“Flávio”Eu estava pronto para segurar a Sabrina e impedir que ela tocasse na Manu. Sabrina abriu um sorriso como se a sorte tivesse virado a seu favor e eu achava mesmo que tinha virado, mas eu não permitiria que ela encostasse em nenhum fio de cabelo da Manu.- Manu... – Tentei me aproximar, mas a Manu virou a cabeça em minha direção e foi a primeira vez que ela me olhou desde que entrou nesse quarto.- Eu deixei você fazer do seu jeito, Flávio, e você não resolveu. Agora, nós vamos fazer do meu jeito e você não vai se meter! – A voz da Manu era claramente um alerta e me deixou completamente perdido, sem saber o que fazer. Eu fiquei olhando pra Manu e ela se virou novamente para a Sabrina. – Então você é a tal Sabrina? Eu esperava mais!- Ah, mas a ninfetinha é valente! – Sabrina sorriu debochada. – Sabia que você está dormindo com o meu marido, ninfetinha?- Seu marido? – Manu sorriu e continuou a falar calmamente. – Não, não, você está bem enganada. É seu ex marido. Mas eu tenho q
“Manuela”Vi aquela mulher entrar no taxi e ir embora, mas meus problemas estavam longe de ter fim. Olhei ao redor e parecia que todos ali estavam esperando que eu dissesse algo, mas felizmente a Melissa me entendia sem que eu precisasse falar.- Chaveirinho, é isso mesmo, vai fazer o que eu faria? – Melissa olhou bem pra mim como se procurasse algum traço de dúvida. Ela entendeu desde o primeiro momento o que eu já havia decidido. Desde o dia em que nos conhecemos Melissa se tornou mais do que amiga, ela era como uma conselheira, algo como uma irmã mais velha.- É isso mesmo, Mel. – Respondi bastante segura.- Hum! Muito bem! Se precisar é só me ligar que eu venho depressinha. – Melissa me garantiu e eu sabia que ela viria mesmo. – Seguinte, cambada, cada um pra sua casa, amanhã teremos notícias. – Melissa se encarregou de despachar todo mundo com o seu jeito nada delicado. – Bonfim, tá de carro aí?- Na verdade vim com o Moreno, ele passou lá na delegacia e me pegou. Mas tem uma via
“Flávio”Eu olhava para a Manu com certo desespero, eu tinha certeza que depois dessa conversa ela iria me deixar, eu senti o meu coração sangrar de tristeza por saber que eu a estava perdendo. Eu menti pra ela, quando eu não queria ter mentido. Eu omiti coisas importantes da minha vida, quando devia ter sido franco, honesto e direto com ela. O pior de tudo é que eu não era esse tipo de pessoa que mente e omiti, mas eu tinha pavor de pensar que ela me deixaria e agora o meu pior pesadelo estava acontecendo.Ela me perguntou por que, com aqueles olhos caramelo que estavam escuros, carregados como uma nuvem durante uma tempestade. Eu queria tocá-la, mas eu não me atrevia. Eu queria que ela pudesse me perdoar, mas eu duvidava que ela fizesse isso. Eu queria poder voltar no tempo e não fazer tantas coisas, mas isso era impossível. Eu tive tanto medo de perdê-la que não pensei que poderia acontecer algo muito pior, eu não pensei que poderia magoá-la e eu a magoei e isso era pior do que per
“Manuela”meuNo momento em que o Patrício se sentiu pressionado e abriu a boca para garantir que o Flávio não havia feito nada de errado, eu tive certeza de que o quer que estivesse acontecendo ela não havia me traído e que a intenção dele, mesmo equivocada, era de me proteger.A medida que os rapazes foram contando tudo o que estava acontecendo e repetindo várias e várias vezes que o Flávio tinha medo de que eu o deixasse eu compreendi o que ele sentiu, eu podia entender o medo dele, mas eu não entendia por que ele não confiou que o meu amor fosse grande o suficiente para aguentar aquilo.No entanto, a medida que ele falava, a medida que ele lamentava e explicava o quanto me amava eu fui entendo que o medo que ele sentia era tão real que o impediu de pensar em outra possibilidade, a possibilidade de que eu me manteria firme ao seu lado. Senti como se o medo da minha reação paralisasse os seus pensamentos e ele focou na possibilidade de me perder apenas.E também, eu não podia ignorar
