorita Jacobs, posso levar você de volta à cidade? É que eu preciso muito de... Um pouco de remédio e parar numa farmácia não vai me fazer mal algum. —Diz ele, saindo do abraço lentamente.Violet não hesita, afinal de contas, ela está preocupada demais para lidar com seu egoísmo agora.Ela suspira, sentindo o abraço de Tyler se tornar frouxo e morno. Ele deve estar se lembrando, outra vez, que eu não posso tocá-lo... Ela pensa, vacilando o olhar pelos cantos do cenário ranchoso.É a confirmação: está na hora de ir.Ela percebe o ombro alto passar ao lado de sua cabeça e então o segue fielmente, na promessa doce de ser querida por Tyler. Eles caminham lado a lado para fora da casa e mantém o ritm
Há vinte minutos da residência dos Jacobs, Tyler desce do carro e adentra a farmácia. Olha em volta, mantendo um semblante intrigante e sereno.Ele olha pelas prateleiras em busca de alguns analgésicos, mas não está interessado em conter o corte em sua boca e nem em sua sobrancelha. Ele só quer ter provas para Violet. Algo que a faça acreditar que ele estava sentindo alguma coisa enquanto apanhava "covardemente" de seu pai. O rapaz calcula, colocando os remédios dentro de uma pequena cesta azul. Segura-a com determinação e encolhe os cotovelos com fragilidade, indo em direção ao caixa. Há duas crianças se aproximando e uma mulher estressada. Ela mantém um coque despenteado no alto da cabeça, deixando seus cabelos bagunçados. Está sobrecarregada e cansada demais para ser gentil. Suas crianças a chamam de "tia" enquanto mostram duas barras de chocolate para ela.Tyler afasta para o lado, indicando para que passem em sua frente. As crianças abandonam a empolgação pelo doce e o interesse
Após ouvir em silêncio os desabafos de uma mulher entediada e estressada, Tyler anota o endereço da instituição. É um orfanato que está caindo em decadência. O transporte público chega, obrigando a mulher á subir com as duas crianças quietas. Ele percebe algo de errado em tanta obediência, mas guarda suas suspeitas para mais tarde. Agora, Tyler está interessado em fazer parte de algo para atrair ainda mais uma Violet fiel. O rapaz retorna para seu carro luxuoso e passa o cinto de segurança. Na sequência, dirige para casa, onde sabe que encontrará problemas.Seu pai jamais ficaria no rancho depois de ter sido agredido. Tyler estaciona, segurando as sacolas azuis. Desce do carro e caminha a passos largos em direção ás portas de entrada da casa. Os seguranças lhe olham, se questionando sobre seus machucados, mas ele permanece de cabeça erguida caminhando para dentro de casa. Ao entrar, a governanta Samantha lhe recepciona.—Senhor, o seu pai-—Eu sei, já chegou. Vou subir e apanhar m
Ali no carro, Tyler respira fundo ao ouvir a voz de Violet lhe reconhecendo.—Oh... Tyler! Eu não esperava que fosse me ligar tão rápido...O silêncio torna a situação constrangedora. A jovem Jacobs quer falar, mas teme que Tyler esteja apenas desabafando silenciosamente do outro lado do telefone e se contém. Ela pensa sobre o que ele deva estar fazendo nesse momento.Por outro lado, o garoto olha através do vidro e observa seu pai deixando a mansão. O sol está se pondo e o céu ganha uma cor gradiente que começa em um azul, furtando o amarelo que se perde no laranja intenso.Lá está Tonny, adentrando ao Audi cinza. Mantém o celular próximo à orelha. Está furioso com algo, provavelmente não é Tyler. O seguranças lhe ofertam o comboio, mas ele o dispensa de imediato.Recobrando a atenção à ligação, Tyler limpa a garganta e espreme o celular na mão, ficando surpreso por não quebrá-lo.—Senhorita Jacobs, eu sinto muito não ter falado nada. Fiquei entretido com outra coisa, mas estou de vo
Tyler espera por alguns minutos. Olha em volta sem conseguir ver o Audi de seu pai.Papai não está com você, e por onde ele deve andar...? De qualquer forma, a gente vai conversar essa noite, Samantha. Você e eu temos muito o que trocar, querida.Ele pensa, tragando mais um cigarro.O rapaz pega o celular e manda uma mensagem para Samantha."Você esqueceu de falar com alguns funcionários. Eles estão me perguntando sobre o plantão do turno da noite. Como pode ser tão incompetente desse jeito, Samantha? O que eu vou fazer pra responder aos empregados, hã?"E aguarda em silêncio.Ele liga o carro e recua, escondendo-o num beco escuro. O ambiente não é um perigo para Tyler. O próprio Monro é um perigo para aquele lugar.Logo, a tela de seu celular acende, revelando a resposta de Samantha."Mas, eu repassei os turnos dessa noite! Sempre passo, senhor Monron. Não está querendo que eu volte pra Manhattan e faça isso outra vez, não é?"Ele responde de imediato."Se não for pedir muito, volte.
