Alencar estava parecendo preocupado, parecia que a notícia era ruim. Me apresentou o homem que o acompanhava antes de se sentar.- Esse é o delegado corregedor Novaes. Ele está encarregado da investigação do acidente dos seus pais. – Alencar apresentou.- Sr. Mellendez, eu lamento dizer isso, mas o acidente de helicóptero que vitimou os seus pais foi provocado. Constatamos que a desconexão dos pedais da cabine do piloto com o rotor da cauda foi a causa de um acidente. As conexões foram cortadas propositalmente. O Helicóptero havia passado por manutenção na fabricante e tinha sido liberado pra vôo dois dias antes. Foi uma sabotagem. Sei que o momento é ruim, mas talvez quem esteja orquestrando esse seqüestro também tenha ligação com a sabotagem do helicóptero.- Meus pais foram assassinados? Meus pais foram cruel e friamente assassinados? – Eu já não conseguia mais conter minhas lágrimas e o meu desespero.- Delegado Novaes, nós queremos todos os envolvidos apodrecendo na cadeia. Qualq
“Alessandro”Entramos na minha sala e era caótico, pessoas falando e mexendo em computadores e Melissa organizando todas as informações que recebia. Fernando, que eu descobri que também era um hacker notável, havia se juntado a Marcos Paulo.- Alessandro, conseguimos acessar o telefone da Cat. – Marcos Paulo me informou. - E conseguimos imagens de outros prédios na rua e já temos a placa do carro que a levou.- Finalmente uma boa notícia. – Um pouco da tensão que eu sentia se dissipou.- Nem tão boa, a placa é falsa, mas pelo menos já temos um carro e emitimos um alerta para modelos da mesma cor. – Um dos policiais me avisou.- E com o telefone? – Perguntei me apoiando entre a cadeira do Nando e a do Marcos Paulo.Fernando pegou o seu celular e abriu uma mensagem, olhando rapidamente e jogando o mesmo sobre a mesa bufando. Rick estava de pé ao meu lado e olhou a tela do aparelho.- Fernando, por que você recebeu uma foto da Celeste? – Rick fazia uma cara de estranhamento.- Foto de qu
“Ana Carolina”Ai, gente, que fim de mundo é esse! Fui lá no salão que encontrei na cidade hoje, até que ficou bonzinho, mas é um bando de caipira. Eu preciso sair dessa cidadezinha logo.- Celeste, faz esse melequento calar a boca. Tá dando pra ouvir o choro dele lá na entrada. – Falei enquanto entrava naquele muquifo que meu pai me descolou. – E aí, o que achou? – Exibi meu novo visual.- Ah, ta igualzinho o da Liz. – Celeste concordou. – Mas não deveria ter ido!- Aaaaiii. Era isso o que eu queria. Se meu gatinho ficou com aquela vadia lá em Nova York, quando me vir vai ficar louco. – Eu estava louca pra encontrar o Alessandro. – E ninguém aqui me conhece.- Essa criança não para de chorar nunca. Quando eu o conheci ele era mais quietinho. – Celeste falou.- Ah, dá um remedinho pra ele. Tenho Lex na minha bolsa, quer um? – Ofereci.- Tá maluca? A gente não pode matar o fedelho antes do Alessandro fazer tudo o que a gente quer. É melhor deixar ele chorar, uma hora cansa.- Ih, Celes
“Alessandro”Eu estava uma pilha de nervos esperando alguma notícia. Os policiais que estavam no escritório haviam descoberto a localização da torre de celular e traçado um perímetro de busca. Equipes já estavam a caminho.- Melissa... - a mãe do Fernando chamou no celular.- Oi, sogra.- A polícia chegou e trouxe dois cachorros. Eles vão entrar.- Graças a deus eles chegaram! – falei baixinho.- Sogra, agora sai daí.- Não mesmo, estou protegida, vou esperar. – A mãe do Nando falou.- Mãe, como você está enxergando tudo a esse hora da noite? – Fernando perguntou.- Enquanto eu esperava lá na porta do salão, mandei a Maria levar seu binóculo pra mim. Gostei disso, acho melhor você comprar outro, vou ficar com esse, tem visão noturna. – A mãe do Fernando era uma figura.- Mãe, pelo amor de deus, você não é o James Bond. – Fernando colocou a mão no rosto.- Sou melhor do que ele. Minha nora que disse. – A mãe do Fernando conseguiu arrancar uma gargalhada geral na sala, mesmo com tanta t