“Flávio”Vi minha doce Manu, toda linda, me olhando ansiosa. Essa mulher, linda e tão jovem, me dominava por inteiro. Ela me surpreendeu, jamais esperava que ela fosse permanecer ao meu lado, que se dispusesse a enfrentar a Sabrina, meus pais e toda essa confusão que estava a minha vida nesse momento. Mas ela ficou, ela me perdoou por esconder tudo isso dela e ela me provou mais uma vez o seu amor. Eu olhava para ela agora e não via mais a garota frágil e que precisava ser protegida, ao contrário, eu via agora uma mulher forte, determinada e que enfrentaria o mundo ao meu lado.Meu peito estava repleto de amor por essa baixinha, que me olhava com os olhos em chamas, ansiando pelo meu toque, se contorcendo debaixo de mim. Eu olhava para ela com amor e adoração, senti como se uma onda se quebrasse sobre mim.Me abaixei sobre ela e tomei a sua boca em um beijo, nossos lábios se encontraram quentes e famintos, não havia espaço para delicadeza naquele momento em que nós dois estávamos dese
“Flávio”Eu havia tirado o peso do mundo das costas. Já haviam se passado alguns dias desde que a Sabrina armou aquele circo no meu apartamento, depois disso ela parou de me ligar. Manu e eu estávamos mais unidos e até o meu pai havia parado de exigir a minha presença em Campanário toda semana.- Finalmente chegou o dia! – Manu me olhou dar o nó na gravata através do espelho.- Hum! E você parece estar muito animada com isso. – Olhei de soslaio pra ela, que deu uma pequena risadinha e se enfiou entre o balcão da pia do banheiro e eu.- Ah, sim, eu estou muito ansiosa para ver o meu namorado lindo falar por uma hora sobre as maravilhas de ser um delegado de polícia e depois ficar mais uma hora respondendo as perguntas de um bando de estudante ansioso. – Ela passou as mãos pelo meu peito e deu beijo no meu queixo.- Pensei que você estivesse ansiosa para ser fodida pelo seu namorado lindo e bem dotado. – A abracei pela cintura a provocando com um beijo atrás da orelha.- Meu namorado é
“Flávio”Manu estava cheia de energia essa manhã. Quando cheguei à cozinha ela já estava me esperando com a mesa posta para o café da manhã. Era bom vê-la assim, leve e despreocupada.- E o que você quer fazer hoje, Baixinha? – Perguntei já pensando em aproveitar o dia de sol com a minha Manu.- Pra começar, eu quero ler o bilhete que o meu amigo me entregou ontem e o delegado apreendeu. – Manu falou enquanto passava geléia na torrada e eu não sabia se ela estava falando sério ou se divertindo às minhas custas.- Que bilhete? – Me fiz de desentendido.- Flávio, vamos ter que falar de novo sobre confiança? – Manu olhou pra mim e agora eu sabia que era sério.Suspirei e me levantei, fui até o sofá na sala e peguei o bilhete no bolso do meu paletó, que ficou esquecido ali na noite anterior depois que eu o soltei para pegar a minha baixinha no colo. A noite tinha sido muito boa. Voltei para a mesa e entreguei o bilhete para a Manu.- Muito bem! Doeu? – Manu era impossível.- Doeu sim, doe
“Flávio”O irmão da Manu parecia não engolir a madrasta e o comentário dele era o que qualquer pessoa que conhecesse as duas diria, mas o que me surpreendeu, foi a reação do pai, que pareceu se incomodar por alguma razão com as palavras do filho e o repreendeu.- Não diga bobagens, Camilo! Você está muito impressionado desde que a Manu esteve na sua casa. – O pai lhe chamou a atenção, mas isso despertou o meu interesse.- Impressionado? – Perguntei querendo que eles falassem mais. Meu instinto dizia que tinha mais coisa ali.- Camilo ficou um ano sem ver a Manu, desde que ela veio pra cá. A viu de novo somente quando ela foi lá na cidade para falar que ia se mudar. Mas desde então ele anda impressionado com a mudança da irmã.- Quando eu conheci a Manu, ela já estava assim, essa mudança já tinha acontecido. – Expliquei.- Pai, não é possível que você vai negar que elas se parecem. – Camilo reclamou com o pai.- Fala baixo, garoto! Não quero que sua irmã escute esse absurdo! Eu já diss