“Lisandra”Eu saí da sala do Patrício aliviada pela chegada da tia Lucinda, eu estava prestes a começar a chorar na frente dele. Me sentei em minha cadeira e me dediquei ao trabalho, mas eu estava cansada e com a cabeça cheia de preocupações. A porta foi aberta e tia Lucinda parou ao meu lado.- Querida, nós vamos ver o Alessandro e depois vamos sair para almoçar. Você vem conosco? – Tia Lucinda tinha um sorriso acolhedor.Eu adorava essa mulher e a admirava, sempre tão cheia de disposição e com uma energia tão positiva, tia Lucinda espantava a tristeza onde chegava.- Ah, tia, não vai dar. Tenho planos. – Respondi.- Se for com o Rick, com certeza ele também será intimado a almoçar com a minha mãe. – Patrício respondeu e sorriu pra mim. Ele sorriu pra mim? Ah, com certeza estava mantendo as aparências para a tia Lucinda.Eu não tinha nenhum plano para o almoço, mas não ia me intrometer no almoço deles, não daria mais essa deixa para o Patrício jogar em mim. Eu precisava pensar rápido
“Patrício”Mas eu fiquei muito irritado pela Lisandra recusar almoçar com a minha mãe para ir almoçar com aquele gerente de marketing. Esse cara ia ser um problema e eu já estava imaginando o Flávio vir reclamar por eu deixar qualquer um se aproximar da irmã dele. Deixei a minha mãe pra trás e fui depressa para a sala do Alessandro.- Alê, podemos enviar o gerente de marketing para Miami? – Perguntei aflito.- Qual o problema com o gerente de marketing? – Alessandro me olhou confuso.- Ele se candidatou há uns meses para um posto em Miami, mas a vaga foi preenchida internamente na filial. Contudo, o funcionário que havia ocupado o cargo não está apto. – Quando vi o cartão sobre a mesa da Lisandra com a caixa de bombons eu tinha me informado sobre o gerente de marketing e sabia tudo sobre ele, era um ótimo profissional e estava interessado em trabalhar fora do país, eu daria uma força e o tiraria do pé da Lisandra.- Ah, eu soube disso. Mas o nosso gerente dá conta da função lá? – Ales
“Patrício”Eu não sabia se eu ficava puto com o meu amigo ou se eu o agradecia pela interrupção. No momento em que ouvi a voz do Alessandro eu fechei os meus olhos e me afastei da Lisandra. Ela ficou mais do que sem graça, se levantou rapidamente de cabeça baixa e com um pedido de licença um tanto desajeitado ela saiu da minha sala, tropeçando na poltrona que havia ao lado do sofá.O Alessandro acompanhou a cena com os olhos e assim que ela fechou a porta ele se deixou cair na poltrona em que ela tropeçou e começou a rir como um louco.- Eu sabia! Eu sabia que um dia ainda conseguiria me vingar por todas as vezes que você me interrompeu com a Catariana! – Alessandro ria, estava se divertindo demais com o meu infortúnio.- Nada a ver, irmão! – Reclamei. – Cara, essa situação vai me enlouquecer.- Vai, põe pra fora. – Alessandro fez um gesto com a mão me incentivando a falar.- Alessandro, quanto mais eu tento resolver as coisas com ela, parar de brigar, mais eu me sinto atraído! – Eu e
“Lisandra”Era tudo o que eu não precisava que acontecesse, que o Alessandro me visse naquela situação com o Patrício, porque eu tinha certeza que o Patrício ia jogar a culpa em mim. Eu estava andando de um lado para o outro na minha sala, pensando em muitas formas de me desculpar com o Alessandro, jurar que nunca mais ia acontecer e pedir que ele não contasse para ninguém.Mas por outro lado eu queria muito reclamar por ele ter entrado e atrapalhado o que estava acontecendo, eu tinha certeza que o Patrício ia me beijar de novo e o que eu senti quando ele me deu aquele beijo na orelha, nossa, foi como se tudo se revirasse dentro de mim.Eu precisava me acalmar, eu precisava pensar. Me sentei e olhei para a tela do computador, minha mente estava em branco, então eu respirei fundo e repeti isso até me acalmar um pouco. Não, eu não estava me acalmando, precisava falar com alguém. Saí da minha sala e fui até a mesa da Manu.- Preciso falar com você! – Sussurrei e ela me olhou preocupada.