Olho pela fresta na janela e percebo que já escureceu. Meu deus, como será que o meu filho está? Eu passei o dia pedindo a deus que proteja meu filho. O Alessandro deve estar me odiando agora. Eu simplesmente saí sem dizer nada. Mas eu estava desesperada pelo meu filho. E agora não sei o que fazer.Depois que o Dênis entrou aqui e deixou aquele sanduíche eu acho que eles saíram, pois ficou tudo muito quieto. Mas agora eu estou escutando um barulho, tem uma porta abrindo. E tem vozes. Acho que eles chegaram. Senhor, me proteja.- Seu jantar. – Daniel abriu a porta, me entregou um pacote e fechou de novo.Colei meu ouvido na porta, eu precisava saber o que eles estavam planejando.- Dani, estou achando estranho não conseguir falar com a Cel. – Ouvi Dênis comentar.- Você deveria largar esse celular. – Daniel o reprovou.- Relaxa, eles não tem como encontrar esse número, nós destruímos o celular da Catarina, eles nunca vão encontrar. – Dênis parecia relaxado. – Quanto tempo ficaremos com
“Alessandro”Eu estava andando de um lado para o outro na sala, quando um dos policiais me chamou dizendo que o delegado que fazia as buscas pela Catarina queria falar comigo. Meu coração disparou no peito. Engoli em seco e peguei o telefone.- Boa noite, delegado. – Cumprimentei esperando as notícias.- Só um momento, senhor. Aqui, fique à vontade. – O delegado falou com alguém e saiu do vídeo. Nesse momento a imagem da Catarina apareceu.- Meu anjo! Você está bem? – Perguntei em prantos. – Pessoal, ela foi encontrada! – Todos gritaram e aplaudiram na sala.- Eu estou bem, Alessandro, me desculpe, mas... o meu filho, encontraram o meu filho? – Ela estava chorando e com medo.- Meu anjo, o Pedro foi encontrado em Campanário. Ele está bem e voando pra cá. Os pais do Nando estão vindo com ele. – Ela ouvia o que eu dizia e percebi sua feição suavizar, notando o alívio transparecer em seu rosto lindo.- Que alívio! Alessandro, que notícia maravilhosa. – Ela começou a chorar e não consegui
Depois de receber muitos abraços e ouvir várias vezes que estavam todos felizes e aliviados que Pedro e eu fomos encontrados bem, Alessandro me levou para a sala do Patrício.Coloquei o Pedro, que dormia a sono solto, em uma das camas que ainda estavam ali e o cobri, mas antes reparei em uma marca no tornozelo direito dele, não entendi aquilo.- Alessandro, que marca é essa no Pedro? – Imaginei que o Alessandro tivesse mais informações, já que esteve acompanhando tudo.Alessandro olhou o nosso filho dormindo e passou os dedos levemente sobre a marca, como se pudesse fazer aquilo sumir com seu toque e suspirou. Pegou um cobertor e cobriu nosso filho, dando um beijo em sua testa, e me puxou para o sofá, me fazendo sentar em seu colo.- Meu anjo, as condições em que o Pedro foi encontrado foram péssimas. Pelo que o delegado Moreno me informou por telefone, não há nenhuma outra marca no corpinho dele e nenhuma lesão, o que indica que ele não foi agredido fisicamente. Mas ele estava acorre
“Alessandro”Entrei na sala de reuniões e havia gente demais lá. Nos fundos da sala haviam vários funcionários sentados em cadeiras que foram enfileiradas. Reconheci cada um deles e entre eles os diretores de contabilidade, comercial, operações e administrativo. Todos eu já sabia que estavam participando do esquema de fraude do Junqueira.Do lado oposto, em uma cadeira junto à mesa estava o funcionário que nós havíamos pensado em usar para flagrantear os demais. Mas, com o seqüestro do Pedro e da Catarina pulamos etapas na auditoria. Ele havia cometido um erro, começou a ostentar uma vida de luxo, que destoava do cargo que ocupava na empresa. Ele era ambicioso, descuidado e falava demais, nós o pegamos por isso e sabíamos que ele era o elo fraco do grupo.Além dos funcionários, também estavam na sala o Alencar e o Lascuran, três funcionários da equipe do Alencar, o delegado corregedor, que investigava a morte dos meus pais e o delegado da delegacia anti fraude, acompanhado de cinco po