AVISO: esse capítulo contém descrições explícitas que podem ser repugnantes![...]No outro lado da cidade, Violet Jacobs desfruta de todo o seu ritual do sono antes de ir para a cama. A discrepância é evidente.Enquanto ela passa as mãos com creme pela pele pálida das pernas, Tyler olha para a pele ensanguentada de Samantha, sua governanta. Violet põe os cremes enfileirados sobre a penteadeira e os confere. Tyler enfileira os objetos de tortura em frente à Samantha e a obriga a escolher um por um. A jovem Jacobs se preparava para dormir, mas Samantha se preparava para deixar esse mundo. Enquanto Violet inspira profundamente, enchendo os pulmões com o aroma delicado de seus produtos para beleza, Samantha dar seus últimos suspiros nos braços de Tyler, agonizando. Enquanto Violet adormece com a certeza de que um novo dia amanhecerá para ela, Samantha percebe que está vivendo a sua última noite nos braços de um assassino. Um serial killer impiedoso e eufórico que ceifa sua vida por moti
O dia finalmente amanhece por completo. Violet já está completamente pronta para ir ao colégio. Vivien repassa os últimos avisos antes que mãe e filha deixem a casa. A jovem Jacobs aperta firmemente a alça da mochila na mão, esperando por sua mãe, que fecha a porta reforçando a pouca segurança da propriedade.—Minha filha, já sabe: se algo acontecer-—Eu ligo pra você. Já sei, mãe. A gente pode ir? Vivien se vira para ela, guardando as chaves dentro da bolsa e analisa a expressão ansiosa de sua filha, presumindo: é por causa de Tyler, o jovem herdeiro Monron. Há um sorriso de satisfação nos lábios da mulher de traços delicados. Ela passa as mãos pelos cabelos negros e os joga para o lado, deixando-os cair sobre o seio. Mãe e filha caminham em direção ao carro e adentram, iniciando seu dia.A caminho da escola, Violet mantém a cabeça encostada no vidro da janela. Segura seu celular sobre a mochila que está em suas pernas, na esperança de receber qualquer mensagem de Tyler. Apesar de
As primeiras aulas acabam, e com elas a necessidade dos alunos em permanecerem na escola.—Violet, você vai fazer alguma coisa agora de tarde?Violet fica em silêncio por alguns segundos, enquanto devolve os livros ao armário e pensa na resposta. —Uh... Sim. Vou visitar alguém. Por quê? —Ela arqueias as sobrancelhas satisfeita com sua resposta.—Por nada, eu ia te chamar pra ir comigo ver algumas decorações, mas tudo bem. Faremos isso outra hora, eu te espero. —Cassandra sorrir, apertando os olhos com o ato, e fecha a porta de seu armário de cor amarela. —Eu vejo você amanhã, amiga!! Elas trocam um abraço apertado e Violet empurra a porta do próprio armário com o braço, por trás de Cassandra.—A nossa matéria ficou perfeita, todo mundo gostou! Não se fala em outra coisa no colégio... —Cassandra sussurra para Violet, arrumando seus cabelos atrás das orelhas dela. —Eu converso sobre isso com você por mensagens, pode ser? —Uhum. Pode sim. Eu preciso ir também... A minha mãe já deve es