“Lisandra”O restante da tarde foi como um borrão, eu não vi o Patrício, ele ficou trancado em sua sala o resto do dia. Eu me concentrei no trabalho, mas não deixei de pensar no que a Catarina havia dito, que o Patrício tinha ido me procurar.- Lisa, vamos? – Manu apareceu na porta e me chamou.- Pode ir, Manu, eu ainda preciso ficar. – Respondi sem tirar os olhos da tela.- Então eu vou te esperar. – Manu entrou na sala.- Não, precisa, pode ir, isso aqui pode demorar. – Respondi.- O que você está fazendo?- Conferindo um contrato e é dos grandes.- Então fica com a chave do carro.- De jeito nenhum, Manu. Eu pego um taxi.- Não, Lisa, ou você fica com o carro ou eu sento e te espero.- Não, precisa, Manu, eu levo a Lisandra em casa. – Patrício saiu da sua sala nesse momento.- Bom, se é assim, eu já vou. – Manu sorriu e saiu.O Patrício foi até a porta da sala e depois de um minuto voltou e parou em frente a minha mesa.- Nós precisamos conversar. – Ele nem me olhava nos olhos.Eu
“Patrício”No outro dia cheguei ao escritório bem cedo, passei a noite pensando na Srta. Lisandra e o amiguinho do marketing. Quando finalmente me convenci de que o amiguinho do marketing não era mais um problema, pois eu o mandei para outro país, o dia já estava clareando.Deixei um bilhete na mesa da minha assistente, para que ela fosse a minha sala assim que chegasse. E ela foi. Hoje ela usava uma saia creme com uma camisa turquesa de tecido leve e mangas compridas. Era impossível não notá-la, o contraste do turquesa da blusa com o negro dos seus cabelos chamava a atenção de qualquer um para ela.- Bom dia, Sr. Guzman. Em que posso atendê-lo? – Ela parou em frente a minha mesa com aquela postura profissional que só fazia deixar mais apagada a lembrança da menininha que eu conheci. É, ela era uma mulher agora e eu me dei conta de que insistir em vê-la como uma garota era causa perdida.- Lisandra, sente-se, nós precisamos conversar. – Tentei parecer o homem que eu era, decidido, que
“Lisandra”Ainda bem que já é sexta e vamos para a fazenda da família da Manu depois do trabalho. O Sr. Guzman também vai estar lá, mas lá eu nem preciso falar com ele. Sr. Guzman... eu já notei que ele fica irritadinho por eu chamá-lo assim é a minha pequena vingança por ele ser um idiota comigo.- Bom dia, gata! O sorriso te cai bem. – O Rick entrou na copa do escritório, onde eu me servia de uma xícara de café, e me deu um beijo no rosto.- Ah, é que nós teremos uma semana inteirinha na fazenda, paz e sossego. Não é demais? – Olhei para ele com um sorriso ainda maior.- É, eu espero mesmo que seja, mas com você e o Patrício juntos, nunca se sabe. – Ele riu, estava me provocando.Eu mostrei a língua pra ele e, depois que ele pegou o seu café, fomos em direção às nossas salas. Nos separamos na mesa da Manu e eu me virei rapidamente para falar com o Rick, mas ele já tinha desaparecido em sua sala, então me virei novamente para a minha e foi aí que o desastre aconteceu.Eu trombei com
“Patrício”Aquela garota sempre foi atrapalhada, e ficava ainda mais atrapalhada quando tinha boas intenções. Claro que o café foi um acidente, mas estava muito quente e queimava, queimava muito e eu precisei tirar a camisa. Aí ela me deu um banho de água gelada e no processo ela se molhou. Mas isso foi pouco, ela resolveu ser uma boa samaritana e correr para buscar uma toalha, se atirando sobre mim no caminho de volta.E aí então ela saiu de cima de mim e me permitiu ver mais do que eu deveria ver. Sua blusa estava transparente e grudada no corpo, seus mamilos estavam rígidos naquele sutiã de delicada renda, suas formas eram mais que convidativas e eu precisei me apegar ao que eu fazia sempre para afastá-la, ser um grosso e maltratá-la. Eu tentava evitar olhar para ela, pois a visão da sua blusa molhada expondo o seu corpo era uma tentação da qual eu precisava fugir.Em meio ao caos, ela queria sair da minha sala. Mas eu não podia permitir que ela saísse da minha sala assim, por mais